Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 436 | Maio de 2014 | Campo Mourão - Paraná

Pecuária

Diversificação com leite gera renda

Produção de leite tem proporcionado bons resultados em Goioxim

Luiz e Vitalino Ortolan, de Goioxim (Centro-Sul do Paraná); pai e filho trabalham juntos na pecuária de leite

A pecuária é uma atividade relativamente nova na propriedade do cooperado Vitalino Ortolan, de Goioxim (Centro-Sul do Paraná). Há quase cinco anos ele resolveu investir na produção de leite como forma de incrementar a renda da família. “Com apenas uma safra por ano estava difícil manter a família e a melhor opção foi o leite”, comenta. A região em que a propriedade está situada tem baixa altitude o que impossibilita a implantação da safra de inverno, devido a ocorrência de geadas.   

Segundo Ortolan, desde que começou a trabalhar com o leite a qualidade de vida da família melhorou. “Com o leite temos uma renda mensal e o dinheiro ajuda bastante nas despesas. É uma atividade que dá bastante trabalho, mas compensa”, ressalta.

No início, a principal preocupação do cooperado foi em adquirir animais com boa genética e foi buscar vacas, da raça holandesa, no Rio Grande do Sul. “Desde o início sempre nos preocupamos em fazer bem feito. Não adiantava começar com a atividade somente por começar, era preciso investir para que desse lucro”, diz o cooperado.

Atualmente ele conta com um total de 74 animais, sendo 34 vacas em lactação e 40 novilhas. A produção média está girando em torno de 20 litros por animal.  “A produção varia muito, têm períodos em que a média aumenta e outros fica nesses 20 litros o que é uma boa produtividade.”

A propriedade tem 20 alqueires, sendo que 16 alqueires são destinados para a agricultura e quatro para pastagem perene. Já no inverno, a parte da lavoura é ocupada com aveia e azevém para trato dos animais. A pastagem é dividida em piquetes. Os animais recebem também silagem, ração e suplementação no cocho. “Dá trabalho, mas fazendo com carinho e alta tecnologia os resultados são bons. Valeu a pena investir nessa atividade”, diz o cooperado que conta com ajuda do filho Luiz Vitalino Ortolan para os trabalhos.

DIVERSIFICAÇÃO - O engenheiro agrônomo do Detec da Coamo em Goioxim, Danyell Ricardo Baccin, ressalta que a atividade leiteira é uma importante ferramenta para manter as famílias no campo. “É uma atividade que ajuda na sustentabilidade da propriedade e vem se destacando em nossa economia, uma vez que movimenta um grande mercado de insumos e derivados”, destaca.

Nutrição na medida certa

Para alcançar a alta performance produtiva, seja em ganho de peso ou produção de leite, há a necessidade de um correto balanceamento nutricional e fornecimento de ingredientes alimentares de alta qualidade, compostos por nutrientes como carboidratos, proteínas, lipídios, fibras, minerais e vitaminas, de alto valor biológico. Conhecedora dessas exigências nutricionais, a Coamo conta com uma linha de Rações e Concentrados que levam a marca da cooperativa.

As Rações Coamo são desenvolvidas por meio de pesquisa em nutrição equilibrada com ingredientes de qualidade e embasadas no exato conhecimento das necessidades produtivas inerentes à cada espécie e categoria animal. Pensando em nutrição de vacas leiteiras, o produtor necessita fornecer toda a demanda diária de nutrientes para suprir a manutenção do organismo animal e da produção leiteira.

Para isto, recomenda-se implantar um sistema alimentar baseado em uma dieta completa composta por forragens e concentrados, os quais devem ser fornecidos em uma proporção equilibrada para se obter uma mistura de conteúdo nutricional condizente com a necessidade produtiva animal com eficiência econômica.

IMPORTÂNCIA - Em um rebanho leiteiro 25% das diferenças observadas em produção de leite são devido à genética, e 75% são referentes a fatores ambientais. Os erros de alimentação são os principais fatores que impactam na produção leiteira. Segundo o médico veterinário do Detec da Coamo, Hérico Rossetto, durante o consumo diário de nutrientes pelas vacas, os alimentos poderão ser fornecidos na forma de forragem e ração concentrada, separados ou misturados. “O ideal é que as vacas recebam a alimentação na forma de dieta total, ou seja, a forragem e a ração concentrada misturadas, de acordo com o potencial produtivo de cada vaca, e seja fornecida de forma individual, onde as vacas que produzem mais devem receber uma quantidade maior de ração concentrada.”

