Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 501 | Abril de 2020 | Campo Mourão - Paraná

PRODUTIVIDADE

Uma safra para ficar na história

A falta de chuva na primeira quinzena de setembro de 2019 deixou os agricultores apreensivos. Afinal, era o momento de dar largada ao plantio da soja, principal cultura e a que mais gera renda na maioria das propriedades. Na área de ação da Coamo, a região Oeste do Paraná, tradicionalmente, abre o período de plantio. Era um olho no tempo e o outro no calendário já que cada dia perdido influencia diretamente no planejamento, com a semeadura do milho de segunda safra.

Outras regiões também aguardaram com expectativa o início do plantio. Em meio a incertezas, a soja foi semeada e no decorrer dos meses, o clima se regularizou e no final a safra registrou uma produção histórica, com produtividades médias, em muitos casos, acima de 200 sacas por alqueire. Números que até então estavam apenas na imaginação de muitos agricultores.

Para registrar esse momento e acompanhar o trabalho dos associados durante a colheita da safra, uma equipe de reportagem da Revista Coamo realizou o Tour da Safra, percorrendo várias regiões no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Durante a expedição cooperados e técnicos relataram o comportamento da safra.

Safra diferente no Oeste do PR

Cooperado Antonio de Souza, de Bragantina (Oeste do Paraná)

“Foi uma safra diferente.” Essa foi a frase escolhida pelo cooperado Antonio de Souza, de Bragantina (Oeste do Paraná), para definir o que foi a safra de verão 2019/2020 em sua propriedade. “Achávamos que seria mais difícil, pois o plantio ocorreu bem mais tarde do que estamos acostumados. Porém, no decorrer da safra o clima foi normalizando e fechamos com um bom resultado”, acrescenta.

A região Oeste do Paraná abre o período de plantio no Estado, dando início aos trabalhos ainda na primeira quinzena de setembro, logo que se encerra o período do vazio sanitário. De acordo com o associado, o plantio da sua lavoura iniciou no dia 24 de outubro. “Na safra passada terminamos o plantio no dia 24 de setembro e nesta 2019/20 começamos em outubro. Há algum tempo já plantávamos nessa época, em outubro. Voltamos ao calendário antigo”, recorda.

O cooperado fechou com uma média de 172 sacas de soja por alqueire. Ele ressalta que a tecnologia utilizada também foi importante para a boa produtividade. “Sempre investimos e seguimos as recomendações da assistência técnica da Coamo. Procuramos novas tecnologias para produzir, cada vez mais, e ter mais renda. A lavoura é como uma empresa, que para dar lucro precisa ser bem conduzida.”

Com a mudança no cronograma da safra de verão, foi preciso um novo planejamento para a segunda safra. A ideia inicial era de que toda a área seria com milho. Porém, o associado readequou e semeará trigo em parte da área. “Já faz mais de dez anos que não planto trigo, pois nos últimos anos a lavoura não tinha bom rendimento. Nesta safra, devido a tudo que ocorreu vou plantar novamente e espero uma boa safra.”

Segundo seu Antonio, fica a lição de que é preciso paciência na agricultura. “A previsão [do tempo] é uma importante ferramenta, mas as vezes engana. Muitos agricultores plantaram confiando nas previsões e a chuva não veio. Temos que esperar o momento certo, seja no período que estamos acostumados ou mais tarde. O plantio representa mais da metade da lavoura e precisa ser bem feito”, analisa o cooperado. 

O engenheiro agrônomo Carlos Brandalise, da Coamo em Bragantina, revela que a safra de verão foi desafiadora. Ele explica que os agricultores fizeram um planejamento para iniciar o plantio a partir de 11 de setembro. Porém, as chuvas mais significativas ocorreram a partir de 23 de outubro. “O cenário foi desafiador pela época de plantio e porque a maior parte das lavouras eram de variedades com ciclo longo. Apesar de um início preocupante, no decorrer da safra as chuvas se normalizaram e os associados estão colhendo produtividades altas, em alguns casos passando de 200 sacas por alqueire.”

Brandalise ressalta a importância de o associado ter paciência, esperar o momento certo para o plantio. “Quem seguiu essa recomendação e faz um bom investimento na lavoura teve um resultado mais satisfatório”, frisa. 

