RODOLFO CESAR VISONI POLISELI

O cooperativismo não se omite. Ele desempenha um papel ímpar na sociedade, sempre marcado por assumir a liderança mesmo em tempos de crises”. A fala é do médico infectologista, Rodolfo Cesar Visoni Poliseli, presidente da Unimed Campo Mourão gestão 2021/2024. Ele destaca que a Unimed Campo Mourão começou a sua história em 24 de outubro de 1989, e que atualmente conta com mais de 30 mil beneficiários.

O entrevistado lembra que a Unimed Campo Mourão e a Coamo tem uma parceria sólida, em que a transparência e o respeito mútuo foram sempre a tônica da relação, que nasceu em 2002. “O princípio da inter cooperação é latente nessas duas décadas de trabalho, pois olhamos para as reais necessidades de ambas as cooperativas, nos preocupamos com o desenvolvimento sustentável dos nossos negócios." 

Revista Coamo: Qual é a estrutura e missão da Unimed Campo Mourão? Perfil raio-x da cooperativa e da participação dos cooperados. 

Rodolfo Poliseli: A Unimed Campo Mourão é uma cooperativa médica que compõe o Sistema Unimed e que

RC: Em 2024, a Unimed Campo Mourão completa 35 anos. O que representam essas três décadas e meia de atividades? 

Rodolfo: Somos uma cooperativa formada e administrada por médicos, e temos como missão promover o trabalho médico, alinhado aos princípios cooperativistas, que consiste na capacitação dos seus profissionais, o cuidado com a comunidade a qual estamos inseridos, a sustentabilidade econômica e a responsabilidade ambiental. Ou seja, o trabalho da Unimed Campo Mourão contribui para o crescimento da comunidade local, tanto com o fornecimento de saúde de qualidade, mão de obra especializada e qualificada, e no desenvolvimento econômico, uma vez que as receitas geradas circulam aqui na cidade. Ainda, somos referências em nível de mercado e balizadores da qualidade assistencial em saúde suplementar.

RC: O segmento saúde vem crescendo e ocupando lugar de destaque. Qual a importância do cooperativismo de uma forma geral e o segmento saúde para milhares de pessoas? 

Rodolfo: O cooperativismo não se omite. Ele desempenha um papel ímpar na sociedade, sempre marcado por assumir a liderança mesmo em tempos de crises. Um exemplo disso foi o papel da Unimed Campo Mourão durante a pandemia de Covid-19. Trabalhamos incansavelmente para garantir que as pessoas pudessem ter acesso aos tratamentos. E de forma geral, no segmento da saúde, o sistema Unimed, abrange 90% de todo o território nacional com assistência médica, e aqui na região, temos o maior percentual de abrangência de mercado. Dessa forma, contribuímos com demandas que muitas vezes o sistema público não teria todas as condições de suportar.

RC: Nesses anos várias foram as parcerias entre Unimed e Coamo. Como avalia esta forma de integração entre dois ramos do cooperativismo: Agropecuário e Saúde? 

Rodolfo: A Unimed Campo Mourão e a Coamo tem uma parceria muito sólida, em que a transparência e o respeito mútuo foram sempre a tônica dessa nossa relação, que nasceu em 2002. E nesses quase 22 anos de parceria, mostramos que o nosso jeito de cuidar vai além das fronteiras geográficas, pois oferecemos assistência aos cooperados Coamo de norte a sul do país, e essa capilaridade só é possível, porque integramos um sistema de saúde nacional, que preza pela qualidade do serviço prestado. O princípio da intercooperação é latente nessas duas décadas de trabalho com a Coamo, pois olhamos para as reais necessidades de ambas as cooperativas, nos preocupamos com o desenvolvimento sustentável dos nossos negócios, além de contemplar o sonho do Dr. José Aroldo Gallassini, que era levar saúde de qualidade e justa aos seus cooperados e familiares, onde estivessem. Além disso, essa relação intercooperativa também está presente junto à Credicoamo, outra parceira da Unimed Campo Mourão, e isso mostra como somos comprometidos em criar e fortalecer vínculos em prol de todos.

RC: Quais os desafios da Unimed Campo Mourão para os próximos anos? 

Rodolfo: O principal desafio é a verticalização da cooperativa em seus recursos próprios. Aumentar nossas estruturas e expandir os serviços dentro da área de atuação, com atendimento de alta complexidade e maior capacidade de resolução dos casos, esse é o principal desafio que temos. Ainda, temos como objetivo aumentar a quantidade de especialistas e áreas de atuação desses profissionais, para que consigamos alcançar melhores números de mercado. E isso depende do esforço de investimento e de valorização no cooperado, no colaborador e nos credenciados, ou seja, na cooperativa como um todo.

RC: Como observa o cooperativismo desenvolvido pela Coamo e Credicoamo? 

Rodolfo: Ambas as cooperativas são exemplos de governança, estabilidade, capacidade administrativa e sensibilidade com o seu cooperado e com os colaboradores. São referências de sucesso para o sistema cooperativa no Paraná e em todo o Brasil. 

RC: O Senhor acredita que o movimento cooperativista é um bom exemplo para desenvolvimento de comunidades? A comunidade está conhecendo melhor o cooperativismo? A comunicação está chegando à sociedade? 

Rodolfo: Sem dúvidas de que o cooperativismo é um exemplo a ser seguido para o desenvolvimento social. Isso é notório pelas demandas, ações e projetos que abraçamos e tomamos como parte da nossa responsabilidade. A Unimed Campo Mourão tem esse viés de olhar para a comunidade e compreender onde o potencial inovador e de crescimento está presente para ser investido esforços. A exemplo disso, somos parceiros de ações que promovem a o desenvolvimento social de crianças e jovens no caso de algumas categorias esportivas do município, como o Atletismo, além de trabalhar a consciência ambiental, fomentar congressos, eventos entre outras ações. Ou seja, somos presentes na comunidade, e estamos fazendo que conheçam o nosso trabalho para além da operadora de saúde, mas, sim, como uma cooperativa com responsabilidade social.

RC: Dr. Rodolfo, como analisa a situação atual e emergencial com o advento da Dengue em nossa região e país? Foi surpresa a volta da dengue? E quanto a outras, como a Covid, essa situação está controlada ou corremos riscos ainda? 

Rodolfo: Estamos vivenciando um momento delicado em relação à dengue. Os números de casos confirmados e de suspeitas são altos e comprometem o sistema de saúde como um todo, seja na rede pública ou privada. É necessário compreender que a dengue é uma questão de consciência individual, ou seja, as pessoas precisam fazer a sua parte, pois todos sabemos a receita para prevenir a dengue: não deixar água parada, observar possíveis criadouros do mosquito entre outros cuidados. Além disso, a gestão pública é fundamental para o controle da doença. Outro ponto que contribui para o colapso no sistema de saúde atualmente é que, a dengue não veio sozinha, mas os atendimentos nas unidades de saúde vêm associados a casos de Covid, que vem se tornando uma doença endêmica, ou seja, permanente, e por isso é fundamental a vacinação, para que os sintomas não sejam graves. E também temos as enteroviroses, ou seja, doenças típicas do verão, que vem acometendo as pessoas. Portanto, é fundamental que a população esteja atenta às medidas de prevenção.