79 homens com um só objetivo
Quando os 79 agricultores se reuniram e constituíram a Coamo, não imaginavam que 50 anos depois se tornaria uma das maiores cooperativas do Brasil. Eles se reuniram em prol de um só objetivo, que era o de buscar alternativas que pudessem viabilizar a agricultura em Campo Mourão. Meio século se passou, e hoje esses pioneiros são referenciados por terem acreditado no cooperativismo como importante ferramenta de desenvolvimento.
Fundadores por ordem numérica
01 - Lourenço Tenório Cavalcanti 02 - Joaldo Saran 03 - Ervalino José Guadagnin 04 - Theodoro de Andrade 05 - João Teodoro de Oliveira Sobrinho 06 - Chafik Simão 07 - Alcidio Brignoni 08 - Ermindo Appelt 09 - Sebastião Evangelista Bezerra 10 - Etelvino Eduardo Manfrin 11 - Franz Kaiser 12 - Martin Kaiser 13 - Orlando Palaro 14 - Antoninho Luiz Guadagnin 15 - Pedro Guerreiro 16 - Arnildo Guadagnin 17 - Manoel Geraldo de Souza 18 - Atílio Jacob Ferri 19 - Takeshi Ojima 20 - Silvio Gomes 21 - Bruno Gehring 22 - Benedito Rodrigues 23 - Balduino José dos Santos 24 - Elias Semiguem 25 - Créscio Costa 26 - Felipe Costin 27 - João Teodoro de Oliveira |
28 - Fioravante João Ferri 29 - Ildefonso Cezar Ferri 30 - Benito Ildefonso Ferri 31 - Victor Alessi 32 - Moacir José Ferri 33 - Luiz Antonio Carolo Arthur Rodrigues Tramujas Filho Henrique Gustavo Salonski 34 - Jorge Gonçalves dos Santos 35 - José Cazusa da Silva 36 - Gedeão de Lima 37 - João Cordeiro da Silva 38 - Olindo Monti 39 - Paulo Costa de Faria 40 - Augusto Angelo Tonello 41 - Raimundo Marques de Souza 42 - Susumu Takassu 43 - Jaime Jovino Vendramin 44 - José Alves Pereira 45 - Emílio Gimenes 46 - Joaquim Alves Feitoza 47 - Lino Weber 48 - Nelson Teodoro de Oliveira 49 - Ewaldo Tierling 50 - Dirceu Sponholz 51 - Paulo Teixeira Duarte 52 - Emenegildo Carlos Dolci |
53 - Gelindo Stefanuto 54 - João Antonio Aguirre Lamezon 55 - José Vasilio Moreira 56 - Gustavo Taborda 57 - Milton Coutinho Machado 58 - Waldemar Koblitz 59 - Noé José Monteiro 60 - José Paulino Carvalho 61 - João Batista Vieira Filho 62 - Emenegildo Geraldo da Silva 63 - Juvenal Manoel dos Santos 64 - Adolfo Geraldo da Silva 65 - Waldomiro Alves dos Santos 66 - José Corsato 67 - Romão Martins 68 - Kazuki Yano 69 - Jorge Elizardo Garcia Árias 70 - José Binote 71 - Jakob Baumann 72 - Waldir José Ferri 73 - José Maria Pereira Sobrinho 74 - Joaquim Inácio Pereira 75 - Durval Correia de Souza 76 - Madeireira Clauri Ltda 77 - Industria e Comércio Trombini S/A 78 - Odonel Procópio de Oliveira 79 - Rosalino Mansuetto Salvador |
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01 - Lourenço Tenório Cavalcanti |
02 - Joaldo Saran |
03 - Ervalino José Guadagnin |
04 - Theodoro de Andrade |
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05 - João Teodoro de Oliveira Sobrinho |
06 - Chafik Simão |
07 - Alcidio Brignoni |
08 - Ermindo Appelt |
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09 - Sebastião Evangelista Bezerra |
10 - Etelvino Eduardo Manfrin |
11 - Franz Kaiser |
12 - Martin Kaiser |
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13 - Orlando Palaro |
14 - Antoninho Luiz Guadagnin |
16 - Arnildo Guadagnin |
17 - Manoel Geraldo de Souza |
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18 - Atílio Jacob Ferri |
19 - Takeshi Ojima |
21 - Bruno Gehring |
24 - Elias Semiguem |
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25 - Créscio Costa |
26 - Felipe Costin |
27 - João Teodoro de Oliveira |
28 - Fioravante João Ferri |
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29 - Ildefonso Cezar Ferri |
30 - Benito Ildefonso Ferri |
