Atualmente, o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo. Para isso, o Brasil utiliza 71 milhões de hectares para a agricultura e 180,2 milhões de hectares para pecuária (pastagens nativas e plantadas). Ou seja, 251,2 milhões de hectares do território brasileiro estão voltados a produzir alimentos para o Brasil e o mundo.
Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicam que o Brasil deve produzir um volume total de 265,7 milhões de toneladas, um incremento de 4% ou 10,3 milhões de toneladas em relação à safra anterior. O destaque ficou por conta da soja, com aumento de área semeada de 3,8%, e para a safra do trigo, com perspectiva de produção de 7,9 milhões de toneladas. A produção total de milho, considerando a primeira, segunda e terceira safras, está estimada em 112,3 milhões de toneladas.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), até 2050, estima-se que o crescimento da produção terá que ser de 40%, para atender a demanda global, considerando a projeção de dois bilhões de pessoas a mais no mundo. Ainda segundo o Mapa, um dos fatores fundamentais para este crescimento vem da inovação, pesquisa e produção de fertilizantes.
Partindo desse princípio, o fertilizante é um insumo indispensável na produção agropecuária brasileira, para atender a demanda nacional e mundial. De acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), houve um aumento nos volumes entregues em 2021. Foram 45.855.000 toneladas no ano, 13% a mais que em 2020.
O Brasil é um grande consumidor global de fertilizantes, porém, possui apenas 2% da produção global. Segundo análise da consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, o país é suprido em grande parte por importações, que atendem de 80 a 85% a demanda brasileira.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em um contexto mundial de incertezas devido a guerra entre Rússia e Ucrânia, está adotando medidas para garantir a oferta do produto de forma a ampliar a competitividade do agro nacional. Uma delas foi a criação do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF). A estratégia traz medidas para os próximos 28 anos (2050), focadas em diminuir a atual dependência do produtor rural em relação aos fertilizantes importados e aumentar a produção nacional.
“O PNF pretende estruturar uma política nacional, fortalecendo a pesquisa científica, reaproveitando resíduos orgânicos e minerais e aumentando a exploração de jazidas de fósforo e potássio. Em suma, as políticas públicas para ampliar a produção nacional de fertilizantes são fundamentais para sustentar o crescimento do agro brasileiro e garantir a segurança alimentar para o Brasil e para o mundo, promovendo a soberania agrícola de nosso país”, afirma a ministra Tereza Cristina.
O Brasil ocupa o 4ª lugar no mundo, com aproximadamente 8% do consumo global de fertilizantes, sendo o potássio o principal nutriente utilizado pelos produtores nacionais (38%). O segundo nutriente mais usado é o fósforo (33%), e o nitrogênio, o terceiro, com 29%. Os três formam a sigla NPK, utilizada no meio rural. A soja, o milho e a cana-de-açúcar são as culturas que mais demandam o uso de fertilizantes, somando mais de 73% do consumo nacional.
Para o Governo, o PNF buscará readequar o equilíbrio entre a produção nacional e a importação, diminuindo a dependência de importações, em 2050, de 85% para 45%, mesmo que dobre a demanda por fertilizantes.
Fertilizantes são substâncias que fornecem nutrientes para o desenvolvimento das plantas via solo ou foliar. Sua função é aumentar a produtividade e garantir produtos saudáveis, fornecendo o equilíbrio certo de nutrientes ao solo.
TIPOS DE FERTILIZANTES
Fertilizantes Nitrogenados: Ureia, SAM (sulfato de amônia), NAM (nitrato de amônia)
Fertilizantes fosfatados: MAP (fosfato monoamônico) , DAP (fosfato diamônico), NP (mistura nitrogênio e fosforo)
Fertilizantes Potássicos: KCL (cloreto de potássio)
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