Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 542 | Dezembro de 2023 | Campo Mourão - Paraná

INVESTIMENTO

Coamo vai investir R$ 3,5 bilhões nos próximos três anos

Pacote de investimentos foi aprovado pelo quadro social no dia 13 de dezembro, durante a Assembleia Geral Extraordinária (AGE)

Agilizar o recebimento e a armazenagem da produção dos cooperados, ampliar e modernizar a infraestrutura em diversas áreas e incrementar a verticalização para agregar valor às atividades dos mais de 31 mil produtores associados. Estes são objetivos da Coamo Agroindustrial Cooperativa com sede em Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), com investimentos de R$ 3,5 bilhões para os próximos três anos (2024/2026). 

O pacote de investimentos foi aprovado pelo quadro social no dia 13 de dezembro, durante a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) com a participação de centenas de cooperados da área de ação da cooperativa no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. “Vamos iniciar um novo ciclo no crescimento da Coamo e os investimentos são necessários para organizar e dimensionar o que precisamos realizar nos próximos três anos para oferece as melhores condições de atendimento aos cooperados”, explica o presidente Executivo da Coamo, Airton Galinari.

Conselho de Administração da Coamo

Os cooperados aprovaram investimentos a serem realizados em 80 unidades nos três Estados da área de ação da Coamo com modernização e ampliação das suas estruturas portuárias e de recebimento, beneficiamento, secagem, armazenagem de produtos agrícolas, distribuição de insumos, produção de sementes e de escritórios administrativos.

Para melhorar o fluxo no atendimento e o escoamento da produção dos cooperados, a Coamo irá construir um novo entreposto em Campina da Lagoa, no Paraná, e três novas unidades de recebimento nas regiões de Amambai, Dourados/Ponta Porã, e em Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul. “São investimentos necessários que contemplarão melhorias com novos secadores, balanças, máquinas de pré-limpeza, fluxos de recebimento, entre outros, em razão do grande volume de recebimento, que irão propiciar uma melhor estrutura na recepção e armazenagem para facilitar o grande trabalho de logística. Tratamos a Coamo como se fosse um único silo, e administramos todas as unidades como uma só Coamo”, considera Galinari.

Do volume total aprovado na AGE, o valor de R$ 1,67 bilhão será destinado a construção de uma unidade industrial de etanol de milho, em Campo Mourão com capacidade de processamento de 1.700 t/dia de milho, contemplando o sistema de cogeração de 30 MW (Megawatt). “Com o milho contemplamos toda a cadeira produtiva de produtos recebidos pela Coamo. A indústria de etanol de milho é um sonho antigo. Fizemos vários estudos de viabilidade para verticalizar a produção do milho, sempre pensando em remunerar melhor os cooperados. De forma segura, temos certeza de que este é o momento certo para implantar esta nova fábrica que terá novos produtos como os de combustíveis renovados e de farelo de milho. Iremos consumir 20% de todo o milho recebido pela cooperativa”, diz o presidente Executivo da Coamo. 

“O objetivo da Coamo é prestar serviços de qualidade e garantir o desenvolvimento técnico, educacional e social aos associados. Estamos investindo constantemente na ampliação da nossa estrutura para agilizar o recebimento da produção dos associados, acompanhando a evolução das suas atividades agropecuárias que vêm acontecendo sob todos os aspectos”, explica o presidente do Conselho de Administração da Coamo, José Aroldo Gallassini. Segundo ele, os investimentos aprovados na AGE serão realizados no prazo de três anos de acordo com a capacidade operacional de execução das obras e adequação ao fluxo de caixa da cooperativa.

Segundo Valdir José da Rocha, cooperado em Cruzmaltina, o investimento aprovado para a unidade vem na hora certa. “Teremos mais espaço para guardar nossa produção e agilidade para entregar. A Coamo sempre procura trazer melhorias para os cooperados, estamos muito contentes com a aprovação dessa que será uma ampliação significativa.”

Rui Barbosa de Carvalho tem propriedade em Campina da Lagoa, mas é cooperado em Altamira do Paraná, só que por pouco tempo, pois logo seu munícipio passará a contar com uma nova unidade da Coamo. “Essa era uma demanda nossa. É uma vitória para nós cooperados e, também, para o município pois vai gerar empregos e renda, e aumentar o faturamento de Campina da Lagoa. Sem contar, que teremos uma empresa segura e de confiança para entregar nossa produção.”