O mesmo cenário é confirmado pela Família Vogt, de Toledo (Oeste do Paraná). Na opinião do cooperado Dionísio José Vogt, a safra foi de superação. “Realmente, pensávamos que seria mais um ano de frustação. Contudo, a produção superou as expectativas, com produtividades de até 185 sacas por alqueire. A média final ficou em 174,6 sacas. A falta de chuva no início deu um susto, mas no final deu certo. Não choveu muito, mas sempre na hora certa. Não chegamos nas 200 sacas porque foi plantada a lavoura um pouco tarde e as plantas cresceram demais.”

De acordo com o cooperado, na agricultura nem sempre o resultado sai conforme o planejado. “O agricultor depende do sol e da chuva e a água podem não vir no momento certo. Dependemos de várias situações para ter o sucesso na agricultura. Temos boa assistência técnica e usamos insumos de qualidade. A nossa parte, fazemos da melhor maneira possível”, observa Dionísio e acrescenta que todas as decisões são tomadas em conjunto com a cooperativa.

Diante da situação da safra de verão, a família, também, precisou mudar o planejamento da segunda safra. No lugar do milho, veio o trigo. “Tradicionalmente plantamos milho, mas seria muito arriscado. Muitos agricultores plantaram no cedo, mesmo sem condição de umidade. Alguns tiveram que replantar e outros continuaram com a lavoura e colheram pouco. Por outro lado, estão com o milho em bom desenvolvimento, mas não irá superar as perdas na soja.”

O engenheiro agrônomo Douglas Sala de Faria, da Coamo em Toledo, explica que a utilização de tecnologias e o manejo correto foram importantes para o bom resultado. “São ações que ajudam nas situações adversas de clima. O cooperado que segue a recomendação técnica, faz a lição de casa e corre menos risco. A Coamo oferece tudo o que o associado precisa para uma boa safra.” Ele diz que, no geral, o agricultor que esperou o melhor momento para o plantio se saiu melhor, mesmo com o atraso da safra. “Os problemas foram para quem plantou fora das condições ideais. Muitos tiveram que replantar e o resultado ficou bem abaixo da média.”

Engenheiro agrônomo Carlos Brandalise, da Coamo em Bragantina, revela que a safra de verão foi desafiadora Utilização de tecnologias e o manejo correto foram importantes para o bom resultado

Família Vogt, de Toledo (PR) confirma boa produção

Milho no sistema de produção

Geraldo Ferreira de Almeida, de Pinhão (PR), busca um bom resultado com o milho e sempre utiliza tecnologias que possam melhorar a produtividade

O milho tem uma grande importância na safra de verão, tanto para a renda como, também, para o sistema produtivo fazendo a rotação de culturas. Tem cooperado que não abre não dessa cultura e sempre destina parte da área para o plantio do cereal. É o caso de Geraldo Ferreira de Almeida, de Pinhão (Centro-Sul do Paraná).

Ele revela que sempre busca um bom resultado com o milho e não abre mão de utilizar tecnologias que possam melhorar a produtividade. “Esse ano está ainda melhor, já que os preços estão bons. Acabei diminuindo um pouco a área em comparação aos anos anteriores. Mas, a produção deve compensar e animou para plantar mais milho na próxima safra.” Na área de 37 alqueires, o cooperado teve uma produtividade média de 490 sacas. “Historicamente a média tem ultrapassados as 500 sacas por alqueires”, destaca.

Já a soja teve área com 150 sacas e outras com 170 por alqueire. De acordo com o associado a região de Pinhão é favorecida pelo clima, com chuvas regulares durante a safra de verão. Porém, neste ano foi um pouco diferente. “Choveu, mas foi no limite. O suficiente para o desenvolvimento das plantas”, frisa. Ele destaca que sempre faz a lição de casa, não poupando investimento. “O restante é com o clima, que sempre tem sido favorável.”

O engenheiro agrônomo Giliandro Bavaresco, da Coamo em Pinhão, confirma que o clima na região ajuda no cultivo das lavouras de verão e que isso incentiva os associados a fazer novos investimentos e implementar novas tecnologias. “No milho tivemos produtividades que oscilaram de 430 a 540 sacas por alqueire. Já a soja apresentou de 130 a 240 em alguns talhões. Também não tivemos pressão de ferrugem asiática o que ajudou a produtividade.”

