Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 527 | Agosto de 2022 | Campo Mourão - Paraná

INVESTIMENTO

OPORTUNIDADES NO PORTO DE ITAPOÁ

Estrutura da Coamo em Itapoá contará com quatro terminais e extensão de frente para o mar de 400 metros quadrados

Expandir e buscar novas oportunidades e mercados fazem parte da essência da Coamo. Há cerca de oito anos a cooperativa deu mais um passo importante, quando iniciou as tratativas para adquirir um terminal no Porto de Itapoá, em Santa Catarina. Isso porque em 2014, existia um gargalo da produção. O Sul do país ficou estrangulado em relação aos portos e a Coamo precisou buscar outras opções.

O Porto de Itapoá foi uma alternativa. É um terminal de uso privado, em que se pode operá-lo integralmente, conforme explica o diretor de Logística e Operações da Coamo, Edenilson Carlos de Oliveira. “Se vendermos um milho para julho de 2023, sabemos que a programação será cumprida exatamente nesta data, sem qualquer atraso. Diferente de Paranaguá, onde há navios de todos os players e tem 11 terminais, ligados a três berços, dificultando uma ordem de embarque.”

Aumento do recebimento da produção dos cooperados ao longo dos anos reforçam a necessidade da Coamo estar preparada e não limitar o crescimento e remuneração do quadro social

O presidente Executivo da Coamo, Airton Galinari, acrescenta que essa aquisição surgiu de uma dificuldade que se estava tendo em Paranaguá, em função de filas e demora de navios para atracação. “Tínhamos compromissos que não conseguíamos atender em função desses problemas. Foi uma época em que a regularização da fila de navios em Paranaguá estava um tanto quanto perturbada, com regras que não favoreciam a eficiência. Então, fomos buscar alternativas em diversos portos do Sul do país, que pudessem abrigar um porto próprio, uma vez que Paranaguá é um porto onde compartilhamos a atracação de navios com outros terminais. Nós queríamos ter controle na fila de navios para fazer uma logística mais eficiente.”

Galinari explica que Itapoá foi uma oportunidade. “Fizemos aquisições estratégicas, da frente do mar para o fundo. Nosso terminal terá uma extensão de frente para o mar de 400 metros quadrados. Enquanto fazíamos essas aquisições, verificamos a possibilidade de fazer mais de um berço de atracação. Então o projeto passou para a atracação de três navios simultaneamente. Com isso, poderemos realizar parcerias e, inclusive, já estamos com algumas sendo discutidas nos berços que a Coamo não irá operar.”

Dentro deste porto, portanto, a Coamo terá quatro terminais, um para grãos e farelos, um para fertilizantes, um para líquidos e outro para gases GLP - gás liquefeito de petróleo. “Não são negócios que a cooperativa irá explorar, mas como a área permite, é possível arrendar os terminais e gerar mais receita que possibilitará um melhor retorno da operacionalização que interessa de fato para a Coamo. Um exemplo, é a Supergasbrás, que arrendará um destes espaços”, revela Edenilson Carlos de Oliveira.

Outro ponto favorável ao Porto de Itapoá, de acordo com o diretor de Logística e Operações da Coamo, Edenilson Carlos de Oliveira, é a condição de água da baía de Babitonga e a localização, pois é bem no início, facilitando o fluxo. “Há uma condição de navegabilidade de 14 a 16 metros para chegar no canal. O calado natural do local onde será instalado o píer é de 25 metros de profundidade. Tudo isso permite a atracação de navios maiores”, explica.

A Coamo conseguiu a outorga da marinha para operar no porto. Em julho do ano passado iniciaram os estudos de impactos ambientais de fauna e flora, e encerraram no outono deste ano. Agora, vem a segunda etapa, de trabalho de campo, apresentar aos órgãos competentes este estudo e as medidas que a cooperativa irá tomar. Isso para conseguir uma licença prévia de operação. “Estamos na licença prévia, depois virá a licença de instalação e a Coamo estaria liberada para a construção, para depois ter a licença de operação, quando o porto estivesse pronto”, esclarece o presidente Executivo.

Agora, o licenciamento depende dos órgãos ambientais. “Estamos com uma empresa muito capacitada, contratada para fazer isso. Estamos levando todas as informações, juntamente com os órgãos públicos competentes. A expectativa é que tenhamos essa licença prévia até 2023, para então fazer a licença de instalação, que é razoável pensar em uns dois anos mais ou menos. Então teríamos mais uns três anos para ter todo o licenciamento, pronto para então iniciar uma obra.”

Essa expansão é com vistas a Coamo do futuro, pois o produtor rural está tendo um crescimento orgânico e vai produzir mais dentro da mesma área. “Aliado à expansão de área da cooperativa, percebemos que precisamos avançar nisso, para não criar um gargalo que limite esse crescimento e remuneração do cooperado. Quando limito o escoamento da produção, limito a comercialização, criando um gargalo que pode prejudicar o quadro social”, considera o diretor de Logística e Operações.

O presidente Executivo, Airton Galinari, diz que é importante essa expansão para o cooperado. “Até agora, com Paranaguá já dobramos nossa capacidade de exportação e nossa demanda vem sendo suprida, com a recente inauguração do terminal dois. Com Itapoá, as oportunidades serão ainda maiores, de fazer uma logística própria tanto por terra quanto marítima. Isso nos permitirá negócios com garantias maiores e reais de tempo de espera de navio e entrega de produtos, uma vez que, vamos coordenar toda a operação. Para o cooperado isso se reverte em menos custos, e quando temos menos custos, podemos remunerar melhor o produtor rural, que é o objetivo principal de todas as ações da Coamo.”

PARCERIA COM A SUPERGASBRAS

A Supergasbras, empresa do Grupo SHV, líder mundial na distribuição de GLP, firmou acordo com a Coamo. Um dos berços da cooperativa será arrendado para a empresa por 35 anos. Este é o segundo projeto anunciado pela companhia em 2022, que agora já chega a mais de R$ 1,6 bilhão de investimento para a construção de terminais para importação e movimentação de GLP – gás liquefeito de petróleo. O empreendimento terá capacidade para 38 mil toneladas de GLP, com movimentação anual de 425 mil toneladas. A tancagem será utilizada para armazenagem de GLP nacional ou importado. O investimento está estimado em R$ 850 milhões, e, em sua fase de construção, deve gerar 800 empregos diretos e indiretos na região.

“É uma estocagem adicional muito significativa, que dá garantia de suprimento para a região e beneficia a população. Este novo acordo que estamos assinando com a Coamo segue em linha com o nosso objetivo de melhorar a infraestrutura primária para a distribuição de GLP de Norte a Sul do país. Em março, anunciamos o projeto no Pecém, no Ceará, e agora está parceria com a Coamo, que beneficiará a região Sul do país”, ressalta Júlio Cardoso, presidente da Supergasbras.

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