INVERNO PRODUTIVO
Conhecimento é poder. Quem se mantém atualizado e informado sempre sai na frente. No campo da produção agrícola essa premissa é verdadeira e necessária. Há anos, o agronegócio se tornou um empreendimento profissional e competitivo, onde quem não estuda as novidades do segmento fica para trás. Para que seus associados se mantenham sempre à frente, a Coamo realiza diversos eventos técnicos. Um deles é o Encontro de Inverno da Fazenda Experimental, fundamental para quem quer ter lucro o ano inteiro e garantir o equilíbrio do sistema produtivo.
Neste ano foi realizada a 13ª edição do evento, entre os dias 16 e 18 de julho, para mais de 1.500 associados. Foram sete estações de pesquisa, que apresentaram os temas com mais relevância para o associado. Os assuntos foram repassados por técnicos da Coamo e pesquisadores dos principais institutos de pesquisa do país.
Segundo o chefe da Fazenda Experimental da Coamo, Lucas Simas, essa é uma oportunidade para o associado que deseja sair na frente no campo da produção. “Temos diversas pesquisas desenvolvidas com resultados excelentes. Esse evento é para apresentar os melhores ensaios e preparar os cooperados para produzir mais, gerando renda e qualidade de vida no campo”, afirma Simas.
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Presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, participou da abertura nos três dias de encontro |
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Lucas Simas, chefe da Fazenda Experimental da Coamo e coordenador do encontro |
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Mario Pavanelli, gerente de Fornecimento Bens de Lojas, Marcelo Sumiya, gerente Técnico, Aquiles Dias, superintendente Técnico, Ricardo Calderari, diretor-secretário, Claudio Rizzatto, vice-presidente, e José Aroldo Gallassini, presidente da Coamo |
O gerente de Assistência Técnica da Coamo, Marcelo Sumiya, revela que neste ano a realização do Encontro de Inverno trouxe um desafio diferente devido à instabilidade climática. “É um desafio realizar um evento desse porte. Enfrentamos um ano com dificuldades devido a ocorrência de pragas, mas que foram bem manejadas pela equipe da fazenda. Tivemos uma geada e construímos uma forma para que o cooperado pudesse observar os resultados, ou seja, foi um cuidado especial para o associado observar aquilo que pode ser feito na sua propriedade.”
Sumiya acrescenta que o fato de o associado ter todo o corpo técnico da Coamo no Encontro de Inverno, auxilia na aplicação das novas tecnologias. “Nosso foco é o cooperado absorver as informações e se interessar pelo que está sendo apresentado, fato que se confirma a cada ano. Percebemos que quem participa e aprende essas novas tecnologias, consegue resultados significativos”, comenta.
O superintendente Técnico da Coamo, Aquiles de Oliveira Dias, acrescenta que o encontro tem o objetivo de mostrar aos associados alternativas para desenvolver a atividade na propriedade. “Temos muitas atividades que podem ser desenvolvidas durante o inverno para complementar a renda. Isso é muito importante, pois o cooperado consegue diluir os seus custos e ainda tem uma renda extra. Neste ano, por exemplo, aprofundamos o tema Integração Lavoura Pecuária, pois nosso experimento completou 20 anos, é o nosso ensaio com maior resultado econômico. Com essa e outras tecnologias o associado pode melhorar sua renda.”
De acordo com o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, a participação no Encontro de Inverno é expressiva, pois o associado quer se manter atualizado e sempre sair na frente. “Sempre sugerimos que o cooperado não deixe a terra descoberta no inverno, pois ele só tem a ganhar. É uma lavoura de risco, onde não temos segurança, mas se ele estudar bastante e aplicar esse conhecimento, terá bons resultados e lucrará, e se mesmo assim não der, ele ganha na rotação de culturas. A propriedade rural precisa ser encarada como um sistema único, onde as safras se complementam.”
