Culturas como milheto, aveia, braquiária, mix de plantas de cobertura, trigo e milho em consórcio com braquiária são alternativas viáveis. Além disso, a melhoria da qualidade química, física e biológica do solo contribui para o controle. "Quanto maior a diversidade de raízes no solo, menor a compactação e melhor o ambiente para o desenvolvimento das plantas", reforça.
A principal forma de disseminação dos nematoides entre áreas é por meio do maquinário agrícola. Por isso, é recomendada a limpeza de equipamentos entre operações em diferentes talhões, especialmente quando se sabe da presença do problema. A atenção deve ser redobrada quando se utilizam máquinas terceirizadas.
Conforme Esperandino, a detecção visual no campo é possível apenas em situações de desequilíbrio populacional. "O nematoide é considerado um inimigo oculto. Quando em equilíbrio, não é perceptível. Mas, em altas infestações, o cooperado observa reboleiras, plantas menores e folhas amareladas", destaca o agrônomo.
A professora e pesquisadora, Cláudia Dias Arieira, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), ressalta que as práticas culturais são fundamentais para a redução das populações desses organismos. O uso de plantas de cobertura que não servem de alimento aos nematoides pode reduzir sua presença no solo. "O objetivo é tirar a comida do nematoide. Soja e milho são os alimentos preferenciais. Com a escolha certa, é possível diminuir a população no sistema de produção", explica a pesquisadora. Para isso, é essencial identificar corretamente as espécies presentes por meio de análise específica, que pode ser feita com apoio técnico da cooperativa.
Após o diagnóstico, o cooperado pode optar por tratamentos químicos e biológicos. "O tratamento químico é indicado principalmente na cultura da soja, enquanto os produtos biológicos podem ser utilizados tanto na soja quanto nas culturas de cobertura", orienta Cláudia. A escolha das plantas para rotação deve ser feita com acompanhamento técnico especializado, levando em consideração o planejamento de manejo a curto, médio e longo prazo.
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Cláudia revela que a presença de nematoides pode passar despercebida, principalmente em solos mais estruturados. "No Sul do Brasil, onde predomina o manejo conservacionista, muitas vezes não há reboleiras visíveis. Nesses casos, é importante observar se o ciclo da soja está antecipando ou se a produtividade está abaixo do esperado", destaca. Imagens de satélite também podem ajudar a identificar reboleiras que não são visíveis a olho nu.
Segundo a pesquisadora, a convivência com os nematoides é um dos caminhos adotados. "Eliminar o nematoide é impossível. Por isso, o foco está em aprender a conviver com ele por meio de um sistema de manejo adequado. O principal cuidado é na soja, que é a cultura mais sensível. Mas, o manejo deve ser feito em todas as etapas do sistema produtivo. A estratégia de manejo contínuo contribui para manter o equilíbrio biológico no solo e reduzir os danos causados pelos nematoides", reforça Cláudia.
Claudia Dias Arieira, da UEM
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