Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 518 | Outubro de 2021 | Campo Mourão - Paraná

PLANTIO

Safra de verão traz otimismo ao campo

Cooperado Devalcir Machado Pressinato, de Luiziana (PR), diz que a expectativa com a nova safra é a melhor possível

Cooperado Devalcir Pressinato analisa o plantio com o engenheiro agrônomo, Adão Pacheco de Lima

O plantio de verão inicia um novo ciclo. É hora de colocar a plantadeira no campo e com ela toda a esperança e expectativa que cercam uma safra. É quando se põem em prática todo o planejamento de trabalho para o novo ciclo, respeitando um conjunto de ações necessárias para o bom estabelecimento e desenvolvimento da lavoura. Para uns cooperados, a chuva veio em boa hora, para outros um pouco atrasada. O resultado só poderá ser visto durante a colheita. Até lá, o produtor terá que torcer para que o clima continue favorável, sem deixar de fazer a parte dele, com os tratos culturais necessários e recomendados pela assistência Técnica da Coamo.

Nos últimos dias foi possível observar um avanço consistente no plantio de soja da safra 2021/22 no Estado do Paraná. O mais recente relatório do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, aponta que foram plantados 2,1 milhões de hectares, representando 38% da área total estimada de 5,6 milhões de hectares.

As condições de clima, em geral, são boas, com chuvas regulares. A produção esperada para esta safra é de quase 21 milhões de toneladas.

Em relação ao milho de verão, o relatório do Deral aponta, que já foram plantados 371 mil hectares no Paraná, de uma área total estimada em 420 mil hectares. As condições gerais das lavouras são boas para 96% da área, enquanto 4% apresentam condições medianas.

O cooperado Devalcir Machado Pressinato, de Luiziana (Centro-Oeste do Paraná), diz que as expectativas são as melhores possíveis com a nova safra, já que está chovendo bem e a semeadura ocorreu dentro de um período indicado pela assistência técnica. “Começamos entre uma chuva e outra, ainda na primeira quinzena de outubro.”

Em comparação a safras anteriores, o plantio atrasou um pouco, mas nada que possa influenciar no rendimento e desenvolvimento da lavoura. “Para recuperar o atraso, aproveitamos os dias sem chuva para trabalhar até um pouco mais tarde”, destaca.

O investimento, segundo o cooperado, é sempre o melhor possível. Tudo para alcançar as melhores médias. De acordo com Pressinato, a expectativa é colher cerca de 180 sacas de soja por alqueire, a mesma média das safras passadas.

O cooperado sabe a importância de caprichar, seguindo as recomendações técnicas. “Uma safra começa com um bom plantio. Qualquer situação diferente nesse momento pode prejudicar o bom desenvolvimento da lavoura.”

O plantio foi realizado em outubro, mas o planejamento da safra se concretizou durante o Plano Safra Coamo, realizado entre fevereiro e março deste ano. “A antecipação da campanha beneficiou os cooperados, que adquiriram os insumos com bom preço. Hoje, subiu tudo. Temos uma parceria com a cooperativa que vem de longa data, e dá muito certo.”

O engenheiro agrônomo, Adão Pacheco de Lima, da Coamo em Luiziana, comenta que o planejamento é fundamental. “Quando o cooperado se planeja de acordo com as culturas que serão implantadas na propriedade, ele consegue reduzir custos e, consequentemente, elevar a rentabilidade”, diz.

Lima explica que na Coamo, os planejamentos são exclusivos para cada cooperado, pois os técnicos conhecem a real necessidade da propriedade assistida. “O objetivo é a redução dos custos desnecessários na condução das lavouras. Quando se fala em planejamento, é um processo contínuo dentro da propriedade. Assim, mesmo que ocorram alguns imprevistos, principalmente climáticos, no decorrer da safra, fica mais fácil realizar os ajustes necessários e seguir em frente.


