Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 532 | Fevereiro de 2023 | Campo Mourão - Paraná

ENCONTRO DE VERÃO

PESQUISA EM COOPERAÇÃO

Com a presença de especialistas e a troca de experiências entre os cooperados, Encontro na Fazenda Experimental da Coamo, mais uma vez, demonstrou sua importância para o setor agrícola

José Aroldo Gallassini, presidente dos Conselhos de Administração

Airton Galinari, presidente Executivo

Aquiles de Oliveira Dias, diretor de Suprimentos e Assistência Técnica

Marcelo Sumiya, gerente Técnico

João Carlos Bonani, coordenador da Fazenda Experimental

 Milhares de cooperados passaram pela Fazenda Experimental da Coamo entre os dias 30 de janeiro e 03 de fevereiro no 35º Encontro de Cooperados. Um evento que já estava fazendo falta, pois por dois anos foi realizado on-line, devido a pandemia de Covid. Mas, voltou com força total em 2023. A participação do quadro social superou a expectativa da organização, bem como, a sede de conhecimento dos participantes.

Como já é tradição, durante os cinco dias, delegações de toda a área de ação da Coamo visitaram a estação experimental para um grande aprendizado. Um privilégio que muitos estudantes não têm nos bancos das faculdades. Isso porque, além da experiência dos técnicos da Coamo, há um contato com pesquisadores dos principais institutos do país. Dessa forma, o conteúdo é dividido em dez estações. Em cada uma, eles passam um tempo, com aula teórica e demonstração prática. Sem contar, que é um conhecimento que se pode aplicar na propriedade para aumentar as produtividades.

O presidente dos Conselhos de Administração da Coamo e Credicoamo, José Aroldo Gallassini, destaca que os investimentos possibilitam ao cooperado sair na frente na produção. “A Fazenda Experimental presta um importante trabalho de difundir novas tecnologias para o quadro social. Temos mais de 230 experimentos, e a cada encontro são definidas dez estações que têm os resultados repassados aos cooperados. É uma satisfação levar essas informações aos cooperados e vê-los progredindo”, comenta.

Segundo o presidente Executivo da Coamo, Airton Galinari, poder retomar os eventos com segurança é fundamental e uma preocupação da cooperativa. “A Fazenda Experimental foi criada para levar conhecimento, infraestrutura e condições do cooperado produzir de forma adequada à sua atividade. Aliás, isso é cooperativismo. Fazer tudo sozinho é difícil, por isso, unimos a cooperativa à pesquisa, uma combinação perfeita. Na hora que a informação chega no campo, não tem erro.”

Galinari destaca que a Coamo terá uma Fazenda Experimental no Mato Grosso do Sul. “Com a expansão territorial da cooperativa, precisamos continuar atendendo com excelência todos os cooperados, em toda a área de ação. Por isso, teremos mais essa estação experimental.”

O diretor de Suprimentos e Assistência Técnica, Aquiles de Oliveira Dias, recorda que há 48 anos a Fazenda Experimental da Coamo vem na vanguarda da pesquisa no país. “Temos em nosso DNA a difusão de tecnologia para os nossos cooperados. Foi isso que transformou a agricultura na área de ação da cooperativa. A Coamo tem essa filosofia desde o início, pois com apenas cinco anos de fundação, começou o trabalho de pesquisa em nosso próprio laboratório a céu aberto. Na Fazenda Experimental testamos produtos e tecnologias para repassar aos nossos cooperados. Estamos voltando com muita alegria ao evento presencial que há anos tem cumprido esse importante papel”, assinala.

Para o gerente Técnico da Coamo, Marcelo Sumiya, essa edição surpreendeu. “A adesão dos cooperados foi além da nossa expectativa. Eles demonstraram muito interesse pelo que nós programamos. Nossa equipe estudou e se dedicou bastante e ver esse retorno é gratificante. Além disso, contamos o apoio de muitos pesquisadores.”

De acordo com Sumiya, é fundamental a participação do cooperado nos encontros. “A constância do estudo permite que o associado esteja sempre atualizado, pois um assunto está relacionado ao outro. Assim, conseguimos realizar eventos integrando o sistema de produção e de uma forma muito técnica, como uma engrenagem. As culturas de verão impactam nas de inverno e vice-versa.”

O encontro dura uma semana, mas demanda de uma preparação de meses. Tudo para que o cooperado tenha o melhor conteúdo e experiência durante o dia que passa na Fazenda Experimental. “São muitos técnicos reunidos, inclusive das unidades, para determinar o conteúdo que será exibido no evento. Após esse período sem realizar o evento presencial, tivemos a certeza de que fomos assertivos na escolha dos temas. A casa estava cheia e os dias foram proveitosos”, afirma o coordenador da Fazenda Experimental, João Carlos Bonani.

Um trabalho que segundo Bonani, só faz sentindo se o cooperado aprovar. “Cada edição traz um novo desafio. Terminamos um encontro e já começamos a planejar os próximos. É um evento que além de tudo tem conexão com as instituições de pesquisa, com um formato sempre atual e de acordo com a realidade que está no campo, nada fora da realidade.”  

José Aroldo Gallassini participou todos os dias do encontro


Temas Apresentados 

  • Manejo integrado de nematoides no sistema de produção
  • Estratégias para o manejo de doenças na cultura da soja
  • Influência das formulações de glifosatos no controle de plantas daninhas
  • Impacto das novas bioctecnologias nos sistemas agrícolas
  • Manejo nutricional na cultura do milho segunda safra
  • Pulverização agrícola (tratorizado/drone): como tornar a operação mais eficiente
  • Complexo de enfezamentos e viroses na cultura do milho
  • Uso de insumos biológicos no cultivo da soja e milho
  • Herbicidas pré-emergentes como ferramentas no manejo de plantas daninhas
  • Plantabilidade: uma boa colheita começa pelo bom plantio
Informação é missão do cooperativismo

O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, também esteve no Encontro de Verão. Um trabalho que, na visão do dirigente, é de excelência. “Esse é um papel educativo da cooperativa. O fato de ter teoria e prática, coloca os participantes um passo à frente. É um dia de campo de alto nível. Os pesquisadores que estão aqui conseguem traduzir o conhecimento para o produtor rural, que já aproveita para levar suas demandas para os pesquisadores.”

