Cooperados em Pitanga tem buscado alternativas para incrementar a alimentação das vacas visando diminuir custos sem perder a produtividade
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Cooperado Neudi Volski com o médico veterinário da Coamo, Danilo Marques Bordini |
A pecuária leiteira faz parte da vida de muitas famílias cooperadas, seja como atividade principal ou como fonte de renda complementar. Ela se integra muito bem com a lavoura, com a diferença de ser um dinheiro que entra todo mês na conta. Entretanto, é bastante complexa e exige dedicação e atenção do produtor, que deve estar de olho aberto, principalmente nos custos de produção.
O gasto de maior importância, que sempre acaba pesando mais é a alimentação das vacas em lactação. Dela faz parte o pasto, a silagem e a ração que praticamente define o quanto de leite a vaca vai produzir. “Geralmente, a base de alimentação é o pasto, complementado com silagem de milho e ração. Porém, dependendo da época e manejo realizado, o pasto acaba tendo uma produção fraca e quase sem perceber o produtor fica muito dependente da silagem de milho e da ração. Nesse caso ele tem dois caminhos a tomar: aumentar o gasto com a alimentação e manter a produção, ou não aumentar o gasto e ver a produção diminuir”, comenta o médico veterinário Danilo Marques Bordini, da Coamo em Pitanga (Centro do Paraná).
De acordo com o veterinário, além de melhorar o manejo das pastagens o cooperado tem outras formas de produzir bem com um custo favorável. “Ele pode usar fontes alternativas de alimento, e a boa notícia é que existem várias, basta saber quando e como usar, ajuda essa que vem da assistência técnica”, assinala.
Ele cita que um exemplo é o período de inverno, um tempo de fartura de alimento, frequentemente mal aproveitado, onde várias áreas ficam ociosas, nas quais o produtor poderia produzir alimentos como silagem de aveia, pré-secado, aveia grão e feno. “Ele também tem a opção de comprar alguns subprodutos e resíduos como a casquinha de soja e o quebradinho de soja, no caso do milho pode usar o 2,5 de milho ou fazer silagem de grão úmido. Ainda existem outros itens como cevada, farelo de gérmen de milho, caroço de algodão, polpa cítrica, tudo depende da região e do custo do produto. O cooperado tem que agarrar estas oportunidades de obter alimento com bom custo/benefício, pois isto terá um impacto muito grande no lucro final”, afirma Bordini.
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Robson Fernando Vieira dos Santos, tem melhorado a genética do rebanho, trabalhando com inseminação artificial há mais de 20 anos, sendo referência no manejo de pastagens |
Produtor de leite há mais de 30 anos, Neudi Volski, de Pitanga, está investindo na construção de uma nova sala de ordenha, com o objetivo de melhorar a qualidade do leite e as condições de trabalho, além de agilizar o serviço e aumentar o número de vacas em lactação. Ele aproveita para produzir comida no inverno, especificamente silagem de aveia e aveia branca com finalidade de colheita do grão. “Graças à silagem de aveia tenho conseguido diminuir a área de silagem de milho no verão e plantar mais soja. Já o grão, é moído e compõe 20% do concentrado, o que juntamente com o uso de casquinha de soja diminuiu bastante o custo da alimentação”, ressalta. A aveia também é usada no trato das bezerras e novilhas.
Volski conta com uma média de 35 vacas em lactação, que resulta em uma produção mensal de 19 mil litros, o que representa uma média de 630 litros diários.
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Neudi Volsk utiliza casquinha de soja na alimentação dos animais como forma de diminuir o custo da alimentação |
Outro cooperado que tem investido na produção de leite é Robson Fernando Vieira dos Santos, também de Pitanga. Ele tem melhorado a genética do rebanho, trabalhando com inseminação artificial há mais de 20 anos, sendo referência no manejo de pastagens. No verão, conta com pastagem de tifton irrigada para as vacas e cria boa parte das novilhas no pasto de brachiária enquanto que no inverno faz plantio escalonado da aveia/azevém, dividido em três etapas e garantindo assim, pasto em maior quantidade, com melhor qualidade e por mais tempo.
Ele também trabalha com a sobressemeadura da aveia no pasto de verão. “Com isso, até sobrou espaço para fazer silagem de aveia no inverno de 2015, que serviu como uma reserva estratégica de alimento para o período de entressafra”, diz.
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Robson Fernando Vieira dos Santos tem investido também na pastagem |
Neste ano, após a colheita da silagem de milho, o cooperado inovou mais uma vez, plantando sorgo para silagem. “Apesar de ter uma produção e qualidade inferior à silagem de milho, a silagem de sorgo tem um custo menor e sai até 30 dias antes, o que a torna ideal para áreas onde a safrinha tem maior risco. Ainda na mesma área, após o sorgo, ele irá plantar azevém para o pastejo das vacas”, comenta o cooperado que não descuida da adubação de base e da adubação nitrogenada das pastagens. Robson recentemente conquistou o certificado de área livre de brucelose e tuberculose para a propriedade, agregando valor ao leite e às novilhas que vende.
Atualmente, o cooperado conta com 36 vacas em lactação, produção mensal de 26.100 litros (média diária de 870 litros).
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