COAMO LANÇA PROGRAMA DE CORREÇÃO DO SOLO
O Brasil é uma das principais potências agrícolas do mundo e seus produtores são exemplos na produção sustentável das lavouras e cuidados com a preservação e manutenção do meio ambiente produtivo. Eles estão cada vez mais conscientes e conectados, produzem alimentos com qualidade e origem, para o nosso país e o mundo. Como recompensa pelo trabalho e investimento safra após safra, vêm obtendo excelentes produtividades e renda.
A agricultura não pode parar, pois a evolução é necessária. Neste propósito, para elevar as produtividades dos cooperados com equilíbrio do solo, a Coamo lançou dia 15 de abril, em evento virtual, o Programa Coamo de Correção do Solo, visando o fornecimento de calcário e gesso agrícola com condições especiais para a aplicação dos corretivos nas propriedades.
Benefícios do Calcário (calagem)
· Corrige acidez do solo
· Fornece cálcio e magnésio
· Reduz os efeitos tóxicos do manganês e do alumínio
· Aumenta a disponibilidade de fósforo
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Benefícios do Gesso (gessagem)
· Fornece cálcio e enxofre em profundidade
· Reduz saturação por alumínio em subsuperfície
· Estimula o crescimento de raízes
· Melhora absorção de nutrientes
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Programa visa o fornecimento e aplicação de calcário e gesso agrícola |
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Aquiles Dias, diretor de Suprimentos e Assistência Técnica da Coamo |
“A melhor coisa que os agricultores e pecuaristas podem fazer é conservar o seu solo, mas não é só conservar, também temos a obrigação de melhorar o solo para que ele possa ser mais produtivo”, diz o diretor de Suprimentos e Assistência Técnica da Coamo, Aquiles Dias.
Segundo Aquiles, nos últimos 50 anos, o trabalho realizado pela Coamo foi para melhorar a capacidade produtiva do solo usando calcário e sempre com a visão de que se deve corrigir para um perfil de solo de 20 centímetros. “Estamos fazendo uma mudança, queremos falar na correção do perfil do solo e pensar numa camada de no mínimo de 0 a 40 cm, mas sabemos que isso pode chegar a 60, 80, 100 centímetros, e à uma profundidade para corrigir o perfil do nosso solo para ser mais produtivo”, explica.
Segundo estudo da Coamo, os cooperados têm utilizado um volume de calcário menor do que o ideal. "Diante disso, a cooperativa pensou e criou este programa para reduzir esta diferença de calcário, vislumbrando o futuro com aumento de produtividades e os cuidados com o solo.”
BÁSICO BEM FEITO
Na mensagem aos cooperados, técnicos e parceiros, Aquiles, reforçou a importância dos benefícios do programa. “Até parece que estamos voltando um pouco no tempo, falando de correção em uma época em que vivemos a Agricultura 5.0. A verdade é que temos que fazer o básico bem feito e, com isso, teremos melhores resultados, levando em consideração o potencial produtivo e o que todas essas tecnologias nos proporcionam.”
A Coamo conta com uma eficiente estrutura reunindo cerca de 90 caminhões para o fornecimento de calcário e gesso nas lavouras dos mais de 29 mil cooperados, nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Outra novidade apresentada no Programa Coamo de Correção do Solo é a entrega e aplicação direta dos corretivos calcário e gesso aos cooperados. “Dispomos de estoque de calcário e gesso nas unidades e vamos fazer essa aplicação para atender a demanda dos nossos cooperados. O que pretendemos com este trabalho, não é realizá-lo para um, dois anos, mas para sempre, de acordo com o interesse dos cooperados”, prevê o gerente de Fornecimento de Insumos Agrícolas da Coamo, Carlos Eduardo Borsari.
Borsari explica que o gesso é um produto que tem uma logística bastante complicada, tanto para o transporte como armazenagem nas unidades. “Por isso, desenvolvemos uma metodologia para atender com qualidade a demanda dos produtores, tanto na quantidade de caminhões como na aplicação nas propriedades pela equipe Coamo.”
CONDIÇÕES ESPECIAIS DE PAGAMENTO
No lançamento do Programa Coamo de Correção do Solo, a Coamo anunciou condições especiais para aquisição de calcário e gesso. Segundo o gerente de Compras e Bens de Fornecimentos, Valdemiro Nesi, são várias as possibilidades para pagamento dos insumos. “Os cooperados poderão pagar à vista, em dezembro deste ano, na safra de verão 2021/2022; em até três anos ou, também, por meio de financiamento junto à Credicoamo, em até cinco anos, que é a financeira dos cooperados da Coamo.”