Ricken ainda ressalta que essa é a essência do cooperativismo, levar conhecimento e capacitar os cooperados. “A cooperativa tem várias missões importantes. Uma destas, é criar oportunidades para o produtor rural, pois é daí que ele vai ter incremento na sua renda e uma condição de vida melhor, sem precisar depender de ninguém. Se ele tiver uma orientação técnica bem fundamentada e com profissionais capacitados, terá segurança para produzir melhor”, considera.

OLa

José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar

Alexandre Lima Nepomuceno, chefe geral da Embrapa Soja

Jorge Lemainski, chefe Geral da Embrapa Trigo

Décadas de parceria

 A Embrapa é uma parceria antiga da Coamo, com centenas de ensaios realizados no campo experimental da cooperativa. Alexandre Lima Nepomuceno, chefe geral da Embrapa Soja, explica que o Brasil virou uma potência na produção de alimentos devido ao acesso às tecnologias. “A Embrapa completa 50 anos e a Coamo 53. Desde o início fomos parceiros, em especial, na Fazenda Experimental, onde a Embrapa traz as técnicas mais recentes para dividir com os técnicos e cooperados.”

Ele lembra de tecnologias, como o manejo do solo, o manejo integrado de pragas, as variedades adaptadas para cada região, e uma série de outras tecnologias inovadoras que estão vindo e os produtores devem estar preparados para as novidades. “Vivemos na era digital. A agricultura está cheia de algoritmos, softwares e drones. Qual é a melhor ferramenta para o produtor rural? Estamos aqui para ajudá-lo a tomar essas decisões e ver o que realmente é importante”, afirma Nepomuceno.

Quem também valoriza essa parceria é o chefe Geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski. Ele lembra que a Coamo soube aproveitar as oportunidades e apesar das dificuldades existentes na época, transformou a situação em uma oportunidade. “A Coamo soube trabalhar o ambiente brasileiro, as terras do Brasil, em especial do Paraná, lá na década de 70, criando uma sociedade de pessoas pujantes que conseguem gerar renda e bem-estar.”

Ele acrescenta que a Embrapa se sente honrada em ser parte desta agenda e estar integrada com essas soluções tecnológicas. “A Coamo se distingue, é um exemplo de como os humanos, usando a inteligência, podem converter as dificuldades, dando significado à existência, gerando bem-estar nas famílias, comunidades, no estado e no país.” 

ADEMIR LUIZ MALTAURO

São Pedro do Iguaçu (PR)

A importância de participar do encontro de cooperados na Fazenda Experimental da Coamo é imensa, pois é possível conhecer as novidades e aplicá-las na propriedade. Com o apoio da assistência técnica da Coamo, é possível melhorar o trabalho no campo e garantir um desenvolvimento saudável das lavouras.  

ANTÔNIO CARLOS MARTIOLI

São João do Ivaí (PR)

Sou cooperado há 35 anos e sempre participo dos eventos promovidos pela Coamo. Nesses encontros, busco aprimoramento para a atividade agrícola. São informações importantes que fazem diferença na propriedade e ajudam a tomar decisões e planejar as próximas safras de forma mais eficiente.  

Manejo integrado de nematoides no sistema de produção

 APRESENTADORES DA COAMO

Lucas Gouvea V. Esperandino (Campo Mourão), Odair Johans (Caarapó), Mayckon Roberto Pedreira (Cruzmaltina), Rogério Birelo Tibério (Moreira Sales), Ari Junior Peruzzo Rissi (Palmas), Fabrício Gastoni Raizer Charneski (Brasilândia do Sul), Andressa Rupolo (Maracaju), Leandro dos Santos Rosa (Tupãssi) e Edenei Swartz (Campo Mourão)  

 Os nematoides são vermes microscópicos e abundantes em solos, água doce e salgada, muitas vezes como parasitas de animais, insetos e plantas. Na região da Coamo, as culturas de milho e soja são afetadas principalmente pelo nematoide das lesões radiculares (Pratylenchus brachyurus) e pelo nematoide das galhas, que possui duas espécies importantes: Meloidogyne incognita e M. javanica. Além disso, outros dois nematoides são importantes nestas culturas: o Helicotylenchus dihystera e o Rotylenchulus reniformis.

De acordo com o coordenador de Suporte Técnico da Coamo, Lucas Gouvea Vilela Esperandino, o principal dano que os nematoides de solo causam nas culturas é no sistema radicular, local por onde ocorre a absorção de água e nutrientes pelas plantas. “Essa melhor absorção, proporciona plantas mais vigorosas, refletindo em ganhos de rendimento. Quando esse sistema radicular sofre os ataques desses nematoides, afeta diretamente a absorção de água e nutrientes, acarretando perdas de produtividade das culturas. Desta forma teremos plantas de portes reduzidos, menor área foliar e sistema radicular. O ataque desses nematoides também propicia a entrada de fungos oportunistas, prejudicando o desenvolvimento da cultura e potencial produtivo.”

O controle dos nematoides é complexo porque não existe uma estratégia única, e sim o manejo integrado. São diversas práticas que auxiliam como, por exemplo, rotação de cultura que ajuda a baixar a população de nematoides. Outras ferramentas incluem tratamento com produtos químicos ou biológicos, utilização de cultivares resistentes e fazer correção de solo, considerando os aspectos físicos, químicos e biológicos. “Essas são as principais estratégias dentro de um conjunto de manejos que, aliados, contribuirão para a menor população ou redução dos nematoides nas áreas.”

A área de plantio evoluiu e junto com isso os problemas com nematoides também cresceram. A soja e o milho são culturas que multiplicam os nematoides, por isso é importante o manejo integrado para não comprometer a produtividade.

A professora e pesquisadora Cláudia Regina Dias Arieira, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), afirma que os produtores que fazem um bom manejo de sistema agrícola, ou seja, colocam plantas de cobertura esporadicamente ou frequentemente na sua área e utilizam manejo químico e biológico na proteção da planta, têm um resultado melhor no controle de nematoides. “Trabalhamos com o manejo integrado de nematoides, que tem como base o controle genético, cultural, químico e biológico. Preconizamos que o produtor use no mínimo, duas destas quatro estratégias”, diz. Na cultura da soja, estima-se um prejuízo ocasionado por nematoides acima de R$ 27 bilhões todos os anos.