Conforme o agrônomo, o clima é o que determina uma safra. Contudo, de nada adianta chover bem e o associado não investir na lavoura, aderir às novas tecnologias, fazer o manejo correto e não utilizar práticas e sistemas que possam manter o ambiente mais sustentável. “Os cooperados que seguem as recomendações e fazem a lição de casa costumam sair na frente. Eles estão satisfeitos neste ano, pois estão tendo uma boa safra e com bons preços.”

Geraldo Ferreira de Almeida sempre faz a lição de casa, não poupando investimento

Rompendo barreiras

Trabalho em parceria com a Coamo ajudou a impulsionar a produção na lavoura do cooperado Luiz Carvalho

Em Ivaiporã (Centro-Norte do Paraná), o cooperado Luiz Carvalho perseguia uma meta ousada e desejada pela maioria dos produtores e nesta safra ele alcançou seu objetivo de romper a barreira das 200 sacas de soja por alqueire. Na safra 2016/17, a equipe da Revista Coamo já havia visitado o cooperado, que naquela oportunidade também estava obtendo alta produtividade, mas queria mais e previu que nos próximos três anos atingiria a média, agora superada. “Naquele ano colhi 179,5 sacas de média, era minha melhor marca. Mas, sabemos que a soja pode produzir muito mais e por isso eu buscava superar essa barreira das 200 sacas de média”, comemora o cooperado, declarando que não se sentia confortável com a produtividade até então alcançada. “Minha meta sempre foi produzir mais, eu não estava contente com aquilo porque já temos um custo pronto e este ano foi maravilhoso graças ao foco no trabalho, assistência técnica de primeira, alto investimento e muita qualidade no manejo”, explica. Carvalho cultivou 114 alqueires de soja nesta safra.

Feliz com os resultados, o cooperado enaltece a parceria com a Coamo, que para ele tem sido fundamental no sucesso da sua atividade. “Não dá para acender uma vela para cada santo. Tenho fidelidade com a Coamo. Fiz agricultura de precisão e tenho acesso aos melhores insumos. Utilizamos novas variedades, pulverização eficiente, novos adubos e novos herbicidas, além da inoculação e outras técnicas modernas adotadas graças a orientação da cooperativa”, valoriza.

Cooperado Luiz Carvalho, de Ivaiporã (PR) alcançou meta ousada e desejada pela maioria dos produtores, de romper a barreira das 200 sacas de soja por alqueire

E não para por aí, animado com o êxito, Carvalho promete ir mais longe. “O céu é o limite. Não podemos parar nunca, porque em um talhão colhi 240 sacas por alqueire e espero um dia, quem sabe, atingir 300 sacas. Novas tecnologias virão e vamos investir para produzir mais e mais, porque o mundo precisa comer”, ressalta.

A empolgação do cooperado Luiz Carvalho é elogiada pelo agrônomo Rafael Viscardi, da Coamo em Ivaiporã. O técnico enxerga no modelo de trabalho do produtor, o caminho certo para obtenção de melhores resultados. “Ele faz o necessário para produzir em grande escala. É um cooperado que se apega aos detalhes e isso faz muita diferença no final de uma safra”, observa.

Na opinião do gerente da Coamo em Ivaiporã, Domingos Carlos Fontana, produtores como Luiz Carvalho impulsionam a produtividade da região. “Ele tem essa característica de querer produzir mais e confia em nosso trabalho. Ele acredita porque transmitimos essa confiança na qualidade dos produtos que oferecemos, assistência e os benefícios que disponibilizamos aos cooperados”, diz.


“É a maior safra que tivemos na nossa terra”, diz o cooperado Luciano Cartaxo Moura, de Mangueirinha (PR)

Em Mangueirinha (Sudoeste do Paraná), os cooperados também registraram boas produtividades. “É a maior safra que tivemos na nossa terra”, frisa o associado Luciano Cartaxo Moura, que cultivou 330 alqueires com soja e fechou com uma média de 170 sacas por alqueire, e com áreas que ultrapassaram 200 sacas. “As tão faladas 200 sacas por alqueire estão se tornando realidade. Fizemos um investimento diferenciado para chegar nesse resultado e o retorno foi muito bom. Não podemos, também, esquecer que o clima colaborou e podemos aproveitar todo o potencial de uma safra bem sucedida.”

