Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 503 | Junho de 2020 | Campo Mourão - Paraná

COOPERATIVISMO

Conjugando o verbo cooperar

Nei Renczeczen com o filho Cristiano e o neto Cristofer: trabalho, evolução e sucessão no campo são destaques na família de Pitanga (PR)

Os cooperados são a razão da existência da Coamo e da Credicoamo e fazem o sucesso do cooperativismo. É para eles que as cooperativas atuam fortes e firmes, atendendo suas demandas e necessidades, com eficiência e qualidade na prestação de serviços e o profissionalismo da diretoria e funcionários. Comemorado sempre no primeiro sábado de julho, o Dia do Cooperativismo, lembra e resgata a história desse importante instrumento de transformação.

Os associados da Coamo e da Credicoamo integram um sistema que proporciona o bem comum e inúmeros benefícios, por meio de uma parceria sólida e vitoriosa visando o desenvolvimento da agricultura e pecuária, e a produção de alimentos para o Brasil e o mundo. “O cooperativismo é um movimento e antes de tudo uma filosofia de vida. É um instrumento eficaz que une pessoas e promove o desenvolvimento econômico e bem-estar social, tendo como referencial a participação democrática, solidariedade, independência e autonomia”, explica o engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini, idealizador e presidente dos Conselhos de Administração da Coamo e da Credicoamo. As cooperativas continuam trabalhando, pensando e agindo para o melhor dos associados e familiares.


SER COOPERADO COAMO

São muitos os benefícios disponibilizados pela Coamo aos associados, nas áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação; logística, gestão e suporte; e da cooperação que vai além do campo. Os associados têm à disposição apoio da assistência técnica que presta serviços desde o planejamento à comercialização da safra, inclusive com atendimento à campo por meio da utilização de tecnologia móvel e agricultura de precisão.

Importante também é o trabalho realizado no planejamento e organização da produção agrícola, de acordo com as particularidades de cada região de atuação da Coamo, o fornecimento de sementes produzidas e tratadas em Unidades de Beneficiamento próprias e o fornecimento dos insumos agropecuários de alta tecnologia com qualidade assegurada, por meio de planos e condições comerciais exclusivas.

Na área de Logística, por exemplo, a estrutura da cooperativa, com mais de 104 unidades é tecnologicamente atualizada e ágil para a recepção, classificação, armazenamento e expedição de produtos agrícolas, com ampla cobertura geográfica, o que garante ao cooperado redução de gastos e possibilidades de comercializar sua produção na época que julgar mais adequada. "A Coamo tem uma logística adequada e segura para movimentação de produtos agrícolas, industrializados e insumos agrícolas, por meio de frota própria, frota dedicada e frota spot (parcerias com fornecedores de serviços de transporte)", explica Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo.


Homenagem ao Cooperativismo

A Coamo produziu um filme em homenagem ao cooperativismo, fazendo parte dos seus 50 anos. No material, cooperados contam a transformação de suas vidas por meio deste sistema que gera renda e qualidade de vida.

De empregado a parte de uma história de sucesso

O ano era 1976. Um então fazendeiro do distrito de Piquirivaí, em Campo Mourão, pega um de seus diaristas, coloca no carro e o leva até uma cooperativa para se associar. A cooperativa ainda no início, com seis anos de fundação, era a Coamo e o trabalhador rural, o hoje cooperado Urcino Pereira. Quarenta e quatro anos se passaram, muitas foram as transformações tanto na vida do associado como na cooperativa, que em novembro completará 50 anos.

O cooperativismo proporciona histórias inspiradoras. São famílias que ao longo dos anos conseguiram evoluir e tiveram as vidas transformadas. “É até engraçado dizer que um boia fria, que ganhava pelo dia que trabalhava, hoje planta 300 alqueires de lavoura”, diz seu Urcino, que viu a sua vida se transformar quando o seu então patrão arrendou para ele dois alqueires de terra e o levou para se associar à Coamo.

O cooperado trabalhava na mesma propriedade que hoje arrenda e planta com a família. Ele trabalhou por 15 anos na fazenda e depois arrendou as terras. “Se eu não tivesse a coragem que tive, seria tudo diferente”, frisa. Seu Urcino recorda o dia que o patrão chegou e falou que o levaria à Coamo, que na época tinha seis anos de fundação: “Eu falei que não tinha nada, mas ele lembrou que eu tocava dois alqueires de terra. Lembro também das palavras que o patrão disse: você pode não ter muita coisa, mas é um grande homem, um trabalhador. Assim começou a minha história com a Coamo”, diz.

