Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 496 | Outubro de 2019 | Campo Mourão - Paraná

SUSTENTABILIDADE

Origem sustentável

O conceito de produção responsável de alimentos, com respeito às leis ambientais e trabalhistas, sempre integrou a política de desenvolvimento da Coamo. Produzir alimentos com sustentabilidade e atenta aos três pilares ambiental, social e econômico está enraizado nos princípios e valores da maior cooperativa da América Latina. “Com diversas ações, treinamentos e estrutura, a Coamo é uma cooperativa formada por pessoas que respeitam e preservam os recursos naturais, por meio de uma produção equilibrada”, afirma Rogério Trannin, gerente Comercial de Produtos Agrícolas da Coamo.

Produzir alimentos é uma nobre missão, e o correto é fornecer todo o suporte para que o homem do campo cumpra o trabalho da melhor forma. Para isso, Trannin que esteve recentemente em viagem à Europa revela que desde sua fundação, a Coamo se preocupa em oferecer assistência técnica e insumos de qualidade com foco no incremento da produtividade, geração de renda e o constante desenvolvimento da atividade. “Estivemos em alguns países europeus e passamos para nossos parceiros que a Coamo adota práticas sustentáveis em toda a cadeia de produção.”

O quadro social da Coamo é composto por mais de 28 mil associados que contam com estrutura de recebimento e armazenagem de grãos adequada para a manutenção da qualidade da sua produção; plantas industriais para o processamento e incremento de valor aos produtos agrícolas; assistência técnica, educacional e social; fornecimento de insumos; apoio financeiro; orientação nas modalidades de comercialização da produção, além de outros benefícios diretos e indiretos.

Dos associados da Coamo, 81,5% plantam em propriedades rurais de 25 a 100 hectares.

Revolução com o Plantio Direto

Pioneiros do Plantio Direto em Campo Mourão: Ricardo Calderari, Henrique Salonski (em memória), Joaquim Montans e Gabriel Borsato

A região de Campo Mourão (Centro-Oeste do Paraná), por exemplo, é a segunda na história do Plantio Direto no Brasil, implantado em 1973. Desta maneira, o Paraná foi precursor na experimentação desta que é considerada a mais importante tecnologia da agricultura brasileira. Poucas tecnologias agrícolas têm experimentado um crescimento tão rápido e consistente em nível mundial. 

Com o plantio direto, o agricultor fecha o cerco contra os principais problemas que degradam o solo e incrementa o sistema de produção resultando na melhoria das produtividades e racionalização dos custos. Entre as vantagens estão a garantia de redução da lixiviação de nutrientes (processo de extração de uma substância de sólido por meio da dissolução num líquido) e da erosão superficial do solo, a manutenção da vida microbiológica do solo e a garantia de uma melhor atividade dos adubos químicos e de que todas as reações químicas no solo sejam bem sucedidas. 

Além de conservar e proteger o ambiente produtivo, a prática do Plantio Direto, sempre com rotação de culturas e formação de muita palha, aumenta a matéria orgânica no solo em função de vários fatores, elencados pelo engenheiro agrônomo e diretor-secretário da Coamo, Ricardo Accioly Calderari, um dos precursores da tecnologia no Brasil. “O Plantio direto melhora a estrutura, a qualidade e a produtividade do solo por meio de substância orgânica, reduz a erosão, melhora a qualidade da água. O uso do plantio direto foi determinante para ampliar o potencial do nível de matéria orgânica no solo, por isso, é que o sistema é a maior revolução da agricultura e do meio ambiente”, garante Calderari.

Constante evolução

Após o plantio direto o crescimento foi ainda mais rápido. Fiel ao modelo participativo e colaborativo, a Coamo sempre busca inovações e acompanha tecnologias, as quais são repassadas depois de testadas e aprovadas para garantir uma produção equilibrada e sustentável. “Somos um elo muito importante que beneficia diretamente o cooperado, com agrônomos e médicos veterinários em campo repassando tecnologia e inovação. Disponibilizamos a melhor tecnologia ao cooperado, seja voltada ao manejo, correção de solo, rotação de culturas entre outros, ou de tecnologias digitais, como o programa Gestor Rural, que garante ao cooperado uma forma mais segura de gerir a propriedade”, explica o gerente de Assistência Técnica, Marcelo Sumiya. 