Na análise do cooperado, a safra 2019/2020 foi marcada por vários fatores que influenciaram para a boa produção, e um deles o clima. Os outros estão relacionados aos investimentos realizados ao longo do tempo, principalmente na fertilidade de solo. “É um trabalho que vem sendo efetuado em parceria com a Coamo visando o aumento das produtividades. Estamos sendo muito bem orientados na parte técnica. Também estamos investindo em novas tecnologias relacionadas aos maquinários e estamos tendo um bom retorno.”    

Conforme o cooperado, os investimentos têm sido constantes e mesmo em anos em que o clima não contribuiu muito, a produção tem sido boa. “Agora, se o clima nos ajuda, somos obrigados a produzir bem. Porém, se não estivermos preparados e estruturados nem o clima iria resolver. É a soma de vários fatores.”

O engenheiro agrônomo Cristiano Fabbris, da Coamo em Mangueirinha, reitera que o clima foi um dos fatores determinantes para o sucesso da safra, aliado a boa tecnologia utilizada pelos produtores. “As chuvas foram suficientes para que as lavouras se desenvolvessem bem e no limite para que as doenças, principalmente a ferrugem asiática, não se alastrasse. Os resultados estão sendo positivos, com médias excelentes e produtividades acima de 200 sacas por alqueire. Em ano ruim, quem investe em tecnologia se sai um pouco melhor, mas em anos bons sai ainda melhor.”

Engenheiro agrônomo Cristiano Fabbris, da Coamo em Mangueirinha, reitera que o clima foi um dos fatores determinantes para o sucesso da safra, aliado a boa tecnologia utilizada pelos produtores

Apoio e tecnologia no campo

Edison João Sprotte, de Santa Maria do Oeste (PR), investe na lavoura com aquisição do pacote tecnológico oferecido pela Coamo

As boas produtividades deste ciclo e o aquecimento do mercado com bons preços oferecidos aos produtos agrícolas, somados aos contratos disponibilizados para o período, são aspectos que animaram o cooperado Edison João Sprotte, de Santa Maria do Oeste (Centro do Paraná). Ele não abre mão de bom investimento, com aquisição do pacote tecnológico oferecido pela Coamo, além de caprichar no manejo das lavouras.

O cooperado plantou nesta safra um total de 155 alqueires, sendo 135 de soja e 20 de milho. A média com a soja ficou em 160,59 sacas por alqueire e no milho fechou em 405,56. A região também foi influenciada pelo clima, que contribuiu para o bom desenvolvimento das lavouras. Mas, o associado cita que os preços bons da comodities aliado à compra do insumos de forma antecipada e com valores baixos, proporcionaram uma boa renda. “Esse ganho na produtividade melhorou ainda mais a receita”, frisa.

De acordo com o cooperado, as boas médias são fruto de um trabalho que vem sendo realizado já há várias safras. “Estamos aprendendo ano após ano, melhorando o sistema como um todo. Hoje temos variedades mais produtivas, mas para que alcancem todo o seu potencial é preciso investir em adubação e bom manejo do solo”, comenta Sprotte em um tom de voz um pouco mais alto, já que do lado passava a colheitadeira. “É uma satisfação ouvir isso. Poucas voltas já enchem o maquinário. Foi uma safra bem animadora.”

O segredo, segundo o cooperado, é utilizar bem os insumos e as tecnologias existentes. “Temos que fazer bem feito da porteira para dentro, porque a parte de clima não temos como mudar. Já tivemos muitas dificuldades em outras safras, mas aos poucos vamos ajustando e neste ano só temos o que comemorar.”

O engenheiro agrônomo Tiago Alves Faria, da Coamo em Santa Maria do Oeste, observa que o clima na região vem favorecendo a agricultura e que os cooperados estão procurando, cada vez mais, investir na atividade. “Estamos tendo um incremento muito bom nas produtividades, superando expectativas. É fruto de um trabalho de parceria e difusão de tecnologia da Coamo na região.”

A expectativa do cooperado Marcio Braganholo, de Luiziana (Centro-Oeste do Paraná), era de ter uma produção maior do que a colhida. Ele conta que a produtividade média foi de 158 sacas por alqueire, menor do que no ano passado que ficou em 187. “Mesmo assim ainda foi boa. O problema é que pegamos um veranico durante o desenvolvimento da lavoura e tivemos atraso no plantio devido a falta de umidade. A chuva acabou vindo e tranquilizando”, comenta o cooperado que trabalha em parceria com o pai, seu Alcides.

