Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 530 | Novembro de 2022 | Campo Mourão - Paraná

GOVERNANÇA

Os 52 anos da Coamo e os 33 anos da Credicoamo

"Os cooperados da Coamo e Credicoamo são os mesmos, e são privilegiados por ter ao seu lado um eficiente cooperativismo de produção e de crédito."

JOSÉ AROLDO GALLASSINI,

Presidente dos Conselhos de Administração Coamo e Credicoamo

Os mais de 30 mil cooperados da Coamo, dos quais mais de 24 mil são associados da Credicoamo, são a razão da existência e do trabalho promovido diariamente pelas duas cooperativas. Juntos com os mais de nove mil funcionários, representam o sucesso de um duplo cooperativismo – agropecuário e de crédito, que é referência no país.

A nossa missão é agregar renda aos cooperados com o desenvolvimento sustentável do agronegócio e com soluções financeiras sustentáveis, as quais fazem parte do nosso dia a dia com as nossas Diretrizes Corporativas.

Lembro muito bem do início e dos trabalhos que culminaram com o surgimento da Coamo e da Credicoamo. Quando nos reunimos e fundamos as duas cooperativas tínhamos o objetivo de que pudessem alcançar todos os produtores e atender as suas necessidades nas áreas da Agropecuária e de Crédito. Este trabalho foi muito feito ao longo das últimas décadas, pois de 29 associados da Credicoamo em 1989, hoje já são mais de 24 mil, e dos 79 fundadores da Coamo somos mais de 30 mil.

Jamais imaginamos que elas teriam este crescimento vertiginoso, o elevado grau de participação dos cooperados e a grande prestação de serviços para o desenvolvimento e melhoria das suas atividades.

Os cooperados da Coamo e Credicoamo são os mesmos, e são privilegiados por terem ao seu lado um eficiente cooperativismo de produção e de crédito. Desta maneira, eles têm uma caminhada de êxito, com valores bem definidos, que consolidam e impulsionam o crescimento das suas atividades, resultando no desenvolvimento e na melhoria da produção com a conquista de renda, qualidade de vida e na felicidade de milhares de pessoas que vivem o cooperativismo no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

Os valores da Coamo e da Credicoamo com as Diretrizes Corporativas são claros, conhecidos, bem-definidos e praticados no dia a dia. Assim, com “Ética, transparência e honestidade de princípios”, “Responsabilidade, segurança e solidez”, e “Equidade, respeito e valorização do ser humano” consolidamos um cooperativismo que trabalha, pensa e age no sentido de buscar o melhor para os associados e familiares.

Tanto a Coamo quanto a Credicoamo não foram criadas para umas ou duas gerações, mas para toda uma vida. Por isso, é que elas estão estruturadas e adequadas para beneficiar os associados tanto na produção e no agronegócio, quanto no crédito.

Com orgulho, comemoramos os 52 anos da Coamo e os 33 anos da Credicoamo praticando um cooperativismo moderno, sólido e seguro. Parabéns, cooperados e funcionários! Juntos vencemos muitos desafios, e juntos estamos preparados para superar as metas do futuro.

EM REUNIÃO DE CAMPO, DIRETORIA APRESENTA RESULTADOS AOS COOPERADOS

Aquiles de Oliveira Dias, diretor de Suprimentos e Assistência Técnica; Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo; José Aroldo Gallassini, presidente dos Conselhos de Administração da Coamo e da Credicoamo; Alcir José Goldoni, presidente Executivo da Credicoamo; e Rogério Trannin de Mello, diretor Comercial

A Coamo realizou a Reunião de Campo do 2º semestre de 2022 no formato virtual. Todos os anos, desde a fundação da Coamo, são realizadas duas reuniões por ano. Em 2022, foram realizadas duas reuniões no 1º semestre, uma virtual e outra presencial, em junho, marcando uma retomada pós pandemia. A do segundo semestre foi mantida on-line pelo canal da cooperativa no YouTube. O objetivo da Reunião de Campo é levar informações atuais para o cooperado, sobre a Coamo, Credicoamo e a Via Sollus Corretora de Seguros. Entre os assuntos está o cooperativismo, comercialização dos produtos agrícolas e a situação econômica do Brasil. Participaram da reunião José Aroldo Gallassini, presidente dos Conselhos de Administração da Coamo e da Credicoamo; Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo; Alcir José Goldoni, presidente Executivo da Credicoamo; Rogério Trannin de Mello, diretor Comercial; e Aquiles de Oliveira Dias, diretor de Suprimentos e Assistência Técnica.

