Em meio a falta de água em algumas regiões, como na cidade de São Paulo, por exemplo, adotar práticas de economia e reaproveitamento de outras fontes de água é de suma importância. Um bom exemplo vem de Goioerê (Centro-Oeste do Paraná). O cooperado Maurício Agulhó instalou uma estrutura de captação e armazenamento de chuva no barracão dos maquinários. A água é utilizada para fazer a pulverização da lavoura e também para a limpeza do maquinário.
Agulhó conta que implantou a estrutura há cerca de sete anos. Antes disso, a água para as pulverização era retirada de uma represa, distante um quilômetro e meio da sede da propriedade. O cooperado revela que a ideia surgiu após a necessidade da instalação de calhas nos barracões. “A água estava sendo jogada fora e agora a reaproveitamos. A ideia é ampliar ainda mais a captação.”
O reservatório atual é de 40 mil litros e dá para pulverizar 80% da lavoura. Agulhó observa que mais 20 mil litros seriam o suficiente para toda a área. “Toda essa estrutura só funciona, claro, quando chove, mas vale a pena instalar. O custo é relativamente barato e agiliza bastante o trabalho, pois tudo o que precisamos já está no barracão. Outro benefício é a qualidade da água, que tem um pH menor”, comenta o cooperado.
Em Rancho Alegre do Oeste (Centro-Oeste do Paraná), o que no início era apenas uma curiosidade virou tradição na propriedade do cooperado Ernesto Gonçalves. Desde 1990, ele acompanha e anota todas as chuvas. Já se passaram 25 anos e o acompanhamento é ininterrupto. “Nunca falhei uma chuva. Quando não estou em casa deixo a recomendação para quem ficar não esquecer de ver e anotar a quantidade da precipitação”, comenta.
Cooperado Ernesto Gonçalves acompanha a chuva há 25 anos em Rancho Alegre do Oeste
De acordo com o cooperado, os dados são mais por curiosidade e é difícil tê-los como parâmetro para a condução das safras. “É complicado porque cada ano é diferente um do outro, quando o assunto é chuva. Temos também que seguir as recomendações técnicas para cada variedade cultivada. É mais por questão de curiosidade mesmo”, pondera.
Os números confirmam, segundo ele, a importância da chuva para as lavouras. “Notamos que quando chove bem em dezembro e janeiro, por exemplo, temos uma boa safra. Esses dois meses são os principais para nós e quando falta água pode saber que não teremos uma boa produção”, assinala Gonçalves.
Nesses 25 anos, o ano mais chuvoso foi 1998 com 2.690 milímetros e o com menos chuva foi 2001, com 1.538 milímetros. Também teve mês que não caiu uma gota de água na propriedade. Foi em junho de 2002.
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