31 - Victor Alessi |
32 - Moacir José Ferri |
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33 - Luiz Antonio Carolo |
33 - Arthur Rodrigues Tramujas Filho |
33 - Henrique Gustavo Salonski |
35 - José Cazusa da Silva |
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38 - Olindo Monti |
39 - Paulo Costa de Faria |
40 - Augusto Angelo Tonello |
41 - Raimundo Marques de Souza |
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42 - Susumu Takassu |
43 - Jaime Jovino Vendramin |
44 - José Alves Pereira |
45 - Emílio Gimenes |
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47 - Lino Weber |
48 - Nelson Teodoro de Oliveira |
49 - Ewaldo Tierling |
50 - Dirceu Sponholz |
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51 - Paulo Teixeira Duarte |
52 - Emenegildo Carlos Dolci |
53 - Gelindo Stefanuto |
54 - João Antonio Aguirre Lamezon |
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56 - Gustavo Taborda |
57 - Milton Coutinho Machado |
58 - Waldemar Koblitz |
60 - José Paulino Carvalho |
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62 - Emenegildo Geraldo da Silva |
64 - Adolfo Geraldo da Silva |
65 - Waldomiro Alves dos Santos |
66 - José Corsato |
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67 - Romão Martins |
68 - Kazuki Yano |
69 - Jorge Elizardo Garcia Árias |
70 - José Binote |
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71 - Jakob Baumann |
72 - Waldir José Ferri |
74 - Joaquim Inácio Pereira |
76 - Madeireira Clauri Ltda Teonaldo Siqueira Ribas |
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77 - Industria e Comércio Trombini S/A Ivo Mário Trombini |
78 - Odonel Procópio de Oliveira |
79 - Rosalino Mansuetto Salvadori |
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Monumento aos agricultores pioneiros da Coamo inaugurado em novembro de 2000, nos 30 anos da cooperativa |
PRIMEIRO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
(1970-1974)
PRESIDENTE
Fioravante João Ferri
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VICE-PRESIDENTE
Gelindo Stefanuto
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CONSELHO DIRETOR- EFETIVO
Jorge Elizardo Garcia Árias
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CONSELHO DIRETOR - EFETIVO
Rosalino Mansueto Pazzinato Salvadori
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CONSELHO DIRETOR - EFETIVO
Sussumo Takasu
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SECRETÁRIO
Nelson Teodoro de Oliveira
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CONSELHO DIRETOR - SUPLENTE
Emilio Gimenes
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CONSELHO DIRETOR - SUPLENTE
Lourenço Tenorio Cavalcanti
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CONSELHO DIRETOR - SUPLENTE
Ermindo Appelt
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PRIMEIRO CONSELHO FISCAL
(1970)
CONSELHO FISCAL - EFETIVO
Odone Procópio de Oliveira
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CONSELHO FISCAL - EFETIVO
Joaldo Saran
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CONSELHO FISCAL - EFETIVO
Theodoro de Andrade
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CONSELHO FISCAL - SUPLENTE
José Binote
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CONSELHO FISCAL - SUPLENTE
Sebastião Evangelista Bezzera
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CONSELHO FISCAL - SUPLENTE
Martin Kaiser
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Lourenço Tenório Cavalcanti, cooperado fundador 01 |
"A gente não imaginava que a Coamo seria o que é, pois na época não tínhamos a noção da potencialidade dela."