Na agricultura como um todo, esse valor passa de R$ 60 bilhões todos os anos. Para a professora, o prejuízo pode estar além disso, porque muitas áreas não têm sintoma nítido. “O produtor não computa o montante no prejuízo, só que perde para nematoides, ou seja, baixa produtividade do talhão”, frisa.

Cláudia Regina Dias Arieira, da Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Os nematoides estão em todos os tipos de solo, argiloso ou arenoso, mas nas áreas de solo arenoso, a soja está sob um estresse maior, então tem menor quantidade de nutrientes, teor de matéria orgânica baixo, CTC baixa, pH irregular ou alta saturação por alumínio. Essas características químicas e físicas do solo não favorecem os nematoides, mas prejudicam a soja. “No solo arenoso tem uma drenagem de água muito rápida. Se o solo não encharca, é bom para o nematoide. Então, muitas vezes a população de nematoides é igual no solo, com matéria orgânica e sem matéria orgânica, em um solo mais estruturado e menos estruturado. Só que a soja sente muito mais”, conclui a pesquisadora.  

ANTONIO LOURES GUERRA

Cruzmaltina (PR)

Foi um dia de muito aprendizado. Chamou mais atenção a estação sobre tecnologia de aplicação. Fiquei surpreso com as novidades. Saí do encontro com várias ideias para implementar na propriedade, com o objetivo de melhorar ainda mais o trabalho. Sei que estou no caminho certo e quero melhorar ainda a performance na atividade agrícola.  

SANDRA REGINA VIEIRA DA SILVA

Pitanga (PR)

Costumo participar dos encontros técnicos da Coamo, pois oferecem oportunidade única de aprendizado. Gostei da estação sobre tecnologias de aplicação. É um assunto que está sempre inovando para melhorar a eficiência na utilização de defensivos agrícolas. São informações úteis que podem ser colocadas em prática na propriedade.  

Estratégias para o manejo de doenças na cultura da soja

 APRESENTADORES DA COAMO

Conrado Vitor M. S. Zanuto (Iretama), Giolvar Rombaldi (Abelardo Luz), Maira Tiaki Higuchi (Pitanga), Ezequiel Segatto (Coronel Vivida), Marcelo Soares da Silva (Mamborê), Roberto Bueno da Silva (Campo Mourão), Eugenio Mateus S. P. Junior (Roncador), Marcelo Antonio Brocco (Cândido de Abreu) e Vinicios Pittner (Dez de Maio)

A soja é uma das principais culturas do sistema agrícola, produzida em larga escala em várias regiões do Brasil. No entanto, a produção pode ser afetada por uma série de doenças, incluindo a ferrugem asiática, altamente contagiosa e que pode causar perdas significativas na produção.

As principais estratégias para o manejo de doenças na cultura da soja incluem o uso de fungicidas, construção de uma base saudável, por meio de boa nutrição, escolha de materiais e época de plantio adequada. “São ferramentas que contribuem para uma boa sanidade da lavoura”, explica o engenheiro agrônomo Conrado Vitor Zanuto, da Coamo em Iretama (Centro-Oeste do Paraná).

De acordo com ele, o monitoramento regular da cultura e o diagnóstico preciso da doença é crucial para o manejo bem-sucedido. Ele ressalta que a assistência técnica da Coamo está preparada para fornecer informações e treinamentos para os cooperados. “O objetivo é ajudar os produtores a aumentar sua rentabilidade na lavoura”, frisa.

Cláudia Vieira Godoy, pesquisadora da Embrapa Soja, afirma que o manejo eficiente das doenças da soja é fundamental para garantir uma produção saudável e rentável. Ela explica que existem várias estratégias. “Muitas vezes, o produtor só pensa em usar fungicida, mas o manejo começa desde a escolha da cultivar. Além de tudo, respeitar o vazio sanitário e escolher a época correta de plantio é importante para escapar da ferrugem.”  

Cláudia Vieira Godoy, da Embrapa Soja

Rafael Moreira Soares, da Embrapa Soja

 Nesta safra de verão, a ferrugem da soja tem se comportado bem para os cooperados que plantaram cedo. “Entretanto, houve aumento de relatos de ferrugem em janeiro, principalmente nas áreas com plantio tardio, após o cultivo de trigo e feijão, onde o inóculo da ferrugem aumenta e o manejo se torna mais difícil. Porém, até o momento, não houve prejuízos significativos, pois o manejo tem sido eficiente. Além disso, outras doenças, como oídio, mofo branco e míldio, também têm sido controladas eficientemente”, ressalta.

Ela reforça que quando a doença já está instalada, a única opção é o uso de fungicida. Para o plantio mais tardio, a recomendação é usar cultivares resistentes à ferrugem e associar com o uso de fungicida para facilitar o manejo da doença. “Tem ainda a rotação de culturas e outros fatores que podem interferir no manejo da doença. É muito importante que o produtor faça a escolha correta, para que possa ter um manejo eficiente e garanta uma boa produção.”

Rafael Moreira Soares, pesquisador da Embrapa Soja, diz que a safra atual tem sido favorável, com boas produtividades graças às chuvas na maioria dos locais. No entanto, a situação também é propícia para o aumento da ocorrência de doenças, especialmente a ferrugem. O agricultor deve estar atento ao controle da doença para evitar prejuízos. “Embora tenha havido uma tendência de relaxamento nos últimos anos devido à falta de chuva, o manejo correto é importante”, diz.

Ele lembra que a ferrugem é a doença mais agressiva, podendo causar perdas de até 80%, se não for controlada adequadamente. “Outras doenças também podem causar prejuízos, como o mofo branco e a mancha alvo. Em geral, as doenças podem causar perdas de cerca de 30% do potencial de produção. É importante que o agricultor tenha acesso a boa informação e utilize as melhores ferramentas de controle”, reitera. 

FRANCISCO ALVES PEREIRA

Iretama (PR)

Participar do encontro e receber conhecimento é fundamental. Podemos aplicar essas informações em nossas propriedades, o que resulta em um aumento na produtividade e uma diferença significativa na área. As informações são recebidas diretamente da fonte, com pesquisadores e profissionais da área técnica da Coamo.  

