Para a safra 2024 a produção mundial de soja novamente deverá ser alta, em torno de 400 milhões de toneladas, com aumento de 30 milhões toneladas, o que está fazendo com que os preços fiquem mais baixos. É importante lembrar que no pior momento da safra, o preço da soja atingiu R$ 118,00, após um início de R$ 160,00. Se fosse registrada uma produção sem perdas no Rio Grande do Sul e na Argentina, esse valor poderia ser ainda menor. Os Estados Unidos com situação definida devem colher estoques mais comportados, diferente da América do Sul.
O cenário previsto é de uma produção alta e, por consequência, aumento nos estoques de passagem e um grande volume nos armazéns. De um lado tivemos uma grande safra de soja, antecedendo a do milho que está em andamento e daqui a algumas semanas teremos as colheitas de trigo.
É importante que os cooperados saibam que esta relação com estoque de passagem é determinante para a definição dos preços dos produtos. Atualmente, o estoque da produção brasileira está maior que os meses anteriores e os preços abaixo dos praticados. E você cooperado poderia perguntar: então, qual é a saída diante deste cenário? A saída é equilibrar a produção com o consumo. Não é uma situação simples e fácil, pois observamos uma grande produção de alimentos e, por outro lado, uma redução de consumo devido os juros e a inflação.
A previsão do USDA é que o estoque de soja aumente de 103 para 119 milhões de toneladas na colheita da próxima safra. O resultado é um incremento aliado a um estoque elevado que temos ainda para comercializar na cooperativa e que só poderemos colocar nos mercados após a fixação da produção pelos cooperados.
É uma situação preocupante, pois os cooperados estão esperando por preços mais altos para comercializar a safra. A tendência é que com clima bom e esse aumento projetado de estoque, o preço da soja alcance os níveis mais baixos registrados anteriormente.
Como o Dr. Aroldo inúmeras vezes ensinou nas reuniões com os cooperados, o ideal seria fazer a venda de forma escalonada para ter preços médios ao final da safra. Lembramos novamente, que se o cooperado não fixar sua safra, a Coamo não tem como buscar alternativas nos mercados interno e externo. Exemplo disso é que com a situação atual, a cooperativa não consegue embarcar nesse ou nem no próximo mês no porto de Paranaguá, porque há o registro de uma fila de navios para um período de 70 dias.
Com a comercialização, os estoques nos armazéns não ficarão menores de um dia para o outro, mas dentro de uma programação. Então, teremos que continuar buscando soluções alternativas para atender às necessidades dos cooperados no recebimento e armazenagem de uma grande produção prevista para safra 2023/2024.