Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 556| Abril de 2025 | Campo Mourão - Paraná

COOPERATIVISMO

Ocepar, há 54 anos contribuindo para a construção de um mundo melhor

Há quase cinco décadas e meia, a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) nascia com a missão de representar e defender os interesses das cooperativas filiadas perante as autoridades constituídas e a sociedade, bem como prestar serviços adequados ao pleno desenvolvimento das sociedades cooperativas e de seus integrantes.

Em 1997, começou a exercer também a função de sindicato patronal das cooperativas, por isso, a entidade passou a ser denominada Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná e, juntamente com a Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecoopar) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Paraná (Sescoop/PR), compõe um sistema voltado a promover o crescimento sustentável do cooperativismo paranaense.

Fundada em 2 de abril de 1971, a Ocepar completou 54 anos no dia 02 de abril. “Temos muitos motivos para celebrar esta data, especialmente em 2025, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Ano Internacional das Cooperativas, com o tema ‘Cooperativas constroem um mundo melhor’. É o que vemos na prática e sentimos orgulho de contribuir para trazer mais renda, oportunidades, bem-estar e qualidade de vida às pessoas, começando pelas comunidades onde nossas cooperativas estão presentes, mas com efeito irradiador, pois a riqueza que o setor gera traz impactos à toda sociedade”, afirma o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken.

Fundada em 2 de abril de 1971, a Ocepar completou 54 anos no dia 02 de abril

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Com a presença de 111 lideranças de 68 cooperativas paranaenses dos sete ramos – agropecuário, crédito, saúde, trabalho, produção de bens e serviços, infraestrutura, transporte e consumo – foram aprovados a prestação de contas de 2024 e o plano de ação para 2025 das três entidades que integram o Sistema Ocepar – Ocepar, Fecoopar e Sescoop/PR, durante Assembleia Geral Ordinária (AGO) realizada no dia 01 de abril, na sede da entidade, em Curitiba. A AGO também foi acompanhada de forma virtual por dirigentes e profi ssionais de 16 cooperativas, pela plataforma Microsoft Teams.

O vice-governador Darci Piana e a gerente-geral do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), Fabíola Mota, compuseram a mesa de honra, juntamente com o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, diretores da Ocepar e representantes da diretoria de Fecoopar e do Conselho Administrativo do Sescoop/PR.

Na abertura, Ricken destacou os principais resultados obtidos pelas 227 cooperativas registradas no Sistema Ocepar. Segundo o dirigente, apesar de ter sido desafiador, o ano de 2024 encerrou de forma positiva. “Tivemos perdas de produção, redução de preços das principais commodities agrícolas, dificuldade de acesso ao crédito e juros elevados, que difi cultaram a realização de investimentos. Isso impactou na trajetória de crescimento do setor e não poderia ser diferente. As cooperativas agropecuárias receberam oito milhões de toneladas de grãos a menos. Assim mesmo, fechamos o ano com R$ 205 bilhões de faturamento. Isso tem muito a ver com a estrutura de agroindústria mantida pelas cooperativas no Estado e com o crescimento do ramo crédito. São dois fatos relevantes nesse sentido”, enfatizou.

“Nós vamos seguir em nossa trajetória para chegarmos, no final de 2026 ou em 2027, aos R$ 300 bilhões de faturamento projetados no Plano Paraná Cooperativo 300 (PRC), o planejamento estratégico do cooperativismo paranaense”, acrescentou.

No ano passado, o setor ultrapassou os quatro milhões de cooperados, com destaque especial para as cooperativas de crédito, que possuem 3,7 milhões de associados. “Isso também é uma demonstração da força do cooperativismo”, comentou Ricken.

