Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 434 | Março de 2014 | Campo Mourão - Paraná

Encontro na Fazenda Experimental

Tecnologia entregue ao cooperado

Em primeira mão, cooperados recebem informações das principais tecnologias do mercado por meio do contato direto com a pesquisa

José Aroldo Gallassini, presidente da Coamo, participou todos os dias da abertura do encontro

Mais um ano se passou e a Coamo comemora em 2014 a 26ª edição do Encontro de Cooperados da Fazenda Experimental, realizado entre 06 e 13 de fevereiro. Um evento que ano após ano prioriza a difusão de conhecimento de forma eficaz e direta aos cooperados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. São tecnologias que chegam em primeira mão ao associado por meio do contato com pesquisadores dos principais institutos do país.

Segundo o engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini, diretor-presidente da Coamo, o encontro é realizado todos os anos para as culturas de verão e inverno, com bons resultados e uma grande procura. “São sempre as mais recentes tecnologias. O trabalho tem validade oficial porque é feito por institutos de pesquisas no local”, comenta. Ele acrescenta que são novidades que os cooperados recebem em primeira mão, com aulas dadas direto pelos pesquisadores. “Tudo que tem de novo é apresentado a cada ano porque todos os anos tem novidade. Temos um trabalho grande e a procura do cooperado é muito significativa”, completa Gallassini.

Mais de 3,5 mil pessoas no encontro

Mais de 3,5 mil cooperados participaram do encontro que neste ano teve como tema principal o Manejo Integrado de Tecnologias (MIT). Segundo o coordenador do evento, Joaquim Mariano Costa, o evento congrega dez temas modernos que colocam o associado Coamo à frente no mercado. “São dez estações de pesquisa para que o produtor possa sair focado, especialmente naquilo que mais o aflige e que entendemos que esteja causando dúvidas na safra agrícola.”

O coordenador acredita que essa é a forma mais eficaz de transferir as novidades tecnológicas ao cooperado Coamo. “Nesses 26 anos de evento, percebemos o quanto esse modelo funciona, pois fazemos um trabalho grande, empenhado em abranger diversas variáveis de tecnologias. Neste dia de trabalho no campo ele vê as principais tecnologias do mercado. Com isso, nós fazemos a pesquisa chegar ao produtor e entendemos que é assim que evoluímos”, comemora Costa.

DIFUSÃO - O superintendente técnico da Coamo, José Varago, ressalta que o Encontro de Cooperados é uma semana importante para divulgar os trabalhos da pesquisa. “Testamos todas as tecnologias e neste dia as apresentamos aos nossos associados. É também a oportunidade de os órgãos de pesquisas ouvirem as demandas do campo.”

Ele destaca que no encontro os participantes conhecem as tecnologias principalmente na área de biotecnologia, novas cultivares de soja, híbridos de milho e práticas agronômicas que estão sendo desenvolvidas para uma agricultura mais sustentável e com maior produtividade, proporcionando melhor rentabilidade aos associados.”

ENVOLVIMENTO - Para que o encontro seja realizado é necessário o envolvimento direto de dezenas de pessoas entre funcionários da Coamo e de empresas parceiras. Os trabalhos para o próximo encontro começaram já no final dessa edição. “A partir do momento que se definem os temas já começamos a planejar o outro encontro. São ações continuas que refletem diretamente nas atividades dos trabalhos a cada ano”, comenta Marcelo Sumiya, gerente de Assistência Técnica da Coamo.

Segundo Sumiya os assuntos tratados nas estações são definidos em um trabalho a longo prazo, pois, em se tratando de agricultura, não pode levar em consideração um ano individualmente, e sim pensar em várias safras, inclusive, de inverno. “São vários os critérios levados em consideração, mas sempre com o foco de apresentar algo novo que possa trazer benefício para os cooperados.”

Neste ano o tema principal do encontro foi o Manejo Integrado de Tecnologias – MIT. A prática envolve o MIP – Manejo Integrado de Pragas, o MID – Manejo Integrado de Doenças, o MIPD – Manejo Integrado de Plantas Daninhas e Manejo Integrado de Solos. O engenheiro agrônomo Joaquim Mariano Costa explica que é preciso aliar todas essas ferramentas para a condução das atividades agrícolas.

Ele destaca que o solo deve estar bem equilibrado e corrigido. As aplicações químicas devem seguir parâmetros que envolvam índices de danos, estágios e espécies de plantas daninhas, pragas e das doenças, além de diversificar os mecanismos de ação dos produtos. “É necessário que aliado à todas ações se faça rotação de culturas, boa cobertuda de solo e também de princípios ativos dos produtos”, pondera Costa.

Mais proteção, maior produtividade

Sempre presente no Encontro de Cooperados, as estações de demonstração de variedades de soja são tradicionalmente as mais procuradas pela produtor, que busca a cada safra novas opções de plantio para obtenção de maior rendimento e facilidade de manejo com a oleaginosa.

Neste ano, os mais de 3,5 mil participantes do evento tiverem a oportunidade de conhecer 15 variedades de soja na estação 1, entre elas, algumas com a tecnologia intacta (resistente as principais lagartas). Cinco parceiras demonstram seus materiais, sendo elas Brasmax, Nideira, FT Sementes, Embrapa e Syngenta.