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O agricultor, engenheiro agrônomo Lourenço Tenório Cavalcanti, mais conhecido como “Tenório” é dos fundadores da Coamo ainda em atividade. Seu Tenório assinou a ata de fundação da Coamo com a matrícula número 01 e está na história entre os 79 agricultores fundadores da cooperativa. “Nós estávamos na reunião e ao final foi formada uma fila para acatar assinatura dos agricultores em uma folha de papel. Foi então que um colega sentado na mesa ao lado colocou o meu nome como número 01 e deu para eu assinar. Fui o número 01, mas poderia ser o número 79. O importante é estar entre os 79 fundadores que sonharam com a ideia de uma cooperativa”, lembra o agricultor que reside atualmente na região de Maracaju, no Mato Grosso do Sul.
O cooperado conta que estudou e se formou na mesma turma de Agronomia de José Aroldo Gallassini na Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, na década de 1960. “Foi um trabalho muito interessante, a gente não imaginava que a Coamo seria o que é, pois na época não tínhamos a noção da potencialidade dela. A meu ver a Coamo trouxe dignidade ao produtor, e conhecimento que nos ajuda a progredir.”
“A gente vai melhorando e aprendendo. Me emociono ao olhar para trás e ver a evolução que ocorreu nesses 50 anos. O associativismo é uma coisa muito importante, assim como a gestão, que é essencial para continuarmos crescendo e tendo sucesso”, afirma seu Tenório.
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Martin Kaiser, cooperado fundador 12 |
"Nosso objetivo era unir pessoas para trabalhar de uma forma justa aqui na região e, hoje, estamos no mundo."
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O fundador, Martim kaiser lembra que a Coamo nasceu da necessidade dos agricultores. “Um ano antes de surgir a cooperativa nos reunimos e queríamos fundar uma cooperativa, pois estávamos à mercê de cerealistas. O Dr. Aroldo teve a ideia e todos nós acreditamos nele. O trigo foi a primeira cultura, depois veio a soja.”
O fundador conta que foi o 12º a assinar a ata e que estava buscando agricultores para participar da fundação. “Eu sou o número 12 porque eu estava chamando gente para se associar e o Orlando Palaro, que é o número 13, me perguntou como é que você quer que eu me associe, se nem você se associou ainda. Eu não tinha assinado ainda, mas estava batalhando para os outros assinarem. Aí eu assinei e ele assinou.”
Kaiser se emociona quando vê o tamanho da Coamo atualmente. “É inexplicável. Quando vejo, por exemplo, a indústria de Dourados, e lembro que estava junto quando tudo isso começou, me emociono. Nosso objetivo era unir pessoas para trabalhar de uma forma justa aqui na região e, hoje, estamos no mundo”, relata.
Ainda segundo Martin, seu pai e o primeiro presidente da Coamo, Fioravante João Ferri, já tinham experiência com cooperativas. “O seu Fioravente era de uma cooperativa de madeiras do Rio Grande do Sul e meu pai de uma de cereais na Europa. Somado a isso tinha o doutor Aroldo liderando e, então, a Coamo deslanchou. Penso que nós acertamos tudo. Fizemos na hora certa e com gente certa.”
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João Teodoro de Oliveira Sobrinho, cooperado fundador 05 |
“Estamos marcados para sempre com essa história. É um orgulho fazer parte, pois foi a união de várias mãos que ergueram a Coamo, esse extraordinário estabelecimento.”
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Antes da Coamo ser fundada, o cooperativismo não estava numa boa fase. Segundo o fundador João Teodoro de Oliveira Sobrinho, o incentivo de José Aroldo Gallassini, então extensionista da Acarpa, foi crucial para se fundar a cooperativa mourãoense. “Acreditamos nessa ideia, pois acreditamos, também, no Dr. Aroldo. Hoje, felizmente a Coamo é grande e respeitada. Ela mudou a imgem do cooperativismo.”
João Teodoro ressalta que 50 anos não são 50 dias. Na história da Coamo, são 50 anos de uma história inspiradora. “Estamos marcados para sempre com essa história. É um orgulho fazer parte disso, pois foi a união de várias mãos que ergueram a Coamo, esse extraordinário estabelecimento.”