De acordo com o cooperado, as tecnologias adotadas ajudaram para a boa safra. “Porém, se tivéssemos um pouco mais de chuva, o resultado poderia ter sido melhor”, frisa Braganholo, que também é produtor de sementes para a Coamo. “É um desafio a mais, já que o campo de semente exige mais cuidados, mais paciência no manejo para que possamos ter semente de qualidade.”

Ele revela que todo o trabalho é realizado em parceria com a Coamo desde a escolha e aquisição de insumos, orientações e assistência técnica. “A parceria é do começo ao fim de cada safra”, ressalta. Dentro do planejamento, a área da família Braganholo será ocupada com trigo.

O engenheiro agrônomo Guilherme Teixeira Gonzaga da Silva, da Coamo em Luiziana, destaca o nível tecnológico dos cooperados que vem investindo, cada vez mais, nas lavouras. “A falta de chuva foi superada em muitos casos. Tradicionalmente, os associados da região investem e buscam novas tecnologias que possam aprimorar o trabalho no campo. Isso ajudou nesta safra e os cooperados estão satisfeitos com o bom resultado.”

Segredo, segundo o cooperado, é utilizar bem os insumos e as tecnologias existentes Engenheiro agrônomo Guilherme Teixeira Gonzaga da Silva:  “A falta de chuva foi superada, em muitos casos, pela tecnologia utilizada pelos cooperados."

Cooperado Marcio com o pai Alcides Braganholo, de Luiziana (PR):  tecnologias adotadas ajudaram para a boa safra

Susto superado, produtividade confirmada no Mato Grosso do Sul

Gilmar Bilibio e os filhos Fabiano e Leonardo ainda guardam na memória os números e a lição com a lavoura de soja

Com a segunda safra de milho já em desenvolvimento, o associado Gilmar Bilibio e os filhos Leonardo e Fabiano ainda guardam na memória os números e a lição com a lavoura de soja. Eles cultivaram 70 alqueires com a oleaginosa em Laguna Carapã (Sudoeste do Mato Grosso do Sul). O clima acabou não sendo como o esperado e mesmo diante das adversidades a família acabou fechando com uma média de 162 sacas por alqueire. “Faltou chuva no início da safra e ainda tivemos outra seca durante o desenvolvimento da lavoura. Fechamos um pouco abaixo do esperado, mas diante de tudo o que aconteceu podemos dizer que ainda tivemos uma boa safra”, assegura o associado.

Engenheiro agrônomo Mateus Gonçalves, da Coamo em Laguna Carapã, diz que é constante o trabalho para melhorar o sistema produtivo na propriedade da família Bilibio

De acordo com ele, foi utilizada uma variedade que suportou mais o solo. “Fizemos tudo o que poderia ser feito e produziu dentro do esperado”, frisa. Bilibio ressalta que há pelos menos quatro safras vêm mantendo boas médias. “Plantando sempre com a esperança de ser a melhor safra. Fazemos uma boa adubação e todos os tratos culturais necessários. Enfim, seguimos todas as recomendações. Estamos na agricultura porque gostamos. É o que sabemos fazer. Então, precisamos fazer bem feito.”

O cooperado já está de olho na próxima safra de verão e junto com o milho segunda safra semeou bachiaria, pensando na palhada que poderá beneficiar a próxima lavoura. De acordo com ele, cada safra deixa uma lição e nessa ficou a necessidade de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance. “Aprendemos a cada ano, pois um é diferente do outro. Temos que fazer a nossa parte, investindo em novas tecnologias. Precisamos inovar para que o resultado melhore a cada safra.”

O engenheiro agrônomo Mateus Gonçalves, da Coamo em Laguna Carapã, diz que é constante o trabalho para melhorar o sistema produtivo na propriedade da família Bilibio. “Os investimentos têm sido em novas variedades, adubação e temos buscado alternativas de culturas que possam contribuir com o sistema, como é o caso da brachiaria. Os resultados têm sido bons ao longo dos anos.”

