Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 503 | Junho de 2020 | Campo Mourão - Paraná

COAMO EM DÉCADAS

Primeira década – 1970 a 1980

Em cinco décadas foram expressivos os resultados conquistados pela Coamo e seus cooperados, fruto de muito trabalho, dedicação, vontade de crescer, produzir mais e obter resultados cada vez melhores safra após safra.

A Revista Coamo inicia com esta publicação de junho, a primeira de cinco edições apresentando um pouco da trajetória da Coamo, com fatos e fotos, que mostram o crescimento e o profissionalismo conquistados nesses 50 anos, consolidando a prática de um cooperativismo de resultados para satisfação e a felicidade de milhares de produtores associados e de seus familiares.


Cenário da região de Campo Mourão na década de 1960, e abaixo momento histórico da fundação da Coamo, em 1970

A "Terra dos Três Ésses"

Fioravante João Ferri, primeiro presidente da Coamo

A história da agricultura na região de Campo Mourão é contada a partir das primeiras lavouras surgidas no final da década de 60. As matas foram derrubadas para extração de madeira, e junto com esse cenário, agricultores de outras regiões do Paraná e até do Rio Grande do Sul chegaram para iniciar a atividade agrícola em uma das últimas áreas e fronteiras de terras mecanizáveis a serem exploradas no Paraná. O solo da região era de latossolo roxo, profundo, de textura argilosa e muito fértil, porém, com alta acidez. Situação que os agricultores tinham conhecimento, assim como a necessidade da correção do solo para produzir e ter sucesso na agricultura. As terras eram conhecidas como as “Terras dos três Ésses” com formiga saúva, sapé e as tradicionais samambaias. A mecanização agrícola era o caminho para resolver e melhorar este cenário.

A solução para os agricultores foi encontrada no cooperativismo. Após várias reuniões, trabalho sério e responsável coordenado pelo engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini, então extensionista da Acarpa, que chegou em maio de 1968 na cidade para iniciar o trabalho de organização dos produtores- surgiu a Cooperativa Agropecuária Mourãoense, com a sigla Coamo, no histórico 28 de novembro de 1970, por meio de um grupo de 79 agricultores.

O primeiro presidente da Coamo foi o madeireiro e agricultor Fioravante João Ferri, com propriedade em Campina do Amoral. Ele foi escolhido presidente por sua credibilidade, dedicação e honestidade na busca do bem comum. Ferri aceitou o desafio com a condição de que o jovem agrônomo Gallassini assumisse a gerência geral da cooperativa.

NA LINHA DO TEMPO

1971

ESTRUTURA - A cooperativa funcionou inicialmente no centro de Campo Mourão em um pequeno escritório alugado, com máquinas de escrever e calcular emprestadas. Em 14 de setembro iniciou suas atividades com o recebimento em armazéns alugados de 209 mil sacas de trigo, e contava com 148 associados. A safra de trigo foi tão expressiva, que provocou a contratação de financiamento para o surgimento do primeiro armazém próprio.

1972

SEDE PRÓPRIA - Constituída no final de 1970, a Coamo começou a funcionar efetivamente em abril de 1972, quando mudou do escritório alugado e provisório de 50 m², para as instalações próprias numa área construída de 130 m², o que proporcionou uma maior mobilidade funcional. A sede própria tinha salas para contabilidade, administração, escritório geral e assistência técnica.

Em abril desse ano, a Coamo se mudou para uma sede própria e em 1º de setembro foi inaugurado o primeiro armazém da cooperativa para 80 mil sacas com máquinas de secagem e limpeza, financiado pelo BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul. A segunda etapa resultou na construção e entrega em maio do ano seguinte, de armazém graneleiro para 500 mil sacas e armazém de sementes para 60 mil sacas. Sucederam-se inúmeros financiamentos para ampliação da estrutura em função do crescimento nos números de associados e de produção nas áreas de atuação da cooperativa.

1973

TRIGO E SOJA – Com participação de 650 associados, a cooperativa recebeu 480 mil sacas de soja e 830 mil sacas de trigo, sendo a campeã estadual no recebimento deste cereal, o que motivou o lançamento na cidade da Campanha Estadual para aumento na produção de trigo sediando evento com a presença do governador do Paraná, Emilio Gomes. “Simpatia por Campo Mourão e região, homenagem aos produtores da cidade que mais produziram trigo no Estado e incentivar o aumento da produção para ser exemplo aos outros Municípios”, foram os motivos da cidade para o lançamento da Campanha de Trigo, segundo o governador.