Ele trabalha na propriedade em parceria com os três filhos, Sidenei, Osnei e Rogerlei, também cooperados. “Somos 100% Coamo. A partir do momento que o fazendeiro me levou a Coamo, e me tornei associado, tudo mudou e para melhorar. De dois alqueires temos 300 de lavoura e já tenho área própria. A intenção é continuar trabalhando e progredindo. Tenho um grande prazer de ir à Coamo porque sou muito bem recebido.”

Seu Urcino lembra que muitas vezes, quando ainda era diarista na fazenda, ouvia dos colegas que era um ‘puxasaco’ da fazenda, porque não parava e dava conta de tudo. “Eu sempre tive comigo que deveria merecer pelo que estava ganhando e fazia a minha parte. E olha o que aconteceu tempos depois: o fazendeiro deixou a sua propriedade nas minhas mãos, arrendou tudo porque viu que eu era um homem trabalhador e honesto.” Baiano, seu Ursino veio ainda jovem para o Paraná. Os pais, segundo ele, não conseguiram ganhar dinheiro, e os irmãos acabaram indo embora para outras cidades. Já ele, encarou o cabo de enxada e não mediu esforços na lida com a agricultura. “Não faz muito tempo que evoluímos. Na Coamo entramos há mais tempo, mas de uns 15 anos para cá é que tivemos essa grande mudança na vida. Subi muito e não vou parar. O segredo é fazer bem feito porque sempre tem alguém olhando para você. Posso dizer que sou um homem privilegiado e muito feliz de ser cooperado e ter a Coamo como parceira.”

Ele trabalha na propriedade em parceria com os três filhos, Sidenei, Osnei e Rogerlei, também cooperados.

Todo o esforço, trabalho e dedicação do cooperado deixaram marcas, principalmente em suas mãos. Os calos, como ele diz, são como uma medalha pelas conquistas. “Isso aqui [mostrando para as mãos nunca sairá. É uma herança de quando era novo, são marcas do cabo da enxada.” Com 74 anos de idade, o ritmo de trabalho diminuiu um pouco. Mas, ele está sempre por perto das atividades, acompanhando tudo e fazendo companhia para os três filhos e netos que estão cuidando de toda a parte operacional da propriedade. “Temos maquinários bons e todos adquiridos na Coamo, que sempre me ajudou na condução de tudo. A história da cooperativa é bem parecida com a minha. Nós evoluímos e nos transformamos.”

Para ele, sem a Coamo e o cooperativismo, a história seria totalmente diferente. “O cooperativismo é a melhor coisa que fizeram. É uma grande oportunidade para quem quer trabalhar e evoluir de forma honesta. Trabalhe, seja parceiro da cooperativa e o retorno será muito bom. Esses ensinamentos já passei para os meus filhos e tenho certeza de que terão a Coamo como parceira para o resto de suas vidas.”

Sucesso e evolução no campo

Em Mamborê os irmãos Irineu, Ricieri e João Luiz Zanatta estão dando continuidade ao trabalho iniciado pelo pai Angelo Zanatta, que chegou no município em 1951

Em Mamborê os irmãos Irineu, Ricieri e João Luiz Zanatta estão dando continuidade ao trabalho iniciado pelo pai Angelo Zanatta, que chegou no município em 1951. Inicialmente ele trabalhou com madeira, primeiro como funcionário e depois proprietário de serraria. Com o fim do ciclo da madeira, passou para a agricultura e pecuária.

A propriedade foi adquirida em 1969 e desde então passou por evoluções e transformações. Os três irmãos trabalham em parceria, como uma extensão do cooperativismo praticado pela Coamo. “Nossos pais sempre apoiaram e incentivaram para que ficássemos unidos, dando continuidade ao que conquistaram”, conta.

Ele lembra que o pai foi um dos pioneiros do município e da Coamo, com grande participação. “É um sentimento de orgulho fazer parte dessa história. Nosso pai deixou seu legado e estamos seguindo seus passos.”

Para Ricieri, o cooperativismo agrega e a Coamo sempre foi parceira apoiando e oferecendo toda condição para que as atividades fossem conduzidas da melhor maneira possível. “Eu cresci vendo a Coamo evoluir. A cooperativa sempre esteve do nosso lado. Com o cooperativismo conquistamos mais. Essa evolução é graças ao nosso trabalho e à Coamo.”

