O curso “Mulheres que Semeiam”, faz parte do Programa Coamo + Mulher e formou nove turmas desde o seu lançamento, em 2022. Foram impactadas um total de 457 mulheres de Campo Mourão, Guarapuava, Toledo, Ivaiporã e Coronel Vivida, no Paraná; Amambai, Maracaju e Dourados, do Mato Grosso do Sul; e Abelardo Luz, de Santa Catarina. É realizado pela Coamo em parceria com a consultora e palestrante em sucessão e governança familiar no agronegócio, Mariely Biff.
Ela conta que semear um legado, por vezes, é uma missão árdua. “O intervalo entre nossa herança e nosso legado é curto. Recebemos muitas coisas dos que vieram antes de nós, e temos a responsabilidade de deixar para os que vieram depois. Patrimônio pode se dissolver em um estalar de dedos. Dinheiro pode trazer confl itos irreparáveis. O que podemos transferir ao longo da vida para fazer diferença aos nossos é conhecimento. Experiências. Aprendizados. Ensinar o caminho com amor e tolerância. A geração mais nova ainda não está no nosso patamar. Precisa de tempo, vai errar muitas vezes, como nós também erramos. Mas aprende fácil quando ensinamos”, diz.
Segundo ela, semear um legado depende de transferir o que se sabe, de cultivar constantemente a harmonia entre família e negócio, de alinhar expectativas e de colocar à mesa para conversar, sempre. “O diálogo não é a chave de tudo. Ele depende da compreensão do outro lado. Mas, sem ele não há possibilidade de avançar. Desejo que este projeto seja uma sementinha ‘semeada’ para todas as mulheres que participaram ao longo destas nove turmas, gerando muitos frutos na família, negócio e sociedade. Nós temos um papel muito importante de multiplicação. Que todas saibam usar com coerência, ensinando humildemente o que sabem e colaborando para um setor mais forte, unido e profissionalizado.”
Ela observa que as mulheres estão conquistando espaço, impulsionadas tanto por necessidades práticas quanto por mudanças culturais. “As contribuições femininas não se limitam apenas ao processo de sucessão, mas também se estendem à gestão das propriedades, onde as mulheres desempenham um papel crucial na organização de pessoas, utilizando sua sensibilidade. É evidente um entusiasmo crescente entre as mulheres, que estão abrindo caminhos e ampliando suas vozes no setor agropecuário e nos negócios familiares”, comenta.
Conforme Mariely, para liderar, as mulheres precisam compreender melhor a si mesmas, identificar os pontos fortes de cada colaborador e ter um conhecimento profundo de suas habilidades para aprimorá-las. “Toda bagagem pessoal reflete diretamente no negócio, visto que tudo está interligado, e o conhecimento absorvido impacta significativamente no ambiente em que estamos inseridos.”
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