A Agricultura de Precisão também vem ganhando espaço, por meio de tecnologias que envolvem maquinários e implementos agrícolas conectados a GPS’s. “Quanto mais ferramentas, mais informações. Quanto mais informação, mais efetividade no resultado. Assim, as ações são mais assertivas”, garante Marcelo.

Importante mecanismo neste processo de difusão tecnológica, é a Fazenda Experimental da cooperativa, criada há 44 anos. Na opinião do superintendente técnico, Aquiles de Oliveira Dias, a estação experimental ao lado da assistência técnica, foram responsáveis diretos na disseminação de tecnologias. “É na Fazenda Experimental que ajustamos as novidades apresentadas pelas instituições de pesquisa para a realidade das regiões produtoras da Coamo”, observa.

A Fazenda Experimental Coamo foi alicerce para pesquisas voltadas às tecnologias básicas para a conservação de solos, como o sistema de plantio direto, que revolucionou a agricultura, bem como, rotação de culturas, com um ensaio de mais de 30 anos - um dos mais antigos do Brasil. “Saímos de uma produção de no máximo 70 sacas de soja por alqueire, para 200”, lembra Dias. Ela acrescenta que a estação de pesquisa trabalha, anualmente, com grande número de ensaios. “Para se ter uma ideia temos mais de 150 trabalhos de pesquisa e experimentação.”

Agricultura de Precisão vem ganhando espaço, por meio de tecnologias que envolvem maquinários e implementos agrícolas conectados a GPS’s Fazenda Experimental Coamo: mais de 6,5 mil trabalhos de pesquisas em 40 anos.

Lição de casa bem-feita

Quando o assunto é agricultura, o brasileiro pode se orgulhar de ter nascido num país produtor de alimentos com alta tecnologia e um dos maiores exportadores do mundo. Porém, fazer a lição de casa bem-feita, vai além da produção. Prova disso, são os resultados que o Brasil tem no campo da devolução das embalagens vazias de defensivos agrícolas, ou seja, 94,6% das embalagens são devolvidas corretamente. No Estados Unidos, por exemplo, esse número cai para 33%.

A devolução de embalagens vazias de defensivos agrícolas, é um processo que também contribui para preservação ambiental, sobretudo no meio rural. Uma preocupação que, independentemente da exigência da Lei, sempre esteve presente na filosofia da Coamo.


Em favor da produção de alimentos

Os defensivos agrícolas são, na prática, avanços tecnológicos resultado de décadas de pesquisas científicas do poder público e iniciativa privada. Os produtos têm uma série de trâmites e exigências legais a serem cumpridas antes da liberação, como procedimentos de segurança pré-definidos e um controle criterioso, o que vale da fabricação até a venda, do uso nas lavouras até a análise de amostras de alimentos já colhidos para análises em laboratório.  Isso faz com que seja uma cadeia de alto controle e de responsabilidades econômica, ambiental e social.  

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação (FAO), mesmo sendo um país tropical, o Brasil usa menos agrotóxicos, em relação à área cultivada, do que o Japão, país conhecido pela longevidade do seu povo. Os produtores rurais, na verdade, são os que mais buscam a economia no uso de defensivos agrícolas. A cada aplicação que deixa de ser feita em uma lavoura há um ganho financeiro significativo, além de todo o ganho ambiental e outros benefícios intangíveis.

Cooperando com o mundo

O uso de defensivos agrícolas é aliado a outras práticas que a cooperativa também desenvolve como, por exemplo, o manejo integrado de pragas e a avaliação do uso de um produto químico específico para o controle da praga. Sem necessidade, não há a indicação.