É sempre importante falar sobre cooperativismo e enfatizar os princípios e conceitos do sistema, conforme ressaltou Gallassini. “O cooperado precisa conhecer bem o seu negócio e isso parte do conhecimento sobre o cooperativismo. Uma sociedade de pessoas, que não visa lucro, onde todos têm o mesmo valor. Sem contar, que a cooperativa seguindo seus princípios, visa a igualdade, a educação e o desenvolvimento das pessoas que fazem parte.”

O presidente também apresentou a estrutura atual da Coamo, que conta com mais de 30 mil cooperados. “São mais de 140 mil pessoas envolvidas. É uma grande cidade administrada por mais de oito mil funcionários em uma área de cinco milhões de hectares cultivados”, destaca Gallassini.

Além disso, ele falou sobre a situação econômica do Brasil. “Em 2022 a inflação está em 5,88%, a taxa Selic em 13,75% e o Produto Interno Bruto (PIB) em 2,8%. Sobre o PIB, inclusive, já foi até abaixo disso. Esses valores são um privilégio para o Brasil, em face da pandemia, pois de forma inédita, a inflação ficou abaixo dos Estados Unidos e o PIB está bom também. Além disso, o dólar está num valor bom para nós, pois quando exportamos, quanto mais alto, mais volume temos de recurso. Para nós, é importante ele estar num valor que dá um preço bom em relação ao custo do nosso produto.”

Coamo anuncia antecipação de sobras de R$220 milhões

A antecipação de parte das sobras de cada Exercício já é uma tradição na Coamo. A diretoria anunciou aos cooperados durante a Reunião de Campo o valor de R$ 220 milhões a serem distribuídos no dia 05 de dezembro para os mais de 30 mil cooperados, conforme a movimentação de cada um na cooperativa. Serão antecipados R$ 0,80 para a soja, R$ 0,30 para o milho, R$ 0,30 para o trigo e 1,80% para os insumos retirados até 20 de novembro.

Na oportunidade, a Credicoamo também anunciou o pagamento dos juros sobre o capital aos associados, no valor superior a R$ 34 milhões. O valor será pago no dia 12 de dezembro, em todas as agências da cooperativa de crédito. Os cooperados que têm os Aplicativos Coamo e Credicoamo poderão acessar o valor depositado diretamente nos aplicativos.

A respeito dos juros sobre o capital da Credicoamo, uma novidade implantada no ano passado, beneficia a todos de duas formas: primeiro pelo retorno do valor ao associado e, segundo, por meio da capitalização da Credicoamo, que terá mais recursos para financiar os próprios associados.

O presidente dos Conselhos de Administração da Coamo e Credicoamo, José Aroldo Gallassini, destaca que a tradição de antecipar as sobras é um benefício comemorado pelo quadro social. “Os cooperados sabem que dezembro é o mês de antecipação das sobras, é um momento aguardado, e isso só é possível devido a solidez das cooperativas [Coamo e Credicoamo]”, frisa.

Cooperativa como agente de desenvolvimento

Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo

Airton Galinari, presidente Executivo da Coamo, ressalta que a Coamo é uma importante agente de desenvolvimento para os cooperados. De acordo com ele, a cooperativa tem um compromisso com os cooperados proporcionando assistência técnica e creditícia; tecnologia, pesquisa e difusão de conhecimento; aumento de produtividade, diversificação e aumento de renda da propriedade; redução de custos; distribuição de renda; melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente; e desenvolvimento cultural do cooperado e da sua família. “Nessas mais de cinco décadas de existência, a Coamo ajudou a mudar a realidade de várias regiões. Em todas as cidades que a Coamo está presente, houve importante transformação”, comenta.

Ele lembra que a cooperativa se instala em um município com toda a sua estrutura de serviços e benefícios. “A Coamo leva toda a sua estrutura e a sociedade se beneficia també. A cooperativa precisa que o cooperado participe de forma ativa para se manter fortalecida”, frisa.

Entre os benefícios oferecidos pela Coamo, Galinari destaca a distribuição anualmente de sobras aos cooperados; a Credicoamo como agente financeiro e a Corretora de Seguros Via Sollus; Modalidades diferenciadas no mercado para fixação da produção, em tempo real e com pagamento à vista; Comercialização de produtos agrícolas e industrializados (mercados interno e externo); Estruturas ágeis para recebimento, armazenagem e transporte da produção; Introdução de novas tecnologias por meio da Assistência Técnica; Fazenda Experimental de Campo Mourão/PR e Dourados/MS; Programa de Correção do Solo; Portifólio de produtos agrícolas e pecuários das principais marcas, com preços e prazos atrativos; Ações sociais e capacitação técnica para os cooperados e seus familiares; Site de Máquinas Usadas; Programa Gestor Rural; Aplicativo Coamo; Programa Conectividade.