RICARDO MAGNABOSCO

Coronel Vivida (PR)

Agradeço a oportunidade de participar e receber conhecimento não somente de empresas, técnicos da Coamo, pesquisadores, mas também de outros cooperados. É uma excelente ferramenta de difusão de tecnologia e aprimoramento das ações na propriedade. Considero isso muito importante para continuarmos melhorando o sistema de produção.

Influência das formulações de glifosatos no controle de plantas daninhas

APRESENTADORES DA COAMO

Leonardo Alexandre Pereira (Goioerê), José Eduardo Frandsen Filho (Maracaju), Gabriel Juliano Oening (Campo Mourão), Mateus Gonçalves (Laguna Carapã), Juliano Seganfredo (Engenheiro Beltrão), Fernando Daniel Negrini (Boa Ventura de São Roque), Leonardo Zabot Anderle (Brasilândia do Sul) e Eric Ken Iti Kikuchi (Juranda)

 O glifosato é um herbicida amplamente utilizado para o controle de plantas daninhas. A composição da formulação de um glifosato é constituída por água, ingredientes ativos e surfactantes, que podem afetar a absorção, distribuição e eficácia do glifosato na planta. Algumas formulações podem ser mais eficazes em determinadas condições climáticas e tipos de plantas daninhas, enquanto outras podem ser menos eficazes. É importante entender como as diferentes formulações de glifosato afetam o controle de plantas daninhas para garantir a seleção adequada do produto e a eficiência no controle. 

GABRIEL HENRIQUE FONINI

Xanxerê (SC)

Foi uma boa experiência conhecer a Fazenda Experimental e todos os manejos realizados. Isso ajuda a sair na frente e ter mais eficiência no campo. Sempre participo dos dias de campo no entreposto e das palestras durante o ano, pois a troca de informações traz resultados e nos mantém atualizados para implementar as novidades.  

GABRIELA SOMAVILLA

Dourados (MS)

Vale a pena participar do encontro, pois ajudará nas atividades agrícolas na propriedade. A Fazenda Experimental oferece muito conhecimento, mostrando como os experimentos podem ser aplicados na realidade, mesmo em um Estado com características diferentes, como o Mato Grosso do Sul. Retorno para casa com bastante informação útil.  

Fernando Adegas, da Embrapa Soja

Existem muitas diferenças nas formulações dos produtos de glifosato, o que pode influenciar o desempenho no controle de plantas daninhas. Uma das principais diferenças é o tipo de sal utilizado. Além disso, a concentração do produto é importante. Outro fator que pode impactar a eficiência do glifosato é a presença de surfactantes, que ajudam em condições de estresse hídrico e aumentam a eficiência.

Conforme o engenheiro agrônomo Leonardo Alexandre Pereira, da Coamo em Goioerê (Centro-Oeste do Paraná), a tecnologia do produto também pode ser determinante na escolha. “Produtos com tecnologia mais avançada costumam ser mais caros, mas entregam melhores resultados e são mais adaptáveis à adversidades, como chuvas ou estresse hídrico”, frisa.

Ele revela que nos últimos anos, houve uma alta nos preços dos produtos de glifosato, o que levou muitos produtores a procurarem produtos de menor custo, mas também com menos tecnologia. “Isso pode levar a uma diferença entre a expectativa e a realidade do uso. Produtos mais caros, porém, com melhor tecnologia, tem um melhor custo-benefício a longo prazo. Por isso, é importante que os cooperados tenham informações sobre as diferentes formulações e tecnologias disponíveis, para que possam tomar decisões sobre o melhor produto”, explica.

O pesquisador da Embrapa Soja, Fernando Adegas, recorda que o glifosato é um herbicida importante para os agricultores, mas que deve ser usado corretamente. “Há vários produtos comerciais com diferentes formulações. A ideia foi mostrar as diferenças entre essas formulações para que os agricultores possam fazer as escolhas para a sua propriedade”, diz.

Adegas observa que no encontro foram discutidas novas tecnologias relacionadas às plantas daninhas, como biotecnologia transgênica e herbicidas pré- -emergentes. “É importante conhecer as características de cada tecnologia e tomar precauções para ter a melhor utilização. Novos produtos continuam surgindo e a resistência aos produtos também é uma preocupação. Os cooperados devem se atualizar sobre as novas tecnologias e estar cientes das possíveis resistências aos produtos”, considera.

O glifosato é um herbicida amplamente utilizado para controlar plantas daninhas. Sua eficácia é baseada na sua capacidade de inibir a síntese de aminoácidos essenciais para o crescimento de plantas, o que resulta em sua morte. No entanto, o uso excessivo e prolongado do glifosato pode levar ao surgimento de plantas daninhas resistentes a este herbicida, prejudicando a eficácia no controle de plantas daninhas. Portanto, é importante utilizar formulações de glifosato de maneira responsável e combiná-las com outras estratégias de controle de plantas daninhas, como o manejo integrado de pragas, para garantir seu efeito máximo e minimizar riscos.  

Impacto das novas bioctecnologias no sistema agrícola

APRESENTADORES DA COAMO

Itamar Lenadro Suss (Campo Mourão), Wagner Henrique de Borba Bini (Amambai), Carlos Alberto Della Riva (São Pedro do Iguaçu), Lucas Ricardo Vanzzo (Campo Mourão), Diego Rodrigo G. Padilha (Ipuaçu), Macksuel Vinicius Coneglian (Janiópolis), Glauco Masunaga Ferreira (Quinta do Sol), Carlos Magno Brandalise (Dois Irmãos) e Antonio Carlos de Oliveira (São João do Ivaí)  

Novas biotecnologias estão revolucionando a agricultura, oferecendo soluções mais eficientes e sustentáveis para os desafios enfrentados pelos sistemas agrícolas. A utilização de técnicas avançadas de biotecnologia, como a edição genética, estão permitindo a criação de plantas mais resistentes a pragas e doenças, reduzindo a necessidade de produtos químicos.

A biotecnologia também está permitindo a produção de cultivos resistentes a mudanças climáticas. De forma geral, as novas biotecnologias oferecem oportunidades para melhorar a eficiência e a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, mas é importante abordá-las com cuidado.

