Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 464 | Novembro de 2016 | Campo Mourão - Paraná

DIVERSIFICAÇÃO

REDUZINDO RISCOS

Aroldo Schinemann, de Turvo, na região de Boa Ventura de São Roque (Centro do Paraná) e sua camionete, comprada com o lucro da diversificação com erva mate.

Quem nunca ouviu a expressão que “não devemos colocar todos os ovos em uma mesma cesta?”. Bastante popular o ditado é levado a sério no sítio Dois Irmãos, de propriedade da família Schinemann, localizado na comunidade Porteirinha, município de Turvo (Centro do Paraná).

Optante da Coamo em Boa Ventura de São Roque, ‘seo’ Aroldo, o patriarca da família, é um agricultor prático e defensor de uma boa diversificação de atividades. “Diversificamos bem nossa propriedade porque se uma atividade não der lucro a outra socorre. Trabalhamos com lavoura, pecuária e também erva mate. É um esquema que tem dado certo e todos os anos temos tido bons resultados, graças a Deus”, agradece o cooperado, que com a parceria dos filhos Lindomar e Vanderlei, cultiva soja e milho no verão e aveia no inverno no sistema de rotação de culturas. “No inverno além da aveia incorporamos também o azevém no sistema, onde aproveitamos para alimentar o gado e fazer cobertura verde. No verão tiramos os animais e semeamos as lavouras de soja e milho”, conta.

Com o esquema, a propriedade de aproximadamente 120 alqueires fica coberta o ano todo e é otimizada com a exploração de erva mate orgânica certificada, o que contribui para a valorização do produto. Nativo, o arbusto é cultivado naturalmente no meio da reserva, e anualmente é extraído para comercialização sem utilização de qualquer tipo de defensivo. “O processo é todo orgânico e com certificação. Um agrônomo vem aqui para fazer inspeção regularmente e hoje essa erva mate é exportada para os EUA, Alemanha, Paraguai e Argentina. Dá para ganhar um bom dinheiro, até comprei uma camionete com o lucro da erva mate”, revela.

Com a diversificação, de um lado ou de outro, o lucro sempre aparece no sistema de produção dos Schinemann. Mas, ultimamente, segundo ‘seo’ Aroldo, todas as atividades estão dando um bom retorno financeiro. “Nunca tivemos prejuízo com a lavoura, o gado é uma atividade sempre segura e a erva mate é um dinheiro mais livre, sem investimento e que nos ajuda bastante também. Então, estamos faturando em todas as atividades”, comemora o produtor, que se diz contente em fazer parte do quadro social da Coamo. “Sou cooperado antes da Coamo chegar em Boa Ventura, desde Pitanga. Ela [Coamo] é tudo para nós, pois temos certeza que vamos plantar, colher e receber. Com a Coamo temos segurança e dormimos sem medo nenhum. É garantido.”

Exemplo a ser seguido a diversificação dos Schinemann é elogiada pelo agrônomo da Coamo, Lucas Sydoski, que no dia a dia atende o produtor e participa da tomada de decisão no manejo da propriedade. “Eles são bem planejados e gostam de utilizar tecnologia. Por isso, são referência por aqui. Com a diversificação que adotaram correm o mínimo de risco possível, sempre incrementando os resultados”, argumenta.

Acima ‘seo’ Aroldo e o agrônomo Lucas Sydoski conferem a qualidade da aveia que serve de cobertura verde e alimento para o gado. Confiança e parceria duradoura com a cooperativa. E no meio da reserva legal alguns dos muitos pés de erva mate, nativos da região. Lucro no bolso com quase nenhum investimento

FEIJÃO NOSSO DE CADA DIA

Todo ano, cooperado Onivaldo Bridi, de Manoel Ribas (CentroNorte do Paraná), destina uma área para o feijão. Cultura é bastante explorada na região, segundo o agrônomo Tiago Ertel

A previsão do cooperado Onivaldo Bridi é de que colheita do feijão comece a partir do início de janeiro. Até o momento, andamento da safra está bom

O feijão é um alimento que não pode faltar na mesa. Combinado com o arroz, está presente diariamente no cardápio dos brasileiros. E tem também espaço garantido no campo de vários cooperados da Coamo. A cultura se encaixa como diversificação e rotação para o sistema produtivo. Manoel Ribas (Centro-Norte do Paraná), é uma das regiões onde mais se produz feijão, na área de ação da Coamo.

