RC: Como entram as tecnologias digitais neste trabalho da Embrapa?
Silvia: Avançamos muito e vocês devem acompanhar esse tempo todo, porque temos as entregas meteorológicas no campo, plantadeiras e colheitadeiras com GPS, temos mais satélites em diferentes evoluções, drones monitorando lavouras, e tudo isso tem gerado dados e informações, com métricas acertadas para a nossa agricultura. Precisamos usar essas novas tecnologias, como por exemplo, a inteligência artificial, o blockchain - mecanismo de banco de dados avançado que permite o compartilhamento transparente de informações na rede de uma empresa e a internet das coisas. E por que temos que usar isso? Não porque seja moda, mas essas tecnologias permitem trazer transparência, fazer os cálculos e mostrar como a agricultura sustentável gera rentabilidade no ambiental, no econômico e no social. Então temos que usar, cada vez mais, essas tecnologias.
RC: A senhora tem falado na bioeconomia. Do que se trata?
Silvia: Outro desafio é trazer e fortalecer as ações de bioeconomia. Quando falamos isso, exploramos mais a nossa biodiversidade. A Amazônia é um local que a ainda precisamos trabalhar para melhorar e trazer a inclusão produtiva dos pequenos produtores que trabalham com sistemas agroflorestais no Norte e Nordeste do país. É o pequeno e o médio produtor que estão lá concentrando a maior parte dos produtores rurais. Temos que fortalecer essas ações também nos outros biomas brasileiros. Para isso, temos que avançar, além de automação, de precisão digital, na área de biotecnologia, na tecnologia e estar sempre na fronteira do conhecimento para o Brasil e continuar como protagonista na agricultura brasileira.
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