A história da família Pedroso e Araújo, de Candói (Centro-Sul do Paraná), começou lá em 1955, com o nascimento do primeiro filho de dona Francelina e do senhor Augusto. Depois desse, mais quatorze nasceram, o último em 1982.
O patriarca, Augusto (em memória), herdou 17 alqueires de terra nos arredores da cidade, e com o passar do tempo foi adquirindo um pedaço aqui, outro lá, e em 82 já possuía mais de 40 alqueires. A agricultura naquela época era um tanto difícil, não rendia muito, então alguns membros da família começaram a abandonar a atividade e trabalhar em outros lugares.
Um dos filhos, o Audo, conta que nos anos 90, eles tiveram a oportunidade de arrendar uma terra, fazendo com que a família voltasse a trabalhar com agricultura. Todos unidos, sempre seguindo as regras do pai. “Nos anos 80, nosso pai passou a ser sócio da Coamo, logo que chegou em Candói. Nossa família começou a trabalhar em cooperação. Dos 40 alqueires que tínhamos quando começamos a trabalhar com a cooperativa, temos hoje cerca de 250, entre lavoura e pastagem.”
Dos quinze irmãos, doze estão na lida da lavoura. Desde os anos 90, eles realizam todo o trabalho juntos, desde o preparo da terra, o plantio, até a colheita. E todas as etapas são como uma festa. A turma toda reunida para celebrar cada fase agrícola. “Aqui todo mundo é patrão, todo mundo planta, colhe, todos mandam e todos obedecem”, conta Audo.
O Paulo também é um dos filhos da dona Francelina. Ele ressalta que a parceria com a Coamo abriu portas para a família crescer no agro. “O cooperativismo é essa interação da cooperativa em estar próxima do cooperado, proporcionando a oportunidade de crescer junto.”
Paulo é o caçula dos quinze e carrega orgulhosamente o apelido do patriarca, que deu origem ao título ‘os quati’ a família. Ele explica que o pai no seu tempo de jovem, adquiriu esse apelido porque no momento de cortar a capoeira, os companheiros brincavam de bater facão, apontar um pedaço de pau e brincar como se fosse uma espada. “O pai era muito rápido e acabava cortando os outros. Isso representava a figura do quati, que tem um dente que corta muito. Aí a origem do apelido. Eu carrego com muito orgulho. Eu sou Paulo Quati, mas todo mundo aqui, independente do nome, se chamarem por ‘quati’, todos vão atender.”
O caçula ainda relata que, nos dias de plantio, a família toda se reúne. De acordo com ele, a época se torna um evento, com cinco plantadeiras, um trator aberto e alguns temperando semente. “Isso mostra a cada dia mais a união da nossa família.”
Como no cooperativismo, a família é muito bem-organizada. Tem um irmão que faz a gestão das finanças na propriedade. É o João Adir. Ele relata que desde os anos 90, a família trabalha em cooperação. Os mais velhos iam ensinando os mais novos, ajudando o pai, e todo dinheiro economizado era voltado para a aquisição de terras. No início dos anos 2000, começaram o cultivo de soja nas propriedades, com a parceria da Coamo.
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