Testada e aprovada no campo, a tecnologia demonstra boa eficiência no controle da praga e ainda vem se mostrando com alto poder de produtividade. “Sem contar que o produtor acaba entrando menos na lavoura para fazer aplicação, o que diminui consideravelmente o custo de produção e ainda no final acaba lucrando um pouco mais com uma produtividade mais elevada”, explica o agrônomo Renato Mastrantonio, do Detec da Coamo em Mamborê, responsável pela estação.

À esquerda: Renato Mastrantonio; À direita: Rafl Udo Dengler, Fundação Meridional

A ESCOLHA CERTA – Diante de tantas opções lançadas anualmente no mercado, o produtor precisa fazer um bom exercício para escolher a melhor variedade a ser implantada na sua propriedade. Uma decisão que passa obrigatoriamente pela consulta a assistência técnica, segundo o gerente executivo da Fundação Meridional, Rafl Udo Dengler. “Eu acho fundamental e acredito muito no papel do agrônomo nesse direcionamento. Contudo, o mais importante é o produtor conhecer muito bem a sua propriedade e saber qual o sistema que ele quer utilizar, qual a fertilidade do solo e assim por diante. É exatamente a temática do evento desse ano, é preciso saber como está o manejo integrado de tecnologias da propriedade”, orienta.

Foco no potencial produtivo

Outras 17 variedades foram apresentadas na estação 2, que trouxe um leque de opções para todas as regiões da Coamo. Além de materiais RR a estação focou nas variedades Intacta, com alto potencial de produtividade. “O que mostramos foi um aprimoramento da tecnologia”, explica o agrônomo do Detec da Coamo em Mamborê, José Marcelo Rúbio, que coordenou a estação durante o encontro. Cinco parceiras estiveram presentes na estação 2. Dom Mario, Monsoy, Pionner, Coodetec e TMG.

Conforme Marcelo muitas das variedades chegaram a produzir médias de 200 sacas por alqueire já em nível de campo, e não mais em áreas de experimento. Ele também opina sobre a melhor forma de escolher em qual variedade apostar para ter sucesso na safra. “O primeiro passo é conhecer e entender o posicionamento da variedade, se está recomendada e adaptada para a região. Depois, é experimentar começando por uma pequena parte da área e só depois de ver o comportamento dela expandir no seu sistema de produção”, alerta o agrônomo, que ainda orienta sobre a melhor forma de implantar qualquer variedade. “É importante ter um solo bem corrigido e equilibrado para uma estabilidade de produção e não colher bem somente em um ano, mas sim fazer sempre uma boa média”, diz.

À esquerda: José Marcelo Rúbio; À direita: Pedro Moreira da Silva Filho, pesquisador da Embrapa/Soja

Pedro Moreira da Silva Filho, pesquisador da Embrapa/Soja de Londrina, ressalta a parceria da Coamo em desenvolver as pesquisas que depois serão repassadas para os cooperados. “As pesquisas estão trazendo para o campo variedades com o máximo em produtividade, mas sem deixar de focar detalhes importantes como o bom manejo do solo, controle de pragas e doenças. São variedades de diferentes épocas de plantio o que dá uma garantia maior aos agricultores. A busca por teto máximo de produtividade é grande, mas na média queremos que o produtor tenha sucesso.”

Solo mais fértil

À direita: Antonio Carlos Saraiva da Costa, pesquisador da UEM

O Encontro na Fazenda Experimental deste ano também deu um enfoque especial ao manejo do solo. Uma das estações que tratou o assunto teve como tema calagem e gessagem. O coordenador da estação, Luiz Cláudio Martim, engenheiro agrônomo do Detec da Coamo em Campo Mourão, diz que o objetivo foi levar informações para que o cooperado possa compreender a evolução do solo na região focando-se na correção em cima da calagem e gessagem.

Segundo Martim, o estudo da calagem e gessagem tem várias vertentes de pesquisa, pois uma região é diferente da outra. “Entendemos que todas as linhas de estudo tem seus princípios, pois as vezes os pesquisadores desenvolveram para determinada região. Então, a Coamo congrega essas linhas de pesquisa, une todas nesse dia de campo, desenvolve os trabalhos na fazenda experimental e consegue no decorrer dos anos atingir a melhor maneira, com recomendação precisa para o cooperado”, esclarece.

O processo de calagem e gessagem começa com a análise de solo que, segundo o agrônomo, deve ser muito bem feita. “Nós temos o programa de Agricultura de Precisão que faz  um raio-x do solo. A preocupação é agregar qualidade no processo para que o produtor tenha bons resultados”, considera Martim.

Luiz Cláudio ainda lembra a importância de trabalhos como este, onde a Fazenda Experimental contribuiu para o cenário agrícola do Brasil. “Muitos trabalhos que foram desenvolvidos aqui e beneficiaram nossos cooperados, extrapolaram as fronteiras da Coamo se tornando referência no contexto nacional. Há muita pesquisa que realizamos aqui dentro e que cria uma base, uma referência no país.”

