Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 529 | Outubro de 2022 | Campo Mourão - Paraná

AGROINDUSTRIALIZAÇÃO

VOCAÇÃO PARA INDUSTRIALIZAR

Agregar valor à produção dos cooperados. Esse é um dos objetivos da industrialização dos produtos recebidos pela Coamo, diretamente do campo dos mais de 30 mil cooperados espalhados pelo Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Desde 2019, a Coamo conta com o Complexo Industrial de Dourados, construído à margem da BR 163, entre Dourados e Caarapó, no Mato Grosso do Sul, colaborando para o desenvolvimento da região e fortalecendo o agronegócio brasileiro. Uma estrutura moderna, que começou a ser projetada em 2016, por uma equipe multidisciplinar.

Segundo o coordenador de manutenção mecânica do complexo industrial de Dourados, Arthur Moura Rodrigues, a equipe buscou o que existe de melhor no mercado, tanto em tecnologia como equipamentos mais robustos. “Nossa indústria está preparada para ser 4.0. Nossos processos têm todo o reaproveitamento de energia, seja de vapor, de água ou de produto. Trabalhamos bastante na eficiência energética, no ponto de reduzir o consumo não só com reaproveitamento, mas com os melhores equipamentos do mercado. Os processos são 100% automatizados. Portanto, a eficiência energética do projeto de Dourados é muito maior que as demais plantas”, afirma Rodrigues.

Gerentes Wagner Arcaro Pescador, da indústria de óleo, e Eduardo Xavier do Nascimento, do entreposto em Dourados, com o cooperado Jaci e a esposa Luiza Mochi

O complexo de processamento de soja em Dourados é composto por duas indústrias. Uma estrutura de esmagamento da oleaginosa, responsável pela produção do farelo de soja, fonte de proteína para nutrição animal; casca de soja, fonte de fibra para nutrição animal; e o óleo bruto, que também pode ser utilizado para a composição de rações, biodiesel, entre outros produtos. Outra indústria é a refinaria de óleo, que refina o óleo bruto e o transforma em produto alimentício para consumo humano.

Para o gerente da indústria de óleo, Wagner Arcaro Pescador, a instalação do complexo em Dourados trouxe mais valor à produção dos cooperados da região. De acordo com Pescador, com a expansão da Coamo no Mato Grosso do Sul, sentiu-se a necessidade de ter um processo de industrialização. “O município de Dourados foi escolhido por estar bem centralizado, ter um grande potencial e estar na rota da industrialização. O cooperado está produzindo bons números. Então, além de industrializar, também temos volumes para vender e exportar.”

Além de agregar valor à soja produzida, o cooperado é beneficiado com a indústria facilitando a operação dos entrepostos. Pescador conta que esse ano, por exemplo, com a supersafra de milho, os cooperados não tiveram problemas para entregar a produção. “Se não fosse a indústria recebendo e processando soja dos cooperados, um escoamento forte nos entrepostos, com certeza teríamos dificuldade de receber todo o milho produzido pelos cooperados. O trigo também. Então o complexo industrial acaba agregando valor à soja, mas também ajudando no processo dos entrepostos e, por consequência, facilitando o dia a dia dos cooperados.”

O complexo de Dourados tem capacidade de armazenar 105 mil toneladas de soja e a indústria tem capacidade para processar 3.000 toneladas do grão por dia. “Há um projeto para ampliar a nossa indústria para 4.000 toneladas de soja por dia. O cooperado está produzindo mais, está conseguindo bons resultados, a Coamo está expandindo no MS, então, vimos a necessidade de ampliar as nossas indústrias”, completa o gerente.

No processamento, 70% da soja é transformada em farelo, onde metade atende o mercado interno, e a outra metade, exportação. A casca de soja, que corresponde a apenas 5% do produto processado, fica no mercado regional, sendo comercializada para nutrição animal. E o restante é transformado em óleo, que é refinado e envasado. Desse total, 70 a 75% fica no Brasil e uma fatia é exportada.

Nos três anos de funcionamento, o complexo teve um excelente desempenho. Por mês, são processadas em torno de 95 mil toneladas de soja e a meta é ter um milhão de toneladas processadas todos os anos. Em 2020 e 2021, esse número foi alcançado, e a indústria está caminhando para que esse total seja obtido também em 2022.

O complexo industrial tem cerca de 450 funcionários diretos e indiretos, que auxiliam para que os resultados sejam atingidos. “Quando a Coamo vai para uma região, ela acaba ajudando a comunidade, e desenvolvendo ainda mais a cidade. Não só nos empregos diretos, mas também nos indiretos. O complexo industrial acaba agregando bastante mão de obra interna e terceirizada”, afirma o gerente.