Para Geraldo Jerke cooperado em Amambai esse investimento da Coamo demonstra o apoio e compromisso da cooperativa. “Volto feliz para casa com a notícia de que teremos um posto de recebimento mais perto da nossa propriedade. Vai ser mais rápido para descarregar a produção. Eu precisava passar pelo centro da cidade para entregar e pegava muito movimento, o que dificultava bastante. Sem contar, que vai ficar uns 30 km mais perto de mim, e não vou depender mais de pegar caminhão de terceiros. Será muito bom.”

José Aroldo Gallassini

Valdir José da Rocha, de Cruzmaltina (PR)

Rui Barbosa de Carvalho, de Campina da Lagoa (PR)

Geraldo Jerke, de Amambai (MS)

Indústria de etanol de milho

Indústria de etanol de milho será construída no Parque Industrial em Campo Mourão, ao lado da fábrica de ração


Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo, e Divaldo Corrêa, diretor Industrial da Coamo, no local onde será construída a indústria

A unidade industrial de etanol de milho, em Campo Mourão, terá uma capacidade de processamento de 1.700 t/dia de milho, contemplando o sistema de cogeração de 30 MW (Megawatt). O complexo será construído no Parque Industrial da Cooperativa, às margens da BR-487, ao lado da indústria de rações e terá um investimento de R$ 1.668.000.000,00.

A nova unidade aumenta significativamente o parque industrial da Coamo. Mas, o importante dessa indústria é o avanço na verticalização do milho, ou seja, em agregar valor ao produto entregue pelo cooperado. É um empreendimento que está alinhado com a política adotada desde o início da Coamo, que é remunerar da melhor maneira possível o produtor. Essa indústria deverá consumir cerca de dez milhões de sacas por ano, ou seja, 600.000 toneladas de milho por ano, o que representará cerca de 20% do recebimento de milho da cooperativa. Essa indústria também entra em um mercado que está em ascensão do mundo, que é o mercado de combustíveis renováveis. Estrategicamente é muito positivo estar nesse mercado. 

A cooperativa continuará com o milho para rações, e passará a ter um novo produto para a formulação destas rações e a venda direta, que é o farelo de milho.

Além disso será construída uma usina termelétrica que queimará eucalipto. A indústria de etanol precisa de uma quantidade muito grande de vapor para destilar o álcool e consome uma grande quantidade de lenha. Por isso, terá uma caldeira adequada para gerar energia e colocar turbinas a vapor, gerando 30 megawatts. A saída dessas turbinas é o vapor que vai ser utilizado nos processos industriais e com esses megawatts, será operada toda a indústria de milho e as outras indústrias. O parque industrial ficará alto suficiente, e terá uma indústria de combustível renovável, com a matriz termelétrica renovável, porque são lenhas de reflorestamento. 

O óleo do milho também será extraído e serão produzidos cerca de 7 a 8% de óleo.

ITENS APROVADOS NA 58ª AGE

Plano Diretor do Parque Industrial de Campo Mourão

O Parque Industrial de Campo Mourão cresceu muito nos últimos anos e o fluxo aumentou também. Para melhorar a logística interna e o acesso dos cooperados, foi elaborado um plano diretor bastante criterioso. Após muitos estudos, verificou-se a necessidade de construir uma nova portaria de acesso, uma vez que, o acesso a todas as indústrias e à entrega de produção tem sido por um único local.

Com a fábrica de rações e as pretensões futuras, ficou difícil operacionalizar o parque dessa maneira. Por isso, está contemplada uma nova portaria. Também faz parte do plano, ampliar o estacionamento de caminhões, uma nova circulação de acesso às moegas de descarga de transferência, deixando o caminho de acesso dos cooperados livre durante a safra, oficinas e escritórios administrativos para a área de engenharia e um almoxarifado.