Outro ponto destacado pelo presidente Executivo é a industrialização realizada pela Coamo. “A Coamo industrializa praticamente todos os produtos que recebe dos cooperados, agregando mais valor à produção. Os alimentos são comercializados em vários pontos de venda e carregam a qualidade e o nome da Coamo”, comenta.

ALGUNS DOS BENEFÍCIOS DE SER COOPERADO COAMO

  • Sobras distribuídas aos cooperados
  • Agente financeiro Credicoamo
  • Corretora de Seguros Via Sollus
  • Modalidades diferenciadas no mercado para fixação da produção
  • Comercialização de produtos agrícolas e industrializados
  • Estruturas ágeis para recebimento, armazenagem e transporte da produção
  • Introdução de novas tecnologias por meio da Assistência Técnica

  • Fazenda Experimental de Campo Mourão/PR e Dourados/MS
  • Programa de Correção do Solo
  • Portifólio de produtos agrícolas das principais marcas
  • Ações sociais e capacitação técnica para os cooperados e seus familiares
  • Site de Máquinas Usadas
  • Aplicativo Coamo e Programa Gestor Rural
  • Programa Conectividade

Credicoamo, o pilar financeiro

Alcir José Goldoni, presidente Executivo da Credicoamo

Alcir José Goldoni, presidente Executivo da Credicoamo, explica que em termos de serviços e produtos, uma cooperativa de crédito é semelhante ao banco. “Contudo, o que diferencia é a forma de trabalhar. No caso da Credicoamo, atende as necessidades dos associados que são cooperados da Coamo”, observa.

A Credicoamo oferece Conta Corrente / Cheque especial e Aplicações Financeiras, e faz operações de crédito direcionadas para o custeio agrícola e pecuário, comercialização agrícola, investimentos agrícola e pecuário, capital de giro e financiamentos de carros e caminhões. Também oferece programa socioambiental e climático como: moradia feliz / crédito fundiário, sistema de energia solar, conectividade rural e urbana, qualidade de vida e meio ambiente e mobilidade sustentável. “São programas que beneficiam toda a família associada para que possam desenvolver suas atividades de forma sustentável”, frisa.

Os canais digitais proporcionam mais segurança, praticidade e rapidez para as transações financeiras, possibilitando que o associado faça as operações de qualquer lugar. São ferramentas que facilitam o dia a dia, mas que requerem cuidados para evitar golpes. Durante a reunião, o presidente Executivo lembrou que a Credicoamo e a Coamo não enviam cobrador e nem empresa que faz cobrança, não ligam pedindo números do cartão, da conta ou da senha, não passam mensagens para acessar arquivo de segurança e não ligam para confirmar se usou o cartão de crédito. “Muito cuidado com seu celular, ele facilita seu dia a dia, mas pode também facilitar o golpista”, alerta Goldoni.

O presidente relembrou os números do seguro agrícola para a safra de verão. “É um percentual significativo de acionamentos e todos os associados foram indenizados.” A cultura da soja contou com 5.269 apólices e 4.300 acionamentos e do milho 438 apólices e 275 acionamentos. No caso da soja o número de acionamentos representa 81,6% das apólices e do milho 62,8%. “Foram pagos mais de R$ 849,07 milhões em seguro agrícola. São valores que confirmam a importância de o associado inserir o seguro agrícola na contração dos insumos”, frisa.

A safra de inverno também teve problemas climáticos e os seguros já ultrapassam 29,4% de acionamento para o milho segunda safra e 47,3 para o trigo. “Foram indenizados R$ 37,60 milhões e as projeções é de que esse montante chegue a R$ 100 milhões até o final de todo o processo de avaliações”, revela Goldoni.

Comercialização dos principais produtos

Rogério Trannin de Mello, diretor Comercial

Assunto que sempre chama a atenção dos cooperados é o mercado agrícola. Sobre o assunto o diretor Comercial da Coamo, Rogério Trannin de Mello, trouxe detalhes sobre o cenário mundial da soja, milho e trigo. Sobre o recebimento em 2021 e 2022 e o volume de estoque de passagem dos cooperados.

Trigo

A área plantada do trigo diminuiu um pouco no mundo. “Mas, no Brasil houve um aumento de área e produtividade. No Paraná, por conta das chuvas, teve perda de qualidade e a produtividade caiu uns 10%. A Argentina que vende trigo para o Brasil teve uma seca grande e por isso, terão uma disponibilidade muito menor. Destaque para a Ucrânia que achávamos que devido a guerra iria produzir metade do que foi produzido no ano anterior, acabou produzindo relativamente bem. A Rússia devido as boas condições climáticas aumentou a produtividade e está substituindo a Argentina como exportador”, explica Trannin.

