Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 488 | Janeiro/Fevereiro de 2019 | Campo Mourão - Paraná

SAFRA DE VERÃO

Amparados pela tecnologia

Vanderlei Rigato, de Maracaju (MS), utiliza tecnologia de ponta o que tem garantido bons resultados

As chuvas em setembro do ano passado motivaram produtores de algumas regiões a iniciar o plantio da safra de verão 2018/19 antes do período habitual. Contudo, a estiagem prolongada a partir do mês de dezembro pegou muitos sojicultores de surpresa e acabou comprometendo o desenvolvimento e, consequentemente, o rendimento das lavouras. Mas poderia ser pior, não fosse a adoção de tecnologias que contribuem para maior sanidade das plantas, cuja resistência se potencializa em períodos de déficit hídrico, como o que ocorreu.

É o que aconteceu na fazenda Santa Fé do Brilhante, de propriedade do cooperado Vanderlei Rigato, optante da Coamo em Maracaju (Sudoeste de Mato Grosso do Sul). Paulista de Adamantina, ele está há 32 anos naquela região, onde atua fortemente na agricultura. Engenheiro agrônomo por formação, Rigato não abre mão de um bom pacote tecnológico, utilizando alternativas como a calagem, adubação de plantas e até cama de frango, que segundo ele contribuiu para a fertilidade.

O cooperado confirma que veranicos são comuns na região, mas o desta safra acabou se prolongando, o que assustou os plantadores de soja. “A safra começou bem e comecei a plantar em setembro, só que em dezembro ninguém contava com falta de chuva por quase trinta dias, e a primeira soja plantada foi a que mais sofreu”, revela o produtor, informando que as lavouras semeadas a partir de 10 de outubro se desenvolveram melhor. “Essas lavouras sofreram menos porque não afetou tanto o enchimento de grãos. Mas, mesmo assim teremos uma média ainda abaixo do que na safra passada”, acrescenta.

Rigato brinca dizendo que o clima deu um verdadeiro susto em todos, e com tranquilidade afirma que não há com o que se desesperar. “Acho que ainda vamos fechar a média com 133 sacas por alqueire, contra 165 da safra passada, mas faz parte. Sempre plantamos achando que vamos produzir o máximo e, adversidades acontecem. Por isso é importante estar preparado”, argumenta o sojicultor, que cultiva cerca de dois mil alqueires de soja na região entre Maracaju e Sidrolândia.

Vivendo o dia a dia do trabalho na região, o engenheiro agrônomo Diego Antônio Cassiotti, do departamento de assistência técnica da Coamo em Maracaju, reforça que nos anos de clima irregular é que as tecnologias adotadas com critério, aliadas ao manejo, respondem de forma acentuada e fazem toda a diferença. “A lição que fica é que são nesses anos que confirmamos que quando utilizadas práticas agronômicas adequadas os riscos são menores e quem faz, caso aqui do ‘seo’ Vanderlei, consegue melhores resultados. Com solo bem manejo em anos atípicos a média é melhor”, garante.

Engenheiro Agrônomo Diego Antônio Cassiotti reforça que nos anos de clima irregular, as  tecnologias adotadas fazem toda a diferença

Resultado amenizado pelo investimento

Engenheiro agrônomo Guilherme Fengler, de Caarapó com o cooperado Evandro Crudo: "Apesar do ano difícil o resultado não é ruim, se comparado a outros casos, em razão da tecnologia e manejo aderidos pelo produtor."

Situação parecida aconteceu na fazenda Santa Maria, de propriedade da família Crudo, localizada no município de Caarapó, ainda no Sudoeste de Mato Grosso do Sul, onde desempenho das lavouras de soja também ficou abaixo do programado e só não foi pior por conta da tecnologia utilizada pelo cooperado Evandro Crudo, orientado pelo departamento de assistência técnica da Coamo. A média não passou das 121 sacas por alqueire, mas ainda assim, é satisfatória para o produtor, que conduz a propriedade.