Investimentos em modernizações tecnológicas e melhorias nas plantas industriais de Campo Mourão, Dourados e Paranaguá

Existe uma necessidade de manter as indústrias sempre atualizadas e com parâmetros de eficiência para que sejam competitivas. A indústria de Campo Mourão foi construída nos anos 80 e para que se mantivesse atualizada, diversos investimentos sempre foram feitos, com modernizações dos equipamentos, automatizações e substituição de equipamentos obsoletos. 

Esse processo tem sido contínuo ao longo dos quase 50 anos de industrialização. É um processo natural de revisões que se faz nos processos industriais abertos no Parque Industrial de Paranaguá, na indústria de esmagamento de soja, bem como, em Dourados, apesar de ser uma indústria nova, pois o novo em uma indústria fica velho muito rápido. Os processos vão sendo atualizados e é preciso acompanhar o mercado.

Melhoria das estruturas portuárias e entrepostos já existentes

São 80 unidades que serão contempladas com os mais variados investimentos, pois as unidades da Coamo sofrem o mesmo processo de desatualização das unidades industriais. O tamanho das máquinas e das colheitadeiras, a velocidade de plantio e da colheita, reforçam a necessidade de atualizar as instalações para adequá-las às inovações. 

Também há uma dificuldade com mão de obra, que demonstra a necessidade de automatizar as instalações operacionais e administrativas. A cooperativa é tratada como um todo e, quando se escolhe determinada unidade para aumentar a capacidade de armazenagem é pensando em toda a logística, de forma que atenda todas as unidades e os cooperados de forma igualitária.

Construção de um entreposto e três postos de recebimento

Esse item vem de uma demanda recorrente. Os cooperados de Campina da Lagoa, são atendidos pelas unidades de Altamira do Paraná e Juranda, e agora, terão um entreposto próprio com uma estrutura completa. Além do Mato Grosso do Sul que contará com mais três postos de recebimento. O objetivo é aliviar as instalações que já estão bastante saturadas de Amambai, Dourados e Sidrolândia. Nessas unidades hoje, tem mais produto em silo bolsa do que dentro dos silos convencionais. Serão construídas unidades em pontos estratégicos que aliviem essas instalações. Essas unidades serão em regiões que a Coamo já atua em Amambai, entre Dourados e Ponta Porã e em Sidrolândia.

Modernização e ampliação das UBS"s

A Coamo tem investido nas melhores tecnologias para a produção de sementes de qualidade. É perceptível a evolução que a cooperativa teve nesse segmento. Para continuar esse trabalho será necessária a ampliação e modernização da Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS) de Furnas. Será construída uma nova e moderna unidade que aumentará significativamente a produção de sementes e, principalmente, com uma tecnologia bastante inovadora. É uma nova unidade com armazéns, 40 silos e a substituição de máquinas para dobrar a capacidade de tratamento industrial. O objetivo é encurtar o tempo que a semente tratada fica armazenada.

Serão construídos, também, dois armazéns refrigerados para Tratamento de Sementes Industrial (TSI) no Mato Grosso do Sul. Isso para aliviar as instalações de tratamento no Paraná, transferindo ao MS a semente sem tratamento, devido ao grande consumo que há por lá. Estas sementes serão tratadas em um momento mais próximo ao plantio. É um avanço no armazenamento, logística e acomodação das sementes.

Renovação da frota

A Coamo conta com uma frota de aproximadamente dois mil veículos leves e pesados. Há uma necessidade de renovação que é realizada de forma escalonada, para não fazer essa renovação em um único ano. Então, os veículos usados são vendidos e com esse montante subtraído do valor da aquisição.

Tecnologia da informação

Todas as operações passam pela área de tecnologia da informação e os equipamentos ficam obsoletos rapidamente. A velocidade de processamento é cada vez maior à medida que vão aumentando as operações. Há então, a necessidade de atualização e ampliação de equipamentos para processamento e armazenagem das informações para o sistema de atendimento aos cooperados, ampliação dos postos de trabalho, e atualização e migração do ambiente de análise de dados.

Contratação de financiamentos

Serão utilizadas todas as linhas possíveis de financiamento dentro de planos que sejam compensatórios. Existem linhas específicas com taxas de juros mais atraentes. Porém, quando não for possível enquadrar nessas linhas, terá que utilizar os recursos livres e a equipe da área financeira realizará a concorrência para buscar as melhores condições possíveis. 

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