Gonçalves revela que o clima é o fator predominante em Laguna Carapã, interferindo no desenvolvimento e produção das lavouras. “As primeiras áreas semeadas sofreram no começo, mas conseguiram se recuperar bem. As lavouras com mais investimento tiveram um resultado melhor, mostrando que vale a pena investir.” O agrônomo recorda que a falta de chuva atrapalhou o plantio e que também houve falta de água no decorrer da safra. “Em algumas regiões, tiveram pancadas a mais. Altas temperaturas também foram constantes. Contudo, ainda podemos dizer que as médias foram dentro do esperado.”

De maneira geral os resultados do ciclo 2019/2020 agradam os sojicultores de Norte a Sul na área de ação da Coamo, alavancados pelo investimento em tecnologia, manejo na medida certa, clima favorável na maior parte do ciclo vegetativo e pela parceria entre a cooperativa e o quadro social. De uma ponta a outra o sentimento é um só: satisfação de uma safra produtiva e lucrativa. “Com certeza é uma safra para celebrar. Começamos o plantio com um certo risco pela falta de chuva naquele momento, mas, aos poucos a situação foi se equilibrando”, observa o cooperado Argeo Fochesato, de Amambai (Sudoeste de Mato Grosso do Sul).

Argeo Fochesato, de Amambai (MS), com a esposa Janete e os filhos Rafael e Alisson em um dia de colheita

Conforme o engenheiro agrônomo Dalton Bonácio, da Coamo em Amambai, é sempre gratificante chegar ao final de um ciclo em que o objetivo foi alcançado

Debaixo de sol escaldante e o calor predominante da região, ele conta que apesar de ter faltado um pouco de chuva, a produtividade foi satisfatória a julgar pelo tamanho da área de cultivo, que neste ano chegou aos 467 alqueires, onde a média alcançada foi de 164,6 sacas de soja por alqueire. “Tivemos resultados variados, onde choveu um pouco mais, foi melhor. No entanto, não podemos reclamar pois o que tem feito a diferença é a utilização de tecnologia”, declara o produtor, lembrando que a cada safra não falta esforço na busca por boas médias. “Nossa parte fazemos todo ano e estou muito feliz com o resultado desta safra. E a Coamo tem grande participação no sucesso deste trabalho”, agradece.

Se para o cooperado é satisfatório ver o resultado positivo, para a assistência técnica não é diferente. Conforme o engenheiro agrônomo Dalton Bonácio, da Coamo em Amambai, é sempre gratificante chegar ao final de um ciclo em que o objetivo foi alcançado. “Atingimos altas produtividades nesta safra muito por conta da mente aberta dos nossos cooperados, que aderem as tecnologias necessárias e investem na atividade. O clima é essencial, mas a adoção de tecnologia é fator determinante. Temos muitos cooperados alcançando médias altas por pensarem e agirem assim”, comenta.

Colheita padronizada em Santa Catarina

Engenheiro agrônomo Daniel Balestrin e cooperado Ivo Gabrielli, de Xanxerê (SC), computam os bons resultados com a safra de verão

Nesta safra não foram apenas os cooperados do Paraná e Mato Grosso do Sul que alcançaram êxito ao adotarem recomendações da assistência técnica, alicerçados pelo clima e investimento. Em Santa Catarina, a história é praticamente a mesma apresentada por produtores paranaenses e sul-mato-grossenses. O roteiro descrito pelo cooperado Ivo Gabrielli, de Xanxerê (Oeste Catarinense), praticamente não difere das demais regiões: falta de chuva no início do plantio, estabilização do clima durante o ciclo vegetativo, aposta em alta tecnologia e alta produtividade no final. “Aqui como em todos os lugares faltou chuva no início, causando um pouco de temor. Mas, depois tudo deu certo. Graças a Deus, estamos colhendo ótimo resultados”, afirma seu Ivo.

Conforme ele, o manejo adotado na propriedade foi um grande agregado para a sanidade da lavoura. “Não tivemos problemas de doenças e pragas graças ao investimento em bons produtos e manejo na hora certa. Isso foi fundamental para a lavoura expressar seu potencial”, comenta o cooperado, que cultiva 30 alqueires e fechou a área com 190 sacas de média.

O sorriso estampado no rosto do seu Ivo é sinônimo de alegria para o engenheiro agrônomo Daniel Balestrin, da Coamo em Xanxerê. “É muito bom ver essa satisfação, sobretudo pela parceria com a Coamo. Tivemos problemas climáticos, mas nada que prejudicasse a produtividade. Ficamos muito felizes em encerrar mais um ciclo vendo o sucesso dos nossos cooperados, que é nosso também.”

