pequenas soluções todos os dias, entendendo o que o público quer assistir. As redes sociais se voltaram muito para o entretenimento, então, humor, descontração e outras coisas acabam chamando mais a atenção. Por isso, a gente precisa ter cuidado sobre qual tipo de conteúdo gerar e em qual rede social. É interessante pensar que há muitas possibilidades. Por exemplo, a gente tem o que não havia no início: muitos influenciadores que surgiram para falar de moda, do perrengue dentro da fazenda. Eles falam das coisas erradas que fazem também para mostrar a vida real e isso ajuda na aproximação com o campo. O setor produz muito bem, preserva o meio ambiente e está do lado de qualquer tema que envolva sustentabilidade. Só que, da mesma forma que produz muito bem, se esquece de comunicar com o consumidor final. Prova disso é que têm crianças que acham que leite vem da caixinha, não sabem que o ovo vem da galinha, o que são coisas óbvias para nós. Então, o que eu diria como resposta chave para essa pergunta é que o óbvio precisa ser dito, assim como a gente não domina o linguajar médico, ou sobre moda, ou gastronomia, têm pessoas que também não sabem o que é básico para nós.
RC: O foco em comunicação deve ser encarado como um investimento, não uma despesa. No entanto, enfrentamos desafios nesse sentido. Muitos agricultores têm expertise em suas atividades internas, mas encontram dificuldades em promover e divulgar seu trabalho. Como podemos provocar uma mudança, incentivando os agricultores a reconhecerem a importância de investir em ações de comunicação?
Camila: Olha, a luta é árdua. Eu acredito que o Agro seja um setor culturalmente mais conservador. Em algumas empresas, em alguns locais e para alguns produtores acaba sendo um pouco mais difícil mostrar a comunicação como um investimento e não como despesa. Mas, é um desafio muito bom e nós, profissionais de comunicação, temos que estar sempre mostrando soluções simples. O consumidor está cada vez mais curioso, quer saber como o seu produto foi cultivado, quem produziu. Esse é um papel simples nosso: mostrar todo esse processo de uma maneira mais efetiva. As cooperativas também precisam enxergar essa comunicação como algo extremamente eficiente, não apenas para a imagem da instituição, mas também para atrair a sucessão. Isso é crucial para conquistar o público jovem, que é um gargalo em todas as cooperativas, inclusive dentro das propriedades rurais. Uma comunicação bem-feita, capaz de chamar a atenção de forma positiva, certamente ajuda e atrai as novas gerações de maneira mais efetiva para dentro das cooperativas.
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