LABORATÓRIO DE SEMENTES - A produção de Sementes fez parte do planejamento estratégico desde o início da Coamo. Nesse ano entrou em operação o Laboratório de Análise de Sementes, para produção com qualidade nos campos dos cooperados, que no ano seguinte, obteve o credencimanto oficial. Trata-se de um laboratório próprio e moderno, com profissionais qualificados realiza testes de germinação, pureza, peso hectolítrico (densidade dos grãos) e umidade, e acompanha as análises dos lotes de sementes atualmente em 11 UBS – Unidades de Beneficiamento de Sementes.


1974

Construção do entrepostoem Engenheiro Beltrão

DESCENTRALIZAÇÃO - Com 1.200 associados e uma capacidade de armazenagem de 1.200.000 sacas e uma estrutura e organização das mais modernas foi aprovado em Assembleias Gerais pelos associados o início da descentralização da cooperativa, inicialmente no município de Engenheiro Beltrão e depois para Mamborê, com a construção dos primeiros entrepostos da cooperativa, com capacidade para 700 mil sacas cada.

COMUNICAÇÃO – A implantação dos Comitês Educativos em 1972, era fonte de ligação entre a diretoria e cooperados para disseminar as diretrizes e políticas da cooperativa, coletar informações e demandas do quadro social. Em função do aumento da sua área de ação, para facilitar a integração com os produtores, a Coamo criou em novembro de 1974, a publicação impressa “Informativo Coamo”, exatamente para informar as notícias de interesse dos cooperados, que no ano seguinte foi ampliado e circulando com o nome de Jornal Coamo.

PERDA – Em 23 de novembro desse ano, faleceu repentinamente o fundador e primeiro presidente da Coamo, Fioravante João Ferri. O vice-presidente, Gelindo Stefanuto, que inclusive, na fundação da cooperativa foi o autor da sigla “Coamo”, assumiu o cargo interinamente até o final da gestão. Seu Ferri, foi homenageado com o nome da rua em frente a sede da Coamo.

1975

NOVA DIREÇÃO – Por ocasião da 5ª Assembleia Geral Ordinária em janeiro de 1975, os cooperados elegeram para a presidência da cooperativa o engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini.

MOINHO - Começa a funcionar, em 30 de junho, o Moinho de Trigo Coamo.

REORGANIZAÇÃO - Para continuar crescendo e pensando no futuro, foi realizada uma reorganização administrativa com a criação inicialmente de sete departamentos - Transportes, Técnico, Produção de Campo Mourão, Produção de Entrepostos, Administrativo e Financeiro, Fornecimento de Insumos, e Comercial, para propiciar um bom atendimento aos cooperados. Posteriormente passou-se a 15 departamentos em função da prosperidade da cooperativa com a movimentação expressiva dos associados.

FAZENDA EXPERIMENTAL - Criada nesse ano para que os produtores pudessem aumentar a produtividade de suas culturas com a utilização de tecnologias modernas. De uma produtividade média na época de 70 sacas de soja por alqueire, esse número atualmente é de 150 sacas e muitas propriedades já colheram mais de 200 sacas por alqueire. O trabalho com experimentos na Unidade demonstrativa da Coamo permite testes em todas as fases do cultivo, da preparação da terra à colheita.

CULTURA – ”Esse período foi fundamental na consolidação da ‘Cultura Coamo’ , com a definição informal das regras de comportamento no relacionamento interno e externo com os funcionários, com os cooperados, e com a sociedade. Regras estas que teriam influência no futuro da cooperativa”, informa o Relatório de 5 anos da Coamo.

MAIS DE 2 MIL ASSOCIADOS – Voltada já no seu início para seus cooperados, dos 79 fundadores, a cooperativa encerrou seus primeiros cinco anos com mais de dois mil associados, com a certeza de que, com passos firmes, constitui-se como agente de transformação da agricultura, da sociedade e de pessoas.

1976

CRÉDITO - Para facilitar o entendimento e o acesso dos cooperados ao crédito, a cooperativa implantou na safra de trigo 1976, o crédito de Repasse, sendo os recursos tomados no Banco do Brasil. Os trâmites foram feitos dentro da própria cooperativa e foi considerado um grande serviço, haja vista que os produtores puderam fazer adiantamento para plantar as safras para pagamento na comercialização.

HORTELÃ – Entre 1976 e 1978, a Coamo recebeu a produção de óleo de ementa de 15 cooperados das regiões de Engenheiro Beltrão, Quinta do Sol, Fênix e Barbosa Ferraz, que era conhecida na época como a “Capital da Menta do Paraná.” O gênero Mentha abriga uma variedade de 25 a 30 espécies diferentes. No Brasil é mais comum encontrar a Mentha piperita, popularmente conhecida como hortelã e a Mentha spicata, mais conhecida como menta.