Irineu, Ricieri e João Zanatta

Na propriedade são desenvolvidas atividades agrícola e pecuária, com integração entre lavoura e gado. Irineu é o irmão mais velho. Ele diz que o cooperativismo acrescenta e colabora para a evolução das famílias. “São vários os benefícios que vão desde o momento do plantio até a comercialização da safra.

Cooperativa e cooperados são como um time, onde todos têm o mesmo objetivo, puxam para o mesmo lado. Nesses anos, houve uma grande evolução desde o tempo do nosso pai. Acompanhei tudo de perto. Agora, estamos passando pelo nosso momento e queremos continuar crescendo e evoluindo.”

João Luiz é o caçula dos três irmãos. Ele conta que tudo que precisam encontram na Coamo. “É uma parceria de longa data, sempre com orgulho e gratidão. Ficamos felizes de ter uma cooperativa nos auxiliando. Nosso pai é um dos pioneiros do cooperativismo na região e crescemos vendo todo esse trabalho”, pondera.

De acordo com ele, se a Coamo cresceu nesses anos todos, com a família não foi diferente. “Evoluímos juntos e creditamos isso ao cooperativismo, a Coamo, que sempre atendeu as nossas necessidades.”

Crescimento amparado no cooperativismo

A experiência de vida do cooperado José Maria dos Santos, de Engenheiro Beltrão, é um exemplo de sucesso de parceria com a Coamo

O cooperado José Maria dos Santos, de Engenheiro Beltrão (Centro-Oeste do Paraná), chegou ao Brasil aos 20 anos. Natural da região de Beira Baixa - cerca de 200 quilômetros de Lisboa, capital de Portugal, ele desembarcou em Maringá em 1959 para trabalhar com um primo no ramo de secos e molhados. Um ano depois, assumiu a administração de uma das filiais do armazém em Ivailândia (distrito de Engenheiro Beltrão), onde teve o primeiro contato com a agropecuária. A região era coberta por matas e cultivo de café e hortelã.

Em 1965, o cooperado adquiriu o seu primeiro sítio. O café cultivado na propriedade deu lugar à soja e ao algodão. Trabalhando com determinação, o cooperado foi crescendo com naturalidade. Em 1972, depois de acompanhar o nascimento da Coamo e as primeiras experiências de sucesso da cooperativa, ele não pensou duas vezes. Procurou a Coamo e se tornou sócio, a fim de contar com os benefícios na armazenagem da safra e adquirir produtos para o cultivo das lavouras.

"Na época era muito difícil. Tínhamos que entregar a safra em Campo Mourão e a distância fazia com que às vezes o caminhão ficasse até dois dias na fila. A Coamo mesmo pequena já tinha muitos agricultores entregando. Mas depois, com a instalação do entreposto em Engenheiro Beltrão tudo melhorou", lembra o cooperado.

De acordo com ele, a Coamo ajudou a implantar muitas tecnologias para o campo, difundindo o cooperativismo. Ele afirma que a parceria firmada entre a Coamo e os agricultores é o grande segredo do seu sucesso. "Não sei como poderia ser a nossa agricultura sem o apoio da Coamo, que além de facilitar o recebimento da safra regulou o mercado e nos ofereceu a possibilidade de produzirmos mais e melhor", destaca.

Cooperado José Maria dos Santos em reportagem de comemoração dos 30 anos da Coamo

A harmonia constante na administração da cooperativa, também foi fundamental para o seu crescimento e consolidar a confiança do cooperado. "A diretoria sempre mereceu o nosso respeito, pela honestidade, seriedade e dedicação. O desenvolvimento da Coamo tem como responsável o Dr. Aroldo, que sempre foi muito organizado e com grande poder de liderança", afirma.

Segundo João Maria, a organização e a competência administrativa também possibilitaram um grande equilíbrio, gerando satisfação entre todo o quadro social. “A Coamo é isso que estamos vendo. Eu só compro na Coamo e entrego toda minha produção na cooperativa. Sinto segurança, entrego o produto, vendo no momento em que precisar e recebo também na hora”. Ainda segundo o cooperado, nesses 50 anos, a cooperativa se transformou e evoluiu e os associados acompanharam a transformação. “Quando comecei, eu era pequeno, hoje evolui. Nunca fui aventureiro, mas fomos fazendo alguns negócios, e crescemos juntos. Temos que comemorar e celebrar essas conquistas e o orgulho de fazer parte de uma cooperativa desse tamanho e com tantas virtudes.”

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