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Elissena Berg Von Linde é professora de artes e participou de um programa de difusão do cooperativismo na década de 1980 |
Elissena Frolini Berg Von Linde tem o cooperativismo correndo em suas veias. Paulista, a cooperada reside em Quinta do Sol (Centro-Oeste do Paraná), é professora de artes e participou de um programa de difusão do cooperativismo na Coamo na década de 1980. Ela ensinou a um grupo de professores, as técnicas de desenho para que eles pudessem trabalhar o cooperativismo com os alunos no Concurso Escolar de Cooperativismo. “Minha parte era ensinar os educadores de escolas rurais e municipais, a incentivar as crianças para expressar o cooperativismo por meio de desenhos. Isso porque muitas vezes tinham dificuldade de se expressar verbalmente e no desenho elas são muito transparentes.”
A alma de artista e cooperativista também rendeu um quadro que atualmente está exposto na Coamo, onde estão representadas três etnias. “Morei em São Carlos (SP), onde me formei, e minha professora foi convidada a participar do concurso da Coamo. Na época ela não pode e pediu que eu fosse no lugar dela. Eu não entendia muito bem o cooperativismo e que desenho eu deveria fazer. Então, estudei um pouco a história da arte e quando fui entregar esse desenho mudei de ideia e decidi fazer outro, sobre o que eu realmente acreditava o que era cooperativismo. Então desenhei três meninas, uma branca, uma japonesa e uma negra, que na verdade era eu e minhas amigas, porque cooperativismo não tem raça e não tem religião. Fui premiada com esse quadro e consegui participar do concurso.”
Para dona Elissena, a Coamo é uma entidade maravilhosa, porque ela valorizou o homem do campo. “Estou na região há mais de 50 anos. Quando cheguei tinham pequenos agricultores que não sabiam como comercializar o seu produto e estavam reféns de empresas que muitas vezes aplicavam golpes neles, e a Coamo chegou valorizando esses menores. Trazendo segurança. Na Coamo você colhe e pode depositar toda sua produção na cooperativa. Sem contar que a Coamo mostrou o valor da mulher do campo. Antes da Coamo a mulher não aparecia em lugar nenhum”, revela.
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Quadro representa a neutralidade social e racial do cooperativismo. Ao lado reportagem com dona Elissena no Jornal Coamo, na década de 1980 |
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Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo |
A Coamo chega ao jubileu de ouro. O fruto de um sonho de 79 agricultores, surgiu de uma necessidade individual de diversas pessoas que tinham um problema em comum, e juntos encontraram uma solução comum: se unir. Conforme o presidente Executivo da Coamo, Airton Galinari, eles escolheram o cooperativismo, por ser uma forma equilibrada de união. “Foi um grupo que teve uma solução inovadora e que deu um grande resultado. Não havia ninguém para ajudá-los, nenhum outro agente, cooperativa, empresa, enfim, nada para desenvolver a região. Eles precisaram tomar uma iniciativa própria.”
Essa iniciativa resultou em 50 anos de uma grande empresa que trouxe transformação para diversas regiões. “A Coamo transformou comunidades e a vida das pessoas gerando oportunidades em mais de 70 municípios, levando progresso, conhecimento e desenvolvimento”, destaca Galinari.
Airton Galinari ressalta que a Coamo tem grandes desafios pela frente. “Estamos passando por um momento de transformação, uma mudança no modelo de gestão. Esse é um grande desafio, é um modelo pensado para a sucessão e perpetuação da cooperativa, e com a responsabilidade de manter os seus princípios. Temos esse compromisso com os cooperados, capitaneado pelo Dr. Aroldo, que foi quem escolheu um modelo profissional, para dar flexibilidade à essa gestão.”
Outro desafio, conforme o presidente Executivo, é manter o desenvolvimento da cooperativa. “A diretoria Executiva precisa manter o compromisso de continuar transformando as comunidades e a vida das pessoas, levando produtos de qualidade e tecnologia para os cooperados. Precisamos manter a Coamo moderna e atualizada.”
Galinari acrescenta que a Coamo deu certo por causa dos seus valores, implantados e enraizados desde a fundação. “Seguramente os valores da cooperativa são o seu grande patrimônio. A Coamo sempre foi conduzida com seriedade, responsabilidade, honestidade e, com isso, acumulamos um patrimônio moral, que hoje é um dos grandes alicerces da cooperativa. O cooperado, o cliente e o funcionário, estão ligados diretamente e precisam saber o que é a Coamo. Quando se fala da Coamo seja qual for o agente que se relaciona, ele sabe que está falando de compromisso.
Aqui, cumprimos e fazemos muito mais do que se promete”, assegura.
De acordo com Galinari, a Coamo oferece ao cooperado algo único no âmbito mundial. “Quando vamos à uma unidade da Coamo, o que encontramos lá não se encontra em lugar nenhum no mundo. Temos uma assistência técnica de qualidade, uma loja de peças onde ele pode adquirir tudo o que ele precisa no segmento de máquinas, peças, insumos de qualidade dentro do prazo e com um preço justo. Tem uma cooperativa de crédito dos cooperados da Coamo, a Credicoamo. Tem uma instalação operacional para entregar a sua produção com segurança. Esse pacote não existe no mundo. Por isso, a Coamo é a casa do cooperado.”
Esse pacote de serviços gera uma relação de união, conforme o presidente Executivo. “Com o modelo cooperativista, ele se une e faz melhor. Por isso dizemos que a Coamo é a extensão da casa do cooperado. É uma relação de confiança e segurança que a Coamo oferece e, com isso, ela tem a contrapartida do cooperado na operação integral na sua cooperativa”, diz Galinari
HISTÓRIA - Sobre a sua história na Coamo, Airton Galinari conta que a cooperativa representa toda a sua vida profissional. “Estou há quase 34 anos na cooperativa, passei por diversas áreas, onde conheci muito bem como a Coamo opera, e quais são suas áreas de atuação e como que ela chega até seu cooperado. É muito gratificante, porque é uma história social, mas é um social que, claro, tem que ter resultado, porque ela faz a parte social do cooperado e transfere resultados para a atividade do cooperado.”