PNCS – Campo Mourão, por meio da Coamo, foi sede em setembro do lançamento do Plano Nacional de Conservação de Solos (PNCS), com a presença do ministro da Agricultura Alysson Paulinelli, governador do Paraná, Jayme Canet Júnior e autoridades. Monumento alusivo foi construído na Praça do Fórum (Bento Munhoz da Rocjha Netto).

ENTREPOSTO DA USINA – Entrou em funcionamento o entreposto Fioravante João Ferri, inicialmente com dois silos para 42 mil toneladas cada e capacidade de 1,4 milhões der sacas a granel. Entreposto funciona no parque industrial da cooperativa em Campo Mourão.

ALGODÃO - Coamo inicia o recebimento de algodão, com atuação em 15 municípios.

CTA - Início das atividades do Centro de Treinamento Agrícola da Coamo (CTA), com objetivo de capacitar os cooperados no uso correto dos equipamentos, maquinários e insumos.

1977

INSUMOS – Em junho desse ano foram inauguradas as lojas de insumos em Engenheiro Beltrão e Mamborê, resultado da política de interiorização definida pela diretoria em 1975.

INFORMATIVO NO RÁDIO - A partir desse ano, a Coamo passa a produzir e apresentar programa de rádio com o nome de “Informativo Coamo” com o objetivo de levar as informações da cooperativa e da agricultura aos associados de forma mais rápida e com mais regularidade. Posteriormente o programa foi veiculado também em outras regiões, e atualmente está presente em emissoras que abrange toda a área de ação da cooperativa nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

PLANTIO DIRETO - Coamo promove primeira Convenção sobre Plantio Direto, em junho.

TERMINAL PORTUÁRIO – Inaugurado em Paranaguá, com a presença do presidente da República Ernesto Geisel, o Terminal Portuário da Cotriguaçu, da qual a Coamo fez parte juntamente com cooperativas singulars de várias regiões do Paraná. Com o Terminal, na época, o Porto de Paranaguá dobrou sua capacidade de embarque a graneis passando a carregar navios de 30 mil toneladas em 10 horas. A capacidade inedpendfente dio Terminal era de 1.500 toneladas/hora, idêntica a do Corredor de Exportação.

1978

CAFÉ- A cooperativa passou a receber, beneficiar, armazenar e comercializar a produção dos seus cooperados, que recebiam assistência técnica e o fornecimento dos insumos para produzir bem e com qualidade.

COAMO-SUL - Em agosto, a Coamo começa a atuar no Sul do Paraná, com a incorporação da Cooperativa Palmense (Copalma) e atuar nas regiões de Palmas e Mangueirinha (Sudoeste), passando a produzir sementes próprias de qualidade em região com clima propício e beneficiando também produtores de Mangueirinha.

ESCOAMENTO - O presidente da Coamo, Dr. Aroldo Gallassini, reivindica ao governador Ney Braga, em nome dos cooperados, as pavimentações das rodovias BR 487 (Campo Mourão/Iretama) e PR 460 (Iretama/Pitanga), para facilitar o escoamento das produções dos agricultores.

EXPANSÃO - Antes de terminar a década de 1970, a Coamo já era uma potência regional, tendo se estabelecido em diversas localidades na região de Campo Mourão com entrepostos em Engenheiro Beltrão, Mamborê, Fênix, Boa Esperança, Peabiru, Iretama, Roncador, Juranda e Barbosa Ferraz. Sem contar as incorporações nas regiões Centro e Sul do Paraná. A maior parte dos associados era formada por pequenos e médios produtores. Mas em muitos municípios era de mini e pequenos produtores e muitos utilizavam tração animal, como principal instrumento de trabalho. A cooperativa recebia milho, arroz, feijão, algodão, soja e outros produtos, e estava perto das propriedades dos seus mais de 5 mil associados.

1979

COAMO-CENTRO - A cooperativa passou a partir desse ano a beneficiar produtores da região de Pitanga, então, uma das maiores produtoras de milho do Paraná, com a incorporação da Coopercentro. Expansão possibilitou desenvolvimento com tecnologia e cooperativismo aos produtores também de das regiões de Cândido de Abreu e Palmital. Nesse processo de expansão, a cooperativa também passou a atuar em Em 1979, a presença da Coamo alcançou a região de Pitanga, então uma das maiores produtoras de milho no Estado, com participação de produtores de Cândido de Abreu e Palmital.

1980

PRÊMIO - Em setembro, a Coamo é eleita pela primeira vez, a empresa de "Melhor desempenho no setor Agropecuário Nacional", pela revista "Exame".

EUCALIPTO – A Coamo inicia experimentos inéditos no Paraná, com a cultura do eucalipto, em parceria com a Embrapa/CNPF.

É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados ou citados não exprimem, necessariamente, a opinião do Jornal Coamo.