A cooperativa por meio do quadro técnico recomenda o uso de defensivos conforme a necessidade para cada situação. São realizadas avaliações in loco na propriedade dos cooperados e, conforme a necessidade, o agrônomo faz a recomendação para o controle daquela situação. 

O conceito de produção responsável de alimentos, com respeito as leis ambientais e trabalhistas, integra a política estratégica de desenvolvimento da Coamo. A preservação do meio ambiente, demonstrada pela racionalização do uso de recursos naturais e respeito as normas relativas as emissões de poluentes e a geração de resíduos sólidos, são condições prévias para as decisões sobre planos de ampliação e desenvolvimento das atividades operacionais e industriais. 

Colheita e pós-colheita

Coamo conta com 4.000 hectares de reflorestamento próprio

A assistência técnica da Coamo acompanha, orienta e enfatiza a importância de que as colheitas sejam realizadas no momento certo e nas condições ideais.  A produção entregue pelos associados à cooperativa passa por processo de secagem por meio de secadores de grãos que só utilizam lenha como combustível. Essa lenha utilizada é originada na sua maioria de reflorestamento próprio, uma vez que, a Coamo conta 4.000 hectares para esses fins, não utilizando, portanto, combustíveis fósseis. 

Produção responsável

Na região de atuação da cooperativa, existem vários biomas, desde mata atlântica, zona costeira, campos do sul e cerrado. Ao longo dos rios ou de qualquer curso de água é obrigatória a presença de vegetação que são as chamadas matas ciliares.

Os associados são estimulados ao uso das boas práticas agrícolas com ênfase na conservação do solo e das águas. A Coamo está consciente da sua importância nas orientações aos associados, transmitindo mais que a simples orientação, um padrão de comportamento que prima pela ética ambiental, social e econômica.

O uso racional e sustentável da terra representa a garantia de solos férteis e preservados às futuras gerações. Neste sentido, os associados da Coamo utilizam práticas agronômicas que visam a conservação dos solos e seu enriquecimento físico-químico, por meio da adoção de técnicas como o plantio direto, adubação verde, rotação de culturas, manejo integrado do solo e da água, recuperação de matas ciliares e a integração lavoura-pecuária.

Além disso, a cooperativa mantém parceria com órgãos ambientais, especialmente o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para a recuperação e manutenção das Áreas de Preservação Permanentes (APP), bem como das Reservas Legais.

Produção consciente e em harmonia

Wagner Salvador Ransolin, de Goioxim (PR), é defensor das boas práticas de produção, tecnologias que contribuem com o equilíbrio do ambiente produtivo rural

Conhecedores e conscientes da importância da preservação, os associados da Coamo, seus colaboradores e familiares valorizam e convivem com a biodiversidade existente dentro e no entorno de suas propriedades. Na prática essa consciência ambiental tem se traduzido em inúmeras ações concretas de recuperação das áreas de preservação florestal às margens dos córregos e nascentes.  

Preservar o meio ambiente é uma filosofia de vida para o cooperado Wagner Salvador Ransolin, de Goioxim (Centro-Sul do Paraná). Defensor das boas práticas de produção, tecnologias que contribuem com o equilíbrio do ambiente produtivo rural, como o plantio direto e a correta lavagem e devolução das embalagens de defensivos estão sempre presentes na rotina dele. “Cuidar do meio ambiente é um modo de vida”, define o agricultor. Dos 201 alqueires da propriedade, 103 são de mata nativa, sendo que 33% está averbada como reserva legal. 

Desde que chegou à região de São João do Ivaí (Centro-Norte do Paraná), no início da década de 1970, Adilson Calixto luta para manter preservada a margem do Rio Ivaí, um dos mais importantes do Estado do Paraná. Ele é um produtor extremamente consciente e muito ligado as questões ambientais, por isso, se orgulha em praticar a agricultura sustentável, provando que é possível produzir grãos e manter o meio ambiente preservado.

Adilson Calixto, de São João do Ivaí (PR), é um produtor extremamente consciente e muito ligado as questões ambientais
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