Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 521 | Fevereiro de 2022 | Campo Mourão - Paraná

INFORME TÉCNICO

Monitoramento da Cigarrinha do Milho

Milho 2ª safra/2022 Campo Mourão (PR) - Foto Evaldo Moreira

Nas últimas safras, as lavouras de milho têm apresentado um alto índice de população de cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) e complexo de enfezamentos. Isto vem deixando os agricultores em alerta em relação à cigarrinha do milho, praga responsável pela transmissão de fitopatógenos, agentes causais do complexo de enfezamento.

A cigarrinha do milho é o inseto que atua como vetor dos fitopatógenos que causam as doenças do complexo de enfezamento do milho (enfezamento pálido, enfezamento vermelho e a virose da risca), doenças sistêmicas e altamente destrutivas que se desenvolvem a partir da infecção da plântula de milho e os sintomas são observados de três a quatro semanas após a infecção.

Ao se alimentar de uma planta contaminada, a cigarrinha é capaz de adquirir os agentes causais do enfezamento do milho em poucas horas. Esta praga possui uma alta facilidade para migração com um raio de voo estimado em mais de 30 quilômetros, podendo chegar a centenas.

Quando a cigarrinha migra de uma planta doente para uma planta sadia, ao se alimentar, pode ocorrer a inoculação dos agentes causais dos enfezamentos, completando o processo de transmissão das doenças.

Os danos indiretos causados pela cigarrinha do milho são altos, podendo chegar até 90% de perda de produtividade.

O conjunto de estratégias de manejo visam reduzir a fonte de inóculo dos enfezamentos e a população de cigarrinhas. O entendimento sobre esta praga e sua dinâmica é fundamental para desenvolver as estratégias de manejo adequadas.


REDE DE ARMADILHAS COAMO/FMC

Armadilha no município de Campo Mourão (PR) - 10/02/22

A Coamo e a parceira FMC Química do Brasil Ltda, estão desenvolvendo em conjunto um projeto de monitoramento de cigarrinhas por meio de uma rede de armadilhas instaladas estrategicamente em todo território de atuação da cooperativa. Esta ação é exclusiva para a Coamo e tem como objetivo gerar informações para os cooperados sobre esta praga.

Abrangendo uma área de 1,4 milhões de hectares de milho segunda safra e 79 municípios do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, estas armadilhas estão dispostas estrategicamente e georreferenciadas em propriedades de cooperados Coamo para que proporcionem um melhor entendimento sobre a dinâmica desta praga em diferentes regiões.

Este projeto único no Brasil, com exclusividade para a Coamo, conta com uma equipe técnica dedicada e treinada para fazer o monitoramento de 400 armadilhas instaladas em regiões produtoras de milho. Estas armadilhas são monitoradas pela equipe por meio da contagem de cigarrinhas capturadas e são substituídas semanalmente.

Todas as informações coletadas servem para alimentar um banco de dados para análises estratégicas e são gerados relatórios semanais, contendo informações como média de cigarrinhas capturadas por município, formando mapa de calor, evolução da população e percentagem de cigarrinhas contaminadas por fitopatógenos (molicutes). Todas essas informações são disponibilizadas para equipe técnica Coamo com intuito de auxiliar os cooperados nas tomadas de decisão.

Buscando entender o comportamento da cigarrinha mesmo antes do plantio do milho, o projeto iniciou no mês de dezembro 2021 e seguirá até março 2022.



MANEJO INTEGRADO DA CIGARRINHA DO MILHO

A fim de minimizar as perdas na cultura do milho causadas pelo complexo de enfezamentos, todas as medidas possíveis de manejo devem ser adotadas, considerando todo o sistema de produção da região e propriedade, fazenda o planejamento antecipado das ações. Sempre que possível, realizar as seguintes práticas:

• Monitoramento da cigarrinha do milho.

• Eliminação do milho voluntário (tiguera).

• Escolha de híbridos com maior tolerância genética.

• Tratamento de sementes com inseticidas registrados para a praga.

• Uso de inseticidas químico e biológicas para controle da cigarrinha em parte aérea.

• Realizar uma colheita de qualidade, evitando perdas de grãos de milho.

Coamo e FMC estão buscando entender a dinâmica desta nova praga, visando gerar informações aos cooperados que favoreçam para um melhor manejo na cultura do milho.

Evaldo Moreira | FMC Paulo Kluska | FMC João Carlos Bonani | Coamo

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