Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 512 | Abril de 2021 | Campo Mourão - Paraná

SUCESSÃO NO CAMPO

Sucessão familiar no campo

Família Paschoal de Cruzmaltina (PR) está passando pelo processo de sucessão no campo. Os irmãos Dorival e Daniel receberam do pai a missão de dar continuidade aos trabalhos da família e agora estão preparando os filhos Silvano (Dorival) e Maria Caroline e Lucas (Daniel)

O processo de sucessão familiar é um dos desafios no campo. Segundo dados do IBGE, 30% das propriedades rurais chegam na segunda geração, e menos de 5% chegam na terceira geração. Uma das causas é a falta de gestão continuada, onde se forma o sucessor, não o herdeiro.

O desinteresse dos filhos em aprender à administrar se torna um problema para o patriarca. Por trás de toda propriedade, existe uma história, que não deve ser apagada. Na sucessão familiar no agronegócio, é comum que o patriarca determine um dos filhos para ‘passar o bastão’, ou seja, assumir a gerência da propriedade. É importante que o sucessor esteja interessado e disposto a assumir a responsabilidade e se capacitar para tal.

Nas propriedades da família Paschoal, em Cruzmaltina (Centro-Norte do Paraná), os irmãos Daniel e Dorival já preparam os filhos para administrar as terras. Daniel não pensa somente na propriedade, mas no futuro dos dois filhos, Maria Caroline e Lucas Paschoal.

Daniel Paschoal acredita que a agricultura é um bom negócio, e está ensinando aos filhos tudo que aprendeu. “Após todos esses anos trabalhando na roça, é necessário encontrar alguém para dar continuidade. Vejo que eles estão gostando, se interessando e aprendendo as atividades no campo. Além disso, eles têm mais facilidade com tecnologia”, acrescenta o cooperado.

Lucas, o filho mais novo, participou em 2020 do curso Jovens Líderes Cooperativistas, promovido pela Coamo. “Gostei bastante de participar, principalmente da parte de planejamento. Tudo que se faz de maneira planejada tem mais chance de dar certo. O curso foi nota dez, aprendi bastante, e tem ajudado muito no processo de sucessão.

Além disso, quero ser igual ao meu pai e dar continuidade no trabalho dele, junto com minha irmã.”

Daniel Paschoal com os filhos Maria Caroline e Lucas Dorival Paschoal com o filho Silvano

A primogênita, Maria Caroline, resolveu se especializar na área e cursou a faculdade de Engenharia Agrícola. Seguindo o exemplo do irmão, iniciou o curso de Jovens Líderes nesse ano e tem uma grande expectativa. Ela, que já auxilia na parte administrativa da propriedade, quer ajudar cada vez mais o pai na lavoura. “O curso ajuda muito a planejar a safra, ver custos, onde estamos tendo lucro ou prejuízo, além da parte de gestão de pessoas. A expectativa é melhorar ainda mais o que eu já sei, e colocar tudo em prática”, explica a jovem, que ouve os ensinamentos do pai e quer continuar cuidando da administração da propriedade.

Para Daniel, é uma satisfação ver o interesse dos filhos em fazer o que o ele faz, porque enxerga uma oportunidade na área agrícola, e tem espaço para os dois trabalharem, até mais do que na cidade. Segundo ele, há uma falta de pessoas capacitadas para trabalhar na agricultura, e vê o curso Jovens Líderes Cooperativistas como um incentivo aos jovens para sucessão.

Dorival e Silvano Garcia Paschoal, pai e filho, são parceiros na lavoura. Dorival, junto com o irmão Daniel, cultiva por anos a lavoura que era do pai. Dorival sempre incentivou o trabalho no campo e assim, Silvano aprendeu a gostar e participar no dia a dia da propriedade. “É um orgulho ter um filho que se interessa pela agricultura. Ele está desde criança ao meu lado, na lavoura. É o responsável pelo maquinário e estou passando a parte de insumos para ele. Conversamos a respeito de tudo, para tomarmos decisões juntos. Fico contente que meus filhos se interessem pela agricultura e darão continuidade ao meu trabalho”, conta o agricultor.

Silvano foi inserido no campo desde criança e está dando continuidade ao trabalho. “Desde pequeno gosto de lidar com a agricultura, é uma satisfação continuar o que meu pai vem me ensinando”, aponta Silvano. Ele conta que trabalham em parceria com a Coamo e fazem parte do quadro de cooperados desde antes da cooperativa chegar à Cruzmaltina, mudando a vida da família em questão de produção e tecnologia.

Para o engenheiro agrônomo, Rodrigo Santos Feijó de Góes, de Cruzmaltina (Centro- -Norte do Paraná), a sucessão de maneira correta implica em bons resultados na lavoura. “A sucessão introduz uma mentalidade nova no sistema. Os filhos têm acesso facilitado à tecnologia, o que resulta em novos patamares de eficiência e produtividade. A sucessão está sendo muito bem- -feita nessa família”, afirma o engenheiro agrônomo.

Lucas participou no ano passado do curso de Formação de Jovens Líderes Cooperativas da Coamo e a irmã, Maria Caroline, está participando da turma 2021
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