Nesi orienta os cooperados para que procurem a assistência Técnica da cooperativa e definam suas necessidades e planejamento, pois os volumes de aplicações são concentrados geralmente nas “janelas” das culturas.
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Airton Galinari: "Sustentar é a primeira função do solo, pois o solo é a base de tudo" |
Dentro da sua missão por meio das diretrizes corporativas, a Coamo trabalha para levar de forma sustentável a melhoria de renda e nas atividades dos cooperados. O presidente Executivo da Coamo, Airton Galinari, reforça a importância dos cuidados com o solo e da atuação da cooperativa. “Sustentar é a primeira função do solo, pois o solo é a base de tudo. Falando em correção de solo, este foi o primeiro programa que a Coamo montou na sua origem, porque no início era grande a dificuldade com solo fraco e terras ácidas.”
Galinari destaca que, desde o início da Coamo houve uma preocupação e um trabalho expressivo sobre este tema. “A Coamo foi pioneira. Sem essa visão e iniciativa não haveria desenvolvimento e o repasse de tecnologias para a produção dos cooperados. É um excelente programa, com estrutura, condições e prazos especiais. Acreditamos no sucesso do programa e na participação dos cooperados."
LINHA DO TEMPO
Conservação do solo na Coamo
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1968/1970
Terra dos três esses (saúva, samambaia e sapé) e abertura das primeiras áreas agricultáveis com implantação de lavouras de trigo e soja.
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1973/1974
Início do sistema Plantio Direto na região de Campo Mourão (2ª cidade a implantar esta tecnologia que revolucionou a agricultura brasileira).
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1975
Início dos trabalhos na Fazenda Experimental da Coamo para implantação, teste e validação de experimentos aos cooperados.
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Encontro das turmas de Edmundo Mercer e Coelho Júnior realizando levantamento em Campo Mourão |
Na história da agricultura brasileira, os produtores da Coamo vêm fazendo a sua parte e colaborando para a força e o sucesso deste setor, que gera riquezas e impulsiona a balança comercial do país. Mas, a agricultura não pode parar, pois nem sempre as produtividades foram grandes como as colhidas nos últimos anos.
Voltando um pouco no tempo, nos anos 1960 e 1970, o cenário era composto por matas e a terra era conhecida como a “Terra dos 3 Ésses”, cheia de saúva, samambaia e sapé, e com alta acidez.
No final da década de 1960 e início dos anos 1970, aconteceu a abertura das primeiras áreas agricultáveis e a implantação de lavouras de trigo e soja na região de Campo Mourão - mesma época do surgimento da Coamo Agroindustrial Cooperativa.
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1976
Para melhoria do ambiente produtivo, governo lança em Campo Mourão o Plano Nacional de Conservação de Solos (PNCS), com o objetivo de acabar com cenário de erosão nas terras brasileiras.
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1998
Coamo lançou o Programa de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas para incremento das produtividades dos seus cooperados.
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2008
Na segunda etapa do Programa de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, Coamo inicia trabalhos com a Agricultura de Precisão. Objetivo é o uso racional de corretivos.
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2021
Coamo lança o Programa Coamo de Correção do Solo, para fornecimento de calcário e gesso com condições especiais para aplicação nas propriedades dos cooperados.
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Cooperado Moacir José Ferri é testemunha da evolução que a agricultura registrou ao longo dos anos |
Moacir José Ferri, um dos fundadores da Coamo e de família tradicional, é testemunha da evolução que a agricultura registrou ao longo dos anos. “As terras eram muito deficitárias, eu produzia umas 60, 70, 80 sacas, mas com o apoio dos técnicos da Coamo e o uso da tecnologia crescemos muito, tanto que no ano passado produzimos 240 sacas, e na mesma área”, comenta seu Moacir. Para ele é importante fazer a correção, a manutenção e a rotação de culturas. “Esses três fatos são fundamentais para a agricultura. O nosso patrimônio, a nossa empresa, a nossa indústria estão aqui no solo.
Se eu não conservar esse patrimônio posso falir tranquilamente.”
Moacir Ferri resume bem como deve ser a atuação dos produtores nesta missão de produzir com sustentabilidade. “O solo é uma dádiva que Deus nos deu e está aí, mas precisa ser tratado e não pode ser explorado.”
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Engenheiro agrônomo Roberto Bueno: "Melhoria do solo demandou muito serviço e conscientização dos cooperados" |
“O maior patrimônio que o produtor tem é o seu solo, pois a produção tanto de cereais quanto da pecuária é fortemente influenciada pelo solo.” A afirmação é do engenheiro agrônomo Roberto Bueno Silva, da Coamo em Campo Mourão, que acompanhou de perto a implantação das lavouras, técnicas e as colheitas na propriedade do cooperado Moacir José Ferri.