TEMAS APRESENTADOS
- Resultados Integração Lavoura e Pecuária 20 anos na Fazenda Experimental Coamo
- Complexo de doenças no Milho Segunda Safra
- Silagem de alta qualidade
- Saga do trigo no Brasil e cultivares de trigo
- Híbridos de milho segunda safra
- Dinâmica com pulverizadores Jacto
- Dinâmica com plantadoras/semeadoras Kuhn e Baldan
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Tradicional Feira de Negócios foi novidade durante o Encontro de Inverno da Fazenda Experimental Coamo |
Neste ano, a Coamo levou uma novidade para os associados. A tradicional Feira de Negócios foi realizada durante o Encontro de Inverno da Fazenda Experimental Coamo. Em um espaço grande e ao lado de uma lavoura, os cooperados puderam fazer bons negócios com a demonstração prática de diversos maquinários. Assim, além da vantagem que a tradicional Feira de Negócios sempre traz, eles conheceram mais sobre o uso de determinadas máquinas.
“Tivemos a dinâmica de plantio, de pulverização, onde o produtor rural pode ver o maquinário funcionando. Além disso, expomos máquinas novas, óleos lubrificantes, entre outros produtos, e, inclusive, com palestras técnicas. Sem contar, que foi possível adquirir os produtos da cooperativa, com bons preços e condições de pagamento, aliado com linhas de financiamentos”, afirma o gerente de Bens de Fornecimento de Lojas, Mario Luiz Pavanelli.
Outra novidade foi a exposição da energia fotovoltaica. “Teve a exposição de painéis produzindo a energia no local, e o produtor rural pôde tirar suas dúvidas e, de fato, fazer bons negócios com produtos de qualidade e de empresas consagradas no mercado”, reforça Pavanelli.
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Jacto apresentou conceitos de tecnologia de aplicação de defensivos e pulverizadores |
Kuhn abordou os conceitos básicos de plantio e adubação
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Com a realização conjunta do Encontro de Inverno e da Feira de Negócios da Coamo, duas estações de pesquisa ficaram reservadas para a aplicação prática e explicação teórica de alguns maquinários. Os pulverizadores Jacto e as plantadoras Kuhn e Baldan demonstraram suas tecnologias.
Na estação da Jacto foi apresentado o conceito básico de tecnologia de aplicação de defensivos e pulverizadores. Além de tudo o que há de mais moderno e tecnológico nestes segmentos. “Apresentamos além das máquinas, as tecnologias embarcadas nelas, ou seja, de agricultura de precisão e de pulverização. Esclarecemos como deve ser o uso dessas máquinas”, esclarece o diretor Comercial da Jacto, Valdir Martins da Silva.
O gerente Comercial da Kuhn, Roberval Brazorotto, valorizou a mudança da feira de negócios neste ano. “Participamos com plantadoras, semeadoras, produtos de fenação e distribuidores de fertilizantes. Utilizamos para a demonstração uma plantadora com sulcador, disco de corte, auto transportável, articulada etc. Além disso, colocamos a máquina em campo para o associado da Coamo olhar como funciona e esclarecer as dúvidas.”
Segundo o coordenador de Contas Baldan, Paulo Cezar Manzani, o objetivo foi cumprido. “Demonstramos fatores e características dos produtos que farão a diferença no trabalho do agricultor, agregando na eficiência do plantio, aumentando as produtividades. Nossa máquina se adequa aos terrenos que a Coamo atua, não deixa sementes para fora, em curvas e terraços ou em solos acidentados.”
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Baldan demonstrou fatores e características das máquinas para o plantio |
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JANAINA GABRIELA CAMPANHOLO
Toledo (Oeste do Paraná)
São muitos os detalhes que acabamos não levando em conta. É preciso sair da propriedade e buscar as informações e os resultados das pesquisas que estão sendo consolidadas há muitos ano.
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LAERTE RISSI
Ipuaçu (Oeste de Sata Catarina)
É um dia sempre muito bem aproveitado para que possamos tirar dúvidas e planejar as atividades. No dia a dia na propriedade não temos essa oportunidade e com as informações podemos melhorar o potencial produtivo a cada safra.
