Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 513 | Maio de 2021 | Campo Mourão - Paraná

PECUÁRIA

Peneiras de Penn State e de digestibilidade

A profissionalização do manejo alimentar nos rebanhos de leite e corte é um dos focos da área técnica da Coamo. Para a correta execução deste manejo, existem ferramentas e tecnologias que auxiliam no levantamento de dados, que após avaliados fornecem informações precisas para ajustar a dieta que será ou está sendo fornecida para o bovinos. “Isso diminui o desperdício, melhora a eficiência e a lucratividade do sistema produtivo”, revela o médico veterinário da Coamo de Campo Mourão, Hérico Alexandre Rossetto.

Segundo o veterinário, para aumentar a precisão da formulação das dietas totais, e atender as exigências dos animais, algumas variáveis devem ser conhecidas e ajustadas, como, a composição dos alimentos, a mistura da dieta, o consumo total da necessidade diária etc. “Este trabalho de auditoria, auxilia na análise dos processos de alimentação dos animais, gerando informações, que após processadas, dirão se o manejo alimentar está correto ou não, aumentando a eficiência produtiva de leite ou carne.”

Dentre as ferramentas utilizadas, duas são de grande auxílio para a nutrição. Hérico Rossetto afirma que são as peneiras de Penn State e as de digestibilidade. “É possível avaliar se o volumoso está processado ou se a dieta está corretamente formulada. Consegue-se analisar a digestibilidade dos alimentos fornecidos, por meio da quantidade de nutrientes eliminados, sem digestão, nas fezes dos animais”, orienta.

De acordo com o veterinário, o separador de partículas de Penn State, caixa de peneiras, avalia o comprimento da forragem utilizada para os bovinos. “Amostras são coletadas e passadas nas peneiras de Penn State, e a proporção de material retido em cada peneira é avaliada e os coeficientes de variação são analisados para os ajustes na confecção da dieta total dos animais. Devem apresentar condição de mistura (CV) - valor médio entre as peneiras do meio e de baixo - de 1 a 4 %. Enquanto o CV de 5 a 8 % indica boas condições. Valores acima de 10 % indicam algum problema na mistura, que deve ser investigado e corrigido.”

Outra ferramenta eficiente para a nutrição de precisão, são as peneiras de digestibilidade, as quais são um guia, onde por meio de avaliações do esterco, tomam-se decisões para a realização de mudanças na alimentação e avaliação da dieta total fornecida. “O esterco fresco e intacto fornece valiosas informações para tomada de decisões no ajuste da alimentação dos animais. Com o uso de peneiras específicas, o esterco é lavado e é removido o material não digerido. Um pedaço de grão de milho ou uma partícula de forragem, por exemplo, após a pesagem, darão informações sobre o processamento dos grãos, digestibilidade e velocidade de passagem pelo trato digestivo”, explica Hérico Rossetto.

Ele ainda ressalta que com o uso destas ferramentas de avaliação de dietas, tem-se mais precisão na formulação das dietas, redução no desperdício de ingredientes e, consequentemente, mais eficiência e produtividade.

Médico veterinário da Coamo de Manoel Ribas (PR), Marcio Delecrod, mostra a operacionalidade do Penn State

Vacas nutridas e produtivas

João Tiago Camilo Braga, de Manoel Ribas (PR), vem investindo na atividade leiteira

Diferente da maioria dos jovens, o produtor rural, João Tiago Camilo Braga, fez o caminho inverso. Ele deixou a cidade para trabalhar no campo. “Desde criança, eu e meu irmão, já ajudávamos o meu tio na leiteria. Sempre gostei da lida no campo. Por isso, decidimos voltar para o sítio, eu fiquei com o trabalho na pecuária e meu irmão com a lavoura.”

Na propriedade da família, a leiteria é tocada há quase dez anos. De ano em ano, eles foram aprimorando as tecnologias e aumentando a produtividade. Duas tecnologias implantadas recentemente foram o Penn State e o analisador de digestão. “Com o tempo fomos melhorando os animais, fizemos um barracão, o compost barns. O ajuste técnico alinhado junto ao departamento técnico da Coamo, nos permitiu crescer ainda mais. Hoje são cerca de 30 vacas em lactação, com perspectiva de até o final do ano aumentar para 40”, revela João Tiago.

Para realizar essas melhorias, o jovem, explica que é preciso a busca por conhecimento, principalmente quando o assunto é alimentação. “A nutrição tem que ser o alicerce do nosso trabalho. O que as vacas consomem, se reflete na produção de leite. Se a alimentação delas melhora, a produção cresce também. A nutrição e a reprodução evoluem juntas. Por isso, buscamos melhorar, uma quantidade menor de vacas, com produção elevada.”

Segundo o médico veterinário da Coamo de Manoel Ribas, Marcio Adriano Delecrod, o cooperado precisa otimizar constantemente a alimentação dos rebanhos. “O mercado leiteiro está instável e o custo de produção elevado, por isso é preciso intensificar e melhorar a eficiência na propriedade, principalmente, na área nutricional, que responde por quase 60% do custo do litro do leite produzido. Assim, por meio de ferramentas como o penn state e do analisador de digestão, otimizamos o processo nutricional e melhoramos a saúde ruminal dos animais. Na propriedade da família Camilo, o uso destas tecnologias veio para somar. Eles agregaram cerca de três litros média/animal por dia, o que permitiu que eles tivessem mais liquidez no final do mês.”

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