MELHORANDO O SOLO -  O professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Antonio Carlos Saraiva da Costa, também esteve no evento para levar orientações atuais sobre a Calagem e a Gessagem, aos cooperados Coamo. Segundo Costa, essas práticas são duas das principais, que compreendem o processo inicial do preparo da terra. “A calagem, busca corrigir o solo em cerca de 20 centímetros da superfície. È importante saber disso, pois se o agricultor pretende obter altas produtividades, precisa corrigir o solo em profundidade e para isso é necessário utilizar o gesso. É nesse momento que entra a Gessagem , pois o calcário não consegue corrigir o solo em profundidade”, orienta.

Ao fazer um resgate histórico o professor recorda que o solo original, após a derrubada da mata, por alguns anos, se conseguia produzir, mesmo sem adubação ou calagem. “Havia um reservatório de nutrientes associados à matéria orgânica da própria mata. Porém, após certo tempo, esse reservatório se esgotou e houveram quedas sensíveis na capacidade de produção. A própria área do museu do solo da Coamo mostra isso. Então, agora, há a necessidade da aplicação de adubos e além disso, é necessário corrigir o solo. Por este motivo, é preciso sempre fazer calagem e depois que se corrigiu em superfície, passa-se a pensar num solo mais profundo, para grandes produtividades. Essa área de exploração mais profunda só ocorrerá com a aplicação de gesso”, esclarece Costa.

Testemunha da evolução

O objetivo da estação sobre fosfatagem e museu do solo foi o de mostrar aos cooperados a evolução da agricultura nos últimos anos. De acordo com o engenheiro agrônomo, Alex Fernandes Carlis, supervisor da Gerência de Assistência Técnica da Coamo e coordenador da estação, as atividades agrícolas necessitam de conhecimento que começa justamente pelo solo.

Foram apresentados dados e um pouco da história do solo na região de Campo Mourão que se remete aos anos 70, quando era conhecida pelos “3 S” – sapê, saúva e samambaia. “Preservamos aqui na Fazenda Experimental uma parcela do que era o solo naquela época. Quando olhamos as lavouras ao redor é visível a diferença. Devido aos investimentos realizados e ao uso de novas tecnologias a fertilidade do solo melhorou e muito, e prova disso são as produtividades que os cooperados de todas as regiões da Coamo vem alcançando”, pondera.

Segundo o agrônomo, há uma tendência em se esquecer o que passou e dos trabalhos realizados para melhorar a condição do solo, porém é importante mostrar e comparar com o que se tem hoje. “Tínhamos um solo de pouca fertilidade e uma vegetação pobre, e olha no que transformou! Isso mostra a importância de continuar investindo para a manutenção da fertilidade”, destaca Carlis. Ele acrescenta que na parcela preservada originalmente as condições do solo pioraram ainda mais. “Sem os tratos culturais necessários o solo empobreceu novamente e não é isso o que queremos”, frisa.

À esquerda: Alex Fernandes Carlis; À direita: Marcelo Augusto Bati sta, professor da UEM

O agrônomo revela ainda que um novo experimento iniciado em 2012 está sendo trabalhado na Fazenda Experimental e que seguirá até 2017 com o objetivo de responder dúvidas principalmente em relação a fosfotagem do solo. “A agricultura moderna é dinâmica e precisamos pensar nas demandas existentes e nas que possivelmente poderão surgir. A evolução foi graças a um conjunto de ações da pesquisa, da assistência técnica e da adoção dos cooperados.”

O professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Marcelo Augusto Batista, observa que o ‘museu do solo’, mostra claramente que sem a utilização da calagem e fosfatagem não seria possível atingir as produtividades atuais. “Hoje são áreas muito férteis e de altíssima tecnologia. Não podemos deixar de olhar para trás para comprovar que a não utilização de tecnologias adequadas podem comprometer as produtividades. O importante é que cada produtor conheça o seu solo e que faça as correções necessárias”, diz.

Um híbrido para cada situação

O milho é uma cultura fundamental para o sistema produtivo de uma propriedade. Além de gerar receitas, a cultura é importante para o sistema em função da rotação de culturas, e tudo começa com a escolha certa do híbrido que será utilizado. O engenheiro agrônomo Wilson Aparecido Juliani, do Detec da Coamo em Guarapuava, coordenou a estação sobre híbridos de milho.

Ele destaca que nos últimos anos houve uma grande evolução e que com as novas tecnologias é possível encontrar materiais de ciclos diferentes e tolerantes a doenças e pragas. “São híbridos para todas as regiões da Coamo”, frisa. De acordo com ele, o Departamento Técnico da Coamo está treinado para orientar e recomendar o melhor híbrido para cada situação. “Deve ser levado em conta a condição do solo, o clima e a época do plantio para alcançar o máximo do potencial produtivo”, diz Juliani.

ROTAÇÃO DE CULTURAS – Em relação a rotação de culturas, o agrônomo destaca a necessidade da sua implantação como ferramenta de sustentabilidade da cadeia produtiva. “Temos trabalhos na Fazenda Experimental comprovando a eficiência da rotação [de culturas]. É uma prática de extrema importância e o produtor que adota esse sistema de uma maneira geral alcança melhores resultados, seja no aumento de produtividades ou no controle de plantadas daninhas. Dentro do sistema, o milho melhora as características física, química e biológica do solo”, assinala o agrônomo.

