Já está mais que comprovado que a rotação de culturas faz com que os resultados de uma propriedade sejam mais estáveis. Pelo sistema uma lavoura complementa a outra, do ponto de vista de sustentabilidade do processo produtivo. E os produtores comprovam: a tecnologia tem sido um sucesso em todas as regiões da Coamo.
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Diógenes Mattei, de Coronel Vivida (Sudoeste do Paraná). Rotação utilizada há oito anos na propriedade com bons resultados na soja e no milho
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O cooperado Diógenes Mattei, de Coronel Vivida (Sudoeste do Paraná), é um dos que tem apostado na técnica. Ele incorporou o milho no esquema de produção da safra de verão há cerca de oito anos, quando a propriedade foi dividida em talhões e o plantio do cereal começou a ser feito em sistema de rodízio. “Meu pai foi quem deu o primeiro passo quando começou a fazer plantio direto na década de 80. Nos últimos anos mesmo com o mercado ruim não deixamos de cultivar o cereal”, revela o cooperado, que junto com o irmão conduz a propriedade de pouco mais de 100 alqueires, onde além de soja e milho planta trigo, feijão e aveia num esquema bem montado junto com a assistência técnica da Coamo. “Mas o nosso carro chefe segue sendo a soja. Depois vem o milho, feijão e o trigo”, conta.
Mattei sabe que a monocultura ou mesmo o sistema contínuo de sucessão tende a provocar a degradação física, química e biológica do solo e a queda da produtividade das culturas. Também proporciona condições mais favoráveis para o desenvolvimento de doenças, pragas e plantas daninhas. “Sem rotação o solo se degrada ao longo dos anos. Sem ela certamente começam a aparecer muitos problemas fitossanitários, compactação e até erosão, que em alguns lugares está voltando por falta de rotação”, alerta o cooperado. Agrônomo por formação, ele não deixa de ouvir a assistência da Coamo. “Trabalhamos em parceria, ouvindo e aprendendo a cada dia”, afirma.
Parceria, aliás, valorizada pelo engenheiro agrônomo Marcus Henrique Alberto, do departamento Técnico da Coamo em Coronel Vivida. De acordo com ele, a consciência demonstrada pelo cooperado vem sendo o fiel da balança para os bons resultados que ele obtém. “É importante que todos tenham essa conduta. A rotação é tão importante que pragas e doenças que antes eram tranquilas de ser controladas, hoje estão atrapalhando a cultura da soja em algumas propriedades por falta desse manejo. O produtor que tem interesse em se manter na agricultura e ter uma rentabilidade maior tem que fazer rotação. O Diógenes é um bom exemplo disso, e por isso consegue safras com bons resultados”, garante.
Bastante incomum na região Oeste do Paraná, onde quase sempre se vê apenas lavouras de soja no verão e milho no inverno, o cooperado Rafael José Vogt, de Toledo está quebrando regras, e também não abre mão da rotação de culturas no esquema de produção da propriedade. Ele iniciou o sistema há cerca de quatro anos e diz que os resultados melhoraram até o visual da propriedade. “O milho entra somente para rotacionar o sistema no verão, de onde tiramos a soja e colocamos o milho safrinha, no inverno. Até a paisagem mudou por aqui e para melhor”, brinca Rafael, lembrando que além de melhorar o sistema as produtividades também subiram na propriedade. “Além disso estamos conseguindo antecipar o plantio da soja que quando implantada em cima do milho tem produzido mais”, acrescenta.
A experiência tem sido positiva para a família Vogt, que trabalha em parceria. Além de Rafael, o pai e o tio também fazem parte do processo de produção da propriedade, que no verão é coberta com pelo menos 15% de milho. “Fechamos uma média de 152 sacas de média neste ano, onde sofremos com a chuva e o abortamento de vagens. Então, graças à rotação e a tecnologia que utilizamos, não dá para reclamar”, comemora.
Na opinião do agrônomo Itamar Leandro Sus, encarregado do departamento Técnico da Coamo em Toledo, é satisfatório ver os resultados dos Vogt sendo amparados pela rotação, numa região onde o sistema praticamente não existe. “Financeiramente muitas vezes parece que é inviável já que a soja geralmente rende mais. Mas, quem tem em mente a utilização dessa tecnologia ganha muito com o enriquecimento do sistema e em longo prazo os resultados certamente superam a monocultura de soja e milho. Tanto que neste ano os resultados aqui devem ficar acima da média de produção do município”, explica Sus.
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Rafael Vogt, de Toledo (Oeste Paranaense). Sistema ajudou a evoluir resultados e melhorou a paisagem
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