Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 444 | Janeiro/Fevereiro de 2015 | Campo Mourão - Paraná

Agronegócio

PREOCUPAÇÃO COM A ECONOMIA

As lideranças do cooperativismo brasileiro estão preocupadas com a voracidade fiscal e tributária que é muito forte pelos governos Federal, Estadual e Municipal, que não estão levando em consideração o empreendedorismo, as cooperativas e as empresas. A opinião é do presidente do Sistema Ocepar/Sescoop-PR, João Paulo Koslovski. Ele afirma ser desastrosa a intenção do governo de retirar os subsídios do setor produtivo. “Isto realmente preocupa. O agronegócio vem promovendo bons resultados para a balança comercial brasileira. Se não fosse o nosso setor, teríamos um déficit da ordem de US$ 84 bilhões, e foi apenas de US$ 4 bilhões em função do desempenho do agronegócio. Com a retirada de subsídios certamente haverá aumento de juros, custos de produção e também desempregos, o que seria prejudicial.”

Segundo Koslovski, a Ocepar está trabalhando muito forte junto a OCB nas reivindicações para que o governo tenha políticas públicas visando o crescimento sustentável no país.

COLHEITA COM BOA EXPECTATIVA

Até o momento, em toda a área de ação da Coamo, foi colhida 30% da área de soja. Devido ao clima, as produtividades estão oscilando com médias que vão desde 50 a 60 sacas por alqueires até outras que chegam a 200 sacas.  O gerente de Assistência Técnica, Marcelo Sumiya, explica que a safra vem sendo influenciada pelo clima desde o plantio, quando faltou água e atrasou os trabalhos em algumas regiões. Já em meados de fevereiro foi o excesso de água que paralisou a colheita.

A região de Dourados (MS) por exemplo, foi bastante prejudicada pela estiagem e a produção deve ficar abaixo do esperado. “Mas mesmo assim um pouco melhor do que o ano passado”, frisa Sumiya. A Oeste do Paraná também não terá a mesma produtividade da safra passada, mas ainda se mantém em bons patamares. A expectativa está na região de Campo Mourão e nas regiões mais ao Centro e Sul do Paraná e em Santa Catarina, onde o clima está normal. Porém, ainda há vulnerabilidade à pragas e doenças.

PRODUÇÃO – De forma geral, em toda a região da Coamo se comparada ao ano passado, a produção se equilibra. “Regiões que estão com bom potencial, no ano passo tiveram problemas com seca e vice-versa. No final toda a área de atuação da Coamo irá se equilibrar”, revela.

CUIDADOS – Devido ao clima chuvoso dos últimos dias, a orientação é para que os cooperados redobrem os cuidados com a soja. “A preocupação com a ferrugem se concentra principalmente na região de Campo Mourão indo para a região central do Estado e parte de Santa Catarina, onde naturalmente o plantio ocorre mais tarde. A temperatura e a chuva favorecendo a umidade, deram condições muito boas para que a ferrugem da soja tenha uma severidade maior em relação ao que tivemos nos últimos três anos”, ressalta Marcelo Sumya.

QUANDO A TECNOLOGIA FAZ A DIFERENÇA

O veranico ocorrido em janeiro na região de Amambai (Sudoeste de Mato Grosso do Sul) preocupou os sojicultores  quanto ao rendimento da safra. Preocupação amenizada com a regularização das chuvas do início de fevereiro, que resolveu grande parte do problema, mas principalmente pela aposta certeira em tecnologia de ponta.

Na Fazenda Guarani, de propriedade do cooperado Leandro Wayhs, as condições adversas de clima comprovaram que é exatamente nos momentos difíceis que o incremento tecnológico faz diferença. As primeiras áreas colhidas renderam 133 sacas por alqueires (55 por hectare), um resultado ainda dentro da expectativa do produtor, que temia uma possível quebra nas áreas mais tardias, o que para surpresa não ocorreu. “Fomos realmente surpreendidos, pois esperávamos uma queda acentuada nas áreas de ciclo médio e tardio, que graças à tecnologia utilizada não aconteceu”, relata Wayhs. Ele revela que o investimento contribuiu para manutenção da produção.

O produtor cultiva 455 alqueires de soja (1.100 hectares) e no inverno vai investir em milho segunda safra e brachiária. “A medida em que tiramos a soja estamos plantando o milho. Esse é o momento que não podemos perder tempo”, diz.

Leandro (no centro) junto com o pai João Artur e com o filho Vitor

SOJA NO SILO – O sucesso de uma safra passa necessariamente pelo planejamento antecipado, focado em resultados a médio e longo prazo. Para o agrônomo Diego Carvalho Rezende, do Departamento de Assistência Técnica da Coamo em Amambai, isso é fundamental para a longevidade do negócio. Conforme ele, a falta de umidade registrada nas lavouras da Fazenda Guarani recentemente poderia ter causado uma enorme perda de produtividade, que não ocorreu justamente pelo uso de tecnologia. “Se não fosse o bom manejo realizado e o investimento adotado o prejuízo seria eminente”, afirma. “No entanto isso não aconteceu e estamos estocando os bons resultados alcançados pelo Leandro”, acrescenta.

RESULTADO DENTRO DA MÉDIA NO SÍTIO SANTA LUZIA

Cooperado Ademar Nunes Freitas, de Dourados: “Até aqui o resultado está satisfatório a julgar pela falta de chuva que tivemos na região.”

No sítio Santa Luzia, de propriedade do cooperado Ademar Nunes Freitas, de Dourados, também no Mato Grosso do Sul a história é praticamente a mesma. Os primeiros talhões colhidos tiveram resultados dentro da média esperada pelo produtor. Ele comenta que adotou a tecnologia sugerida pela assistência técnica da Coamo e comemora os resultados, apesar de toda falta de chuva registrada no final do ciclo da soja. “Até aqui o resultado está satisfatório a julgar pela falta de chuva que tivemos na região. Poderia ter sido pior se não utilizássemos boa tecnologia”, acredita Ademar que cultiva 38 alqueires (92 hectares) na região conhecida como Panambi, onde vem colhendo uma média de 120 sacas de soja por alqueire (50 por hectare).

O cooperado valoriza a parceria com a Coamo, que chegou a região na safra passada, sobretudo, o apoio da assistência técnica que recebe. “Estamos muito bem servidos e mais seguros com a Coamo”, comemora.

Para o agrônomo Alfredo Becher Ribas, do Detec de Dourados, a falta de umidade foi fundamental para a queda de produtividade registrada em toda área de Dourados. “Mas poderia ser pior. Faltou chuva, mas não faltou tecnologia e isso acabou fazendo toda diferença. Se não fosse o investimento adotado, as lavouras teriam sofrido ainda mais. Por isso podemos comemorar os resultados”, observa.

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