PESQUISA – O pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Pedro Sentaro Shioga, reitera a importância em se conhecer as áreas para definir o híbrido a ser cultivado. “A escolha deve ocorrer com a ajuda da assistência técnica. Existe um híbrido para cada situação e isso deve ser levado em consideração”, frisa. O pesquisador observa ainda que no caso da safrinha a escolha deve ser mais criteriosa, pois o milho será cultivado em períodos de condições climáticas adversas.

À esquerda: Wilson Juliani; À direita: Pedro Sentaro Shioga, pesquisador do Iapar

Helicoverpa: não há motivos para alarde, apenas atenção

Quando se fala em helicoverpa produtores rurais de todo o país redobram a atenção. Afinal de contas essa é uma praga nova que chegou na safra passada, com um histórico de tirar o sono de muito agricultor. Porém, a pesquisa conseguiu driblar mais esse problema e o ataque foi controlado. Com esses resultados, uma estação de pesquisa da Fazenda Experimental Coamo foi reservada para tratar sobre o tema, além de abordar o manejo e a biologia da praga.

Segundo o coordenador do evento, Joaquim Mariano Costa, de fato a helicoverpa assustou no ano passado. Porém, os danos foram inferiores ao esperado. “Tudo começou na Bahia onde decretou-se estado de emergência, depois outros Estados também passaram pelo mesmo problema. Quando chegou ao Paraná, muita gente se assustou, contudo, apesar de estar em todas as áreas as populações foram muito baixas. Sem contar, que a ação da pesquisa foi pró-ativa, evitando a evolução da lagarta. Conseguimos controlá-la, sendo este um diferencial no Paraná e na área de ação da Coamo”, explica.

Helicoverpa: Quando chegou ao Paraná, muita gente se assustou, contudo, apesar de estar em todas as áreas as populações foram muito baixas; À direita: Cooperados foram orientados de como diferenciar a helicoverpa de outras pragas

SISTEMA – Costa atribui o resultado positivo também a ação dos inimigos naturais, que controlaram a lagarta, além do uso de produtos seletivos no momento certo. “Em muitas regiões aplicou-se defensivos impactantes que desequilibraram o sistema, matando os inimigos naturais, os quais desempenharam um papel fundamental no controle da lagarta. No Paraná, devido a essa ação, a helicoverpa foi atacada por moscas, percevejos, aranhas, enfim por todos estes que chamamos agora de amigos naturais e controlaram a lagarta”, afirma.

ATAQUE – Quem acredita que a helicoverpa ataca apenas soja, milho e trigo está enganado, segundo Costa fala-se em até 600 espécies de plantas que podem sofrer com essa lagarta, além da forma de invasão também ser preocupante, reforçando a importância do produtor se atentar. “Quase tudo é atacado, por este motivo, tem que tomar cuidado fazendo o controle quando necessário. Além disso, é preciso redobrar o cuidado, pois é uma praga que também ataca o grão ainda na vagem, se diferenciando das demais que não tem esse hábito”, orienta.

Consciência em campo

Clara Beatriz Hoffmann Campo, pesquisadora da Embrapa Soja, também faz um alerta sobre a consciência que se deve ter em campo, agindo com cautela e seguindo as recomendações técnicas. “Os produtores não devem se precipitar, antes é preciso avaliar a situação, fazer o pano de batida. Se não tiver esse real quadro do que está acontecendo na propriedade, não dá para sair aplicando produtos químicos, pois corre o risco de matar os inimigos naturais que são mais fáceis de serem mortos do que a própria praga”, observa.

A pesquisadora ainda salienta que muito se tem falado sobre o monitoramento das lavouras, pois é a melhor forma de estar de olho no que está acontecendo. “O que fez a diferença para muitos produtores, foram aqueles que entraram nas lavouras. Com a helicoverpa o agricultor teve de voltar a monitorar, pois teve que conhecer a praga. Quem agiu assim, não teve problemas, o agricultor que foi consciente e preservou os inimigos naturais não teve motivos para pânico, ele estava consciente do que estava acontecendo na sua propriedade.”

Harmonia do sistema

A pesquisadora da Embrapa Soja, Beatriz Correia Ferreira explica que esse equilíbrio que aconteceu no sistema devido aos inimigos naturais é muito importante, porém o produtor precisa atentar-se à possíveis alterações. “Nessa harmonia que está acontecendo no sistema podem ocorrer mudanças, dependerá do manejo que os produtores utilizarão e as recomendações que vão sendo utilizadas nas áreas. Pode funcionar muito bem esse equilíbrio em alguma área e não na outra”, diz.

Ela acrescenta que é necessário atenção e não deixar esse equilíbrio desaparecer, escolhendo o produto certo, de preferência mais seletivos e saber que os inimigos naturais estão presentes juntos com a lagarta e que vão atuar sobre ela. “Então, tem que propiciar condições para que se mantenham na propriedade. Se forem aplicações calendarizadas, não havendo monitoramento, esse equilíbrio pode não ocorrer mais”, alerta.

