Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 486 | Novembro de 2018 | Campo Mourão - Paraná

SAFRA DE VERÃO

Plantio ditado pelo clima

Associado Paulo Ronaldo Salvador, de Guarapuava (PR), conta que os trabalhos transcorreram de forma tranquila, aproveitando os dias sem chuva

Quem é do campo sabe como ninguém que cada safra é diferente. São vários fatores que podem influenciar e o clima tem papel fundamental. Contudo, os cooperados vêm fazendo a sua parte. Na área de ação da Coamo alguns associados já estão nos tratos culturais, como é o caso do Oeste do Paraná e Mato Grosso do Sul, por exemplo, enquanto que outros ainda finalizam o plantio, que são os agricultores das regiões Centro e Centro-Sul do Paraná.  

Em Guarapuava, o associado Paulo Ronaldo Salvador terminou o plantio da soja no dia 19 de novembro. Ele conta que os trabalhos transcorreram de forma tranquila, aproveitando os dias sem chuva. “Plantamos em um período bom e com variedades adequadas para a época. Acredito que teremos uma boa safra”, assinala.

O município está a mais de 1.100 metros de altitude e é um dos mais frios do Paraná. Portanto, é comum que o plantio da safra de verão ocorra em dias que mais parecem inverno, com os agricultores e operadores dos maquinários bem agasalhados. No dia que a equipe de reportagem da Revista Coamo esteve na propriedade do associado Paulo Salvador, por exemplo, na primeira quinzena de novembro, encontrou um dia fechado e vento gelado.

Salvador está utilizando o mesmo investimento de safras anteriores, pensando sempre em tirar do campo todo o potencial produtivo das plantas. “Procuramos sempre o que há de melhor. Usamos as sementes Coamo com TSI [Tratamento de Sementes Industrial], que dão uma boa resposta nos tratamentos. A produtividade varia a cada ano, e é ditada pelo clima. Na safra passada, por exemplo, tivemos vários dias nublados o que acabou diminuindo um pouco a produção. Nossa expectativa é de que nessa safra saia tudo dentro da normalidade.” O associado espera colher entre 20 a 25 sacas a mais por alqueires, chegando a 160 e 170 sacas de média.

Engenheiro agrônomo, Fernando Lago da Silva, acompanha distribuição das sementes de soja junto com o cooperado Paulo Ronaldo Salvador

O engenheiro agrônomo Fernando Lago da Silva, da Coamo em Guarapuava, ressalta que, tradicionalmente, a região Centro-Sul do Paraná é que fecha o calendário de plantio da safra de verão na área de ação da cooperativa. Ele destaca que as chuvas acabaram prejudicando a colheita de trigo, mas nada que possa atrapalhar o plantio das lavouras de soja. “Geralmente, o plantio se concentra no final de outubro, mas, neste ano, devido ao excesso de chuva, ficou para o início de novembro. Temos variedades adaptadas para essa realidade. Sempre orientamos para que os cooperados façam um bom plantio. Se não fizer isso, ele poderá não ter planta para pulverizar, para colher e nem para vender. O plantio é um momento muito especial e requer toda atenção e dedicação”, orienta.

De acordo com o gerente de assistência Técnica da Coamo, engenheiro agrônomo Marcelo Sumiya, as chuvas acima da média para o período de implantação da safra de verão é que ditaram o ritmo do trabalho no campo. Ele observa que o escalonamento do plantio provocado pelas pancadas de chuva de certa forma contribui, mas por outro lado gera apreensão devido a dificuldade para realização dos tratamentos culturais de pragas e doenças. “No Mato Grosso do Sul, Oeste do Paraná até na região de Campo Mourão, o plantio começou dentro do esperado. Partindo mais para a região Sul do Paraná, as chuvas atrasaram a colheita do trigo e, consequentemente, interferiram na safra de verão. Plantando mais tarde, é preciso mais atenção com as lavouras para evitar perdas com pragas e doenças. Os tratos culturais devem ser realizados com um bom planejamento, seguindo todas as recomendações técnicas”, pondera.

Preocupação com a Ferrugem Asiática

Desde o primeiro foco registrado no dia 31 de outubro, em Porto Mendes (PR), o número de focos de ferrugem-asiática da soja em lavouras comerciais vem crescendo rapidamente e em pontos bem distribuídos. De acordo com a pesquisadora Cláudia Godoy, da Embrapa Soja, a maioria das lavouras com ferrugem foram semeadas no início de setembro e encontram-se com o dossel fechado (12 lavouras estão em fase de desenvolvimento R1 e uma em V8). “O problema é que as chuvas atrasaram as semeaduras e temos soja em várias fases de desenvolvimento e, em algumas regiões, ainda estão semeando soja. Por isso, é preciso atenção para não perder o controle nessas primeiras áreas que podem gerar grande quantidade de inóculo para lavouras que ainda estão sendo semeadas”, alerta a pesquisadora.

O ambiente tem sido favorável para a infecção do fungo, com presença de molhamento foliar. A orientação da pesquisadora da Embrapa Soja, Cláudia Godoy, é para que os produtores das regiões onde há registro da ferrugem que apresentam lavouras em fase de fechamento, iniciem o controle para proteger as lavouras. “As chuvas frequentes que favorecem a doença, muitas vezes, impedem a aplicação de fungicidas no momento ideal”, explica a pesquisadora da Embrapa. “E é importante manter a lavoura protegida, uma vez que a eficiência curativa dos fungicidas atualmente disponíveis é baixa”, alerta.

Cláudia Godoy orienta os produtores a consultarem os resultados de eficiência dos fungicidas para o controle da ferrugem e utilizar os multissítios para aumentar a eficiência de controle.

Fonte: Embrapa/Soja

É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados ou citados não exprimem, necessariamente, a opinião do Jornal Coamo.