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Momento de fundação da Coamo com a assinatura da Ata |
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Ata de constituição da Coamo |
UMA “COOPERATIVA COM AMOR”
Na constituição da Cooperativa Agropecuária Mourãoense Ltda., a sigla Coamo foi sugerida pelo cooperado Gelindo Stefanuto, baseado no lema “Com Amor”.
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Em novembro de 1969, em uma reunião com lideranças da região, tomou-se a decisão de estabelecer uma cooperativa que proporcionasse aos seus associados melhores condições de produção e comercialização. O então prefeito da cidade, Horácio Amaral, ofereceu apoio, prometendo que, constituída a cooperativa, cederia a ela um terreno para que começassem suas atividades.
Seria necessário escolher alguém que presidisse a cooperativa. A pessoa mais indicada para o cargo era o madeireiro e agricultor Fioravante João Ferri, que aceitou a missão, convidando Aroldo Gallassini para ser o gerente geral.
Depois de realizada a assembleia que constituiu a Coamo, foi necessário cumprir diversas tarefas burocráticas de formalização, como o procedimento de registro. Em agosto de 1971, Aroldo Gallassini se desligou da Acarpa para assumir a função de gerente geral. Com essas etapas concluídas, a cooperativa passou a funcionar efetivamente.
Operando em um pequeno espaço alugado e com equipamentos – como máquinas de escrever e calcular – emprestados ou cedidos por associados, a Coamo locou armazéns para receber a safra de trigo daquele ano. A colheita foi boa e o espaço arrendado mostrou-se insuficiente. Em novembro daquele mesmo ano, os cooperados autorizaram contratar financiamento para a construção do seu primeiro armazém próprio.
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Reuniões constantes com os membros dos comitês educativos abriram um canal de comunicação direto entre diretoria e associados, base para a consolidação da confiança na cooperativa |
Em abril de 1972, a Coamo se mudou do escritório alugado para uma sede própria. Em maio, foi concluída a construção do primeiro armazém da cooperativa. Já se previa que ele não seria suficiente para armazenar a produção dos associados e, por isso, foi alugado um segundo armazém, mas nem assim foi possível acolher toda a safra. Os resultados com a movimentação dos produtores e entrega da produção foram impressionantes, motivando a entrada de novos associados na cooperativa, que crescia rapidamente.
Em setembro daquele ano, uma nova Assembleia Geral Extraordinária aprovou mais investimentos em infraestrutura.
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Solenidade de lançamento da pedra fundamental do primeiro armazém, com a presença do presidente da Coamo, Fioravante João Ferri, do prefeito municipal Renato Fernandes Silva, do deputado estadual Armando Queiroz de Moraes e do secretário da Agricultura do Paraná, Cassiano Gomes dos Reis. |
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Observado por Fioravante João Ferri, Gallassini mostra a maquete das novas instalações da Coamo a visitantes |
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Vista área da estrutura da Coamo nos primeiros anos de atividade |
Transformação do solo
O aumento da produção não se deu apenas como consequência do número de produtores: uma das tarefas mais importantes desenvolvidas desde o começo dos esforços da organização está relacionada a uma transformação cultural: o cuidado com a terra.
A cooperativa incentivou a atividade de correção do grau de acidez do solo da região, que, por ser naturalmente elevado, não permitia bons resultados sem intervenção. Para isso foi adotado um programa de aplicação de calcário, que, na década de 1960, não era usado por nenhum dos agricultores da região, de acordo com levantamento realizado pela Acarpa naquela época. O mesmo estudo revelou outras deficiências que a Coamo ajudou a corrigir: os efeitos de pragas e doenças; más condições de armazenagem; baixa capacidade de armazenamento e processamento da produção; pouco uso do crédito rural e dificuldades de comercialização. |
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A reputação da Coamo como fornecedora de insumos e destino da produção não demorou a se alastrar. Como resultado do bom trabalho inicial e o interesse elevado dos produtores em receber os benefícios da cooperativa, em 1974 foi aprovada a expansão da Coamo para os municípios de Engenheiro Beltrão e Mamborê, próximos a Campo Mourão. Esses entrepostos entraram em operação em março do ano seguinte.
Assim, de 79 agricultores fundadores, a cooperativa encerrou seus primeiros cinco anos com mais de dois mil associados e, de apenas um sonho, a Coamo caminhou a passos firmes para um desenvolvimento expressivo que se consolidaria ao longo dos anos futuros, constituindo-se como agente de transformação da agricultura, de pessoas e comunidades.
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Primeiras Unidades da Coamo em Barbosa Ferraz e Palmital |
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Entreposto da Coamo em Engenheiro Beltrão |
Entreposto da Coamo em Mamborê |
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Fioravante João Ferri, primeiro presidente da Coamo |
Mas, antes que qualquer ação mais concreta pudesse ser tomada, a Coamo passou por uma grande perda: o presidente Fioravante João Ferri faleceu subitamente em novembro de 1974 e o vice-presidente, Gelindo Stefanuto, assumiu o cargo interinamente. Ferri foi escolhido presidente em 1970 pelos produtores por sua credibilidade, idoneidade intocável, dedicação e honestidade na busca do bem da coletividade, reunindo as condições necessárias para assumir a função.
Em janeiro de 1975, em votação na Assembleia Geral, os cooperados elegeram para a presidência José Aroldo Gallassini, que foi, o responsável pelo surgimento da Coamo. Uma das primeiras medidas tomadas pela nova gestão, reconhecendo a necessidade de ajustes estruturais para lidar com o crescimento já conquistado e planejar o futuro, foi preparar uma reorganização administrativa. Foram estabelecidos inicialmente diversos departamentos como os de Transportes, Técnico, Produção Campo Mourão, Produção Entrepostos, Administrativo e Financeiro, Fornecimento de Insumos, e Comercial, com o objetivo de oferecer um bom atendimento aos cooperados e racionalizar os sistemas de trabalho.
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Assembleia de eleição da nova diretoria, em janeiro de 1975, quando Gallassini foi eleito pela primeira vez presidente |
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