Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 475 | Novembro de 2017 | Campo Mourão - Paraná

DIVERSIFICAÇÃO

DIVERSIFICAR PARA LUCRAR

Família Feiten, de Toledo (PR), se especializou em fazer cucas e estão tendo uma boa renda extra

Produção e renda o ano todo. É assim, com a diversificação de atividades, que reduz riscos de o produtor rural depender apenas de uma cultura e permite o uso mais intensivo da área. A prática é adotada por um grande número de cooperados, independentemente do tamanho e da atividade principal exercida. A opção é uma proposta de viabilização da propriedade rural, considerada a melhor forma de evitar incertezas e vulnerabilidades de clima, mercado, logística, pragas e doenças.

Para democratizar as atividades da propriedade, o associado deve investir em várias frentes. Desta forma, além de manter a estrutura operacional e de maquinários ocupada o ano inteiro, ele ainda reduz riscos e perdas. É como o velho ditado popular: “não coloque todos os ovos em uma única cesta”. Agindo nesta linha de raciocínio, quando uma atividade não for bem as outras podem compensar, da forma com que na média o resultado seja o mais positivo possível.

A região Oeste do Paraná, principalmente a de Toledo, onde a Coamo está presente, tem uma forte ligação com os imigrantes europeus, com alemães e italianos. É uma tradição as propriedades serem diversificadas, seja com suínos, frutas, frangos, peixes, dentre tantas outras alternativas. Também é marca registrada a culinária e um prato que está sempre presente é a cuca, um bolo tradicional da cozinha alemã. Há cerca de dois anos, a família Feiten se especializou em fazer essa iguaria e tem obtido uma boa renda.

Dona Suzana conta que sempre participa dos cursos sociais e foi num deles que surgiu a ideia de investir na produção de cucas Família investiu em uma nova cozinha e em um moderno forno

A ideia, segundo o cooperado Jonas Inácio Feiten, surgiu após a sua esposa Suzana Solato Feiten participar de um curso de panificação, oferecido pela Coamo. Ele recorda que no começo a iniciativa não foi levada muito a sério, fazendo algumas cucas e oferecendo para as pessoas mais próximas. “A aceitação foi crescendo de forma rápida e logo percebemos que era uma alternativa para diversificar a renda da propriedade”, diz.

A família tem uma área de aproximadamente quatro alqueires e até então trabalhavam com a lavoura e pecuária leiteira. Aos  poucos, o leite foi dando espaço para as cucas, pois a demanda foi só aumentando. Eles também fazem macarrão caseiro e pães integral. Ao todo, são cerca de 500 quilos de massas por mês e mais de 400 cucas. A quantidade varia de mês para mês, dependendo da procura para as festas. A venda também ocorre para os clientes já fixos e para programas do governo federal e municipal.

Cooperado da Coamo desde 1995, Feiten revela que antes da cuca, a família fazia bolachas, mas em pequena escala. “A iniciativa com as cucas deu tão certo, que tivemos que construir um local exclusivo para preparar, assar e armazenar os produtos. Tudo dentro da legislação”, diz. Ele revela que a nova cozinha foi construída por meio de financiamento do governo federal para a agricultura familiar.

Como todo produto, as cucas da família Feiten também tem seu segredinho. Um deles, a dona Suzana revela já de cara: “Só utilizamos produtos Coamo na receita."

Como todo produto, as cucas da família Feiten também tem seu segredinho. Um deles, a dona Suzana revela já de cara. “Só utilizamos produtos Coamo na receita.” De acordo com ela, a qualidade dos produtos Coamo é garantida. “Não tem como errar”, diz. Já os outros segredinhos ela não revela. “Sempre tem um toque a mais, uma ‘pitadinha familiar’  que deixa as cucas diferentes umas das outras.” Os produtos utilizados são margarina, farinha de trigo de óleo de soja.  

Ela conta que sempre participa dos cursos sociais e que em um de panificação surgiu a ideia de investir na produção de cucas. “Começou aos poucos. Os pedidos foram aumentando e precisamos investir em uma nova cozinha mais ampla e em um novo forno moderno. É um trabalho muito agradável e familiar. A hora passa que a gente nem vê.”

Celso Luiz Paggi, gerente da Unidade da Coamo em Toledo, reitera que os agricultores da região Oeste têm como tradição a diversificação de atividades. “É uma forma de manter a família no campo. Os Feiten encontraram na panificação uma alternativa de renda. Ficamos felizes porque a Coamo tem sua contribuição por meio dos Cursos Sociais. Para nós é uma satisfação, ainda mais sabendo que os Alimentos Coamo estão presentes nas receitas da família.”

Trabalho é todo realizado em família, com muita alegria e descontração. "É um trabalho muito agradável e familiar. A hora passa que a gente nem vê", dizem

DIVERSIFICAÇÃO EM FAMÍLIA

Luiz Loch com a filha Thaís mostram uma das alternativas de renda encontradas pela família

Em Roncador (Centro-Oeste do Paraná), o cooperado Luiz Loch, tem na diversificação de atividades uma base sólida e de sucesso para manter a família na propriedade. Associado já há mais de 30 anos, Loch é defensor do cooperativismo. Além de plantar as culturas tradicionais como soja, milho e trigo, possui na propriedade porcos, frangos, peixes, frutas e mel. A renda com a diversificação mantém as despesas mensais ficando a da produção agrícola disponível para novos investimentos. O trabalho é realizado em família e uma das filhas, Thaís Loch, cooperada há dois anos, vem sendo preparada para a sucessão. Assim como o pai, a jovem de 19 anos é apaixonada pela atividade agrícola e defensora do cooperativismo e da Coamo.