Pano de batida faz parte da prevenção

Utilizar adequadamente o pano de batida é uma forma eficaz de monitorar a lavoura. Segundo Luiz Cezar Vieira Tavares, pesquisador da Embrapa Soja, o agricultor tem que ir para o campo, saber que existem as lagartas, principalmente a helicoverpa, tomar mais cuidado, mas não se alarmar pois há tecnologia suficiente para o efetivo controle. “Revitalizando o manejo de pragas, a batida de pano é uma ferramenta a mais para produzir soja com sustentabilidade sem agredir o meio ambiente.”

Longevidade preservada

Mostrar na prática as novidades da biotecnologia, a performance dos novos eventos trasgênicos e alertar para manutenção da permanência da tecnologia. Essa foi a tônica da estação 6, que apresentou em quatro blocos as várias nuances da biotecnologia. Foram demonstradas as tecnologias Bt’s na cultura do milho e sua performance; uma nova forma de fazer refúgio do Bt em saco, com objetivo de preservar a tecnologia; a soja Intacta e seus benefícios além das normas e recomendações para utilização; além da demonstração do que vem pela frente em termos de biotecnologia, com relação a tolerância de herbicidas na cultura da soja, com ênfase na seletividade e os benefícios da tecnologia Cultivance, Libertlink e STS.

De acordo com Lucas Simas de Oliveira Moreira, agrônomo da Coamo responsável pela estação, com a grande pressão em termos de utilização descontrolada em cima do glifosato, a ideia da estação foi de abrir os olhos dos produtores para que haja uma preservação da tecnologia, diminuindo o uso do herbicidas ou até tirando-o do sistema, por meio da migração para outros produtos com mecanismos de ação diferente que tenha efeito residual, e que possam dar a condição de fechar o ciclo da soja no limpo, não havendo a necessidade de outras aplicações. “Essa sucessão de uso do glifosato tem gerado uma pressão muito grande sobre a tecnologia o que tem causado aumento, ano após ano, de plantas resistentes. Então a ideia é diminuir essa pressão de seleção em cima do herbicida. Assim, vamos otimizar o uso desse produto e deixar de banalizá-lo no campo”, explica Lucas.

O agrônomo observa que na velocidade em que as novas técnicas chegam ao mercado, cada vez mais, o produtor precisa buscar informação e afinar as decisões a serem tomadas na  propriedade com o seu agrônomo, para não cometer erros que possam acarretar em prejuízos. “Hoje já estamos mostrando algumas opções que o produtor vai trabalhar com soja transgênica e não pode utilizar o glifosato. Isso implica no planejamento da lavoura vai precisar ser muito eficiente para evitar erros que causem perdas absurdas no processo de produção. Uma simples tomada de decisão errada, um produto aplicado erradamente poderá gerar prejuízos de até cem por cento”, alerta.

À esquerda: Lucas Simas de Oliveira Moreira; À direita: Rodolfo Bianco, pesquisador do Iapar

PESQUISA – Segundo o pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Rodolfo Bianco, as novas tecnologias lançadas recentemente, como o milho Bt, por exemplo, vieram para contribuir e, se não utilizadas corretamente podem desaparecer. “É uma ferramenta que veio para ser inserida dentro do sistema de manejo de pragas e não a para substituí-la”, frisa. O pesquisador cita o monitoramento como prática indispensável nesse processo. “O monitoramento é importante para que possamos utilizar com racionalidade os produtos. Em muitos casos a própria natureza ajuda fazendo o tratamento biológico e prova disso aconteceu com a helicoverpa. É preciso fazer uma seleção de ações que interfiram menos no Meio Ambiente, quanto menos interferir menos problemas teremos com outras pragas”, diz.

Manejo de capim amargoso e antagonismo entre herbicidas

Pelo terceiro ano consecutivo uma estação tratou exclusivamente do capim amargoso, uma planta daninha que está tirando o sono e a rentabilidade dos agricultores. “O [capim] amargoso está presente em várias áreas e estamos mostrando algumas alternativas para fazer o manejo correto”, assinala o engenheiro agrônomo do Detec da Coamo, Nilton César Cavalheri. Ele cita que foram apresentados aos cooperados o manejo do capim amargoso adulto e as recomendações para as plantas novas, onde se tem conseguido melhores resultados. “É possível fazer o manejo do capim amargoso adulto, porém é uma prática mais onerosa e de custo maior”, ressalta.

Foram apresentadas duas situações de manejo: em uma delas foi realizada a roçada do capim amargoso e na sequência aplicações em momentos diferentes de rebrota (em torno de 10 a 15 centímetros e entre 30 e 60 centímetros). Em outra situação foi realizado o manejo inverso, fazendo primeiro as aplicações e depois a roçada. “Observamos que onde foi realizado o manejo mecânico e depois o químico, os resultados foram melhores”, observa. 

Cavalheri lembra que desde 2011 assuntos relacionados ao capim amargoso têm tido destaque no encontro e que os cooperados que estão seguindo as recomendações,  fazendo rotação de culturas e do modo de ação não estão tendo problemas. “Já quem está se descuidando está sofrendo com essa planta daninha”, diz.

À direita: Nilton César Cavalheri

De acordo com o agrônomo a preocupação deve ser constante e os cooperados devem se planejar e utilizar herbicidas com vários modos de ação e fazer rotação de culturas tanto no verão quanto no inverno. “É uma planta daninha agressiva e que tem tirado a rentabilidade e a produtividade em muitas lavouras”, pondera.