O cooperado em Dourados Jaci Mochi, tem como atividade lavoura e pecuária, e faz parte do quadro social da Coamo desde a chegada da cooperativa ao município. Para ele, ter a indústria em Dourados é um privilégio. Ele pode ver que seu produto, entregue na cooperativa, chega à mesa de milhões de pessoas, sem contar que aumenta a rentabilidade dos produtores. “Eu me sinto satisfeito em saber que, o que estou produzindo na minha propriedade, vai para o mundo. Sem a Coamo, dificilmente esse alimento conseguiria chegar tão longe. Eu entrego todos os grãos aqui e me orgulho disso. Você entrega e dorme tranquilo”, comemora Jaci, que tem muita confiança na cooperativa que escolheu.

Cooperado Jaci Mochi diz que é um privilégio ver seu produto entregue na cooperativa e depois chegar a mesa de milhões de pessoas

Complexo em Dourados tem capacidade de armazenar 105 mil toneladas de soja e a indústria tem capacidade para processar 3.000 toneladas do grão por dia

Agregando valor à produção

José Aroldo Gallassini, presidente do Conselho de Administração da Coamo, diz que as indústrias agregam mais valor à produção dos cooperados

Na Coamo a transformação não para. Com as indústrias, novas tecnologias, métodos inovadores e muito trabalho fazem parte da busca constante da cooperativa, por oferecer produtos cada dia melhores.

A Coamo foi fundada em 1970 e a agroindustrialização começou em 1975 com a implantação do moinho de trigo. Seis anos mais tarde, em 1981, entrou em funcionamento a primeira indústria de processamento de óleo de soja. Na sequência vieram em 1985, a fiação de algodão, 1990 a indústria de processamento de soja e Terminal Portuário em Paranaguá, 1996 refinaria de óleo de soja, 1999 indústria de hidrogenação, 2000 fábrica de margarina e gordura vegetal, 2009 torrefação e moagem de café e 2015 novo moinho de trigo. Em novembro de 2019, a cooperativa inaugurou em Dourados (MS), duas novas indústrias para produção de processamento de óleo de soja e refinaria de óleo de soja.

Todo processo industrial exige empenho e dedicação. É uma engrenagem que depende de várias peças para se manter funcionando e transformar mais de três milhões de toneladas de produtos por ano, agregando valor à produção dos cooperados e gerando empregos e divisas nas regiões em que atuam. Deste parque fabril com indústrias em Campo Mourão e Paranaguá, no Paraná, e Dourados, no Mato Grosso do Sul, saem os produtos Coamo que, junto com as commodities agrícolas, são comercializados nos mercados interno e externo.

“A indústria possibilita agregar mais valor à produção dos cooperados e, consequentemente, remunerar mais o produto entregue na cooperativa”, afirma o presidente do Conselho de Administração da Coamo, José Aroldo Gallassini. Segundo ele, desde o início da aprovação e funcionamento das indústrias, a Coamo sempre pensou em industrializar os produtos in natura para agregar mais valor à produção dos cooperados com a venda destes no mercado interno ou externo, dependendo da demanda e do mercado consumidor. “É preciso que as indústrias sejam viáveis e na maioria do tempo é isso que acontece. Temos satisfação e orgulho em ver os produtos acabados com a marca da Coamo nos mercados e estabelecimentos de vários Estados brasileiros, e no caso da soja, em se falando de grãos, óleo e farelo. São produtos de qualidade e confiabilidade em todo o processo, sendo exportados para várias partes do mundo”.

Parque industrial da Coamo em Campo Mourão (PR)

A própria visão da Coamo motivou a industrialização dos produtos. Segundo o diretor Industrial da Coamo, Divaldo Corrêa, cooperativas que possuem indústrias, têm melhores resultados. “É importante ter sempre duas pontas: uma com commodities, produtos in natura, e a outra com produtos industrializados. Isso porque, quando uma não estiver passando por um bom momento, a outra equilibra”, comenta. Ele lembra que o único produto recebido nos armazéns da cooperativa e que ainda não é industrializado é o milho. Porém, já existe estudo de viabilidade para novos projetos.

Corrêa esclarece que o rigor com os processos é fundamental nessa etapa. “O objetivo do cooperativismo é valorizar a produção e incrementar a renda do homem do campo. Então, na década de 1970, a Coamo percebeu que o caminho era a industrialização.”

De acordo com ele, cerca de 25% do faturamento da Coamo está na industrialização e isso é uma maneira de remunerar mais o cooperado que recebe nas sobras os resultados referentes ao produto entregue, seja soja, milho, trigo ou café.

Corrêa garante que as indústrias da cooperativa operam dentro das boas práticas de fabricação para dar continuidade ao processo de qualidade que começa no campo de milhares de cooperados. “O grão entregue na cooperativa deve atender a mesma padronização para exportação. Todos os produtos da nossa linha alimentícia carregam os selos e certificações que atestam essa qualidade. Tudo para agregar valor ao produto do cooperado e atender um mercado exigente”, ressalta.

Divaldo Corrêa, diretor Industrial da Coamo

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