O Brasil importa seis milhões de toneladas de trigo. Esse ano estaria consumido 12,28 milhões de toneladas. “A Argentina vai conseguir nos abastecer nos primeiros meses, mas no final do ano safra, no primeiro semestre do ano que vem, vamos ter que ter trigo de outra origem, pois não vão conseguir nos atender. Sem contar, que parte desse aumento será para trigo/ração em função da qualidade”, revela o diretor.

Milho

Sobre o milho, Rogério lembra que o valor subiu de preço em 2020/21 quando a China veio ao mercado comprar volumes expressivos. “Eles saíram de 5 milhões e chegaram a mais 30 milhões. Agora, já estão cedendo um pouco da área que tomaram, pois já atendeu aquela demanda com a alta de preços que aconteceu nos últimos dois anos.”

No Brasil, Trannin recorda que no ano passado houve uma quebra na produção de 112 milhões de toneladas. “Estamos indo para esse ano para 126 milhões de toneladas e tivemos uma exportação muito boa. O último relatório da Conab de novembro, diz que devemos exportar esse ano 38,5 milhões. Mas, contando os navios que já estão em porto dá para estimar que esse número será superado para 42 milhões de toneladas, no ano safra que é de fevereiro 2022 até janeiro de 2023. Esse estoque de passagem deve ficar menor, tornando o mercado interno dependente de uma boa safra de verão em março e abril de 2023. Para o ano que vem, se o clima contribuir, teremos um excedente ainda maior para exportar.”

Soja

A soja tomou essa área do milho, está saindo de 130, 94 milhões de toneladas em 2021/22 e indo para 135 milhões de hectares, um aumento de 4 milhões de hectares. “Basicamente é Brasil e Argentina recuperando o que perderam devido a seca. Estamos confiantes no Paraná, está tudo transcorrendo bem, a previsão é de La Ninã leve, e a preocupação é maior com a Argentina e Rio Grande do Sul.”

Oferta mundial

Com relação ao balanço de oferta e demanda mundial, esse aumento na produção de 355,59 para 390,53, não vai encontrar um aumento correspondente na demanda. “Isso implica num aumento dos estoques de 94,67 para 102,17 milhões de toneladas. Então haverá um excedente para o ano que vem que temos que ficar de olho”, considera o diretor Comercial.

Rogéro Trannin ainda esclarece que, “o Brasil estaria saindo de uma produção de 125,55 milhões em 2021/2022 para 153,55 em 2022/2023, e a exportação de 79,22 milhões de toneladas teríamos que subir para 96,62, é um aumento de 16 milhões na exportação e sabemos que a China deve ajudar com seis milhões de toneladas de aumento de importação. Logicamente, o Brasil teria que fazer um esforço de ganhar mercado de outro países da Argentina e dos Estados Unidos, para conseguir exportar esse volume todo”.

Recebimento na Coamo em 2021 e 2022

Segundo Trannin, em 2021 houve um recebimento de mais de 85.636.553 milhões de soja. A previsão era de 100 milhões, mas teve uma quebra em função de seca. O milho, foi muito afetado, esperava-se 50 milhões de sacas, e foram produzidas 28.703.190 milhões na segunda safra e o trigo, 8.259.757 milhões.

Em 2022, a soja realmente foi muito afetada pelas condições climáticas. “Esperávamos cem milhões de sacas e a quebra foi de 47%. Já na safra de inverno tivemos uma condição muito boa e o milho recuperou e fomos para quase 53 milhões no inverno, e o trigo deve chegar próximo a dez milhões de sacas. Poderíamos até receber 11 milhões, se não tivesse esse problema de chuva, mas ainda assim foi uma produção 20% superior à do ano passado. No global 121.508.659, quase 5 % a menos que ano passado”, analisa o diretor Comercial.

Produção a fixar

Com relação ao que ficou a fixar, Rogério Trannin, explica que o cooperado em 2022, fixou 100 milhões de sacas, então ainda tem um saldo a fixar da safra atual e de safras anteriores. “A soja está com 22.815.061 sacas a fixar. Esse número historicamente estaria em torno de 12 milhões de sacas. Então, tem um volume excedente, e é surpreendente, pois tivemos uma quebra, teríamos uma disponibilidade menor de produtos, e a lógica seria um volume menor a fixar. Está acontecendo o contrário.”

O milho tem 28.133.802 de sacas a fixar. “No total são 50 milhões de sacas em nossos armazéns que precisamos comercializar para receber a safra que chega”, enfatiza.

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