Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 511 | Março de 2021 | Campo Mourão - Paraná

COLHEITA DE VERÃO

SAFRA DESAFIADORA

Família Petrassi, de Ivaiporã (PR), acompanha a lavoura com o engenheiro agrônomo, Fernando Mauro Soster

Na propriedade da família Petrassi, divisa entre Ivaiporã e Ariranha do Ivaí (Vale do Ivaí), a colheita da soja foi ditada pelo clima. Quando chovia os trabalhos paravam até que o sol voltasse a aparecer. Foi nesse mesmo ritmo que a lavoura se desenvolveu. O clima foi o principal personagem nesta safra de verão, atrasando o plantio, devido à falta de chuva entre os meses de setembro e outubro, e depois dificultando o desenvolvimento e os tratos culturais, por causa do excesso de água em janeiro.

Quando a equipe de reportagem da Revista Coamo esteve na propriedade da família Petrassi, no dia 09 de março, a colheita ainda estava no início, com média de 180 sacas por alqueire. “Foi uma safra um pouco diferente. Mas, apesar de todas as adversidades climáticas, ainda está sendo boa, superando as expectativas” diz Renan de Lima Petrassi. Ele trabalha junto com o pai José e a mãe Rita de Cássia.

Renan conta que os problemas climáticos influenciaram a safra desde o início. “Fizemos uma safra com boa tecnologia e a produtividade está compensando o investimento. Estamos sempre melhorando o sistema de produção, com agricultura de precisão e correção do solo. Realizamos um "pente fino" para elevar a produção. Todo o investimento está amparado pelos bons resultados”, diz.

Rita de Cássia acompanha a lavoura de soja com o marido José Petrassi Jacídio Sambati, de Campo Mourão (PR), diz que considerando as condições climáticas, que não foram favoráveis, o resultado da colheita da soja foi positivo

Cooperado Jacídio Sambati acompanha a colheita com o técnico agrícola, Claudinei Batista do Prado, em Campo Mourão

Enquanto Renan e o pai, seu José, cuidam da parte operacional, dona Rita de Cássia fica com área administrativa. Ela ressalta que um fator importante nesta safra, além da boa produtividade, é o mercado aquecido para a soja. “Fizemos contratos quando compramos os insumos em três escalas de preços. A média ficou entre R$ 80,00 e R$ 90,00 a saca. Na época, era um valor muito bom. Os preços subiram e ultrapassaram o valor dos contratos. Isso é bom porque ainda temos soja para comercializar nos valores atuais, acima de R$ 150,00 a saca e teremos uma boa média”, destaca.

Dona Rita ressalta que foi uma safra de verão diferente, e cada ano fica um aprendizado. “O clima não foi como o esperado e ainda assim estamos tendo uma boa safra. Fomos nos ajustando conforme as situações do momento, fazendo o possível para que a lavoura tivesse um bom desenvolvimento. Também nos adaptamos na colheita. A chuva interrompeu o bom andamento, mas nada que prejudicasse.”

O engenheiro agrônomo, Fernando Mauro Soster, da Coamo em Ivaiporã, revela que nas primeiras áreas colhidas, em torno de 3%, a soja foi um pouco avariada. Porém, com o andamento da colheita o produto melhorou. “As primeiras áreas sofreram com o excesso de chuva, mas visivelmente a maior parte das lavouras está muito boa”, explica.

Ele conta que, tradicionalmente, os agricultores na região de Ivaiporã, utilizam boa tecnologia, buscando alcançar a melhor produtividade. “A família Petrassi é exemplo disso. Fizeram um bom investimento e estão colhendo o resultado. Alguns produtores que utilizam uma tecnologia menor estão com uma produtividade abaixo. Nessa safra é bem explícito a diferença entre quem investiu mais.”

