RC: O senhor acredita então que a velocidade será maior em relação ao negócio do mercado de carbono?
Eduardo: Sim, será, porque o mundo está pedindo com mais urgência, inclusive, é muito mais urgente esta questão. O mundo tem pressa de resolver o problema da fome, mas também está preocupado com o problema do clima. O Brasil pode endereçar esse desafio muito mais rápido que a grande maioria dos países, pois tem um papel preponderante. Se eu tivesse que selecionar dois, três países, o Brasil estaria entre eles.
"O Brasil é pioneiro em tecnologias e isso é superinteressante, porque o nosso país tem essa escala de implementação e preservação que nenhum outro país tem, seja percentualmente, seja em área."
RC: E quanto ao mercado voluntário de carbono, como é isso?
Eduardo: O mercado voluntário tem vários aspectos, várias vertentes para proporcionar essa lucratividade, e uma agregação nova de renda. Os três principais são: o manejo de agricultura, então trabalhar a agricultura com boas práticas agrícolas, com plantio direto, por exemplo. Os biológicos, os sistemas fl orestais, a recuperação de praças degradadas, tudo isso está dentro da área de agricultura. Tem um segundo bloco que é restauração, então é retornar à floresta. Esse é um potencial muito interessante que existe também no Brasil. E o terceiro são os excedentes de reserva legal. No Paraná, isso não é tão comum, mas há vários Estados brasileiros que têm mais excedente, tem mais área do que a lei permite de conservação. Então, se o produtor não quiser derrubar pode converter em dinheiro, e em seis meses, no máximo um ano, ele consegue fazer dinheiro com o excedente de floresta.
RC: Qual é a sua mensagem aos cooperados com este cenário todo?
Eduardo: Os produtores devem trabalhar e implementar boas práticas, e dialogar mais com os setores que já estão trabalhando nisso. Então, devem conversar mais com as empresas que fazem esse movimento, com a cooperativa para estruturar e apresentar mais projetos. O mundo está carente de projetos e os produtores podem ajudar muito nessa jornada.
|