Para o fundador número 5, a Coamo é a prova de que onde há honestidade, há prosperidade. “A Coamo deu certo porque aqui não tem corrupção, não tem ‘marmelada’, aqui não tem divisão injusta de recursos. Pelo contrário, se divide os ganhos entre os cooperados. A administração é a mais exemplar que um cidadão pode ter em sua vida. Sem contar, que houve uma transformação na vida de todos os envolvidos”, destaca.
Segundo João Teodoro, todos estão de parabéns por este jubileu de ouro da cooperativa. “Tenho gratidão por tudo que aconteceu durante esse tempo, por esse sucesso da Coamo. Parabéns a diretoria, parabéns para nós fundadores, parabéns aos cooperados que ajudaram isso aqui crescer dessa forma magnífica e que Deus nos dê condições de fortalecer ainda mais a Coamo.”
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Moacir Ferri, cooperado fundador 32 |
“A meta sempre foi melhorar a cada dia. Com isso, fomos crescendo e crescendo. A cada ano, tínhamos que fazer um armazém novo, e a turma achava que era demais, mas depois de construído já não comportava mais a demanda."
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A família de Moacir Ferri era do ramo da madeira. Eles vieram para Campo Mourão, explorar o segmento no final da década de 60. Porém, a madeireira fechou e eles ficaram sem rumo. Foi quando começaram a mexer com lavoura. Logo em seguida, começou a movimentação para se fundar a cooperativa. “Juntamos os agricultores das regiões de Campina do Amoral e Piquirivaí, e viemos para Campo Mourão. Nos reunimos na associação do Banco de Brasil e fundamos a Coamo. Nossa família não tinha muita noção sobre a lida com a lavoura”, recorda o fundador número 32.
Com diversos membros da família entre os fundadores, Moacir não imaginava que a Coamo se tornaria o que é hoje. “Entre os fundadores tinham meu tio, Fioravante João Ferri, meu pai, Afonso César Ferri, meu irmão, Benito Ferri, Vitor Alécio, meu cunhado, todos falecidos, e eu, que na época tinha 23 anos. Penso que nem nos melhores sonhos do Aroldo, ele imaginou que a Coamo chegaria aonde chegou. Nossa intenção era apenas montar um grupo para ter força nas negociações.”
Para o fundador, um dos segredos da Coamo foi a reunião de pessoas coesas e inteligentes. “A meta sempre foi melhorar a cada dia. Com isso, fomos crescendo e crescendo. A cada ano, tínhamos que fazer um armazém novo, e a turma achava que era demais, mas depois de construído já não comportava mais a demanda. Já faltava espaço, de tão acelerado que foi esse crescimento da Coamo.”
Outro aspecto que Moacir Ferri destaca é o crescimento que a Coamo trouxe à Campo Mourão. “A cooperativa trouxe um fluxo de dinheiro muito grande para Campo Mourão. É uma região essencialmente agrícola, os madeireiros que tinham foram embora, sumiram e Campo Mourão vivia da madeira. Como a madeira acabou, o dinheiro também acabou. Está aí a "olhos nus", aonde a Coamo se instala, as coisas melhoram. Ela leva conhecimento, condições e ensinamentos para os agricultores evoluírem.”
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Etelvino Manfrin, cooperado fundador 10 |
"A Coamo é especial, ajuda o cooperado de verdade no que precisar. Eu tiro o chapéu para a nossa cooperativa e sempre serei Coamo.”
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O orgulho de ser fundador é tão grande que nem cabe no coração de Etelvino Eduardo Manfrin. Isso porque ele sabe que aquela ideia que surgiu em 1970 deu certo. “A Coamo está indo muito bem. É uma grande cooperativa e com resultados incríveis. Quer motivo maior que esse para se sentir tão orgulhoso?!”, indaga o fundador número 10.
Ao lembrar do início dessa história, Etelvino conta que não imaginava que a Coamo se tornaria o que é. “Os cooperados confiaram na Coamo e sempre participaram da sua cooperativa. Isso fez toda a diferença. A Coamo é especial. Ela ajuda o cooperado de verdade, se você precisar, ela está aí. Eu tiro o chapéu pra Coamo e sempre serei Coamo.”
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