Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 544 | Março de 2024 | Campo Mourão - Paraná

SEGUNDA SAFRA

Uma nova safra já se desponta

Engenheiro agrônomo, Victor Hugo Matias Cangussu de Moura, e o cooperado Jonathan Henrique Welz Negri, em Engenheiro Beltrão (PR)

Independentemente dos resultados obtidos, a vida no campo é feita de ciclos e após a conclusão da colheita é hora de o agricultor pensar no desenvolvimento de uma nova safra. Com a soja colhida, muitos cooperados direcionam suas atenções para o cultivo do milho, que neste ano teve um plantio mais adiantado devido à antecipação no ciclo da oleaginosa. 

Essa foi a realidade na região do Vale do Ivaí, no Centro-Norte do Paraná, onde a nova cultura começou a ser plantada logo no início do ano. Em Engenheiro Beltrão, o cooperado Jonathan Henrique Welz Negri iniciou o plantio do milho ainda no início de fevereiro. De acordo com o cooperado, a janela para implantação foi antecipada já que o ciclo da soja foi encurtado entre 10 e 15 dias por conta das altas temperaturas e das condições desfavoráveis do clima. 

Na agricultura a gente tem que ser muito rápido para aproveitar as oportunidades. Se por um lado a safra passada não foi como esperávamos, por outro temos que otimizar a janela de plantio o mais rápido possível. A expectativa para essa safra é de uma boa produção, mas vai depender que o clima favoreça para que possamos atingir os ideais que temos de produtividade”, afirma o cooperado.

De acordo com o engenheiro agrônomo, Victor Hugo Matias Cangussu de Moura, da Coamo em Engenheiro Beltrão, o plantio antecipado é positivo, pois apresenta um alto potencial produtivo para a cultura. “Isso favorece o desenvolvimento do milho, porque foge daquele risco maior de geada, que costuma ocorrer entre junho e julho. Além disso, você aumenta o potencial produtivo, porque o milho precisa de horas de calor. Quando é plantado mais cedo, tem mais horas de calor e o desenvolvimento acaba sendo mais eficiente, refletindo diretamente na produtividade”, explica o agrônomo. 

Engenheiros agrônomos, Antonio Carlos de Oliveira, e Luis Gustavo Sawczuk Mazurok, com o cooperado Adriano Pellogia, em São João do Ivaí (PR)

Em São João do Ivaí, o cenário é parecido e a implantação do milho também foi realizada dentro de uma época mais adequada. Depois de enfrentar problemas com a produtividade da soja, o cooperado Adriano Pellogia tem expectativa de resultados melhores com o milho, afirmando que a antecipação do período de plantio possibilitou até mesmo um maior investimento para o desenvolvimento da nova safra. “Isso nos traz mais segurança e tranquilidade. A expectativa para a safra é muito boa”, salienta o cooperado. 

O engenheiro-agrônomo, Luis Gustavo Sawczuk Mazurok, da Coamo em São João do Ivaí, também tem boas perspectivas para a nova safra na região e revela que a área cultivada de milho aumentou na localidade, ganhando um espaço maior devido a essa janela mais adequada para o plantio do cereal. “O plantio na região tem se desenvolvido bem, as chuvas colaboraram com o nascimento e emergência das plantas e a perspectiva de produção na nossa região é muito boa. Até o momento, as lavouras vêm se estabelecendo numa condição ideal, com o produtor fazendo a sua parte no manejo”, complementa o agrônomo.

Os cooperados do Mato Grosso do Sul vivem situação semelhante. Após uma colheita de soja abaixo das expectativas projetadas, os produtores conduzem os esforços para a nova safra de milho, onde são aguardados resultados melhores devido à janela que tiveram para o plantio e uma previsão de clima mais estável. 

Ainda assim, o cenário gera incerteza em alguns cooperados, que reduziram o investimento e a área destinada para o desenvolvimento da nova cultura. Somente no Estado, houve uma redução de 7% na área de ação da Coamo em comparação com a safra passada. Este é o caso do cooperado Ailton Azevedo, que justificou a redução por conta do clima e da baixa nos preços. Em contrapartida, ele ressalta que a produção de milho costuma ser boa na região, com um histórico de safras passadas gerando resultados de 90 a 120 sacas por hectare. 

“Para a safra de milho, a produtividade tem sido melhor e o produtor está confiante de que terá resultados positivos, pois pegou uma janela de plantio melhor e mais adequada. Embora o investimento tenha sido menor, os cooperados da região estão animados, focando em produzir e colher bem”, afirma o engenheiro-agrônomo, Perycles Costa Magalhães, da Coamo em Dourados.

Cooperado, Ailton Azevedo, e engenheiro agrônomo, Perycles Costa Magalhães, da Coamo em Dourados MS)

A relevância da antecipação do plantio fi ca ainda mais evidente quando é comparado o desenvolvimento da safra atual com a do ano passado. Segundo o coordenador de Suporte Técnico da Coamo, Lucas Gouvêa Vilela Esperandino, até o final de fevereiro deste ano, aproximadamente 50% de toda a área de ação da Coamo já estava com a cultura plantada. Em 2023, nesta mesma época, a área plantada era de apenas 10%, o que mostra que os cooperados estão implantando a cultura num período mais adequado. 

Apesar da expectativa de boa produtividade, o coordenador ressalta a importância dos cuidados que devem ser adotados durante o desenvolvimento da cultura, principalmente nos que tangem ao monitoramento e controle de pragas. “Um alerta inicial que podemos fazer para os cooperados é que se atentem à cigarrinha e ao pulgão do milho, vetores que podem causar diversos problemas dentro dessa cultura. Incentivamos o quadro social e o departamento técnico a adotarem as devidas estratégias de manejo para controlar essas situações”. Lucas relembra que o tema inclusive foi apresentado na última edição do Encontro de Verão na Fazenda Experimental de Campo e ainda serve como orientação para o desenvolvimento e sucesso desta nova safra.

Assista a reportagem de vídeo no canal da Coamo no YouTube ou acesse os QR Codes abaixo:

É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados ou citados não exprimem, necessariamente, a opinião do Jornal Coamo.