Coamo Agroindustrial Cooperativa | Edição 530 | Novembro de 2022 | Campo Mourão - Paraná

CAPACITAÇÃO

MULHERES QUE SEMEIAM

Curso foi ministrado por Mariely Biff, consultora e especialista em sucessão e governança familiar no agronegócio

A Coamo realizou recentemente em Guarapuava (Centro-Sul do Paraná), a formatura do "Mulheres que Semeiam". Este é um programa da Coamo + Mulher, realizado pela Assessoria de Cooperativismo, que possibilita às participantes troca de experiências e o despertar do sentimento de pertencimento à cooperativa e a preparação para a gestão rural.

Simone Ribas Vargas, de Goioxim, também fez parte da turma e disse que cresceu muito como pessoa. “Sempre busco adquirir muito conhecimento. Tenho a mente aberta e esse curso ampliou ainda mais a minha visão sobre aspectos da gestão em família. É preciso sempre ter o diálogo, se não as coisas não funcionam. Não tenho palavras para descrever esse curso, pois foi muito gratificante estar aqui. Eu cresci muito e quero crescer cada vez mais.”

Um aspecto abordado no curso que fez toda a diferença para Simone, foi a sucessão. Para ela, a abordagem sobre o tema abriu um caminho em sua vida. “Eu cresci muito, pois não tinha essa visão da sucessão familiar. Mas foi muito bom para o meu crescimento pessoal e profissional. Dá muita vontade de participar novamente”, considera.

Outra participante foi Jussara Aparecida Cordeiro de Abreu, de Cantagalo. Ela é formada em Administração Rural e considera que o Mulheres que semeiam, foi como uma pós. “Um curso que abordou governança, sucessão, cooperativismo, dentre tantos outros temas de uma forma aprofundada, foi algo muito rico e que me ajudou bastante.”

Sobre a sucessão, Jussara já pensava, mas após participar do curso, conseguiu compreender mais sobre a temática para iniciar a abordagem em família. “Graças a Deus, ainda não passamos por este processo, mas quando acontecer, precisamos estar preparados e após o Mulheres que semeiam, sinto que podemos estruturar essa caminhada de uma forma tranquila e profissionalizada.”

Jussara Cordeiro de Abreu, de Cantagalo

Simone Ribas Vargas, de Goioxim

Para Mariely Biff, especialista em sucessão e instrutora do “Mulheres que semeiam”, em todas as possibilidades que teve de falar e de conversar com as mulheres, percebeu que foi muito positiva a recepção dos conteúdos para que elas pudessem aplicar de fato no negócio delas, sozinhas ou em parceria com a família. “Esse projeto é de fato, como diz o nome, de plantar uma sementinha para que também outras gerações possam vir a acolher os frutos de tudo que está sendo feito pelo negócio, pela propriedade, pela família, e eu acho que é uma iniciativa sensacional da Coamo, de fazer com que essas mulheres também sejam multiplicadoras nos locais que elas estão inseridas. O conhecimento emancipa a gente, então o foco é fazer com que outras mulheres tenham vez, voz e consigam modificar a realidade das suas famílias e dos seus negócios”, ressalta.

A instrutora menciona que existe uma estatística do Ministério da Agricultura e do IBGE, que aponta a existência de cinco milhões de propriedade rurais no Brasil, das quais 947.000 são comandadas por mulheres. “Acredito até que seja um número um pouco maior, pois algumas, não se consideram parte da gestão e que talvez colaborem em algumas áreas isoladas, mas fazem sim, parte da gestão. Temos muito que avançar. Os papeis são complementares, e não uma disputa de gênero, entre o homem e a mulher. Na verdade, temos que pegar o que cada um pode agregar e trazer para dentro do negócio. Assim, a propriedade cresce, a cooperativa cresce, e todos envolvidos crescem.”

O assessor de Cooperativismo da Coamo, José Ricardo Pedron Romani, explica que o objetivo do curso é olhar para o público feminino, uma vez que elas possuíam interesse maior em estar mais próximas da propriedade rural, da administração, da gestão, do planejamento e por vários motivos, de alguma maneira faltava essa ajuda profissional a elas, de capacitação profissional. “Baseado em muita conversa, pesquisa e solicitações de nossas cooperadas, esposas e filhas de cooperadas, buscamos formatar um curso em que abrangesse planejamento, gestão, capacitação, sucessão familiar, comunicação e junto com a Marielly Biff que é especialista nesse ramo, criamos esse curso.”

Romani revela que o público feminino tem aumentado muito dentro da cooperativa. “A nossa média de mulheres dentro da cooperativa é de 14%, em torno de 4.000 mulheres. Mas nos últimos dois anos, o índice de admissão do público feminino, foi muito maior do que 30%. Isso corrobora, para mostrar que realmente a mulher está cada vez mais presente e assumindo o papel da administração da propriedade junto com o esposo e filhos. Por isso, precisamos prepará-las e profissionalizá-las.”

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