Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 436 | Maio de 2014 | Campo Mourão - Paraná

PAP 2014/2015

Ocepar analisa Plano Agrícola e Pecuário anunciado pelo governo federal

O Sistema Ocepar vai solicitar ao governo federal a reavaliação de algumas medidas do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) relativas à safra 2014/15, anunciadas 15 de maio. Um dos pontos que mais está preocupando as cooperativas do Paraná é o aumento de juros, que varia de meio a um ponto percentual em diversos programas, entre os quais o Procap-Agro (Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias), cuja taxa passou de 6,5% para 7,5% ao ano. “É uma decisão que quebra o ciclo de redução de juros dos últimos anos, que estava motivando o setor a investir em tecnologia. É algo extremamente prejudicial às cooperativas pois encarece os financiamentos, com reflexos diretos nos custos de produção, devido ao aumento do custo de capital”, afirmou o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski.

João Paulo Koslovski, presidente do Sistema Ocepar

REDUÇÃO - O cooperativismo paranaense também está preocupado com outros pontos, como a redução de recursos destinados ao Prodecoop (Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária), de R$ 2 bilhões para R$ 1,250 bilhão. “As cooperativas acessam esses recursos com o objetivo de dar suporte aos seus investimentos. Essa redução vai comprometer o planejamento estratégico do setor em âmbito nacional, especialmente as ações voltadas à transformação de produtos primários em itens de maior valor agregado. Somente no Paraná, a demanda por recursos para investimentos somam mais de R$ 3 bilhões, sendo R$ 2 bilhões do Prodecoop e mais de R$ 1 bilhão do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns. As cooperativas paranaenses planejaram investir R$ 3,19 bilhões entre 2014 e 2015, uma alta de 45% em relação ao período anterior, quando o setor destinou R$ 2,1 bilhões em áreas como agroindústria, armazenagem e melhorias em infraestrutura e logística. Essa diminuição nos aportes destinados ao Prodecoop vai causar grande impacto num setor cuja movimentação econômica corresponde a 18% do PIB do Paraná”, frisou Koslovski.

CRÉDITO - Ainda em relação ao Prodecoop, o setor cooperativista lamentou o fato do governo não ter ampliado o limite de crédito, mantido em R$ 100 milhões por cooperativa. As cooperativas haviam solicitado que esse valor fosse alterado para até R$ 200 milhões por cooperativa, devido ao aumento nos custos com mão de obra, energia elétrica e insumos em geral.

Considerações finais

Alguns aprimoramentos valem ser destacados no plano agrícola e pecuário de 2014/15. Em primeiro lugar, a antecipação da divulgação da política pode ser vista como um avanço a ser repetido para os próximos anos. Destaca-se também o aumento de recursos para custeio e comercialização, dado que mais recursos são disponibilizados com juros controlados. Também, o aumento de 14,8% no montante geral de recursos pode ser visto como uma melhoria.

Em parte, as mudanças implementadas no plano agrícola e pecuário de 2014/2015 quebraram um ciclo de aprimoramento da política pública para a valorização do agronegócio brasileiro. Um aspecto chave é o aumento das taxas médias de juros em até um ponto percentual, com impactos diretos nos custos de produção agrícola, devido ao aumento do custo de capital. Isto é também particularmente arriscado em um momento em que o país trabalha para conter a inflação e manter uma balança comercial favorável, que é atualmente suportada pelo agronegócio. Outro ponto a ser considerado é a diminuição dos recursos do Procap Agro, de R$ 3,24 para R$ R$ 3,05 bilhões. Fonte: Sistema Ocepar.

Pontos que merecem adequação

1. Aumento global das taxas de juros de até 1 ponto percentual;

2. Falta de correção no montante de recursos para seguro rural;

3. Aumento das taxas de juros do programa Procap-Agro Giro, de 6,5 a.a. para 7,5% a.a.;

4. Aumento das taxas de juros do Prodecoop de 5,5% a.a. para 6,5% a.a.

5. Aumento da taxa de juros do Programa de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) de 3,5% a.a. para 4% a.a.

6. Redução dos recursos do Prodecoop de R$ 2,0 bilhões para R$ 1,25 bilhão.

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