Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 490 | Abril de 2019 | Campo Mourão - Paraná

AGRICULTURA DE PRECISÃO

Produção uniformizada

O manejo criterioso e a utilização de tecnologias avançadas foram o ponto chave da safra de verão 2018/2019.  Finalizada esta etapa e com os dados computados, essa afirmação se tornou ainda mais verdadeira, uma vez que, o clima não foi um bom aliado do produtor rural. Seja no Paraná, Santa Catarina ou Mato Grosso do Sul, a falta de chuva causou queda na produtividade. Contudo, o cooperado que seguiu as recomendações técnicas, sentiu o valor do investimento e teve perdas menos significantes.  

Uma importante ferramenta neste processo é a agricultura de precisão. A reportagem da Revista Coamo ouviu relatos de associados que adotaram a tecnologia e obtiveram bons resultados, quando comparado com áreas sem a agricultura de precisão e com as mesmas condições climáticas. 

Em Mangueirinha (Sudoeste do Paraná), os associados dos lldo e Jones Maldaner, pai e filho, encerraram a colheita da soja no início de abril. Eles fizeram a agricultura de precisão na propriedade há três anos e desde então viram a produtividade aumentar entre dez e 15 sacas por alqueire. “É uma ferramenta importante para quem quer alcançar altas produtividades. Fizemos todos os corretivos necessários e vamos repetir a agricultura de precisão para ver como o solo suportou a essas duas safras, e fazer novamente as correções, caso seja necessário”, diz Jones.

Ele revela que a média na propriedade era de 140 a 150 sacas por alqueire e que houve um aumento considerável, passando de 200 sacas em alguns talhões.

Ildo e Jones Maldaner, pai e filho, encerraram a colheita da soja no início de abril em Mangueirinha (PR). Resultados comprovaram  eficiência da agricultura de precisão no campo

“São vários os fatores que podem influenciar na safra. A escolha da cultivar, época de plantio e, principalmente, o clima. Mas, quando temos um solo fértil e bem corrigido notamos que a lavoura fica mais uniforme e suporta por mais tempo a falta de chuva.”

Maldaner conta que antes de fazer a agricultura de precisão pensou em fazer aplicação fixa de calcário, imaginando que poderia ter um custo menor. Contudo, as amostras coletadas e analisadas mostraram que o solo precisava de menos calcário do que se imaginava. “Ficou comprovado que podemos economizar para fazer a correção e ainda aumentar a produtividade.”

O engenheiro agrônomo José Ricardo Pedron Romani, da Coamo em Mangueirinha, ressalta que a fertilidade do solo deve ser o início de tudo, quando se trata da agricultura. “O associado precisa, cada vez mais, conhecer a sua área e corrigir as deficiências. Essa análise é mais eficiente com a agricultura de precisão. É uma tecnologia que deve fazer parte do planejamento da safra para que o associado possa alcançar todo o potencial produtivo da lavoura.”


Bom para a soja e para o milho

Os irmãos Selvino e Jandir Bevilaqua, de Ipuaçu (SC), colheram a primeira safra após a agricultura de precisão. “Até pouco tempo atrás não pensava em fazer esse trabalho na área. Porém, no ano passado resolvi apostar e a diferença foi muito grande. Já no primeiro ano, praticamente tirei o investimento”, comenta Selvino.

Irmãos Selvino e Jandir Bevilaqua, de Ipuaçu (SC), colheram a primeira safra após a agricultura de precisão e sentiram diferença na produtividade

"Com a agricultura de precisão utilizamos somente os corretivos necessários. Isso gera uma grande economia." Gilberto Kiyoharu Nishioka, associado da Coamo em Dourados (MS)

A média na área com agricultura de precisão ficou em 80 sacas por hectare enquanto que na outra sem a tecnologia, a média foi de 63 sacas por hectare. “É uma diferença considerável. As duas áreas são divididas apenas por uma estrada. As lavouras cresceram com as mesmas condições climáticas, ficando 18 dias sem chuva e desde o desenvolvimento era visível a diferença, com as plantas mais uniformes”, assinala.

O cooperado planta uma área de 63 hectares e a agricultura de precisão foi realizada em 46 hectares. Ele conta que a ideia é completar a área com a tecnologia ainda neste ano. “É um investimento que vale a pena. Ainda tem a questão de redução de custo já que para fazer a correção do solo foi utilizada a quantidade certa de produtos”, destaca Selvino.

Jandir notou a diferença da produtividade no milho de verão. A produtividade média ficou em 245 sacas por hectare, somando cerca de 60 sacas a mais do que em áreas sem a agricultura de precisão. “As plantas responderam muito bem ao investimento. Em um ano como esse, em que o clima não contribuiu, comprovamos que vale a pena seguir as recomendações e utilizar boa tecnologia na condução da lavoura”, assinala o associado.

De acordo com o engenheiro agrônomo Júlio Cesar Lunardelli Trevisan, da Coamo em Ipuaçu, a agricultura de precisão foi um diferencial nas lavouras dos irmãos Selvino e Jandir Bevilaqua. “Foram realizadas as correções necessárias e as plantas suportaram bem as condições adversas do clima. Foram vários os casos de queda na produtividade e eles [Selvino e Jandir] tiveram incremento de até 20 sacas quando comparado à lavouras vizinhas. Isso comprova a eficiência da agricultura de precisão”, comenta.



Sistema otimizado

Associado Gilberto Kiyoharu Nishioka analisa os dados levantados com a agricultura de precisão ao lado do engenheiro agrônomo Marcelo Cordeiro de Abreu, da Coamo em Dourados

Há cerca de três anos, Gilberto Kiyoharu Nishioka, associado da Coamo em Dourados (MS), realizou a agricultura de precisão em parte da área de cultivo. Ele conta que a área ficava sempre com produtividades médias abaixo do restante da propriedade e o trabalho foi para uniformizar. “No primeiro ano houve um aumento de três sacas por hectare e a cada safra sentimos uma melhora”, ressalta.

A produtividade média de soja na propriedade foi de 49,5 sacas por hectare. De acordo com ele, um número bom em comparação a áreas vizinhas e levando em conta as condições climáticas. “Foram dois períodos longos de estiagem que afetaram as lavouras. As plantas suportaram melhor ao estresse hídrico em comparação as áreas sem agricultura de precisão”, diz Nishioka.

O associado revela que pretende expandir a agricultura de precisão para toda a área com o objetivo de elevar a produtividade e, também, de reduzir custos com a correção do solo. “Com a agricultura de precisão utilizamos somente os corretivos necessários. Isso gera uma grande economia”, diz.

Além da agricultura de precisão, Nishioka utiliza outras tecnologias e sistemas como, por exemplo, o consórcio de brachiária na segunda safra de milho, e controle de pragas e doenças. “Seguimos as recomendações técnicas da Coamo e da pesquisa visando lavouras mais produtivas. A agricultura de precisão é uma importante ferramenta nesse processo de evolução.”

O engenheiro agrônomo Marcelo Cordeiro de Abreu, da Coamo em Dourados, destaca que agricultura de precisão vem ajudando a aumentar a produtividade e a diminuir custos nas propriedades. “Em um ano como esse, em que o clima não contribuiu, fica mais evidente a importância da tecnologia para o sistema produtivo. Na primeira safra após a agricultura de precisão já houve um incremento na produtividade e isso mostra a eficiência do serviço disponibilizado pela Coamo com o objetivo de aumentar a produção e a renda dos associados.”

"Com a agricultura de precisão utilizamos somente os corretivos necessários. Isso gera uma grande economia." Gilberto Kiyoharu Nishioka, associado da Coamo em Dourados (MS)
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