Bueno lembra que a região de Campo Mourão tinha um solo de média para fraca fertilidade química, e o trabalho com o cuidado e o manejo com o solo, sempre foi uma prioridade para a Coamo por meio da assistência técnica. “Isso demandou muito serviço da área técnica e conscientização dos cooperados. De uma situação difícil, com baixas produtividades e diversas etapas vencidas com forte trabalho de conservação de solos, plantio direto, rotação de culturas e a correção química de solo, eles chegaram a patamares de elevadas produtividades, comemoradas nas últimas décadas.”
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Gallassini nos primeiros plantios de trigo em Campo Mourão |
No lançamento do Programa Coamo de Correção do Solo, o presidente do Conselho de Administração da Coamo, José Aroldo Gallassini, lembrou das dificuldades no início da agricultura na região da Coamo no Centro-Oeste do Paraná. “A correção do solo é um assunto muito importante e necessário para os agricultores. Estou desde o começo, antes do trigo e da soja, e lembro bem das nossas terras ácidas e fracas. Tínhamos tudo por fazer e fizemos, numa parceria grande entre assistência técnica e os produtores, que acreditavam na transformação do solo para produzir e no desenvolvimento da região agrícola”, comenta Gallassini.
Ele relata alguns aspectos do início do trabalho no fim dos anos 1960 e na década de 1970. “Se a gente olhar para trás e pensar um pouco, a conservação de solo para combater a erosão, era uma coisa absurda,pois ela levava tudo embora com a ´chuvarada´.”
Gallassini conta que na época foram feitos "murunduns" de mais de um metro para segurar as águas (murunduns são geoformas, pequenas elevações do terreno, sendo relevos residuais, tendo a erosão sua principal causa). “Depois veio o plantio direto e o fim das curvas de nível para plantar. Então, mudou tudo, pois o plantio direto foi uma inovação muito grande.”
Na questão da correção do solo, Gallassini cita “Malavolta” – Professor e pesquisador, falecido em 2008, especialista em nutrição de plantas, que introduziu a disciplina na Esalq/USP – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz/Universidade de São Paulo e um dos grandes nomes sobre Ciência do Solo. “Para Malavolta, ´A terra é um mero sustentáculo da planta´, então, a terra é só para segurar a planta e o resto nós fazemos, com correção por meio do calcário e do gesso e, depois, fazendo adubação que veio combinar com a agricultura de precisão. Temos a tecnologia e tudo na mão, e um departamento técnico muito forte e atualizado para apoiar os nossos cooperados.”
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Gallassini: "A correção do solo é um assunto muito importante e necessário para os agricultores |
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Marcelo Sumiya: "Avaliando o desenvolvimento na região de ação da Coamo percebemos uma grande evolução ao longo dos anos" |
“A Reunião Técnica levou conhecimento aos cooperados, técnicos e parceiros, e possibilitou reflexões sobre a utilização e os cuidados com solo, para avaliar os aspectos nas partes biológica, física e química, que formam o tripé da sustentabilidade do solo”, explica o gerente de Assistência Técnica da Coamo, Marcelo Sumiya.
O agrônomo lembra que na pesquisa da Fazenda Experimental da Coamo são conduzidos alguns importantes trabalhos. Na área biológica temos o experimento de rotação de culturas, que completou 36 anos. No físico, a capacitação dos profissionais da área Técnica com o sistema Dres na avaliação do solo e a aquisição de penetrômetros para um padrão de metodologia visando a avaliação do solo. E na área química, o lançamento do Programa Coamo de Correção do Solo.
"Avaliando o desenvolvimento na região de ação da Coamo, percebemos uma grande evolução ao longo dos anos, escrevendo na sua história fatos tecnológicos marcantes em virtude de recomendações técnicas, tais como: mecanização das áreas, correção da acidez e do fósforo, controle mecânico da erosão plantio direto e adubação verde, rotação de culturas e agricultura de precisão. Todas estas práticas de forma integrada promovem além de ganhos na produtividade, uma estabilidade em nossa produção", diz Sumiya.
Ele acrescenta que o tema correção do solo deve ser prioridade nas propriedades agropecuárias. "Concluímos isso por meio da pesquisa que temos e dos resultados que comprovam. Esta técnica racionaliza e potencializa nossos recursos de produção, melhorando a rentabilidade de vocês cooperados."