Atividade organizada

Theodoro Busso Beck, de Araruna, tem buscado aprimorar técnicas que possam melhorar o desempenho da pecuária

Organização e planejamento são pontos fundamentais para quem busca sucesso na agropecuária. O médico e agropecuarista Theodoro Busso Beck sabe disso e tem buscado aprimorar técnicas que possam melhorar o desempenho das atividades agrícolas. Em uma propriedade em Araruna (Centro-Oeste do Paraná), o cooperado se dedica a criação de animais de corte, touros e de seleção. “É uma atividade que me dedico paralelamente à medicina, mas que procuro fazer com bastante profissionalismo”, comenta.

De acordo com ele, para alcançar os objetivos é necessário que se tenha uma boa equipe dando todo suporte necessário na condução das atividades. “Ter uma boa equipe é crucial, além disso também conto com toda assistência prestada pela Coamo”, diz Beck.

O cooperado observa que os planos são de continuar investindo na atividade, principalmente, nas questões de genética e de alimentação dos animais de seleção que, além do pasto, recebem silagem e ração. “Naturalmente que gostaria de melhorar muito mais a pastagem, que é o básico da pecuária e a alimentação mais barata. A silagem é cara, mas infelizmente devido ao clima há necessidade de complementar na alimentação no período de inverno e pós inverno até que o pasto esteja realmente nutritivo”, diz.

Os animais criados pelo cooperado são todos nelore. Ele disse que a preferência é devido a raça ser mais rústica e ter boa aceitação comercialmente. A reprodução é realizada por inseminação artificial, cobertura e também fertilização in vitro (FIV). “Há uma preocupação constante durante todas as fases. Os cuidados começam com a escolha de sêmem passando pelo nascimento até a alimentação dos animais. Toda a parte de alimentação é acompanhada pela assistência técnica.”

Controle da sanidade também é importante

É nesta época que também surgem às doenças oportunistas, causadas por bactérias que vivem no trato digestivo e respiratório dos animais e são combatidas pelo sistema de defesa. Porém, quando existe uma queda do sistema imunológico, por serem oportunistas, esses microorganismos entram em ação e causam doenças como as pasteurelas e clostridioses, entre outras, podendo levar o animal a óbito.

Conforme sugere o veterinário Hérico Rossetto, a melhor maneira de proteger o rebanho dessas doenças é fazer a vacinação estratégica contra pasteurelose e clostridiose, antes de colocá-los no pasto com aveia ou azevém. “Quando o animal começa a pastejar a aveia ou o azevém não consegue digerir a alta quantidade de energia que essas espécies possuem e, poderão ocorrer mudanças na fermentação intestinal. Por isso, os animais apresentam uma diarréia fisiológica, que não é problema nenhum. Só que, dentro do intestino essa fermentação indesejada pode causar um ambiente propicio para essas bactérias, causando uma toxinfecção que poderá culminar com a morte do animal”, alerta.

Inseminação artificial: Bezerros programados

O uso da inseminação artificial na bovinocultura de corte e de leite é cada vez mais comum nas propriedades que buscam rapidez nas melhorias reprodutivas do rebanho. Com o foco direcionado para a produtividade da vacada por área, seja em carne ou leite, a tecnologia também garante um manejo mais eficiente dos animais, permitindo, principalmente, o planejamento das atividades na rotina de trabalho das propriedades rurais. “É uma ferramenta de manejo, quase básica, quando se pretende aumentar a produtividade de um rebanho, pois várias são as vantagens desta tecnologia”, afirma Rossetto.

Na área de ação da Coamo, a inseminação artificial já vem sendo utilizada na propriedade de diversos cooperados, com bons índices produtivos. “A média na região da Coamo é de 70% de taxa de natalidade em bovinos. Com a inseminação artificial o criador pode alcançar um índice de até 90%, combinando a tecnologia com um controle melhor do seu rebanho, uma vez que, uma tecnologia puxa a outra”, lembra o médico veterinário da Coamo.