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Integração lavoura pecuária agrega produtividade e renda aos associados |
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Luis Gustavo Kapp Titski (Mangueirinha), Hérico Alexandre Rossetto (Campo Mourão), Gabriel Juliano Oening (Campo Mourão) e José Petruise Júnior (Campo Mourão) |
Celebrar e destacar os resultados de 20 anos do experimento que alavancou o Projeto de Integração Lavoura-Pecuária, hoje desenvolvido em todas regiões na área de ação da Coamo, foi um dos objetivos da estação no Encontro de Inverno. Iniciado na Fazenda Experimental em 1999 em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o ensaio proporcionou nessas duas décadas de desenvolvimento, quebra de paradigmas e refinamento da tecnologia, agregando produtividade e renda, tanto para a agricultura quanto para a pecuária. “Depois de muita pesquisa obtivemos alguns números que são protocolos para a implantação da tecnologia. É uma espécie de manual que deve ser seguido e que contribui para os bons resultados”, esclarece o médico veterinário Hérico Alexandre Rossetto, da Coamo em Campo Mourão. De acordo com ele, nesses 20 anos foi possível desmitificar questões relacionadas a compactação e estruturação de solo, tipo de forrageiras para cada região, altura de pastejo, entre outros aspectos importantes que norteiam a tecnologia.
Acompanhando de perto a evolução do sistema desde o início da pesquisa, Rossetto alerta que para o sucesso do empreendimento é preciso seguir o protocolo estabelecido. “Existe uma percentagem ideal de pasto perene em relação ao pasto de inverno para o sistema rodar corretamente. O plantio deve ser feito de forma correta, na época certa e com adubação de cobertura e qualidade das sementes. Enfim, é preciso fazer e respeitar todo um manejo para que as produtividades animal e da lavoura sejam acima das médias”, afirma. Ele lembra que ao contrário do que se imaginava, o sistema não prejudica a lavoura subsequente. “A média é de oito a 12% a mais de produtividade onde é implantada a lavoura-pecuária”, garante.
Considerado um dos criadores da tecnologia, o pesquisador e professor Anibal de Moraes, da UFPR, iniciou as pesquisas relacionadas ao tema ainda antes da implantação na estação experimental da Coamo. “Anteriormente à Coamo, já tínhamos trabalhos realizados há pelo menos cinco anos, o que hoje nos remete a 25 anos de pesquisas. Neste período acumulamos informações sempre com base nos questionamentos em relação a dificuldade para implantação do sistema nas propriedades. Fomos orientando as pesquisas para teses e dissertações nos cursos de pós-graduação tanto da Universidade Federal do Paraná quanto para Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com quem também trabalhamos em parceria, que possibilitou a criação do Sistema Integrado de Produção Agropecuária, que denominamos de Aliança Sipa”, revela Moraes.
Para o pesquisador, a Coamo foi fundamental na difusão da tecnologia, por conta do grande número de cooperados e corpo técnico empenhados no desenvolvimento do sistema. “Sabíamos que seria muito mais ágil levar essa informação por meio da Coamo, uma vez que a cooperativa tem um corpo técnico muito eficiente. O sistema só dá resultados positivos se o produtor fizer corretamente aquilo que tem de ser feito e a Coamo consegue acompanhar isso de perto. Se o produtor falhar, além de não ter resultados positivos, pode levar sua atividade à algum prejuízo”, esclarece.
Conforme Moraes, a pecuária se beneficiou muito com o sistema ao entrar em áreas consideradas nobres, geralmente destinadas à agricultura. Ele diz que com a integração, a pecuária passou a ser intensificada, melhorando significativamente os resultados. “Se compararmos com 20 anos atrás, talvez tenhamos cerca de metade das áreas de pastagem do Estado. Mas, mesmo sendo reduzida em espaço territorial, a produção pecuária dobrou. Significa que houve uma eficiência muito maior e, potencialmente, temos condições de melhorar ainda mais”, destaca Moraes, informando ainda que do ponto de vista da agricultura, a presença animal no consórcio traz um grande benefício. “O que constatamos ao longo desses anos é que a soja teve um incremento de produtividade acima de 5% e o milho acima de 10%, desde que o manejo seja bem feito”, explica ele, que vai além: “Percebemos que colocando o adubo da lavoura no momento de fazer a pastagem é possível dispensá-lo na implantação da lavoura. É o que chamamos de adubação de sistema. Com o mesmo adubo produzimos carne no inverno e lavoura no verão”, completa.