Ele enfatiza que a Coamo é uma extensão da atividade do cooperado, daquilo que ele faria com dificuldade sozinho e que unido a sua cooperativa consegue fazer diferente. “Ele consegue acessar mercados internacionais e industrializados, algo que sozinho não faria. É muito gratificante ver essa transformação que é levada até as comunidades que a Coamo participa e, principalmente, para seu cooperado.”
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Ana Maria de Araújo Santim |
São 50 anos construídos que consolidaram a Coamo no cooperativismo e no agronegócio. Mas, como sempre diz o idealizador, José Aroldo Gallassini, a Coamo não foi feita para uma geração, e sim para sempre. Todos podem envelhecer, mas a Coamo precisa continuar nova e moderna. Por esta razão, a cooperativa desenvolve diversos programas de capacitação de jovens associados, que serão o futuro dessa história. Muitos já são o presente e se sentem entusiasmados com a missão de continuar escrevendo as páginas desta história.
Ana Maria de Araújo Santim, de Campo Mourão (Centro- -Oeste do Paraná), é uma jovem cooperada da Coamo. Ela é associada há nove anos e chegou na cooperativa motivada por uma necessidade. “Quando meu pai faleceu eu precisava continuar os negócios da família com segurança. Como eu não tinha experiência, precisava de um amparo. Eu decidi assumir, mas precisava de um lugar que me desse solidez e competência. Foi quando me cooperei na Coamo em 2011.”
Na ânsia de sempre fazer um trabalho de qualidade, Ana Maria revela que com a Coamo conquistou esse objetivo. “Eu queria fazer as coisas bem feitas e apesar de ser formada em agronomia, sozinha não conseguiria, pois gerenciar uma propriedade é bem diferente, e eu não tinha mais a experiência do meu pai ao meu lado.”
Para a cooperada que também participou do curso de formação de Jovens Líderes Cooperativistas, a Coamo ajudou a transformar a sua vida. “Aqui também tem um pouco da minha história. O trabalho com a Coamo transformou a minha propriedade, pois em todos os projetos que eu realizei, tive o suporte da cooperativa. Inclusive, tenho mais projetos em desenvolvimento com a Coamo.”
Ana Maria Santim acredita que os jovens associados da Coamo têm muita vontade de trabalhar e continuar a construir essa história. “Temos sede de conhecimento e informações. As tecnologias estão sempre evoluindo e queremos acompanhar essa mudança. O melhor de tudo isso, é que a Coamo acompanha essa evolução e nos apresenta essas novidades. Então, o futuro para nós não tem limite, queremos trabalhar e produzir cada vez mais, e continuar construindo a nossa história, das nossas famílias e da cooperativa."
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Ana Maria Santim integrou o programa de Formação de Jovens Líderes |
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Emílio Magne Guerreiro Júnior |
Emílio Magne Guerreiro Júnior, de Farol (Centro-Oeste do Paraná) é um jovem cooperado engajado nos assuntos da cooperativa. Ele é associado há 12 anos e membro do conselho de Administração. Seu avô e seu pai também são cooperados e eles vivem na família a prática de que o cooperativismo transforma vidas. “A Coamo é algo bem família. Eu era criança e vinha na Coamo com meu pai. Hoje, assumindo mais os negócios, vejo que isso foi acontecendo naturalmente. A Coamo faz parte da nossa vida e não me vejo trabalhando sem a cooperativa.”
O cooperado lembra que a Coamo esteve durante toda a trajetória da família. “Começou com meu avô que saiu do café e começou a trabalhar com o algodão. Depois, veio a soja, e o tempo inteiro a Coamo estava junto. Ela trazia o conhecimento técnico, nos ensinando as novas tecnologias e, assim, crescemos juntos com a Coamo, no mesmo caminho. Por isso, que eu falo que é família, está o tempo todo junto.”
O jovem associado ressalta a importância da relação de confiança que existe entre os associados e a cooperativa. “A Coamo confia na gente, ela compra os melhores insumos para nós utilizarmos a melhor tecnologia. Nós usamos, produzimos e entregamos com a certeza de que a cooperativa fará o melhor comércio para nós. É tudo junto e ligado, um faz parte do outro”, destaca.
Para Emílio Júnior o cooperativismo permite que o pequeno produtor se torne grande. “Confiamos na cooperativa, pois ela trabalha para nós. É um crescimento com foco no associado. Eu aprendi o cooperativismo aqui e eu acredito muito nesse modelo de gestão. São 29 mil cooperados puxando para o mesmo lado, trabalhando com o mesmo objetivo, buscando produtividade e desenvolvimento, e a Coamo dá esse suporte para nós. Ela nos representa. Quantas safras eu teria que colher para encher um navio? Juntando todos nós, realizamos um comércio direto e sem riscos.”
Os jovens associados são o futuro da cooperativa e têm a missão de continuar essa história. “Temos um exemplo de gestão e gerenciamento que não existe no mundo. Se mantermos os nossos princípios e os ensinamentos que aprendemos, conseguiremos crescer. Temos o respaldo da nova diretoria executiva, com profissionais treinados dentro da cooperativa. Isso nos dá tranquilidade, pois podemos fazer o que sabemos de melhor que é plantar e colher, e deixamos a diretoria para fazer o que sabe de melhor, que é negociar e administrar a cooperativa", avalia.
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Emílio com a esposa Stefhany participam ativamente da cooperativa |
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