ANTAGONISMO ENTRE HERBICIDAS – Um outro assunto tratado na estação foi a associação de alguns produtos, o que não é uma prática recomendada pela assistência técnica, e que mesmo havendo compatibilidade na calda pode ter antagonismo no campo. “Quando se faz a combinação de graminicidas com latifolicidas em plantas jovens o antagonismo é menor, agora quando o capim amargoso é adulto a incompatibilidade é mais forte, principalmente com pré-emergentes.”

Atenção com as recomendações

Conforme o professor da Universidade Estadual do Norte do Paraná, Robinson Osipe, é importante que o agricultor saiba que existem ferramentas de controle tanto da buva quanto do capim amargosa, mas que em qualquer um dos casos é necessário dedicação. “O problema é que o produtor nem sempre segue as recomendações, pois ele procura o mais barato. Ao invés de fazer uma aplicação sequencial, que é o recomendado, ele faz apenas o controle inicial e depois que a lavoura está implantada é mais complicado.”

O professor cita que se a soja se desenvolver no meio do mato, as perdas serão de quatro a seis sacas por hectare só de conviver os 20 primeiros dias. “O produtor deixa para fazer a primeira aplicação em soja RR com 20 dias quando na verdade o prejuízo já está acontecendo”, destaca. Ainda segundo Osipe, o custo para se produzir exige que o produtor seja um empresário. “Se o empresário não cuidar da empresa, a empresa quebra. O produtor que não investir e não tomar todos os cuidados certamente terá prejuízos.”

Entrega de mudas

No final do encontro todos os cooperados receberam mudas de árvores nativas como a gorucaia, canafístula e aroeira. Na imagem, o diretor-presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini faz a entrega aos cooperados João Marco e o filho Marcos Nicareta, de Pitanga (Centro do Paraná).  No total foram distribuídas mais de dez mil mudas.

“Guarda erguida” para a buva

Outro assunto que também tem sido constante nos encontros de cooperados é o controle da buva. Aliado ao capim amargoso resistente, são dois problemas que preocupam os agricultores. De acordo com o engenheiro agrônomo do Detec da Coamo, Brasil dos Reis, na estação foi reforçada a necessidade de os cooperados seguirem as recomendações e as práticas de controle. “Mostramos aos agricultores que não podem ‘baixar a guarda’ para as plantas daninhas, principalmente para a buva e para o capim amargoso resistente”, diz.

Brasil dos Reis

Foi apresentado o controle do capim amargoso resistente mostrando desde o início, quando era realizado somente com glifosato, depois a mistura do amargoso com buva resistente e quais as opções para sanar esse problema de ervas resistentes. “Temos também o controle somente da buva resistente, que é importante. Pensávamos que esses problemas já estavam sanados, mas se o cooperado não seguir as recomendações e realizar o manejo correto continuará com o problema. O agricultor tem que fazer a coisa certa na hora certa”, frisa.

Reis destaca que o cooperado que tem entendido o recado vem conseguindo controlar melhor as ervas daninhas. Segundo ele, é preciso ter em mente que não compensa economizar entre R$ 20 e R$ 30 por alqueire com produtos para o controle das plantas daninhas e depois perder 10% da produção. “Se a perda for de 10% em um alqueire que renderia 120 sacas serão colhidas 12 a menos. Uma conta rápida com a soja custando R$ 60, serão cerca de R$ 700 de prejuízo.

Ele acrescenta que o agricultor de sucesso tem que se planejar e busca tecnologias que viabilizem as atividades agrícolas. “Cada um tem que planejar a sua área, pois nem sempre o que o vizinho faz é bom para o outro. Estamos difundido tecnologias viáveis para que todos possam ter sucesso no controle dessas duas pragas que ainda causam preocupações e perdas”, comenta.

Fazendo a lição de casa

O pesquisador Dionísio Gazziero, da Embrapa Soja de Londrina, ressalta a importância de os cooperados entenderem a gravidade das plantas resistentes aos herbicidas. “Todas as plantas daninhas trazem prejuízos, mas a buva e o capim amargoso têm causado perdas muito maiores e tem complicado a vida de muitos agricultores”, ressalta.

De acordo com ele é necessário que o agricultor procure a assistência técnica para que juntos possam definir a melhor ação. “O tratamento deve ser o correto e sequencial. Já se foi o tempo em que aparecia uma planta daninha, aplicava-se um produto, virava as costas e estava resolvido o problema. Hoje, tem que saber manejar as áreas e as plantas daninhas e saber que no dia de plantio a área deve estar limpa”, diz.

Sistema organizado

Plantar soja no verão e milho safrinha no inverno é de praxe para a maioria, se não, para a totalidade de produtores rurais na área de ação da Coamo. Mas, o que essa maioria sabe e, muitas vezes, não coloca em prática é que existem formas para explorar melhor o potencial produtivo da área. Pensando nisso, uma das estações do encontro de verão teve como tema “Sistema de produção soja com milho safrinha”. O coordenador e agrônomo, Paulo Boeing, afirma que o intuito é mostrar que não existe apenas uma forma de produção, bem como, enfatizar a importância do planejamento.

