Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 529 | Outubro de 2022 | Campo Mourão - Paraná

MERCADO

Lei na Europa exigirá rastreabilidade de produtos

Rogério Trannin de Mello, diretor Comercial da Coamo

Recentemente, o diretor Comercial da Coamo, Rogério Trannin de Mello, esteve em alguns países da Europa visitando clientes da cooperativa. Ele esteve na Holanda, França, Alemanha e Dinamarca. Foi uma viagem de duas semanas que coincidiu com o momento em que a Europa está aprovando uma lei que exige rastreabilidade de determinados produtos que eles importam. A proposta prevê a proibição da compra de 14 produtos se eles forem originários de áreas desmatadas após 31 de dezembro de 2019. O projeto original era para seis produtos agrícolas: soja, carne bovina, óleo de palma, madeira, cacau e café. E durante o processo de aprovação foram acrescentados à lista carne de porco, ovina ou caprina, aves, milho e borracha, além de carvão vegetal e papel impresso.

“O Parlamento Europeu pede que as empresas garantam que os produtos vendidos na União Europeia não sejam originados de terras desmatadas ou degradadas”, diz o documento. Agora, o projeto ainda deve ser analisado pelos líderes dos 27 países que compõem o bloco, no Conselho Europeu. A expectativa é de que o texto seja definitivamente adotado em 2023.

Rogério Trannin de Mello observa que existe uma preocupação do mundo com a preservação ambiental e as questões da sustentabilidade. “A Coamo tem uma condição propícia para a rastreabilidade porque temos um relacionamento direto com quem produz. Os cooperados são originadores do produto e aquilo que entregam, estão nas nossas unidades e vai para a indústria para ser processado ou para o terminal da Coamo para ser exportado. Carregamos um navio da Coamo sem misturar com produtos de outras origens e assim chegamos na Europa. Então, temos propriedade para falar o que está sendo comercializado”, comenta.

Rogério comenta que o Brasil está avançado nas questões ambientais quando comparado com outros países. Ele cita como exemplo a obrigatoriedade dos produtores rurais de inscrição ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), que possibilita a geolocalização da fazenda. “Isso possibilita mostrar por meio de imagens de satélite como estava a propriedade rural em 2019 e como está hoje. Temos condições de dar uma resposta positiva a essa preocupação da Europa.” Ele acrescenta que de forma geral, os clientes europeus sabem a origem e o trabalho de preservação e de conservação que o Brasil vem fazendo.

Segundo Rogério, a nova legislação na Europa é para tentar fazer com que o produtor europeu melhore a conservação do solo. “Eles consideram que 70% dos solos na Europa não estejam em boas condições. Esse é um problema superado no Brasil. A questão do Código Florestal é única no mundo. Poucos sabem que o produtor brasileiro tem por obrigação manter, por exemplo, na região Sul, 20% de área como reserva, 35% no Cerrado e 80% na Amazônia. Poucos sabem que 8% do país é dedicado à agricultura e que 66% estão preservados. Essa nova lei na Europa será uma oportunidade para que as pessoas conheçam a realidade da agricultura brasileira. E no caso da Coamo, uma oportunidade e, principalmente, uma consolidação de todo esse trabalho que a cooperativa faz com os seus cooperados.”



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