Itamar Leandro Suss, analista de Suporte Técnico da Coamo (Centro-Oeste do Paraná), diz que as novas biotecnologias na cultura da soja trazem vários benefícios para o sistema produtivo, complementando as tecnologias já existentes como a soja RR, a Intacta RR2 PRO e, na atual safra, sendo inseridas a Intacta2 Xtend e soja Enlist. “São ferramentas que melhoram o controle de plantas daninhas e lagartas, agregando produtividade”, frisa.

Contudo, de acordo com ele, os agricultores precisam ter atenção em utilizar a tecnologia adequada para evitar problemas. “Os produtores não devem inverter ou confundir as biotecnologias no momento da aplicação dos herbicidas. É importante respeitar as recomendações e utilizar pontas adequadas de aplicação para evitar deriva e produzir gotas extremamente grossas. Também é fundamental respeitar as bordaduras entre as biotecnologias, para que não haja deriva para áreas vizinhas. Além disso, é importante manter o tanque limpo antes de fazer aplicações, e estar sempre atento ao planejamento para evitar problemas com plantas tigueras, que devem ser eliminadas, principalmente, por causa do vazio sanitário”, comenta.

Rubem Silvério de Oliveira Junior, da Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Robinson Osipe, da Universidade Estadual do Norte do Paraná

O professor Robinson Osipe, da Universidade Estadual do Norte do Paraná, recorda que no encontro foram apresentadas pesquisas sobre novos produtos que podem ajudar os agricultores a controlar as plantas daninhas resistentes aos herbicidas tradicionais.

“A equipe da Coamo está preparada para atender aos agricultores, explicando quais os cuidados que precisam ter ao usar os novos materiais. Foram apresentadas ferramentas atuais para controlar plantas voluntárias em culturas de inverno e verão. Na estação de herbicidas em pré-emergência, demonstramos ferramentas antigas e novas, com mecanismos de ação diferentes, para diminuir o avanço da resistência. É importante destacar para os cooperados que alternar as formulações de herbicidas e os mecanismos de ação é uma forma de reduzir o aumento da resistência”, reitera.

Ele reforça que as plantas daninhas são aquelas que competem com a cultura como, por exemplo, o capim amargoso, a buva e o capim-pé- -de-galinha. Contudo, se tem milho nascendo no meio da soja ou a soja nascendo no meio do milho, também podem ser consideradas plantas daninhas. “Essa é uma das preocupações atuais, já que os materiais podem ser resistentes aos produtos de controle”, frisa

O professor Rubem Silvério de Oliveira Junior, da área de manejo de plantas daninhas da Universidade Estadual de Maringá (UEM), destaca que as tecnologias trazem soluções para os agricultores, mas também requerem cuidados adicionais na aplicação para evitar deriva e proteger as culturas vizinhas. “A escolha do melhor produto depende das necessidades e do cenário de cada produtor”, orienta.

Segundo ele, na safra de verão de 2022/23, além dos desafios habituais, houve um crescimento significativo de plantas daninhas como o capim-pé- -de-galinha e o caruru, que agora têm resistência aos principais herbicidas. “É importante estar atento a essas questões para garantir a produtividade da lavoura”, destaca.

Segundo ele, cada vez mais, é necessário ter um bom planejamento para obter uma boa safra. “O sistema de manejo de plantas daninhas deve incluir diferentes práticas, como o uso de pré-emergentes e pós-emergentes, para não depender apenas de um produto. O trabalho no campo deve ser alinhado com a assistência técnica, para que as decisões sejam as mais eficientes possíveis.”  

Manejo nutricional na cultura do milho segunda safra

APRESENTADORES DA COAMO

José Petruise Ferreira Junior (Campo Mourão), Paulo Nedes de Souza Peres (Manoel Ribas), Marcelo Santana (Pitanga), Wilson Aparecido Juliani (Guarapuava), Danilo Rodrigues Alves (Roncador), José Felipe dos Santos Duarte (Aral Moreira), Marcelo Cordeiro de Abreu (Dourados), Alex Antonio Ribeiro (Vista Alegre) e Marcelo Henrique Daneluz (Cantagalo)

O milho segunda safra surgiu no Paraná, por volta de 1978, de uma necessidade de alguns avicultores e suinocultores em ter uma produção extra de milho. O cultivo da segunda safra de milho vem ganhando espaço a cada ano, com plantas mais produtivas. Na safra 1992/1993, a área no Brasil de milho segunda safra foi de aproximadamente 1,3 milhão hectares, enquanto o verão era cultivado em aproximadamente 11 milhões de hectares. Na safra 2011/2012, houve uma equiparação dessas áreas. Hoje, o milho segunda safra é cultivado em aproximadamente 16 milhões de hectares. Já o de verão, em cerca de quatro milhões.

A cultura não cresceu somente em área cultivada. Houve uma evolução na produtividade, conquistada graças à adoção de tecnologias e à melhoria do ambiente de produção. De acordo com o engenheiro agrônomo José Petruise Ferreira Júnior, da Coamo em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), isso foi possível graças a pesquisa e muito trabalho de instituições públicas e privadas que desenvolveram essas tecnologias e, juntamente com a assistência Técnica da Coamo, pôde chegar aos cooperados, propiciando um melhor ambiente de produção.  

Tadeu Takeyoshi Inoue, da Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Marcelo Augusto Batista, da Universidade Estadual de Maringá (UEM)

Petruise cita que três fatores interferem diretamente na produtividade: abióticos (temperatura, água e luminosidade), bióticos (pragas, doenças e plantas daninhas) e falta de equilíbrio dentro do sistema de produção. “A falta de equilíbrio nos fatores físicos e biológicos, ou químico e nutricional, impedirá que a cultura expresse da melhor forma possível o seu potencial produtivo.”

Para isso, são necessários alguns macros e micronutrientes. Os macronutrientes são requeridos em quilogramas por tonelada produzida e os micronutrientes em gramas. Então os macronutrientes são o nitrogênio, o fósforo, o potássio, o cálcio, o magnésio e o enxofre. Os micronutrientes são o boro, cloro, o cobre, o ferro, o manganês, o molibdênio, o níquel e o zinco. Para ser considerado um nutriente essencial, é preciso que atenda alguns critérios: participar do metabolismo da planta e de processos metabólicos, e que na ausência desse nutriente, a planta não consiga substituir por outro e completar o seu ciclo.