A propriedade é de 18 alqueires, sendo que 14 são destinados para as lavouras. Na área restante, além da parte destinada à reserva legal, casa e barracão, há uma otimização do espaço, com a represa sendo utilizada para a criação de peixes, e pequenos galpões para os frangos e suínos. “Se fosse para viver somente da agricultura seria muito complicado. A diversificação proporciona uma renda que nos ajuda e muito. É um dinheiro que sempre entra e ajuda nas despesas da casa”, observa.

Ele destaca que outro ponto positivo é que boa parte do que é consumido pela família é produzido na própria propriedade. “É um dinheiro que deixamos de gastar e usamos para melhorar a estrutura”, frisa. Loch explica que a diversificação é uma prática relativamente nova e surgiu, justamente, pela necessidade em manter a família no campo. “Isso tudo vem de uns dez anos para cá. Antes, era somente a lavoura, mas vimos que podíamos utilizar alguns espaços que estavam vazios para ganhar algum dinheiro e deu certo. É um trabalho que envolve toda a família e todos gostam do que fazem.”

Criação de peixes é uma das atividades desenvolvidas pelo cooperado Diversificação de atividades tem ajudado a manter a família Loch no campo

Thaís ajuda o pai em todas as atividades, seja na hora de plantar ou colher a lavoura, ou então alimentando os animais, e ainda tem tempo para fazer alfajores. “Quem mora no sítio, tem que pôr a mão na massa, ajudar em tudo”, frisa. Ela revela que o seu sonho é continuar na propriedade, contribuindo para o desenvolvido da família. “É isso que penso. Continuar com eles e trabalhar para que possamos melhorar ainda mais. E com o apoio da Coamo que sempre esteve e estará do nosso lado.”

O engenheiro agrônomo Rodrigo Henrique Chacorowski, do Departamento Técnico da Coamo em Roncador, reitera a importância da diversificação de atividades. “Como diz o ditado popular: não se deve colocar todos os ovos em apenas uma cesta. Neste ano, por exemplo, o cooperado Luiz Loch teve problemas com o trigo e se não fosse o dinheiro com as outras atividades, seria bem mais complicado. É importante ter essas alternativas de renda. A família é um exemplo de dedicação e empenho no que fazem”, assinala.

Luiz Loch com a filha Thaís e o engenheiro agrônomo Rodrigo Henrique Chacorowski 

DELICADO E LUCRATIVO

Felizes com os resultados, os Beltrame já planejam aumentar o investimento e a produção no futuro

O vale onde se localiza a propriedade da família Beltrame, na região conhecida como Guarapuavinha, em Pinhão (Centro-Sul do Paraná), ganhou uma nova paisagem nos últimos meses, desde que os irmãos Jonatah Marin e João Artêmio Marin Beltrame, que por formação são engenheiro agrônomo e médico veterinário, respectivamente, apoiados pelas esposas Marcielly Moreira e Fernanda Nesi, decidiram diversificar as atividades com a produção de uma saborosa e delicada fruta, presente em inúmeros momentos da culinária brasileira: o morango.

Jonatah e família encontraram no morango uma alternativa de diversificar a renda em Pinhão

Nova atividade foi apoiada por linhas de crédito fornecidas pela Credicoamo

Matéria prima de delícias como bolos, tortas, doces, saladas e muitas outras guloseimas, essa frutinha de cor avermelhada e de certa forma desejada pelo seu paladar requintado, promete fazer a diferença nos negócios da família, que investiu na nova atividade apoiada por linhas de crédito fornecidas pela Credicoamo Crédito Rural Cooperativa.

Os irmãos revelam que a ideia surgiu a partir do momento que herdaram a propriedade do pai (in-memoriam), quando tiveram de buscar alternativas de otimização e geração de lucro para a pequena área. “Nosso pai produzia gado de corte e um pouco de agricultura. Como aumentou o número de pessoas que dependiam da mesma área precisávamos encontrar alternativas, e a minha cunhada [Marcielly] pesquisou e encontrou na diversificação com o morango a saída que buscávamos”, conta João Beltrame.

Numa pequena área de 1,785 m2 (aproximadamente 0,2 hectares) eles construíram a estufa que abriga hoje 20 mil plantas de morango, que já estão produzindo e gerando lucro. “Cada planta produz em média 1,2 quilos por ano. Se essa nossa expectativa se confirmar e os preços de mercado que estamos comercializando se manterem, o investimento que fizemos, vamos tirar logo neste primeiro ano de implantação”, afirma Jonatah, lembrando que a produção já tem destino certo. “Estamos entregando os morangos em supermercados aqui de Pinhão, Guarapuava e região que estão absorvendo toda a demanda”, observa.

Cultivados no sistema semi-hidropônico e com férti-irrigação, cobertos por estufa, a produção é variável e perene. “Tem picos de produção e fases de baixa produtividade, mas temos produção o ano todo, dependendo da condição climática de temperatura. Quando está mais quente produz menos e madura mais rápido, e quando o clima é mais ameno estimula a florada, produzindo mais”, conta João.

Felizes com os resultados os Beltrame já planejam aumentar o investimento e a produção no futuro. “Estamos contentes e pensando em aumentar a produção construindo mais uma estufa. Vamos aumentar a renda e também o serviço”, brinca Jonatah, valorizando o trabalho de toda a família. “Todos aqui colocam a mão na massa, mas principalmente nossas esposas [Marcielly e Fernanda], que fazem a colheita diária e tomaram frente de grande parte de toda a operação por aqui. No entanto, todos nós ajudamos com o objetivo de ver o negócio prosperar”, diz.

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