Boeing relata que a primeira etapa do planejamento começa pela soja, a principal cultura do verão. “O primeiro passo para uma boa dobradinha soja e milho safrinha, é pensar em potencial produtivo e lucratividade com a soja. Depois que a soja já foi escolhida, pensamos em qual híbrido de milho escolher.”

Segundo o coordenador da estação a época de plantio mudou, principalmente, devido as variedades de soja que estão adaptadas à um plantio mais cedo. “Em decorrência da ferrugem, ataque de percevejos, dentre outros agravantes, o agricultor quer fugir de um material de ciclo longo ou que estão chegando enquanto está todo mundo colhendo. Esse que é o maior problema do produtor. Então, ele quer antecipar utilizando materiais mais precoces, seja para antecipar o milho safrinha, ou evitar esse problema com pragas e doenças no final do ciclo”, explica Boeing.

O objetivo principal da estação é tentar minimizar o erro do produtor ou alguns problemas que estão acontecendo na propriedade, conforme destaca Paulo Boeing. “Os principais erros são plantar uma soja muito precoce. Estão sendo feitos estudos aqui na fazenda experimental de Campo Mourão onde se aponta que os plantios antecipados, utilizando materiais muito precoces de soja aumentam o risco. Esses materiais não têm capacidade para atravessar por um estresse como um material de ciclo médio tem. Esse último, consegue florar novamente, diminuindo o risco da atividade”, enfatiza.

Quanto a adubação Boeing faz outro alerta. De acordo com o agrônomo, o produtor que planta soja deve já pensar na próxima cultura. “É preciso pensar numa adubação em soja muito boa para que o remanescente dessa área, de milho safrinha, seja bem aproveitado. Seja em termos de fósforo e potássio, ou nitrogênio que a soja deixou para o milho, a vantagem é grande ao fazer uma fertilização boa na soja. Sobrará para o milho e a cultura responderá muito bem”, considera.

Paulo Boeing

Essas mudanças no planejamento são decorrentes das transformações no cenário agrícola do milho safrinha. Para Boeing, o nome safrinha representa algo pequeno. Desde a década de 90 quando originou-se o nome safrinha, o investimento, o potencial produtivo dos híbridos e as características mudaram, e no ano passado, por exemplo, a produção do milho de inverno  foi maior que a produção do milho verão. Não estamos mais falando de milho safrinha e sim milho de 2ª safra.”

Nesse sistema de produção, ainda cabe considerar a segunda etapa, quando parte-se para a safra de inverno. “Para escolher o híbrido correto tenho que saber primeiro quando vou colher a soja, e também qual investimento estou disposto a fazer. Se vou plantar cedo e, geralmente as épocas de plantio cedo de milho safrinha são épocas com maior estabilidade de clima, o produtor pegará uma quantidade de chuva maior e uma temperatura melhor, é possível investir em materiais com alto potencial produtivo, pois permitem que se invista mais. A tendência desses híbridos é que tenham uma melhor resposta em ambientes adequados que são os de plantio do cedo. Agora no plantio do tarde, tem que pensar em precocidade, em materiais com uma tolerância à doença, mais rústicos e que aguentem essa instabilidade climática, como o frio. Cabe ressaltar que o histórico da região e da propriedade, é importantíssimo para essa escolha de híbrido”, afirma.

Diversificar para aprimorar o sistema

Na estação de pesquisa sobre “Sistema de produção soja com milho safrinha”, o pesquisador da Embrapa Soja de Londrina, Henrique Debiasi, diz que a mensagem passada é clara, o produtor precisa diversificar o sistema de produção. “Em primeiro lugar é necessário buscar uma diversificação de espécies dentro do sistema de produção, se não intercalando o soja com o milho no verão, pelo menos fazendo a diversificação das culturas que entram na safrinha, buscando além do milho safrinha e o milho de segunda safra, optar por outras culturas como o trigo, alguma planta de cobertura. Isso é de fundamental importância para a melhoria da qualidade de solo, física, química e biológica”, considera.

Henrique de Biasi, pesquisador da Embrapa Soja de Londrina

Debiasi ainda explica que a diversificação também terá reflexos na soja e no milho safrinha. “O resultado dessa tecnologia, é mais produtividade tanto da soja, quanto do milho safrinha ao longo do tempo. Outra questão, refere-se a diversificação  de época de plantio e variedades tanto no caso da soja quanto no milho safrinha, aspectos de fundamental importância para que o produtor possa reduzir o risco de perda de produtividade por estresses ambientais e, também, importante para que o potencial produtivo possa ser expresso. O produtor precisa de um bom planejamento na propriedade e para isso tem que conhecer bem o solo, as condições climáticas, riscos de geada, enfim, assim ele conseguirá um planejamento adequado.”