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Pesquisadores Adelino Pelissari e Anibal de Moraes, ambos UFPR |
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VALY DUMMER
Mamborê (Centro-Oeste do Paraná)
Sempre participo deste e de outros eventos promovidos pela Coamo. Toda vez é uma aula, e sempre levamos novidades para casa. O trabalho agrícola é tudo em nossas vidas e a cooperativa sempre nos ajudou a evoluir.
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MATEUS ALEXANDRE BERNARDI
Sidrolândia (Centro-Oeste do Mato Grosso do Sul)
Estudo agronomia e vi na prática muitos assuntos que estudei na teoria. Trabalhamos em família e tudo o que vejo aqui falo depois em casa, onde analisamos e estudamos a possibilidade de implementar para melhorar o sistema.
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A silagem de milho faz parte do dia a dia de quem trabalha com a pecuária, seja de corte ou leite. É um importante alimento que pode ajudar a aumentar a produção e melhorar a rentabilidade na propriedade. Contudo, o principal desafio é produzir um produto de qualidade e com custo baixo. Pensando nisso, no Encontro de Inverno foram apresentados conceitos básicos para o processo de ensilagem de planta inteira de milho, mostrando detalhes que, muitas vezes sem custo adicional, podem fazer uma grande diferença.
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Leandro França Camargo (Reserva), Fabiano Camargo (Campo Mourão), Sandro Colaço (Guarapuava), Renato Roque Mariani Júnior (Mamborê) e Fábio da Cruz (Pitanga) |
O que mais vale no processo de ensilagem é o conhecimento para tomada de decisão, desde o momento do corte até a retirada do produto para servir aos animais.
De acordo com o médico veterinário Renato Roque Mariani Junior, da Coamo em Mamborê (Centro-Oeste do Paraná), alguns cuidados básicos relacionados ao ponto de corte, tamanho de partícula, fechamento e compactação de silo devem ser levados em consideração. “São apenas cuidados com o manejo e nenhum deles requer grande investimento ou adesão a outra tecnologia. São apenas ajustes no que já vem sendo realizado.
Algumas ações podem evitar perdas de mais de 20% de alimentos para os animais.”
Além do volume de alimentos, segundo o veterinário, a qualidade da silagem também muda quando produzida de forma eficiente. Mariani ressalta que uma boa silagem começa com a escolha da área de plantio do milho, adubação e cuidados com a planta durante todo o desenvolvimento. “O ponto ideal é quando a planta apresentar 35% de matéria seca. A linha do leite estará entre ½ e ¾, e as folhas do milho já começam a ficar amareladas. A silagem precisa ser cortada em no máximo três dias. Por isso a programação é tão importante.” Mariani observa que o tamanho ideal de corte das partículas está entre um e dois centímetros.
Outro ponto importante durante o processo de ensilagem é a compactação dos materiais. Nesse sentido, o veterinário orienta para que o trabalho não seja interrompido até o fechamento do silo. “Também deve ser retirado todo o oxigênio e utilizar lonas específicas para que possa ter a fermentação correta e evitar perdas.”
Na estação, foram apresentados dados referentes à altura do corte do milho, com 17 e 60 centímetros. “Os números mostram que nas plantas cortadas com 60 centímetros há mais digestibilidade, mais amido e o animal consegue aproveitar melhor a comida e, consequentemente, produzirá mais leite ou carne por hectare. Outro dado importante é que o corte da planta mais alta deixará mais material orgânico na área e isso impactará positivamente na lavoura subsequente.”
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Diego Monteiro (Mamborê), Leandro Mansano Martines (Pitanga), Marcus Vinícius Gimenes (Campo Mourão) e Conrado Zanuto (Ivailândia) |
Nos encontros de verão ou de inverno, o milho sempre tem atenção especial e os associados tiveram a oportunidade de conhecer as melhores opções de híbridos para a segunda safra. “O milho é uma cultura importante no cenário de produção, até porque ele entra como alternativa de rotação de culturas e é uma opção economicamente viável. Temos várias opções, sendo que cada uma se encaixa com a realidade dos nossos cooperados. Temos híbridos para baixo, médio e alto investimento”, comenta o engenheiro agrônomo Marco Vinicius Goda Gimenes, da Coamo em Campo Mourão. Segundo ele, todas as parceiras da Coamo estavam posicionadas no campo experimental, com um total de 23 híbridos em exposição para a melhor escolha dos associados.
