COLHEITA SOB A LUZ DA LUA
O clima tem sido bastante instável fazendo com que o trabalho seja acelerado nas regiões em que a soja já está pronta para colher. Quando o sol aparece, agricultores não perdem tempo e trabalham intensamente para retirar a soja do campo. Isso quando não entram noite afora colhendo, como é o caso do cooperado Fernando Grégio, de Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná).
Cada minuto sem chuva tem sido aproveitado e para ampliar o trabalho ele também contratou mais duas máquinas. “Tudo o que pode ser feito para retiramos a produção do campo o mais rápido possível estamos fazendo. O trabalho é para evitar perdas que podem ocorrer com o excesso de água”, comenta.
Ele conta que, tradicionalmente, faz o plantio de forma escalonada, mas que as chuvas ocorridas em fevereiro acabaram fazendo com que toda a lavoura chegasse no ponto de colher ao mesmo tempo. “O que nos resta agora é aproveitar os dias sem chuva e trabalhar para não perder nada”, comenta Grégio. Os trabalhos na propriedade tem começado logo cedo e seguido até perto das 21 horas. “Seguimos até onde a umidade nos permite. Não podemos ir muito longe porque também podemos ter prejuízos”, acrescenta.
Contudo, o cooperado observa que não há do que reclamar, já que o clima chuvoso foi benéfico para a lavoura e o resultado está sendo bom. “Estamos colhendo dentro do que planejamos. Caprichamos no plantio, fizemos um manejo e realizamos todos os tratos culturais necessários e o resultado final é o que esperávamos”, comenta.
O trabalho deve seguir por mais alguns dias, já que a família Grégio que também tem propriedade na região Centro do Paraná, entre Pitanga e Boa Ventura de São Roque, onde o plantio é mais tardio. “Quando terminarmos em Campo Mourão vamos seguir para lá e continuar com a colheita”, diz.
De acordo como engenheiro agrônomo Guilherme da Silva Francicani, do Detec em Campo Mourão, a colheita que começou meio tímida na região se intensificou após os dias de sol e praticamente foi encerrada. “Tivemos um período de chuva que acabou paralisando os trabalhos e quando o sol voltou a lavoura ficou no ponto de colheita ao mesmo tempo. Agora, para não perder tempo, os cooperados estão aproveitando os dias de sol trabalhando até mais tarde e buscando ajuda de quem já colheu e pode ajudar nos trabalhos.”
Cooperados João e Ricardo Portugal acompanham os trabalhos
Na região de Pitanga (Centro do Paraná) também as máquinas estão no campo. A colheita se concentra no final de março e início de abril, mas as primeiras áreas mostram números animadores. Na propriedade da família Portugal a média ficou em 160 sacas de soja por alqueires e 500 de milho. “Os números foram dentro do esperado e é resultado do investimento realizado”, comenta Ricardo, que trabalha em parceria com o pai João Adilson Portugal e o irmão João Adilson Portugal Júnior.
De acordo com ele, o segredo para uma boa safra, além de torcer para um clima favorável, é fazer uma boa condução da lavoura do início ao fim. “Nosso trabalho começa com o plantio. Depois fazemos todos os tratos culturais necessários e caprichamos na colheita”, comenta Ricardo.
Ricardo acrescenta a parceria com a assistência técnica da Coamo durante todo o processo da atividade. “Temos investido em novas tecnologias e sempre nos atualizando. A parceria [com a Coamo] é importante para que possamos ter essas informações e receber as orientações mais adequadas”, observa.
O engenheiro agrônomo Carlos Vinicius Precinotto, encarregado do Detec da Coamo em Pitanga, observa que as primeiras colheitas foram na região Norte de Pitanga, onde tradicionalmente o plantio ocorre mais cedo. “Nessa localidade estamos tendo boas médias e esperamos que isso se estenda para as demais regiões. Houve atraso no plantio. Teve gente semeando até 15 de dezembro e essas lavouras sofreram um pouco mais com pragas e doenças. Temos que esperar para ver o que realmente acontecerá”, diz.
Cooperado Edelfonso Becker, de Mamborê: “Estou muito feliz com os resultados e vamos continuar investindo em tecnologia.”
Entre intervalos de chuva e sol é que a colheita da safra de verão aconteceu na Fazenda Santa Rita, na propriedade do cooperado Edelfonso Becker, de Mamborê (Centro-Oeste do Paraná). Sem perder tempo ele aproveitou as poucas horas do dia de tempo firme, para recolher do campo o investimento adotado nesta safra, que foi de bons resultados. “Foi um período bem tumultuado porque tivemos uma sequência de chuvas intercaladas com o sol. Só nos últimos dias que tivemos uma boa fluência do trabalho”, explica o cooperado. O rendimento médio na propriedade foi mais de 160 sacas de soja por alqueire em 220 alqueires de colheita.
O resultado é atribuído pelo agricultor ao investimento em tecnologia de ponta que, segundo ele, quando bem aplicado dá o retorno esperado. “Temos um cuidado com solo, preparamos bem no inverno para ter uma boa cobertura no verão. Usamos insumos de boa qualidade e máquinas bem reguladas para uma boa execução do trabalho. É a somatória de tudo isso que resulta numa produção expressiva”, garante Edelfonso. Ele adotou também na propriedade o programa de agricultura de precisão da Coamo, proporcionando uma correção uniforme da fertilidade de toda sua área de cultivo. “Estou muito feliz com os resultados e vamos continuar investindo em tecnologia, realizando um bom manejo e utilizando o que há de melhor no mercado, sem dúvidas”, afirma.
O milho perdeu espaço nessa safra de verão. Influenciados principalmente pelo preço, cooperados da Coamo reduziram a área em 12% quando comparado com a safra 2013/14. Porém, há aqueles que não abrem mão de plantar milho pensando no sistema de produção com a rotação de culturas. Jerônimo Borcat, de Reserva do Iguaçu e cooperado em Pinhão (Centro-Sul do Paraná) é um desses casos.
Jerônimo Borcat com os filhos Erineu, Elineu e Elizeu
A cada nova safra, pelo menos 30% da área é reservada para o milho. A colheita do cereal está praticamente finalizada e os números apontam para uma média de 430 sacas por alqueire. “É uma produção boa. Dentro do investimento que fizemos”, conta. Ele reitera que o cultivo do milho é pensando na rotação de culturas. “É uma prática que ajuda a manter o sistema equilibrado e a controlar pragas, doenças e plantas daninhas”, comenta Borcat. O sistema é adotado há quase uma década.
Enquanto a colheita de milho avançava para a reta final, a lavoura de soja segue em pleno desenvolvimento. Conforme o cooperado a expectativa com a oleaginosa é das melhores. “Não tem faltado chuva e deveremos ter uma safra muito boa. Tivemos problemas com lagartas e início de ferrugem, mas fizemos um bom controle e esperamos bons resultados”, assinala Borcat. Ele diz que a média das últimas safras têm sido em torno de 150 sacas por alqueire e que neste ano espera superar a média.
O cooperado trabalha em parceria com os filhos Erineu, Elizeu e Elineu. Eles plantam aproximadamente 78 alqueires entre soja e milho no verão. No inverno, também pensando no sistema produtivo, a família cultiva trigo. “Comercialmente, o trigo nem sempre é a melhor opção, mas se encaixa perfeitamente na rotação de culturas que fazemos”, pondera Borcat.
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