Herbicida na pastagem

As plantas daninhas são as principais concorrentes da produtividade das pastagens competindo diretamente por água, luz, nutrientes e espaço. Essas invasoras conseguem germinar mesmo em condições desfavoráveis e possuem um crescimento vegetativo agressivo, além de produzir sementes em grande quantidade. Algumas espécies são tóxicas e, se ingeridas, podem até causar a morte dos animais. Outras possuem espinhos e podem ferir os animais, abrindo espaço para moscas, carrapatos e bernes.

Dentre os métodos de controle existem o mecânico e o químico, com produtos seletivos de ação sistêmica que atuam apenas na planta invasora. “O controle mecânico tem efeito temporário enquanto que o químico elimina totalmente a planta invasora, podendo assim a pastagem expressar o potencial vegetativo e propiciar aumento de produção de carne e leite por área”, diz Hérico Rossetto, médico veterinário do Detec da Coamo.

A eliminação das plantas invasoras de pastagens pode representar um incremento de até 90% na lotação animal, e consequentemente, no ganho de peso por área. No caso da produção de leite, o aumento de pastagem e maior lotação animal propiciam um número maior de vacas por área e uma elevação de até 58% na produção de leite no mesmo espaço.

PRODUTO – A Coamo disponibiliza os herbicidas específicos para o controle das diversas variedades de plantas invasoras, sejam elas moles, semi-lenhosas e lenhosas. Antes de iniciar o controle é recomendável que o cooperado consulte a Coamo

Por que controlar plantas daninhas em pastagens?

As plantas competem com as pastagens por espaço, água, nutrientes e luz. Diante destas situações as consequências são:

• Menor produção de forragem da pastagem/ha

• Queda na capacidade de suporte animal/ha

• Menor produção de leite e carne por/ha/ano

• Aumento do tempo de formação das pastagens

• Envenenamento por plantas tóxicas

• Depreciação do patrimônio

Coamo registra marca no Chile

Focada na expansão no mercado externo e em agregar valor aos seus produtos, a Coamo acaba de registrar sua marca em mais um país da América Latina. Agora no Chile, por meio do  Ministério de Economia, Fomento e Turismo do país, é permitido que a cooperativa comercialize seus produtos em grãos e industrializados, uma garantia para o consumidor chileno que comprará um produto que ele sabe a origem. De acordo com o superintendente Comercial da Coamo, Alcir José Goldoni, esse registro garante uma evolução significativa para a cooperativa. “Estamos levando a marca Coamo de forma mais intensa à América Latina, uma vez que, nossa marca já está registrada em outros países do continente”, explica Goldoni.

MERCADO – A Coamo já comercializa com diversos países da União Européia e, recentemente, também teve a marca registrada na comunidade européia, conforme esclarece o gerente comercial de Produtos Agrícolas, Rogério Trannin de Mello. “Realizamos vendas diretas com a Alemanha, Suécia, França, Dinamarca, Holanda, Espanha, além de comercializarmos com os demais países deste bloco econômico, levando a marca e o selo de origem da cooperativa. Uma significativa expansão que conquistamos devido a confiabilidade e a qualidade que nosso produto tem”, revela.

EXPORTAÇÕES – Figurando entre as maiores exportadoras do país, a Coamo exporta farelo de soja, milho e soja em grãos. Em 2013, a cooperativa exportou pelo terminal portuário de Paranaguá, no Paraná e porto de São Francisco, em Santa Catarina, um total de 2,56 milhões de toneladas que resultaram no montante de US$ 1,21 bilhão. No ranking nacional a cooperativa é a 33ª maior empresa exportadora; 2ª do Paraná e a 1ª do agronegócio paranaense.

FUTURO – Segundo o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini, a cooperativa pretende ampliar ainda mais os mercados. “Já temos nossa marca registrada no Paraguai, Argentina e Uruguai para garantir a comercialização dos nossos produtos industrializados. E, para um futuro bem próximo já estamos com pedidos de registro de marca no Japão e Coréia do Sul tramitando. É a expansão da Coamo atravessando fronteiras e levando o que produzidos por nossos cooperados do Brasil para o mundo”, comemora Gallassini.

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