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Cooperada Tatiana Bastos Alves Brunsfeld, de Guarapuava (PR) |
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Cooperada Tatiana Bastos Alves Brunsfeld e o engenheiro agrônomo Wilson Aparecido Juliani. Coamo contribuiu para a transição do trabalho no campo |
Professora de matemática, Tatiana Bastos Alves Brunsfeld, de Guarapuava (Centro-Sul do Paraná), não imaginava os rumos que sua vida iria tomar. A família já trabalhava numa propriedade que foi herdada do avô e seus pais tocavam os negócios em parceria com seu irmão, formado em agronomia. Contudo, em 2013, o irmão de Tatiana faleceu e ela acabou assumindo a propriedade. A cooperada abandonou a sala de aula para somar no campo da produção. Uma situação difícil e de luto, mas que mostrou para ela que a força que carrega dentro de si é muito maior do que imaginava.
Na época, Tatiane desconhecia até mesmo as divisas da fazenda. “Era apenas um lugar de lazer e férias. Mas, quando meu irmão faleceu, vi meus pais numa situação muito complicada emocionalmente. Ele faleceu em março e precisamos começar a colheita. Eu não tinha noção nenhuma de como as coisas aconteciam. Mas aos poucos fui me inteirando e os compromissos que ele tinha assumido fizemos questão de honrar”, lembra a cooperada.
Ela revela que o apoio da Coamo foi e é muito importante. “Continuo contando com a cooperativa, mas nessa época foi mais forte ainda o apoio que eu recebi, porque eu não tinha noção de nada. Não sabia como que eram os processos. Eu e o meu marido assumimos a propriedade e fomos dando sequência ao trabalho. Com muito trabalho, dedicação e, principalmente apoio de muitas pessoas da equipe, fomos conseguindo desenvolver esse trabalho e hoje, em parceria com a Coamo, conseguimos alcançar ótimos níveis de produção.”
A cooperada deu seu toque e buscou a profissionalização da fazenda mudando o conceito para uma visão mais empresarial. “É preciso ter metas, trabalhar em equipe e buscar níveis de qualidade. E, principalmente, encontrar pessoas que estejam envolvidas nesse processo que começa, desde a escolha da semente até a entrega. É todo um processo em que todos têm que estar comprometidos com esses níveis de qualidade”, recomenda.
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Tatiana com o esposo Willy e o funcionário Antonio. Parceiros no desenvolvimento das atividades agrícolas |
O irmão de Tatiane foi preparado para cuidar da fazenda da família e segundo ela, era muito bom no que fazia. “Se não fosse essa situação, acredito que talvez eu não estaria aqui, ou se estivesse seria com um papel na parte administrativa. Meu irmão era muito bom tecnicamente e meu pai o preparou para isso. Mas, diante do que aconteceu me obriguei a mudar o rumo da minha vida.”
Apesar de tudo, Tatiane deu conta do recado e se superou. Uma conquista que só lhe traz sentimentos de gratidão. “Sou grata a muitas pessoas que me ajudaram e acreditaram em mim, pois sozinha não faço nada, é uma equipe. É um tipo de trabalho que ninguém faz sozinho.”
O campo também exige atualização constante, e por isso, Tatiane está sempre estudando. Recentemente ela participou do curso “Mulheres que semeiam”, e inclusive, foi a oradora. “O mundo de hoje exige muito dos profissionais, então temos que estar abertos às mudanças. Mas claro que toda a tradição, todos os ensinamentos que eu recebi do meu pai são valiosíssimos, principalmente os valores de ética, honestidade e trabalho, e principalmente o exemplo, como ele sempre diz, a palavra convence e o exemplo arrasta. Então é preciso estar aberto ao mundo em constante transformações. Não pode ficar repetindo o que era feito. O que era feito tem que servir para você como uma base para o teu trabalho, mas você tem que estar buscando inovações diariamente”, aconselha a cooperada.
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