Tradicionalmente, cooperados destinam entre 5 a 10% da área da safra de verão para o feijão. As lavouras estão em fase adiantada de desenvolvimento e mostram bom potencial produtivo. Uma dessas áreas está na propriedade do cooperado Onivaldo Bridi. São sempre de quatro a cinco alqueires destinados à cultura. “O feijão traz dinheiro em uma época que não temos outra renda, já que as lavouras ainda não estão colhidas. Depois, ainda temos tempo de plantar milho e trigo. Com isso, fazemos três safras no ano”, comenta Bridi. A previsão é de que colheita do feijão comece a partir do início de janeiro.

Já são mais de dez anos de plantação de feijão na propriedade dos Bridi. “Não tem como ficar sem plantar. Tem vezes em que o preço está alto e outros nem tanto, mas não tem como saber como estará o mercado. Já teve casos de a saca ser comercializa a R$ 300 durante o plantio e na colheita caiu para R$ 90. É um risco que corremos e plantar sempre para ver se acerta”, salienta o cooperado.

A produtividade tem sido de 120 sacas de média, podendo oscilar dependo das condições de clima. “O feijão não gosta muito de chuva e estamos tendo um clima favorável neste ano. Vamos ver se continua assim até o final da safra”, ressalta Bridi.

De acordo com o engenheiro agrônomo Tiago Ertel, encarregado do departamento Técnico da Coamo em Manoel Ribas, os cooperados têm cultivado feijão com bons investimentos em tecnologia. “São associados tradicionais que investem na cultura e isso tem sido fundamental para os bons resultados. O feijão é uma lavoura rápida que exige atenção e manejo diferenciado”, salienta.

O plantio ocorre entre setembro e outubro e a colheita a partir de dezembro e janeiro. Manoel Ribas conta com um plantio de aproximadamente 1,3 mil hectares. A maioria das áreas é com feijão carioca. “Tem sido uma boa opção de diversificação e de rotação de culturas, além é claro, de proporcionar renda para as famílias”, assinala Ertel.


FEIJÃO NO PARANÁ

No Paraná, a área ocupada com a lavoura deverá ser de 191 mil hectares, 3% acima da safra passada que atingiu 184.854 hectares. A produção deverá crescer 21%, passando de 293.975 para 354.852, se não houver problemas com o clima.

Como nas demais culturas, as condições de campo também estão boas para o feijão. De acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador, espera-se uma produtividade maior para esta safra que poderá render em torno de 31 sacas por hectare, um ganho adicional de 4 sacas por hectare em relação à safra das águas anterior.

Com a expectativa de uma oferta maior, os preços do feijão já estão em declínio. No entanto, está ocorrendo uma peculiaridade com o mercado, que está travado impedindo que essa queda chegue ao consumidor. Isso porque o setor varejista está com estoques de feijão adquiridos com cotações mais altas, que vinham vigorando no período de entressafra.

Os mercados e atacadistas deverão comprar o feijão da nova safra, mas precisam escoar os estoques existentes. Os consumidores também não estão comprando o feijão a preços elevados e estão aguardando a entrada no mercado do feijão da safra nova, que deverá vir com preços mais baixos. Isso é o desafio a ser superado, analisa Salvador.

De acordo com o técnico, a safra paranaense entra no mercado a partir de dezembro e a expectativa é saber como estará o mercado até lá.

Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura do Paraná

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