Apontada como uma das principais pragas do milho de segunda safra, o manejo de percevejos barriga verde (Dichelops melacanthus) também foi abordado na estação, com objetivo de alertar os produtores quanto ao manejo do inseto. “O percevejo barriga verde está se tornando uma praga muito danosa para a cultura. Nossa mensagem é que dependendo do híbrido utilizado o cuidado é diferenciado, sendo um manejo específico do outro”, comenta.
Na opinião do pesquisador Rodolfo Bianco, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), o percevejo é a principal praga para a segunda safra de milho pela dificuldade de controle. Palestrando na estação o estudioso comentou o porquê da afirmação: “Ele tem comportamento diferenciado. É um inseto que fica escondido na palhada e que vem crescendo a população. Mesmo que se trate a semente, o inseto precisa se alimentar para se intoxicar e se a população estiver muito alta mesmo ele morrendo deixa a toxina que gera o dano. Por isso precisamos reduzir essa população, o que pode ser feito simplesmente manejando melhor a erva daninha presente na área”, revela Bianco, alertando que a planta daninha é um dos hospedeiros do percevejo, assim como os grãos que ficam pela área no momento da colheita.
Entre as medidas que podem contribuir, o pesquisador sugere a escolha de híbridos que tenham o engrossamento de colmo de forma mais rápida, tratamento de sementes com dose correta, sem utilização de subdose, e correção dependendo do tamanho da semente, dentre outros. “A solução não é saber escolher os produtos, mas sim as formas de manejo e associar o máximo delas. É preciso otimizar e eliminar pulverizações desnecessárias”, finaliza.
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DONIZETE APARECIDO LIMA
Rancho Alegre do Oeste (Centro-Oeste do Paraná)
Já participei muitas vezes do encontro de verão, mas é a primeira vez que venho no de inverno. Não tinha ideia de voltar a plantar trigo, mas vendo as opções e novas variedades vou fazer um novo planejamento e diversificar a propriedade.
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HEITOR FELIPE KRAMER HANYSZ
Pinhão (Centro-Sul do Paraná)
É um dia de conhecimento, onde aprendemos bastante coisa. São várias tecnologias apresentadas para a pecuária e agricultura. Vale a pena sair de casa e acompanhar de perto as novidades da pesquisa e da Coamo.
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Os problemas ocasionados por um inseto conhecido como a cigarrinha do milho, de nome científico Dalbulus maidis, também foi um dos temas escolhidos para o Encontro de Inverno. A praga é vetor de algumas doenças conhecidas por complexo de enfezamento do milho, composta por duas bactérias (molicutes) e um vírus denominado MRFV (Maize Rayado Fino Virus). São doenças que infectam os vasos condutores da planta de milho causando uma série de consequências negativas. Na estação, além do esclarecimento sobre o problema foram apresentados os resultados proporcionados pela cultura. “Estamos alertando os produtores sobre todo o complexo de doenças deste cereal, mas focando no enfezamento que é uma doença relativamente nova. Tivemos vários problemas na área de ação da Coamo e nossa proposta é alertar os cooperados sobre os cuidados e manejo relacionados a essas doenças”, informa o engenheiro agrônomo Bruno Lopes Paes, da Coamo em Campo Mourão.
Os associados que participaram do evento obtiveram informações importantes sobre como lidar com o complexo de enfezamento. “Rotação de culturas, eliminação de plantas tigueras e até controle químico estão entre as estratégias para minimizar o problema”, comenta Paes. Ele explica que a cigarrinha é o inseto transmissor desse complexo de enfezamento. “As pesquisas mostram que a cigarrinha só transmite essas doenças para o milho. Ela é o vetor do problema e parte da solução é o controle deste inseto tanto para a primeira quanto para a segunda safra do milho”, acrescenta.