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Marcelo Batista, da UEM, explica que a calagem continua sendo uma prática muito importante e que os solos naturalmente são ácidos e precisam ser corrigidos de tempos em tempos |
Tudo começa pelo solo. Sem ele não haveria vegetação, sobretudo, agricultura. Este é um bem natural que precisa ser bem tratado, corrigido e manejado de forma adequada. Fundamental na composição do ecossistema terrestre, é dele que as plantas retiram os nutrientes necessários para se desenvolverem.
A composição do solo interfere diretamente no desenvolvimento das plantações, uma vez que a quantidade de nutrientes determina o sucesso do cultivo. Por isso, a Coamo busca sempre incentivar o associado a cuidar bem do seu solo, visando altas produtividades e longevidade para o sistema produtivo.
O pesquisador Marcelo Augusto Batista, da UEM (Universidade Estadual de Maringá), doutor em Fertilidade e Nutrição mineral de Plantas, explica que a calagem continua sendo uma prática muito importante no meio agrícola, que os solos naturalmente são ácidos e precisam ser corrigidos de tempos em tempos. “As pessoas esquecem que a calagem eleva o pH do solo, e para que os fertilizantes tenham efeito garantido dependem disso”, esclarece.
Conforme o pesquisador, o calcário é uma ferramenta que deve ser utilizada por todos os produtores, pois quem tem níveis baixos de produtividade, consegue melhorar os resultados com a correção, e quem tem tetos altos, garante a manutenção dos índices elevados. “Temos números muito positivos num experimento conduzido há 12 anos na Fazenda Experimental da Coamo, e isso nos credencia a sugerir que todos os técnicos devem recomendar a calagem”, diz.
Marcelo Batista afirma que a concentração de pH no solo, proporcionada pela aplicação de calcário, diminui a presença de alumínio que é tóxico para a planta. “Com a diminuição do alumínio, a raiz da planta cresce mais e quando você acrescenta a gessagem ainda vem de benefício o enxofre, que melhora todo o sistema. Essa composição de calcário e gesso melhora o perfil do solo que devolve em forma de produtividade para o produtor”, informa o especialista, alertando para o custo-benefício do manejo. “Não se pode computar o custo do calcário em uma só safra. Ele pode ser diluido em três a seis anos, período em que se faz de seis a doze culturas. Fazendo essa conta percebe-se que é um insumo muito barato e essencial para o solo”, garante.
Contudo, Batista previne que tudo começa pela análise do solo. “As pessoas esquecem que é preciso antes fazer análise. É por ela que vamos saber qual calcário e qual a dose a ser aplicada. Se não fizer isso é achismo. Até porque nem sempre existe a necessidade de aplicação. Junto com o engenheiro agrônomo é realizado um ajuste fino para a tomada de decisão”, finaliza.
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Fabrício Corrêa: "São necessárias boas práticas e cuidados na amostragem de solo, nas recomendações e nas aplicações" |
O coordenador técnico do departamento de Suporte Técnico da Coamo, Fabrício Bueno Corrêa, inseriu o tema ‘Recomendações técnicas para amostragem de solo para utilização de calcário e gesso.’ Para Corrêa, são necessárias boas práticas e cuidados na amostragem de solo, nas recomendações e aplicações.
De acordo com Corrêa, só é possível saber quando, quanto e qual elemento aplicar, após uma minuciosa análise de solo. Ou seja, só é possível fazer uma avaliação da fertilidade do solo após uma amostragem criteriosa. “Pensando nisso, em 2012, a Coamo tomou a decisão de ter um departamento de agricultura de precisão próprio, voltado para essas soluções, e oferecer para o cooperado o serviço de amostragem de solo, recomendação e aplicação de qualidade, para que a tomada de decisão na hora de corrigir o solo, tenha efeitos benéficos na propriedade”, acrescentou Fabrício. O departamento de Agricultura de Precisão Coamo oferece serviços de amostragem de solo, mapas de recomendação e aplicação (todos com taxa fixa ou variável).
Corrêa enfatizou os diferenciais e cuidados nos serviços prestados pela cooperativa. No processo de amostragem de solo, a Coamo trabalha com laboratório único, faz análise do teor de argila, análise de subsuperfície de 20 a 40 centímetros e todo solo coletado é enviado ao laboratório. Na recomendação, o departamento utiliza fórmulas contínuas e não tabeladas, faz a estratificação do teor de argila em quatro classes e classifica os nutrientes conforme a classificação física do solo no local. Na aplicação, no processo de calibração dos caminhões não é visada somente a quantidade, mas também a qualidade, utilizadas doses máxima e mínima, considerando custo-benefício. A cobrança do serviço de aplicação é somente na área aplicada. Esses serviços estão disponíveis nas unidades e podem ser adquiridos por meio do departamento Técnico da Coamo.
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