Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 479 | Abril de 2018 | Campo Mourão - Paraná

DIVERSIFICAÇÃO

DOCE, SABOROSA E LUCRATIVA

Aldocir Anghinoni com a esposa Ereni e a filha Ketrin, em São Domingos (SC)

Manter um fluxo de caixa sadio e sustentável é um dos grandes desafios para as pequenas e médias propriedades rurais. E quando sustentabilidade e rentabilidade são palavras-chave, a diversificação de atividades é o principal caminho para o sucesso do empreendimento e, consequentemente, do agroempreendedor. Ao utilizar tecnologias de produção e investimentos que proporcionem novas alternativas de renda, o produtor estará sempre um passo a frente.

É o que acontece na região da Coamo, com grande parte dos cooperados associados à cooperativa, que apostam não somente em culturais anuais como soja, milho e trigo, mas, também na diversificação com frutas, verduras e outras atividades que contribuem para a fomentação dos negócios.

No sítio Santo Antonio, localizado na comunidade São Braz, no município de São Domingos (Oeste de Santa Catarina), um bom negócio explorado pelo cooperado Aldocir Anghinoni é o cultivo de melancia. Bem ao lado da rodovia, a lavoura impressiona quem passa pela região, uma vez que chama a atenção o tamanho e a beleza das frutas, que ficam espalhadas pelo chão. Ele conta que a diversificação iniciou em 1983 pelo pai, que pretendia, na época, produzir melancia para o consumo da família e amigos, e apenas o que sobrava era vendido. “Com o passar do tempo o excesso aumentou e passamos a comercializar, pois o produto era muito elogiado pela qualidade. Foi então que passamos de uma produção de 300 para 15 mil pés dessa fruta, em 15 anos”, comemora.

Conforme Aldocir, o que começou de brincadeira acabou virando um negócio rentável e prazeroso. Mas, ele alerta que é preciso utilizar técnica e investimento, além de ter clima favorável para o desenvolvimento. “Tudo começa com uma boa análise de solo e rotação de culturas. No mês de maio adquirimos a semente, fazemos as mudas e plantamos em junho. A floração e frutificação começam em torno de 30 a 35 dias, e depois de três meses os frutos estão prontos para colher”, explica o produtor. Ele produz em média 40 toneladas por hectare em anos normais. 

Toda a produção é comercializada em supermercados e frutarias da região e em uma barraca montada na beira da estrada, logo na entrada do sítio. “Alguns compradores vem buscar de caminhão aqui na propriedade para levar para os supermercados”, lembra.

Carro-chefe da propriedade, a soja é produzida em 15,7 alqueires. E além da melancia, Anghinoni faz também a diversificação com frango de corte há 22 anos. “A soja representa mais da metade do nosso orçamento e ainda continua sendo o negócio principal. A melancia e o frango vêm logo atrás e nos garantem uma renda certa e mensal, que muito nos ajuda”, comenta.

De acordo com o engenheiro agrônomo Dionatan de Moura, da Coamo em São Domingos, a diversificação da renda nas propriedades rurais por meio do investimento em culturas paralelas e, em alguns casos, complementares, tem se mostrado uma alternativa segura para os cooperados. “São muitos pequenos produtores que buscam alternativas de lucro anual e a melancia é uma dessas alternativas.

O Aldocir tem paixão pela melancia e faz dessa fruta um grande negócio. A região favorece o cultivo e tem gerado bons lucros para os produtores da nossa região”, observa.



CURIOSIDADE
A melancia é uma planta da família Cucurbitaceae. Trata-se de uma erva trepadeira rastejante originária da África, onde é cultivada há mais de cinco mil anos.

Produção de melancia é comercializada em supermercados e frutarias da região Família Anghinoni também trabalha com a criação de frangos                         

Trabalho envolve toda a família durante a colheita das frutas. Aldocir com a esposa Ereni e a filha Ketrin Soja representa mais da metade do orçamento e a principal atividade para renda

TEM BANANA NO BANANAL

Cooperado Edivanildo Michilim cultiva banana há oito anos e incrementa renda da família com a diversificação

São as mais variadas possíveis as alternativas de diversificação que permitem a agregação contínua de receitas e, dependendo do tipo de cultivo, auxiliam na redução dos custos de produção e na autossuficiência da propriedade. Uma dessas alternativas, muito cultivada na região de Cruzmaltina (Centro-Norte do Paraná), é a banana. A fruta se desenvolve bem naquela região e garante uma boa renda extra para os produtores. Na propriedade do cooperado Edivanildo Michilim, a banana é cultivada há oito anos sempre com um bom retorno financeiro. “Meus irmãos estão nessa atividade há pelo menos 15 anos. Eu vi que estava dando certo e também ingressei nesse cultivo”, conta Michilin, que além da banana também cultiva soja. “A banana é como se fosse uma poupança porque a cada 15 a 20 dias fazemos um corte e comercializamos”, acrescente o produtor, que mantém uma área de quatro alqueires com a fruta.

Apesar de rentável, assim como outras frutas, o manejo da banana demanda trabalho, bem como a colheita que é feita de forma manual. Uma atividade que envolve todos da família e até gente contratada. “Fazemos um grande mutirão. Eu, meus filhos e irmãos nos unimos e realizamos o trabalho porque a fruta não pode ficar no pé”, informa ‘seo’ Edivanildo, que fornece a banana para compradores da região de Maringá e Altônia, no Paraná. “Eles levam a fruta já encaixotada, mas ainda verde. Daqui ela vai para a estufa e depois, quando estiver no ponto, é comercializada”, diz o cooperado, que planta também 20 alqueires de soja. No entanto tem a fruta como carro-chefe da propriedade. “A banana representa hoje 60% do meu orçamento anual. A soja é um grande negócio, mas a banana tem registrado bom resultado”, declara.

Conhecida como Rodovia do Milho, a estrada que liga os municípios de Cruzmaltina e Novo Itacolomi, é margeada em grande parte pelo cultivo de banana, que compõe a beleza do lugar. O agrônomo João Pedro Pietro, da Coamo em Cruzmaltina, reforça que o cultivo da fruta é tradição naquela região e incrementa a renda dos produtores. “É a maneira mais rápida de entrar dinheiro na propriedade e melhorar o capital de giro além de movimentar o comércio das cidades da região. E também é uma forma de diluir riscos e manter a propriedade mais sustentável.”



CURIOSIDADE
A banana é da família Musaceae. Cultivada em mais de 130 países originárias do Sudeste da Ásia e presente em regiões tropicais no mundo.

Na propriedade do cooperado Edivanildo Michilim, de Cruzmaltina, banana é cultivada há oito anos e sempre com um bom retorno financeiro Agrônomo João Pedro Pietro com o cooperado Edivanildo Michilim
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