Jacídio Sambati, de Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), diz que considerando as condições climáticas não favoráveis, o resultado da colheita da soja foi positivo. “Tivemos produtividades acima de 200 sacas por alqueire. Isso se deve a tecnologia utilizada. Se analisarmos que a safra sofreu com o clima irregular, podemos dizer que ainda tivemos uma produção normal, dentro do investimento realizado”, assinala o cooperado que trabalha em parceria com o irmão Armando Sambati Filho e o filho Jacídio Sambati Júnior.

O cooperado conta que todas as safras são planejadas da melhor maneira possível, buscando alcançar o potencial produtivo das lavouras. “Trabalhamos em parceria com a assistência técnica da Coamo e fazemos o trabalho da melhor maneira possível, cuidando bem da lavoura”, diz.

De acordo com ele, há várias safras o resultado vem sendo bom. “Há pelo menos quatro safras, estamos colhendo muito bem. Neste ano, estávamos preocupados devido ao clima. Mas, a colheita se mostrou positiva. Cada ano é diferente. É preciso saber lidar com as situações que possam aparecer e continuar realizando o nosso trabalho.” A família planta um total de 300 alqueires de soja, sendo metade da área entre Campo Mourão e Luiziana, e o restante em Araruna.

Irmãos João e Júlio, de São João do Ivaí (PR), com o engenheiro agrônomo, Victor Hugo Matias Cangussu de Moura

Sambatti destaca que o preço da saca de soja é um motivo a mais para comemorar a boa safra. Parte da produção do cooperado será para cumprir os contratos que, segundo ele, também foram realizados com bons preços para a época. “A parte da produção que não temos contrato vamos comercializar e aproveitar o mercado aquecido. No final, ainda teremos uma boa média de preço”, assinala.

Claudinei Batista do Prado, técnico agrícola da Coamo em Campo Mourão, observa que a família Sambatti é tradicional na região de Campo Mourão e referência na adoção de tecnologias. “Eles acompanham as novidades e trabalham em parceria com a assistência técnica da cooperativa. Foi uma safra desafiadora e o cooperado mais tecnificado vem conseguindo um resultado melhor.”

João Cordeiro de Andrade, de São João do Ivaí (Vale do Ivaí), teve uma média de 150 sacas nos 60 alqueires de soja que cultiva em parceria com o irmão Júlio. “Esperávamos que a produtividade fosse menor. Mas, tivemos uma produção até boa devido a todos os problemas que enfrentamos nessa safra”, assinala.

A lavoura do cooperado, também, foi influenciada pela falta de chuva para o plantio e excesso de água durante o desenvolvimento das plantas. “Os trabalhos foram realizados conforme o clima contribuía. Apertou um pouco para fazer os tratos culturais, mas conseguimos entrar com as aplicações a tempo de evitar mais perdas”, diz.

A produtividade neste ano foi menor do que a registrada na safra passada, quando os irmãos colheram 200 sacas por alqueire. “Produzimos menos, mas por outro lado os preços compensam. Temos contratos para cumprir, mas ainda teremos soja para aproveitar os preços atuais”, destaca seu João.

O engenheiro agrônomo, Victor Hugo Matias Cangussu de Moura, da Coamo em São João do Ivaí, reitera que a safra se desenvolveu em situação adversa. “As chuvas no mês de janeiro dificultaram o controle de doenças e a produtividade foi menor. Em compensação, os preços melhoraram bastante e isso está ajudando os cooperados.”

Ele destaca que nenhuma safra é igual a outra e o cooperado deve estar sempre preparado para condições adversas. “É necessário que se faça um bom planejamento e manejos que possam melhorar a fertilidade do solo e minimizar os estresses pela falta de água ou ataques de doenças e pragas. O cooperado que tem essa preocupação, consegue uma melhor produção mesmo em situações adversas”, ressalta.

João Cordeiro de Andrade, de São João do Ivaí (PR), teve uma média de 150 sacas nos 60 alqueires de soja que cultiva em parceria com o irmão Júlio
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