Marcelo Augusto Batista, professor e pesquisador da Universidade Estadual de Maringá (UEM), diz que a presença em quantidade adequada dos macros e micronutrientes proporciona uma nutrição equilibrada e adequada para que o milho expresse o seu máximo potencial genético. “Em nosso experimento estamos com milho semeado em períodos e adubações diferentes. Em uma parte, não foi aplicado fertilizante, em outra foi utilizada somente ureia durante a semeadura. Em outra, uma adubação de base usando fertilizantes que contém NPK, mais micronutrientes, e numa quarta parcela, temos adubação com NPK mais micro e, também, com a cobertura de nitrogênio. Fica visualmente evidente que as plantas com uso adequado de fertilizantes estão com uma resposta mais interessante, ou seja, proporcionando o ambiente nutricional para que expresse o máximo potencial produtivo do milho”, afirma.

O professor e pesquisador Tadeu Takeyoshi Inoue, também da UEM, afirma que o solo é um fator importante para o aumento da produtividade. “Fornecendo os nutrientes para a planta, ela vai expressar o seu potencial. Quando falamos de manejo de solo, devemos pensar na parte química, começar com uma calagem, gessagem, se for necessário, a partir da análise do solo, para depois pensarmos nos nutrientes como um todo, numa adubação de base.”

A produtividade final da cultura não depende somente da parte nutricional, que é apenas um fator de produção. É importante ter um sistema integrado. Para Tadeu, é necessário trabalhar muito bem o material genético mais adaptado às condições climáticas da região, um manejo fitossanitário com uma boa tecnologia de aplicação e atuar da melhor maneira no manejo nutricional da fertilidade do solo.

Pulverização agrícola: como tornar a operação mais eficiente

APRESENTADORES DA COAMO

Fabrício Bueno Corrêa ( Campo Mourão), Fabio da Cruz (Candói), Sandro Rodrigo Klein (Faxinal), Felipe Augusto Bosqui (Manoel Ribas), Victor Hugo M. C. de Moura (Engenheiro Beltrão), Diego Rodrigo Niedermeyer (Marilândia do Sul), Rafel Alfredo Heberle (Mangueirinha), Douglas Sala de Faria (Toledo) e Bruno Cesar dos Santos (Guarapuava)

A tecnologia da aplicação de defensivos agrícolas é um fator muito importante para o sucesso da lavoura. Fabrício Bueno Corrêa, coordenador de Inovação e Tecnologia Agropecuária da Coamo, afirma que, independentemente da cultura, o produtor precisa ter muita atenção para realizar a aplicação. “O cooperado precisa atingir o alvo na quantidade do ativo necessário, com o máximo de economia possível e o menor impacto ambiental. Conseguindo realizar esses aspectos, está praticando a técnica de aplicação, diferente de pulverização, que é simplesmente o ato de pegar água, quebrar em gotas e pulverizar.”

Para realizar uma boa aplicação, são necessários vários aspectos, principalmente as condições ambientais, como a umidade adequada, temperatura e vento. Além disso, é de grande importância observar os aspectos operacionais do equipamento, em relação a calibragem, se estão bem regulados, com as pontas adequadas, os filtros limpos, entre outros. “É necessário sempre levar em consideração o ambiente. As questões de cuidados com deriva, se há uma cultura sensível próxima ou se a plantação é próxima da área urbana”, reitera.

O estágio que a cultura está também faz a diferença na hora da aplicação. Se o cooperado fará uma dessecação, uma aplicação de fungicida, uma cultura mais aberta ou mais fechada, são pontos consideráveis para tomar as melhores decisões. A escolha do equipamento, da vazão, da calda, da ponta e o tipo de gota que será produzido, são aspectos que influenciam diretamente em ter uma boa aplicação.

Na estação, foram abordadas também as novidades em tecnologia da aplicação. Uma das ferramentas foi a utilização de drones para pulverização. “A Coamo realizou alguns trabalhos para entender um pouco melhor os resultados que os drones entregam quando comparados com equipamentos tradicionais, que pode ser um autopropelido ou um pulverizador de arrasto.” O tema foi apresentado aos cooperados no encontro, por meio de dados de trabalhos conduzidos na Fazenda Experimental e desenvolvidos juntamente com outras instituições.

Segundo Correa, é importante ter alguns cuidados específicos quando utilizar o drone como ferramenta de aplicação. “O drone trabalha com uma vazão muito menor que o trator (dez litros por hectare do drone e um trator acima de 100 litros). Outro aspecto importante é que o drone trabalha com uma altura acima do dossel da planta quando você pulveriza, e normalmente são gotas finas, ou seja, ocorre um potencial de deriva muito maior. Ele produz uma taxa de cobertura menor. Então, as condições que o drone propicia para ter uma boa aplicação, são mais desafiadoras quando comparado a um equipamento tradicional.” Segundo o agrônomo, os riscos envolvidos na aplicação com o drone são muito maiores, ou seja, as condições ambientais têm que estar muito mais adequadas, assim como as fases da cultura.

Complexo de enfezamentos e viroses na cultura do milho

APRESENTADORES DA COAMO

Daniel Scremin Carneiro (Campo Mourão), Bruno Lopes Paes (Campo Mourão), Luiz Eduardo de Oliveira (Boa Esperança), Jefferson W. Volpatto Jede (Nova Santa Rosa), Jean Roger da Silva Frez (Barbosa Ferraz), Alfeu Luiz Fachim (Bragantina), Ulysses M. Rocha Netto (Fênix), Waltemberg Machado de Lima (Peabiru), José Juracy S. Nobre Neto (Caarapó) e Claudinei Batista do Prado (Campo Mourão)

 Completamente adaptada as condições de clima tropical do Brasil, a cigarrinha do milho tem sido um dos principais problemas dessa cultura, e desde 2017, quando surgiu nas primeiras lavouras paranaenses, tornou-se um desafio para pesquisadores, técnicos e produtores. A prevenção e manejo da praga, considerado o principal vetor que causa o complexo de enfezamento da cultura, foi tema em uma das dez estações do Encontro de Verão na Fazenda Experimental. O engenheiro agrônomo Daniel Scremin de Carneiro, da Coamo em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), destaca que a incidência da praga vem aumentando na cultura, dificultando as medidas de controle. “O período de contaminação, onde os danos são maiores, vem desde a emergência da planta, até os estágios de V8 e V9 com a presença da cigarrinha fazendo o processo de contaminação. Contudo, o dano só é possível de observar quando o milho começa a pendoar”, alerta.  

