Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 512 | Abril de 2021 | Campo Mourão - Paraná

SOLO MAIS PRODUTIVO

Solo corrigido, produção sustentada

Família Corniani, de Faxinal (PR), fez um planejamento de seis anos de investimento em práticas que visam melhorar o sistema produtivo

A agricultura de precisão é uma aliada para os cooperados que buscam elevar a produção, corrigir o solo com mais eficiência e menor custo. Os resultados desse investimento foram percebidos de maneira mais evidente nesta safra de verão em regiões atingidas pelas adversidades climáticas.

Evandro Cristhian Corniani trabalha em parceria com o pai Pedro, o irmão Júlio César e o sobrinho Pedro Raphael. Juntos, eles cultivam um total de 295 alqueires em Faxinal e Cruzmaltina (Centro-Norte do Paraná). A família fez um planejamento de seis anos de investimento em práticas que visam melhorar o sistema produtivo. Eles estão no terceiro ano de trabalho. “Estamos na metade do nosso planejamento e já vemos uma grande evolução. A agricultura de precisão e a rotação de culturas são as principais práticas adotadas”. A propriedade foi dividida em três talhões. No verão, toda a área recebe soja e a segunda safra é com milho, trigo e aveia.

Evandro Corniani conta que a adoção da agricultura de precisão foi por uma necessidade de aumentar a produtividade que estava estagnada

Júlio César, Pedro Raphael, Evandro e Pedro. Família Corniani trabalha unida em prol da produção e conservação do solo

Cooperado, Evandro Coriani, e o engenheiro agrônomo, André Felipe Biazim dos Santos

O cooperado conta que a adoção da agricultura de precisão foi por necessidade de aumentar a produtividade que estava estagnada. “As médias vêm aumentando, menos nessa safra que sofreu com as adversidades climáticas. Contudo, ainda colhemos 168 sacas por alqueire, que consideramos boa.”

Além disso, o cooperado conta que o objetivo é diminuir custos. “A agricultura de precisão é um investimento. Tivemos uma economia de 50% na aplicação de calcário, por exemplo, depois de fazer as análises de solo. No final, fica mais barato do que fazer a aplicação com taxa fixa na propriedade”, assinala Evandro.

Ele conta que com a agricultura de precisão é possível utilizar produtos para a correção de solo na quantidade certa e nos locais que realmente precisam dos corretivos. “Nosso projeto é chegar em 200 sacas de média. Se não fossem as adversidades desse ano, poderíamos alcançar 200 sacas geral da propriedade. Em alguns talhões já temos essa média, mas queremos que seja uma realidade da propriedade toda e com custo baixo. A agricultura de precisão é a única ferramenta que temos para igualar a produtividade dentro de uma mesma propriedade”, observa o cooperado.

O engenheiro agrônomo, André Felipe Biazim dos Santos, da Coamo em Faxinal, ressalta que a evolução na produtividade é em função da atenção e cuidados que a família Corniani tem com o solo. “O solo recebe tudo o que precisa e isso faz toda a diferença, principalmente, em um ano como esse, de adversidades climáticas.”

O agrônomo diz que a propriedade da família Corniani registrou produtividade acima da média na região de Faxinal, reflexo do investimento realizado. “A agricultura de precisão faz com que sejam utilizados produtos corretivos para o solo no momento e na dose certa.”

O agrônomo lembra que em anos de clima bom, a maioria dos produtores colhem bem, mas em períodos de adversidades climáticas é que se vê a diferença entre quem investe mais. “Costumamos dizer que 50% da colheita vem de um plantio bem-feito, com solo e todos os nutrientes que a planta necessita para se desenvolver. É o que eles estão buscando na propriedade.”

A rotação de culturas é outra prática adotada pela família, e gera bons resultados para o sistema de produção. Segundo o agrônomo, na área que será plantado trigo neste ano, ainda é possível encontrar a palhada da soja colhida recentemente e do milho segunda safra cultivado no ano passado. “Isso mostra que a rotação de culturas está sendo eficiente”, assinala Santos.

Engenheiro agrônomo, Álvaro Ricardo Moreira, e o cooperado, Paulo Egredia, mostram a palhada deixada na área

Correção do solo como alternativa para pequenas áreas

A agricultura de precisão é viável em qualquer propriedade, seja pequena média ou grande. O cooperado Paulo Egredia é um bom exemplo de que em áreas pequenas, a prática ajuda a aumentar a produtividade. Ele colheu nesta safra 184 sacas de soja por alqueire, mesmo num ano adverso. A área do cooperado é de 4,5 alqueires.

Ele fez a agricultura de precisão há quatro anos, e desde então viu a produtividade subir. “A agricultura de precisão foi fundamental para a melhoria da terra. Antes, colhia 140 / 150 sacas por alqueire”, conta. De acordo com ele, todo o trabalho é realizado com orientação da assistência técnica da Coa - mo. No local que a soja foi colhida, será cultivado trigo.

Segundo o engenhei - ro agrônomo, Álvaro Ricardo Moreira, da Coamo em Faxinal, a adversidade climática com - prometeu a produtividade da soja e o cooperado que utili - zou mais tecnologia teve um melhor resultado. “A média no município foi de 150 sacas de soja por alqueire e o Paulo co - lheu acima de 180 sacas. Ele tem essa preocupação com o solo, de melhorar a fertilidade e vem colhendo os frutos dos investimentos.”

O agrônomo destaca que a agricultura de precisão é uma ferramenta importante para o cooperado que busca aumento da rentabilidade. “Às vezes se tem a ideia de que a análise e a correção do solo são somente para áreas médias e grandes. Na verdade, a agricul - tura de precisão é viável para qualquer tamanho de proprie - dade”, pondera.

Ele diz que com a agri - cultura de precisão é possível saber a realidade da área e fa - zer as correções somente onde é necessário. “É possível valori - zar as áreas que já tem uma fer - tilidade boa e melhorar onde precisa. Isso é um fator impor - tante porque reflete na econo - mia de fertilizantes.”

Cooperado Paulo Egredia, de Faxinal (PR), é um bom exemplo de que em áreas pequenas, a agricultura de precisão ajuda a aumentar a produtividade
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