Cooperado Ivo Gabrieli, de Xanxerê (SC): satisfação e gratidão pelos bons resultados com a soja

Cooperado Renato Simon, de São Domingos (SC), revela que nesta safra colheu produtividades que até então ouvia falar, tanto na soja quanto no milho

O cooperado Renato Simon, de São Domingos (Oeste de Santa Catarina), revela que nesta safra colheu produtividades que até então ouvia falar, tanto na soja quanto no milho. “Os números foram surpreendentes Fizemos tudo o que estava em nosso alcance e tivemos a contribuição do clima. Estou na agricultura desde 1981 e foi a maior safra colhida”, conta.

De acordo com Simon, todas as recomendações técnicas foram seguidas rigorosamente desde o cuidado com o solo até os tratos culturais. Inclusive, investimento no solo sempre fez parte da cultura do cooperado que tem o plantio direto e a rotação como práticas constantes no planejamento das lavouras. “Tudo começa com uma boa análise de solo com a agricultura de precisão. O solo tem que estar em condições de fornecer tudo o que a planta precisar para que alcance o seu potencial produtivo. Outro ponto fundamental é a escolha da semente e procuramos sempre a que melhor se adapta ao nosso planejamento. Também cuidamos muito bem dos tratos culturais. Não adianta o tempo ajudar se não fizermos a nossa parte. Não podemos errar.”

O som da máquina do campo é sempre música para os ouvidos dos agricultores, mas nesse ano em especial proporcionou ainda mais prazer. “Dava gosto de estar junto das colheitadeiras, se sujar de poeira e saber que o resultado estava sendo bom. Isso é espetacular, sentimento de dever cumprido. Se ano que vem, a safra não for igual, tomara que, pelo menos, se aproxime.”

O cooperado cultivou nesta safra 346 alqueires com soja e 112 com milho. A soja rendeu uma produtividade média de 191 sacas por alqueire. “Até então, nossa maior média tinha sido de 160,93 sacas por alqueire. Nesta safra tivemos áreas que produziram de 229 até 242 sacas por alqueire. São números surpreendentes.”

O milho fechou com 571 sacas de média, com áreas que alcançaram até 619 sacas por alqueire. “Além de boa produtividade, o preço contribuiu e muito para que tivéssemos uma boa renda com o milho. Fizemos a nossa parte, o clima a dele e para ajudar ainda contamos com o mercado. Não podemos pensar que será sempre assim, temos que guardar gordura para possíveis eventualidades nos próximos anos”, considera Simon

O técnico agrícola Claudemir Dallagnol, "Kiko", da Coamo em São Domingos, lembra que uma boa safra inicia com planejamento, e a Coamo prima por esse detalhe. “Sentamos com cada cooperado e decidimos o melhor caminho a ser seguido, os investimentos e as tecnologias empregadas. Depois, é só conduzir a lavoura da melhor maneira possível. Nesse ano, tivemos um grande aliado que foi o clima e estamos vendo produtividades históricas para a região tanto para a soja como para o milho.”

Cooperado Renato com a esposa Lizete Simon, de São Domingos (SC), acompanham bons resultados com a safra

Resultados consolidados

Engenheiro agrônomo Roberto Bueno, de Campo Mourão, acompanha um grupo de associados do município desde a safra 1992/93 e que vem evoluindo a cada safra

Cada vez mais preparados e muito bem amparados pela filosofia cooperativista, os produtores rurais estão melhorando os resultados nas propriedades, verticalizando a produção das lavouras e, consequentemente, conseguindo evoluir no campo. Alicerçados por um grande aparato tecnológico, seja dentro ou fora da porteira, eles somam a cada safra resultados positivos e sustentáveis.

Uma condição conquistada por meio de investimento, boas práticas de produção e, sobretudo, sintonia com a assistência técnica oferecida pela cooperativa. O engenheiro agrônomo Roberto Bueno, da Coamo em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), acompanha um grupo de associados do município desde a safra 1992/93 e a pedido da Revista Coamo fez um levantamento sobre a evolução desses agricultores. O grupo soma 6.500 hectares, sendo 28 associados de 11 famílias.