Mato Grosso do Sul

Na safra 2021/2022 os agricultores de Mato Grosso do Sul deverão colher um volume de soja inferior ao ciclo passado, quando o Estado bateu recorde. A estimativa da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS) é de 533 toneladas a menos que a safra anterior, chegando a um total de 12,7 milhões de toneladas do grão, volume que deve ser colhido de uma área 7% maior, atingindo 3,7 milhões de hectares. Estado deve alcançar média de 56 sacas por hectare, previsão menor que a safra passada, quando as condições climáticas garantiram aumento na produção e média de 62 sacas por hectare.

Em Itaporã (MS), os cooperados Hélio e Hélio Junior, pai e filho, deram o ponta pé inicial para a implantação da cultura no dia 11 de outubro e o trabalho seguiu até o final do mês. Segundo o engenheiro agrônomo, Elvison Alves da Cruz, o ritmo de plantio no município é bem parecido com o do ano passado

Se por um lado a produção deve ficar abaixo, o Estado se destaca pelo avanço na conversão de área para a agricultura. Avaliando a linha do tempo da produção de grãos no Estado, a safra que inicia representa um avanço de 99,38% em relação à área destinada ao cultivo de soja, quando comparada ao ciclo 2009/2010.

Na propriedade Céu Azul, em Itaporã, os cooperados Hélio Gonçalves de Oliveira e Hélio Cordeiro de Oliveira Junior, pai e filho, deram o ponta pé inicial para a implantação da cultura no dia 11 de outubro e o trabalho seguiu até o final do mês. Eles ressaltam que o clima está favorável para o plantio e desenvolvimento da lavoura. Os cooperados buscam superar a marca de produção do ano passado, de 62 sacas por hectares de média.

Seu Hélio se planejou desde a aquisição de insumos junto a cooperativa, custeio e seguro junto a Credicoamo, até a agricultura de precisão, que está garantindo a eles mais tranquilidade na lida do dia a dia. “Confiamos na cooperativa e na sua equipe e estamos satisfeitos com essa parceria”, frisa. Pai e filho plantaram na safra passada cerca de 380 hectares e, após, alinhamento e incentivo da cooperativa reformou e corrigiu o antigo pasto e aumentou sua área chegando em 440 hectares de lavoura.

Segundo o engenheiro agrônomo, Elvison Alves da Cruz, da Coamo em Itaporã, o ritmo de plantio no município é bem parecido com o do ano passado, já que os cooperados conseguiram fazer as dessecações no momento certo e estão implantando a nova safra com a área adequada. Tradicionalmente, as áreas no verão são ocupadas, exclusivamente, com soja, sendo a segunda safra destinada para milho, trigo e integração lavoura pecuária.

O agrônomo conta que nesta safra houve aumento no investimento por parte dos cooperados, impulsionado pelo mercado aquecido e pelas boas produtividades alcançadas na safra passada. “São investimentos em tecnologia para que as lavouras possam alcançar todo o potencial produtivo”, assinala.


Santa Catarina

Em Bom Jesus (SC), município vizinho de Xanxerê, família Calza está realizando o plantio em três momentos, de acordo com as condições climáticas. Engenheiro agrônomo, Daniel Balestrin, ressalta que o clima está favorável para o início das atividades

Nos últimos 20 anos estão sendo incorporados anualmente à produção da soja no Brasil mais de um milhão de hectares. Santa Catarina também acompanhou esta dinâmica aumentando em mais de 450 mil hectares a área de cultivo nos últimos 20 anos. Para a safra 2021/22 a estimativa é de um aumento de 4% da área cultivada no Estado em relação à safra anterior. A recuperação da produtividade aliada ao aumento da área, deverá elevar a produção em 12,2%, alcançando assim, cerca de 2,55 milhões de toneladas.

Em Bom Jesus, município vizinho de Xanxerê (Oeste de Santa Catarina), a família Calza está plantando a soja em três momentos. Os trabalhos começaram no dia 20 de setembro, logo que abriu o zoneamento agrícola para a região. Nesse primeiro período, cultivaram cerca de 140 hectares. O segundo momento foi realizado a partir de 20 de outubro, com 280 hectares e, por fim, irão plantar mais 140 hectares na segunda quinzena de novembro, após a colheita de trigo.