Os cooperados foram orientados da necessidade de manejar as chamadas plantas tigueras, que servem de alimentação e abrigo para a praga continuar se reproduzindo. “Por isso é extremamente importante eliminar todo o milho que sobra em meio a cultura da soja, para que não se torne um problema ainda maior quando da instalação da lavoura de segunda safra”, observa Carneiro. Ele informa ainda que não existe uma fórmula exata para o controle da cigarrinha. “Apenas um conjunto de práticas pode contribuir neste controle, como a utilização de híbridos com mais tolerância e um bom tratamento de sementes. Também é prudente fazer uma boa adubação e aplicação no momento correto, sempre rotacionando o princípio ativo dos produtos, e ainda fazer uso de produtos biológicos, que vão auxiliar neste manejo, dente outros”, explica.  

Uso de insumos biológicos no cultivo da soja e milho

APRESENTADORES DA COAMO

Edson Carlos dos Santos (Campo Mourão), Elias Roveda (Quarto Centenário), Henrique Cortellini (Bragantina), Djonathan Willian de Moura (São Domingos), André Felipe Petry (Goioxim), Diego Mario Boiani (Xanxerê), Bruna Ricini Martins (Mangueirinha), Allan Silvestre Costa (Ivailândia) e Enrique Gabriel G. Gonçalves (Sidrolândia)

 De origem animal, vegetal ou microbiana, os produtos e soluções biológicas estão, cada vez mais, presentes na agricultura e pecuária. São insumos que interferem positivamente no desenvolvimento das plantas e estão ganhando destaque, fixando sua importância no agronegócio nacional. Eles resultam da conscientização sobre os novos desafios da agricultura e são utilizados principalmente para o controle de doenças, pragas e indutores de resistência. Cada um, de acordo com Edson Carlos dos Santos, analista de Suporte Técnico da Coamo, tem uma função definida. “Às vezes o mesmo produto tem aplicabilidade diferente. Daí a importância de conhecer bem o produto para saber como utilizá-lo. É isso que mostramos para o nosso cooperado, que ele precisa estar antenado com o departamento técnico, que está bem treinado e capacitado para orientá-lo”, salienta o agrônomo.

Andre Matheus Prando, da Embrapa Soja

Embora pareça novidade, na Coamo a utilização desta ferramenta de controle já é realizada há bastante tempo. “O assunto ganhou mais evidência nos últimos anos. A Coamo utiliza inoculante em soja, por exemplo, desde 1975. Depois disso vieram outros, como a vespinha no controle do pulgão do trigo, em 1981, e a instalação do primeiro laboratório de baculovirus da Coamo, em 1985. A cooperativa produzia o baculovirus e fornecia para os cooperados. Em 2013 iniciamos a utilização de inoculante para milho, trigo e pastagem e outros já utilizados para controle de pragas e doenças”, revela.

Na estação, os técnicos informaram que a ferramenta é eficiente, mas precisa seguir uma série de critérios para que o cooperado tenha a melhor eficiência da tecnologia. “A agricultura está sempre em evolução e as pragas e doenças também. É necessário utilizar todas as ferramentas da forma correta para obter o controle e o melhor manejo, sem prejudicar a longevidade da tecnologia.

O pesquisador Andre Matheus Prando, da Embrapa Soja, explica que os insumos biológicos são substâncias de origem biológica ou natural utilizados para melhorar o desenvolvimento e crescimento de plantas na agricultura. Exemplos incluem feromônios, que são substâncias químicas naturais utilizadas como iscas ou atrativos para insetos, e produtos hormonais produzidos por organismos vivos. Além disso, é possível utilizar organismos vivos como bactérias, vírus, fungos, protozoários e insetos, como nematoides e ácaros. Há vários tipos de insumos biológicos disponíveis.

Ele destaca que os insumos biológicos podem ser inseridos na agricultura de diversas maneiras. “Um exemplo é o bradyrhizobium, que é utilizado como inoculante na cultura da soja desde 1975. Outros exemplos incluem o uso de baculovírus para controlar pulgões em trigo em 1985, e o uso da cotesia flavipes, um parasitoide, para controlar a broca na cultura da cana de açúcar. Além disso, outros insumos biológicos, como húmus, também pode ser usado como controle biológico, com ajuda de predadores, como vespinhas parasitoides”, diz.

De acordo com o pesquisador, o uso de várias ferramentas de manejo, incluindo o controle biológico, é recomendado para o controle de pragas e doenças. “O manejo integrado de pragas e doenças inclui várias ferramentas, melhorando o controle e ajudando a preservar o meio ambiente. O uso apenas de produtos químicos pode levar ao surgimento de resistência, enquanto o uso de controle biológico ajuda a evitar a seleção de resistência”, diz.  

Herbicidas pré-emergentes no manejo de plantas daninhas

APRESENTADORES DA COAMO

André Henrique Silva Mendes (Campo Mourão), Carlos Vinicius Precinotto (Juranda), Elvison Alves da Cruz (Itaporã), Fernando Mauro Soster (Ivaiporã), Roberto Shigueo Takeda (Moreira Sales), Flavio Emilio Pizzigatti (Dourados), Renato Somavila (Mamborê) Everton Luis Revay (Pinhão) e Marlon Barros (Araruna)

Herbicidas pré-emergentes são uma ferramenta eficaz no manejo de plantas daninhas. Funcionam impedindo o desenvolvimento das raízes e brotos das plantas daninhas antes mesmo de sua germinação. Este tipo de herbicida é aplicado no solo antes da semeadura da cultura principal e é capaz de controlar uma ampla gama de espécies de plantas daninhas.