De acordo com o agrônomo, para se ter uma ideia da evolução é só analisar as produtividades médias. Na safra 1992/93 a produtividade ficou em 116 sacas por alqueire e a de milho verão 201. Nesta safra, 2019/2020, a soja rendeu uma média de 198 sacas por alqueire e o milho 477. “Uma situação presente em todas as safras é a rotação de culturas. De uma maneira geral, sempre esteve presente. Tem anos com proporção maior e outros menor, mas nunca deixou de ser respeitada nesse grupo”, pondera.

Bueno observa que nesta safra, em função do clima, a produtividade teve um salto mais considerável. Porém, a evolução é constante ou ao menos a produção se manteve. “Quando começamos o plantio em 2019 não imaginávamos que teria essa produção. Foi uma safra muito boa, com altas produtividade, principalmente, de soja com médias próximas de 242 sacas por alqueire em algumas áreas. Foi uma boa surpresa tudo isso”, comenta.

Ele revela que foram inúmeras as ações ao longo dos anos para que houvesse esse crescimento sustentável e entre os trabalhos destaca os investimentos dos cooperados em solo. De acordo com Bueno, o solo é a principal ferramenta para dar sustentação na produção. “É o maior patrimônio que o agricultor tem. Sempre ressaltamos que solo fértil é sinônimo de cuidados na parte química, física e biológica. Tivemos um período com mais atenção na parte química, mas de alguns anos para cá, também, se acentua a parte biológica e física. Isso é de extrema importância para o sistema produtivo”, diz.

Conforme o engenheiro agrônomo, a rotação de culturas é imprescindível para dar sustentabilidade e elevar a produtividade, além de ajudar no controle de pragas, doenças e plantas daninhas. Outro ponto destacado pelo agrônomo é a genética, com variedades de soja e híbridos de milho, cada vez mais, produtivos, além de serem tolerantes a doenças, pragas e com adaptação ao clima nas mais variadas regiões. “O agricultor não pode pensar somente a curto e médio prazo. É necessário que haja um planejamento mais longo, que faça a correção do solo, pratique a rotação de culturas e continue com o plantio direto. São ações que ajudam a ter boas produtividades e sustentabilidade mesmo em anos em que o clima não contribuiu.

Cooperados tecnificados

Aquiles Dias, diretor de Suprimentos e Assistência Técnica da Coamo

Do plantio a colheita, o atendimento de qualidade desde o planejamento das lavouras com o fornecimento dos insumos e o trabalho de uma assistência técnica composta por mais de 260 engenheiros agrônomos no campo, aliados à assistência  financeira e recursos disponíveis  são importantes instrumentos para que os cooperados da Coamo possam colher altas produtividades.

Uma das características fortes dos associados da Coamo é o otimismo e a determinação em produzir sempre mais e melhor, com o uso de tecnologias modernas e sustentáveis. Juntamente com clima regular, esperado a cada nova semeadura e desenvolvimento da lavoura, o resultado pode ser melhor a cada novo ciclo.

A safra de verão 2019/20, representa a maior colheita de produtividades em toda a história dos 50 anos da Coamo. A busca pelo que há de mais moderno, sempre fez parte da filosofia e do planejamento da Coamo. “O nosso trabalho busca tecnologias inovadoras que viabilizem uma produção elevada com a prática de uma agricultura sustentável. A nossa equipe Técnica faz este trabalho em campo para que os resultados e a evolução cheguem aos cooperados para o sucesso das safras”, afirma Aquiles Dias, diretor de Suprimentos e Assistência Técnica da Coamo.  Segundo Dias, a parceria entre a cooperativa e a pesquisa materializada nos encontros da Fazenda Experimental da Coamo confirmam que o uso de novas tecnologias podem incrementar as produtividades.

Os números apresentados nesta edição da Revista Coamo, com destaque para altas produtividades em praticamente todas as regiões da cooperativa, confirmam a evolução tecnológica conquistada pelos cooperados. “São médias excelentes, mostrando que o solo responde, e o uso de tecnologias é necessário para superar as produtividades a cada safra. Quem participa e tem interesse sai na frente e pode obter ganhos de produtividades. Lembro bem quando começamos na década de 1970, a colheita era em torno de 70 sacas por alqueire, e já há alguns anos é superior as 200 sacas”, comemora Aquiles Dias.

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