De acordo com o cooperado Ilceu, que trabalha em parceria com os irmãos Irineu e Luiz Antonio, o clima está contribuindo para o plantio. “As primeiras áreas foram plantadas com clima ainda um pouco seco, mas acabou chovendo, o que contribuiu para uma boa germinação”, diz. Segundo ele, esse ano está mais propício e seguro para a semeadura em comparação ao ano passado. “O plantio da safra passada foi um pouco mais arriscado”, frisa.

Neste ano, a família está plantando 82 hectares a mais de soja. A área foi migrada do milho. Irineu explica que a ampliação da área de soja é por questão de mercado. “O preço da soja está muito bom e temos umas contas para pagar em soja. Então, é bom garantir.” A safra também está recebendo incremento de investimentos. “Estamos fazendo o melhor possível para que possamos alcançar as melhores produtividades.”

10 DICAS

para um bom plantio

  1. Identifique e maneje corretamente as plantas daninhas no pré-plantio da cultura;
  2. Antecipe a regulagem/calibragem de máquinas e equipamentos para garantir um correto stand de plantas;
  3. Realize uma correta adubação e garantia dos nutrientes, com base na análise de solo e extração da cultura;
  4. Faça a escolha correta da cultivar que tenha indicação para a sua região e melhor adaptabilidade. Siga o Zoneamento Agrícola de Risco Climático;
  5. Utilize sementes certificadas, um dos insumos mais importantes e que reflete diretamente no potencial produtivo da lavoura;
  6. Realize um bom tratamento de semente, conforme histórico de pragas e doenças na propriedade;
  7. Cuidado com a umidade e temperatura do solo;
  8. Fique atento à velocidade de plantio e a profundidade de semeadura;
  9. Cuide da distribuição da semente na linha de plantio;
  10. Evite o contato da semente com o adubo.

O engenheiro agrônomo, Daniel Balestrin, da Coamo em Xanxerê, ressalta que o clima está favorável para o início das atividades de cultivo da oleaginosa. Está bem melhor que no ano anterior, tendo períodos de chuva prolongados, mas que não interferiram em perca de potencial produtivo. “Em comparação a safra passada, o ritmo está um pouco mais atrasado, pois tivemos dias consecutivos de precipitação no início de abertura do plantio que totalizaram mais de 280 milímetros de chuva”, revela.

Segundo ele, os cooperados estão investindo mais e adquiriram os insumos antecipadamente, aproveitando as condições oferecidas pela cooperativa e pelo preço atrativo pago pela soja na última safra. “Com relação a dessecação, com o planejamento adequado e o clima propício de alta umidade, o manejo de plantas daninhas pré-plantio ficou muito bom, diferente do ano anterior aonde o clima seco dificultou essa etapa”, observa Balestrin.


Coamo

O gerente de Assistência Técnica da Coamo, Marcelo Sumiya, ressalta que a safra de verão está iniciando com um bom cenário, com volume de chuva acima de média. Contudo, segundo ele, o excesso também pode preocupar, principalmente, em áreas que não têm um bom perfil de solo e com pouca palhada. “Em duas semanas choveu entre 200 e 440 milímetros, dependendo da região. Isso é um desafio para algumas áreas absorverem toda essa água e pode ocasionar erosão. Por isso, deve-se sempre ter preocupação com a conservação do solo”, diz.

O mais recente relatório da gerência de Assistência Técnica apontava que até o dia 15 de outubro, 39% da área de soja estava plantada na área de ação da Coamo. O cenário é bem parecido aos 34% do ano passado. “Assim como na safra anterior temos uma boa expectativa de boa produção”, frisa.

Conforme Sumiya, os cooperados estão investindo mais nesta safra de verão. “É essencial a adoção de tecnologia para que possam ser mais assertivos. Os cooperados aproveitam as boas condições do plano safra da Coamo e estão investindo mais, tanto na soja quanto no milho”, assinala.

Se por um lado o clima está contribuindo para o plantio e desenvolvimento das lavouras, por outro, é preciso atenção redobrada dos cooperados, principalmente, com a ocorrência de doenças. “É necessário um monitoramento constante para que o controle das doenças possa ser efetuado da melhor maneira possível.”

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