Outro ponto ressaltado pelo presidente do Sistema Ocepar foi a geração de empregos diretos, que chegaram a 146 mil no ano passado. “Temos ainda 10 mil vagas em aberto que não conseguimos cobrir”, sublinhou. Já o resultado líquido foi de R$ 10,8 bilhões, valor que está sendo submetido à apreciação do quadro social, que pode optar por reinvestir o recurso nas cooperativas ou devolver parte aos cooperados para que possam aplicar em suas atividades. De acordo com Ricken, essa prática do cooperativismo é um dos diferenciais desse modelo de negócios. “Em uma empresa privada, muito provavelmente esse montante não voltaria para a cooperativa ou para o cooperado e, sim, seria destinado à compra de ações ou outros investimentos”, disse.

Ricken informou que, em 2024, o cooperativismo paranaense exportou o equivalente a US$ 7,9 bilhões para mais de 150 países e responde pelo recebimento de cerca de 64% da produção agropecuária paranaense, sendo que mais da metade desse total tem algum valor agregado, já que as matérias-primas são processadas por meio das 153 agroindústrias mantidas pelas cooperativas e há ainda oito unidades em construção. “Isso mostra que o cooperativismo, de fato, gera desenvolvimento. Há inclusive dados do Ipardes [Instituto Paranaense Desenvolvimento Econômico e Social] que mostram que, onde há uma cooperativa bem-organizada, o IDH [Índice de Desenvolvimento Humano] é melhor.”

“Nós estamos aqui para ajudar o setor produtivo. Sempre vamos fazer o possível para apoiar as cooperativas, que representam a produção do agronegócio e são o orgulho do nosso Estado. Portanto, temos que trabalhar juntos porque juntos somos mais fortes.” A afirmação foi feita pelo vice-governador do Paraná, Darci Piana.

Na abertura da AGO, José Roberto Ricken, destacou os principais resultados obtidos pelas 227 cooperativas registradas no Sistema Ocepar

Com a presença de 111 lideranças de 68 cooperativas paranaenses foram aprovados a prestação de contas de 2024 e o plano de ação para 2025 das três entidades que integram o Sistema Ocepar

Piana disse que cabe ao Governo do Estado promover melhorias nos diversos modais de transporte para proporcionar condições adequadas ao escoamento da produção agropecuária. “Nos resta fazer com que a infraestrutura do Paraná acompanhe aquilo que vocês estão fazendo, senão, daqui a alguns anos, vamos ter problemas seríssimos como já tivemos no passado.”

Segundo o vice-governador, o montante em investimentos privados nessa área soma R$ 347 bilhões, nos seis anos e dois meses da gestão de Ratinho Junior. Além disso, outros R$ 55 milhões estão sendo destinados às rodovias. “Mais duas licitações que integram as novas concessões vão acontecer até maio”, informou. Há ainda previsão de que, também em maio, ocorra a licitação da ferrovia que liga Maracaju (MS) a Paranaguá (PR). “São mais de 1.300 quilômetros que vão demandar outros R$ 50 bilhões”, frisou.

José Aroldo Gallassini, presidente dos Conselhos de Administração da Coamo e Credicoamo diz que a Ocepar é o órgão máximo no Estado de representação institucional e política. 

“Na base, temos um trabalho de organização dos cooperados e da filosofia do cooperativismo, mas as reivindicações devem ser feitas por meio da Ocepar, no Paraná, e da OCB, em Brasília. Considero que realizam um excelente trabalho, basta ver o relatório apresentado na assembleia. Parabenizo a diretoria e toda equipe de profissionais do Sistema Ocepar pelos resultados alcançados no ano passado e pelo trabalho sério que realizam. Considero um ano bom, apesar que em 2023/24 tivemos perda de safra, com a soja e o milho, e, neste ano, apesar de ter sido menos intenso que no ano anterior, também teremos perdas devido ao calor e os preços caindo. O produtor vendeu todo o estoque e se descapitalizou. Por isso, vamos mais uma vez depender do trabalho da Ocepar e da OCB em sensibilizar o governo, talvez com prorrogação de algumas dívidas dos produtores, um plano de saneamento de cooperados endividados que não conseguirão pagar os bancos.”

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