A colheita da pesquisa

À esquerda: José Renato Bouças Farias, chefe-geral da Embrapa Soja; Ao centro: Alexandre Cattelan, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Soja; À direita: Luiz Carlos Miranda, gerente de produtos da Embrapa

Durante o encontro de cooperados da Fazenda Experimental diversos pesquisadores marcam presença. Entra ano e sai ano, eles estão lá para levar conhecimento e, também, descobrir as necessidades do produtor rural. De acordo com o chefe-geral da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias, o encontro tem servido de exemplo pela difusão das tecnologias. “Há 20 ou 30 anos, o agronegócio brasileiro era pequeno. Com ações concretas, os produtores começaram a receber altas tecnologias e passaram a buscar soluções para os problemas que atormentavam o processo produtivo. O produtor foi crescendo e esse sucesso se deve à ações concretas como essa realizada pela Coamo.” Farias destaca que a agropecuária chegou a um nível em que todas as tecnologias devem ser integradas e a busca por soluções têm que acontecer como um todo. “O controle de um problema deve ser integrado para que uma ação não prejudique a outra. É fundamental para o produtor buscar informações, ter soluções para as atividades.”

O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Soja, Alexandre Cattelan, observa que o encontro da Coamo é um momento importante para reciclagem. “Cada safra é diferente uma da outra e tem seus desafios específicos. Nesse ano, por exemplo, havia grande expectativa em relação a lagartas, contudo, houve um trabalho expressivo da pesquisa mostrando como deveria ser o manejo e o problema não foi tão sério como se imaginava”, assinala.

Para o gerente de produtos da Embrapa, Luiz Carlos Miranda, é uma oportunidade única. “Esse encontro representa um dia de colheita, viemos aqui para transferir tecnologia para a colheita dos frutos da pesquisa. É com muita satisfação que nossos pesquisadores participam desse evento. Encontramos produtores de alto nível, onde há um alto nível nas discussões. No final todas as partes ganham. É fantástico esse trabalho realizado por toda a equipe da Fazenda Experimental”, revela.

Seguindo tendências

Florindo Dalberto, diretor-presidente do Iapar, destaca que a agricultura moderna precisa ser do conhecimento, aliando o conceito com a prática no sentido de preservar o solo, o meio ambiente e também de produzir os alimentos que o mundo precisa. “É importante que o agricultor tenha sucesso nessa tarefa e que continue praticando uma agricultura sustentável e competitiva.” Segundo ele, o tema adotado foi bastante apropriado. “A Coamo foi feliz em trazer para a prática esse conceito que está presente no dia a dia de cada produtor, técnico, pesquisador e em todos os envolvidos com uma agricultura de resultados do ponto de vista de produção, ambiental e de qualidade dos produtos.”

Sustentabilidade e integração

O presidente-executivo da Coodetec, Ivo Carraro, diz que o encontro é um bom local para perceber a evolução dos últimos anos, principalmente em relação as variedades de soja. “A cada ano há uma novidade. É um momento único porque os agricultores recebem informações integradas”, pondera. Ele acrescenta que a organização do evento foi muito feliz em escolher o MIT – Manejo Integrado de Tecnologias como tema do encontro. “Esse título representa exatamente a função dos técnicos e pesquisadores no processo de integrar as tecnologias junto com o produtor. A mensagem é muito clara: temos que cuidar da sustentabilidade por meio da integração”, analisa Carraro.

Aprendendo com a didática

Luiz Meneghel Neto, presidente da Fundação Meridional, e que também é cooperado da Coamo em Marilândia do Sul (Centro-Norte do Paraná), ressalta que a forma como o evento é realizado, direcionado exclusivamente aos cooperados, tem grande importância dentro do processo de transferência de tecnologia. Segundo ele, a cada ano que se passa há ganhos de produtividades e de renda para o agricultor que absorve grande quantidade de informações e vai implementando no dia a dia. “Isso faz com que o agricultor tenha mais renda e, consequentemente, fortaleça a cooperativa. São ações em que todos ganham.”

Exposição de máquinas

Durante todos os dias do encontro, os cooperados também puderam visitar um exposição de máquinas e implementos agrícolas de empresas parceiras da Coamo.

Suporte ao encontro

Mais de 150 pessoas entre técnicos da Coamo, pesquisadores e colaboradores trabalharam de forma intensiva e são os responsáveis pelo sucesso do evento. São profissionais comprometidos com a disseminação das informações e de novas tecnologias visando sempre o melhor desempenho das lavouras e dos resultados obtidos com a atividade agrícola.

Equipe Coamo de apresentadores das estações

Participação dos Pesquisadores

Marcelo Sumiya (Gerente de Assistência Técnica da Coamo), Antonio Carlos Saraiva da Costa (UEM), Marcelo Augusto Batista (UEM), Pedro Sentaro Shioga (Iapar), Beatriz Correa Ferreira (Embrapa/Soja), Flávia Thais de Souza Vieira (Coodetec), Joaquim Mariano Costa (coordenador do Encontro), Rodolfo Bianco (Iapar) e Ralf Udo Dengler (Fundação Meridional)

Joaquim Mariano Costa, Henrique Debiase (Embrapa/Soja), Clara Beatriz Hoffmann Campos (Embrapa/Soja), Dionísio Gazziero (Embrapa/Soja), Robinson Osipe (Uenp) e Marcelo Sumiya

André Mateus Prando, Pedro Moreira da Silva Filho e Luis César Vieira Tavares, ambos da Embrapa/Soja, e Joaquim Mariano Costa

Profissionais da Coamo que atuaram nos bastidores do evento

FALA COOPERADO

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