O uso de herbicidas pré-emergentes pode ser uma alternativa mais eficiente em comparação com o controle manual ou o uso de herbicidas pós- -emergentes, que só são eficazes após a germinação das plantas daninhas. Além disso, o uso de herbicidas pré-emergentes pode ser uma solução mais econômica para as propriedades rurais, pois permite que as plantas daninhas sejam controladas no início de seu desenvolvimento, evitando que cresçam e façam competição com a cultura principal por recursos, como água e nutrientes.

O engenheiro agrônomo André Henrique Silva Mendes, da Coamo em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), ressalta que o manejo de plantas daninhas não pode ser planejado de forma isolada, seja com aplicações pós-emergentes, dessecação pré-plantio ou pré-emergentes. “Precisamos pensar em um manejo integrado e uma das ferramentas é a adoção de herbicidas pré-emergentes para reduzir a pressão de plantas daninhas na aplicação em pós-emergentes e podendo utilizar uma aplicação a menos. A rotação de culturas é outra prática importante, principalmente, para a formação de palhada que serve como barreira física e ajuda a reduzir a emergência de plantas daninhas”.

Ele ressalta que a cada nova safra, o número de plantas daninhas resistentes aumenta. “Temos casos de plantas com múltipla resistência, como o caso da buva, que é resistente a vários grupos químicos, incluindo o glifosato. Portanto, precisamos rotacionar ingredientes ativos e usar herbicidas pré- -emergentes para melhorar o manejo das plantas daninhas resistentes. Prevenir é sempre melhor do que remediar, especialmente porque há uma escassez de novos mecanismos de ação para o manejo de plantas daninhas.”

Conforme o agrônomo, a escolha do herbicida pré-emergente é importante e deve ser feita em conjunto com a assistência técnica. “Alguns fatores que devem ser considerados incluem: a palhada presente no solo, a cultura anterior, o pH do solo, a umidade, a textura do solo [arenoso ou argiloso], e as plantas daninhas presentes na área. O cooperado conhece as características da sua propriedade e as ações devem ser realizadas de forma integrada para que o manejo seja o mais eficiente possível.”

Uma boa colheita começa pelo plantio

APRESENTADORES DA COAMO Jeferson da Rocha, Fernando Godoy Pinguelo e Emerson Luís Zanutto (Coamo), Luis Fernando Luiz Teixeira, Tomás Pellegrini Baio e Gustavo Henrique Ferreira da Costa Ferreira (Jacto)

 Simplificar o processo de plantio é fundamental para o sucesso das lavouras. Como diz o ditado popular, "uma boa colheita começa por um bom plantio". Pensando nisso, a estação com o tema plantabilidade teve o objetivo de reafirmar a importância de um plantio cuidadoso, independentemente da espécie cultivada. O termo plantabilidade é relativamente novo, mas já está ganhando espaço no campo. “Queremos reforçar a importância do produtor ficar atento a detalhes, que fazem toda diferença na hora do plantio, como a população de sementes correta, profundidade e espaçamento ideal. São práticas que refletem muito no resultado”, afirma o especialista neste assunto, engenheiro agrônomo Tomas Pellegrini Baio, da Jacto, empresa parceira da Coamo.

Ele faz uma analogia entre a manutenção de uma máquina ou implemento com a de um veículo de passeio. “Ambos precisam ter o mesmo tipo de atenção. Se em um veículo normal costumamos trocar óleo e outras peças quando necessário, em uma plantadeira ou outro tipo de implemento não é diferente. Uma máquina de plantio que não faz o trabalho bem-feito, vai causar problema na lavoura. Sendo nova ou usada, precisa estar sempre com uma boa manutenção”, esclarece.

Conforme o especialista, outro aspecto que contribuiu para um bom trabalho é a tecnologia embarcada nas máquinas. “Uma tecnologia bem balanceada ajuda muito, mas é preciso saber como trabalhar com ela. Utilizando tecnologia não trabalhamos mais as cegas, como antigamente”, diz.

Exposição de máquinas, peças e produtos veterinários

Durante o encontro de verão da Coamo, foi realizada uma exposição de máquinas, peças e produtos veterinários, proporcionando aos cooperados a oportunidade de conhecer as novas tecnologias disponíveis e que podem ser implementadas e inseridas no dia a dia, melhorando o trabalho no campo. Essa exposição foi uma ótima oportunidade para a troca de informações e experiências entre os participantes.

A exposição foi realizada com as empresas parceiras da Coamo. Esse trabalho é fundamental para que a cooperativa possa oferecer aos seus cooperados as melhores soluções e tecnologias disponíveis no mercado, contribuindo assim para o aprimoramento do trabalho no campo e o aumento da produtividade.  

Cafu, capitão do penta visita cooperados e diretoria, e diz que o agro é essencial para o país

Cafu com a diretoria e cooperados na Fazenda Experimental da Coamo

 “O agro e o futebol são dois segmentos diferentes, que têm o mesmo objetivo de trabalho em equipe e bons resultados, e levam o Brasil para todas as partes do mundo.” A afirmação é do ex-jogador Cafu (Marcos Evangelista de Morais), o capitão do Brasil no Penta de 2002 disputado no Japão e Coréia do Sul. Ele visitou a Coamo e prestigiou o 35º Encontro de Cooperados na Fazenda Experimental.

O craque trouxe dois títulos mundiais para o Brasil. Ele foi quem mais vezes entrou em campo, com 20 partidas e é considerado o melhor lateral do mundo pela Fifa. Cafu também está na história da seleção com outro feito: ele atuou em três finais seguidas de Copa do Mundo. O lateral-direito ainda é o atleta que mais vezes vestiu a amarelinha com 142 partidas.

Os produtores brasileiros foram valorizados por Cafu. “O agro é muito importante. É formado por gente humilde, simples e muito inteligente, que sabe muito bem o que faz. Sem o agro o Brasil para, e o mundo da bola é parecido com o mundo das colheitas, porque o fruto é de coisas boas e valores importantes. Plantamos e queremos ver bons resultados, e ninguém joga ou colhe sozinho, tem que ter equipe, comprometimento e vontade de ser o melhor.”  

Cafu foi recebido pela diretoria e presenteado com uma bola da Copa Coamo, que é um grande projeto de esporte e lazer
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