Presentes na estação, os pesquisadores Adriano de Paiva Custódio e Michele Regina Lopes da Silva, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), acrescentam que o problema é cada vez mais recorrente. Mas, é possível conviver com o cenário se forem tomadas as medidas necessárias. “Temos relatos de danos de até 70% na cultura para materiais altamente suscetíveis. Em regiões que existem probabilidade alta da presença do inseto vetor, sugerimos que os produtores utilizem materiais resistentes para não serem surpreendidos”, orienta Adriano, dizendo ainda que não existe forma curativa e sim preventiva. “Orientamos que o produtor tenha mais sincronização de semeadura, optando por plantios mais precoces, uma vez que quando se semeia o híbrido mais tarde, a chance de ter problemas por enfezamento é maior. Existem métodos de controle químico, principalmente pensando em tratamentos de sementes e, eventualmente, pulverização da parte aérea. Contudo, é importante destacar que nenhuma medida isolada vai surtir efeito”, completa o pesquisador.
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Diego Ferreira de Castro (Mamborê), Bruno Lopes Paes (Campo Mourão) e Marlon de Barros (Boa Ventura de São Roque) |
Adriano Custódio e Michele Lopes da Silva, do Iapar
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Sandro Rodrigo Gheller (Mamborê), Rubem Carlos de Hubner (Manoel Ribas), Luis Cesar Voytena (Campo Mourão), Breno Rovani (Campo Mourão) e Fernando Mauro Soster (Ivaiporã) |
A história do trigo praticamente se confunde com o início das atividades da Coamo, em 1970. Isso porque o idealizador e presidente da cooperativa, José Aroldo Gallassini, conduziu os primeiros ensaios da cultura na região, em 1969, e, também, pelo fato da primeira indústria da Coamo ser um moinho de trigo, em 1975.
Por se tratar de uma cultura importante para o sistema produtivo e para a renda dos cooperados, o trigo sempre tem destaque no encontro de inverno. Neste ano, além de opções de cultivares, foi apresentada a saga do trigo no Brasil com o plantio de cultivares desde 1930, as quais foram passando por melhoramento genético, até chegar aos trigos cultivados atualmente.
De acordo com o engenheiro agrônomo Breno Rovani, chefe do Laboratório de Análise de Sementes da Coamo, a cultura de trigo no Brasil se divide em alguns momentos. “Até os anos 1960 as plantas eram mais altas e com dificuldade de ficar em pé. Nesse período houve um divisor de águas com a introdução de gene do nanismo e, também, começaram as adubações e correções de solo. Contudo, as variedades da época não respondiam ao manejo”, assinala.
O trigo mexicano teve grande influência nas lavouras brasileiras, a partir de 1970. Nesse período foram trazidas novas linhagens da cultura para o Sul do Brasil. Por serem de regiões com características bem diferentes acabaram tendo dificuldades de adaptação. “A evolução começou com a chegada do melhoramento de cultivares. Houve um grande trabalho para introduzir nas variedades características que pudessem deixar as lavouras mais produtivas, pegando o que havia de bom em cada cultivar. Houve um grande esforço para chegarmos onde estamos”, assinala Rovani.
O pesquisador da Embrapa Soja, Luiz Cezar Tavares, teve importante participação na instalação e condução da estação. “Tivemos vários momentos para o trigo brasileiro. Entre o final da década de 1960 até 1980 toda a produção nacional era adquirida pelo governo e isso estimolou a cultura no Brasil, fazendo com que evoluísse em produtividade e qualidade. Quando o governo parou de comprar, os produtores tiveram que continuar com os investimentos para ter produtos competitivos e continuar no mercado.”
O pesquisador Paulo Vicente Contador Zaccheo, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), ressalta que o processo de melhoramento foi contínuo até chegar aos materiais cultivados atualmente. “O trigo é uma cultura estratégica tanto do ponto de vista alimentar como para o sistema de produção. São décadas de trabalho e de muita pesquisa até a consolidação da cultura no Brasil pela produtividade e qualidade industrial. Todo o processo que envolve o trigo é amplamente analisado e estudado para que os materiais possam suportar as características de cada região e as adversidades de uma safra.”
Também participaram das apresentações na estação os pesquisadores Ralf Udo Dengler (Fundação Meridional) e André Mateus Prando (Embrapa/Soja).
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André Mateus Prando e Luiz Tavares da Embrapa/Soja, e Ralf Udo Dengler, da Fundação Meridional |
Paulo Vicente Contador Zaccheo, do Iapar |
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