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RC: A fixação biológica do nitrogênio na soja é uma referência mundial. Que resultados a Embrapa tem alcançado em termos de sustentabilidade e rentabilidade para o agricultor?
Mariangela: A fixação biológica do nitrogênio é um dos maiores casos de sucesso da agricultura brasileira. Graças a ela, deixamos de emitir cerca de 260 milhões de toneladas de CO2 equivalente por safra, apenas na soja. No milho, os ganhos também são expressivos. Com a tecnologia de inoculação, podemos reduzir em até 25% o uso de adubação nitrogenada, mantendo a produtividade e diminuindo emissões. É um resultado que mostra como ciência e sustentabilidade podem andar juntas.
RC: O Brasil é líder mundial no uso da Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN). Qual o papel da Coamo na expansão e correta aplicação dessas tecnologias?
Mariangela: A Coamo pode ser protagonista nesse processo. Para isso, é essencial investir não apenas em infraestrutura, mas também em profissionais qualificados e biofábricas modernas, capazes de atender às demandas dos cooperados com produtos de alta qualidade e em embalagens adequadas. As cooperativas têm a vantagem de pensar no longo prazo, e podem liderar a transição para uma agricultura mais limpa, eficiente e com menor emissão de gases de efeito estufa.
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RC: Em sua visão, quais são os principais desafios e oportunidades para a Coamo na transição para uma agricultura de baixo carbono?
Mariangela: As cooperativas representam o modelo ideal de equilíbrio entre produtividade e responsabilidade ambiental. Elas podem guiar o agricultor para um novo tipo de lucro, não apenas financeiro, mas também ambiental e social. A biotecnologia do solo, especialmente a fixação biológica do nitrogênio, se encaixa perfeitamente nesse conceito. A Coamo tem todas as condições de liderar o uso de tecnologias sustentáveis, baseadas em dados científicos sólidos e adaptadas à realidade do produtor.
"Parcerias entre instituições de pesquisa e cooperativas fortalecem a difusão de tecnologias e asseguram ao agricultor acesso a soluções inovadoras adaptadas à realidade do campo."
RC: Uma mensagem final aos cooperados, funcionários e leitores.
Mariangela: Acreditem na ciência, valorizem o cooperativismo e invistam na sustentabilidade. A agricultura do futuro é aquela que produz mais, com menos impacto. A Coamo e seus cooperados têm todas as condições de serem referência mundial nesse caminho, unindo produtividade, inovação e responsabilidade ambiental.
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