Evandro Crudo, ameniza o momento argumentando que mesmo diante das condições adversas está contente com os resultados, já que o clima castigou a lavoura. “Foi um ano terrível.  Ano passado colhemos uma média de 169 sacas por alqueire e nesta safra faltou chuva e o sol esteve sempre muito quente, o que impediu um melhor desempenho da lavoura. Mas, não dá para reclamar também porque poderia ser pior. Vamos tocando em frente e celebrando os resultados que colhemos”, comenta o produtor cheio de otimismo.

Evandro Crudo, de Caarapó (MS) “Foi um ano terrível.  Ano passado colhemos média de 70 sacas por hectares e nesta safra faltou chuva e o sol esteve sempre muito quente, o que impediu um melhor desempenho da lavoura."
Participante do Programa de Formação de Jovens Líderes da Coamo, projeto desenvolvido pela cooperativa há mais de 20 anos e que já formou mais de mil jovens em toda área de ação da cooperativa, Evandro é desses produtores que pensa na frente e se planeja com antecedência. “Estamos de olho nas safras seguintes, e não apenas na atual. Fazemos correção de solo, caprichamos na palhada, utilizamos variedades adequadas à nossa região, para tentar amenizar um ano como este que vivemos”, declara o associado, que planta 120 alqueire, onde explora soja, milho, brachiária e aveia, que entram no esquema de formação de palhada e alimentação para o rebanho bovino.

Na opinião do engenheiro agrônomo Guilherme Fengler, do departamento técnico da Coamo em Caarapó, apesar do ano difícil o resultado não é ruim, se comparado a outros casos, em razão da tecnologia e manejo aderidos pelo produtor. “Ele não entrou nessa onda de plantar mais cedo e preferiu seguir o esquema de iniciar a semeadura em outubro. Este ano, quem cultivou nesta época acabou se saindo um pouco melhor porque recebeu um pouco mais de chuva. O investimento do Evandro e a tecnologia adotada ajudaram bastante no resultado final. É uma forma de se proteger dos riscos e colher melhores resultados”, explica Fengler.





 

Média garantida pelo planejamento

Cooperado Edson Aparecido Marcos, em São João do Ivaí (PR), capricha na adubação e acredita que o alto investimento garante melhores resultados mesmo em períodos de falta de umidade, como o que ocorreu nesta safra.

Edson Aparecido Marcos, em São João do Ivaí (PR)
No sítio Santa Zélia, na região conhecida como Vale do Ivaí, em São João do Ivaí (Centro-Norte do Paraná), a chuva também foi um elemento que pouco se viu durante o período vegetativo da lavoura. No entanto, mais uma vez a tecnologia abraçada ao longo dos anos pelo cooperado Edson Aparecido Marcos, acabou fazendo a diferença.

Com planejamento para colher uma média de 150 sacas por alqueire, Edson Marcos revela que capricha na adubação e acredita que o alto investimento garante melhores resultados mesmo em períodos de baixa umidade. Num ano de clima instável o cooperado deve fechar com uma média de 145 sacas, bem perto da expectativa anterior. Em algumas áreas ele conseguiu atingir até 182 sacas de soja de média, porém em outras que sofreram mais, o resultado foi menor. “Quando chove normal todos colhem bem. Mas, é neste momento que quem investe mais em tecnologia consegue tirar da planta seu potencial. Trabalhamos e investimos para isso e se não tivéssemos investido nosso resultado hoje poderia ser menor”, explica.

O engenheiro agrônomo Ricelli Dessio Paganoti dos Santos, da Coamo em São João do Ivaí, esclarece que quando o cooperado enxerga o resultado mesmo em anos de dificuldade, ele entende que vale a pena investir. “A planta responde a tecnologia e vale a pena. O ‘seo’ Edson utiliza bem essas ferramentas e por isso tem melhores resultados. Ele é um produtor que zela pela sua lavoura e consegue gerar menos riscos para o seu negócio”, afirma.


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