Além dos desafios já conhecidos, de um país com clima tropical e de dimensão continental, como o clima e a infraestrutura, acredito que o campo e todo o ecossistema do agro, exigirão cada vez mais profissionais qualificados, de diferentes áreas e com conhecimento técnico aprofundado." A frase é do Editor executivo da Revista Globo Rural, Cassiano Ribeiro, entrevistado do mês na Revista Coamo.
Segundo ele, 2024 marca o início dessa uma transição, com um mercado fazendo exigências rigorosas. "As pesquisas mostram que o consumidor global está mudando seus hábitos e buscando ter mais consciência do que consome, seja alimentação ou energia. Isso implica mudanças. A lei antidesmatamento é só uma dessas exigências, talvez a mais rigorosa, sim, e que vai exigir investimentos em rastreabilidade em toda a cadeia. Mas, acredito que isso será gradual e não radical, até porque não é algo simples a se fazer.
Revista Coamo: Qual a sua percepção do agronegócio brasileiro e a importância para economia nacional?
Cassiano Ribeiro: O agro talvez seja um dos setores mais complexos e ao mesmo tempo fascinantes. É a força vital da nossa economia. Falar de agronegócio é falar de natureza, de alimentação e gastronomia, de pesquisa e inovação, de política, de esporte, de energia. Mas, para mim, o melhor do agro são as pessoas que fazem parte desta atividade, especialmente as que estão diretamente envolvidas com a produção, cultivando a terra. Brasileiros que amam seu trabalho, que têm o agro na veia há muitas gerações e, sem dúvidas, são os maiores responsáveis pelo sucesso do país neste ramo. Ao longo da minha carreira, posso dizer que acompanhei de perto algumas transformações importantes e que foram fundamentais para o aumento da produção e da produtividade, como por exemplo a adoção da agricultura de precisão, a chegada das agtechs, os lançamentos, cada vez mais, surpreendentes das máquinas e dos implementos com altíssima tecnologia embarcada e, mais recentemente, a “explosão” no uso de bioinsumos, que tenho certeza é sem volta e revolucionário para o Brasil. Certamente, o país vai liderar também essa área em todo o mundo.
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